A INFLUÊNCIA CULTURAL DA IGREJA
Texto Áureo: Gn. 1.28 – Leitura Bíblica: Gn. 1.26-30
Pb. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
Objetivo: Refletir com os alunos sobre a influência que a igreja pode ter sobre a sociedade.
INTRODUÇÃO
Conforme
já estudamos em lição anterior, a Igreja tem dupla responsabilidade,
outorgada por Cristo, o Rei, para a sociedade. A primeira delas e a
Grande Comissão, isto é, seguir por todo o mundo, para fazer discípulos
(Mt. 29.19,20). A segunda, e não menos importante, e, de certo modo,
atrelada àquela, a de transformar a cultura. Na lição de hoje,
estudaremos a respeito da cultura, definindo-a, a princípio, em seguida,
destacaremos exemplos bíblicos de influência cultural. Ao final,
passaremos a discorrer sobre alguns cristãos que influenciaram
culturalmente na sociedade.
1. CULTURA, DEFINIÇÕES
Existem
diversas definições de cultura, destacamos algumas delas a seguir: “um
empreendimento coletivo, segundo o qual os homens conseguem estabelecer
um estilo de vida distinto, com base em valores comuns” (R. N.
Champlin); “Aquele todo complexo que inclui conhecimentos, crenças,
artes, princípios morais, leis, costumes e quaisquer outras capacidades e
hábitos adquiridos pelos homens, como membros da sociedade” (E. B.
Tylor). O cristianismo, por sua vez, reconhece a existência da cultura
enquanto produção humana, mas esta precisa ser avaliada a partir dos
princípios bíblicos. Por isso, sempre coube a Igreja, ao longo da sua
história, a tarefa de apontar para o alto, ressaltando as virtudes de
Cristo. Conforme orienta o autor da Epístola aos Hebreus (11.6), os
valores terrenos devem ser sombras daquele país celestial. Diante dessa
realidade, a Igreja precisa estar ciente do seu papel social, e,
principalmente, da necessidade de capacitar-se para responder aos
anseios da cultura moderna. O ponto de partida para analise cultural é a
realidade da Queda, que, conforme registrada no capítulo 3 do Gênesis,
trouxe implicações imediatas para o ser humano. Antes da Queda o ser
humano tinha a capacidade para administrar a criação para a glória de
Deus (Gn. 1.28-30), mas depois desta, sua tendência passou a ser o
egoísmo, a busca pelos interesses, e, como vemos atualmente, a
destruição da criação, que geme a espera da redenção (Rm. 8.19-23). A
destruição da criação, no entanto, não é o único mal causado pela Queda.
Quando avaliamos a sociedade, à luz dos valores cristãos, constatamos a
prevalência da cultura da morte e da ganância e da dominação.
2. A INFLUÊNCIA CULTURAL, EXEMPLOS BÍBLICOS
A
Bíblia está repleta de exemplos de pessoas que não se deixaram levar
pelos valores da cultura mundana. Não podemos esquecer que este mundo
jaz no Maligno (I Jo. 5.19), por isso, o Reino de Deus, conforme
respondeu Jesus a Pilatos, não é deste mundo (Jo. 18.36). Ao mesmo
tempo, também precisamos estar cientes que precisamos agir como sal da
terra e luz do mundo (Mt. 5.13,14), ao mesmo tempo em que não nos
conformamos com ele (Rm. 12.1,2). No Antigo Testamento encontramos o
relato exemplar de Daniel diante da cultura babilônica. Esse jovem
hebreu levado para o cativeiro estava imerso em uma cultura distinta dos
princípios divinos. Mesmo assim, ele propôs em seu coração não se
contaminar com as iguarias do rei, isto é, não fazer concessões quanto a
sua fé (Dn. 1.8; 6.6-10). No livro de Daniel também se encontra o
registro de fé de Sadraque, Mesaque e Abedenego, corajosos homens de
Deus que foram salvos da fornalha por testemunharem da soberania do
Senhor, e que não se dobraram diante da estátua erguida pelo Rei (Dn.
3). Mordacai, juntamente com a rainha Ester, servem de exemplo para
todos aqueles que não fazem concessões em relação aos valores do Reino
de Deus. Os profetas de Deus, tanto aqueles apresentados nos livros
históricos, quanto os literários, autores de livro bíblicos, foram
contundentes em suas denuncias do status quo, ou seja, da
cultura humana distanciada dos padrões eternos de Deus. Por causa disso,
os profetas bíblicos eram impopulares, eles se opunham ao que a maioria
defendia, se fosse hoje, diríamos que eles não estariam preocupados com
o Ibope, ou com o aplauso do público. Como declarou Pedro diante das
autoridades romanas e judaicas, o alvo deva ser obedecer a Deus, e não
aos homens, quando esses se voltarem contra a Palavra de Deus (At.
5.29).
3. CRISTÃOS QUE INFLUENCIARAM A CULTURA
Aqueles
que criticam a fé cristã geralmente procuram defeitos na história para
denegrir a imagem da Igreja. Não devemos fechar os olhos para atitudes
que de fato não orgulham a fé, dentre elas, a Inquisição, tanto a
Católica quanto a Protestante. Mas para fazer justiça, é preciso
reconhecer o legado cultural da Igreja para a sociedade. Na política,
destacamos o exemplo de homens como William Wiberforce, um parlamentar
britânico, que lutou intensamente para que a sociedade percebesse a
opressão causada pela escravidão. Martin Luther King Jr. tornou-se uma
figura respeitável em virtude da sua oposição ao preconceito racial nos
Estados Unidos. Na música, Sebastian Bach, impressiona até mesmo os
descrentes pela genialidade nas suas composições, as quais assinava com o
seguinte acréscimo latino: Soli Deo Gloria (Gloria somente a
Deus). Na literatura e apologética, C. S. Lewis, um ex-ateu, contribuiu
para difundir e defender os pressupostos da fé cristã. Em seu livro
Cristianismo Puro e Simples, resultante de conferências radiofônicas,
expôs com maestria os fundamentos doutrinários cristãos. Suas obras
literárias, com destaque para As Crônicas de Nárnia, atraem a atenção do
público em geral, em seu bojo se encontram verdades eternas, extraídas
das páginas do Evangelho. Tostoi e Dostoivski, os dois gigantes da
literatura russa, seguidores fervorosos de Cristo, inseriram em suas
obras temáticas cristãs, o primeiro, por exemplo, em Guerra e Paz, e
o último, em Crime e Castigo e Os Irmãos Karamazov. O cinema também tem
servido para influenciar a sociedade a partir dos valores cristãos. As
obras de autores cristãos, como as próprio C. S. Lewis, estão sendo
adaptadas para a telona. Esses são apenas alguns dos muitos exemplos de
pessoas que influenciaram a sociedade a partir dos valores bíblicos que
defenderam. Mas existem milhares de outros, heróis anônimos, pessoas
simples e descohecidas que se sacrificam e levam, com amor, o evangelho
de Cristo, atraindo a comunidade na qual estão inseridas para a Verdade,
sendo luzeiros no mundo.
CONCLUSÃO
A
Igreja de Jesus Cristo foi chamada para influenciar, não para ficar
debaixo de um alqueire. Para tanto, deve sair de dentro das quatro
paredes e ir para a sociedade, levando o evangelho, as boas novas de
salvação. Ela precisa denunciar o pecado, ser uma voz que expõe os
princípios bíblicos. Mas precisa investir também na transformação
cultural, atuando nas várias frentes. Os políticos precisam ser
coerentes com os valores cristãos. Os músicos comporem hinos e canções
que glorifiquem a Deus e enobreçam o ser humano. Os escritores devem
usar a criatividade para expor valores do Reino. Existem diversas
maneiras de a Igreja influenciar a sociedade, não apenas fazendo coisas
grandes, mas também com pequenos gestos, que, com zelo doutrinário e
amor sacrificial, conduzirão muitos a Cristo.
BIBLIOGRAFIA
COLSON, C., PEARCEU, N. E agora como viveremos? Rio de Janeiro: CPAD, 2000.
COLSON, C., PEARCEY, N. O cristão na cultura de hoje. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.
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