domingo, 19 de julho de 2015

LIÇÃO 03 – ORAÇÃO E RECOMENDAÇÃO ÀS MULHERES CRISTÃS

  Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
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3º TRIMESTRE DE 2015 (I Tm 2.1-5; 9-11)

INTRODUÇÃO
            No capítulo de número dois, da primeira epístola a Timóteo, encontramos duas, das muitíssimas exortações do apóstolo Paulo ao jovem ministro da igreja de Éfeso, quanto ao comportamento esperado dos crentes quando eles interagem como uma igreja. Nesta lição, estudaremos a oração como uma proposta intercessora, nos conscientizando de que devemos interceder por todos os homens para que eles alcancem o favor de Deus e, isto inclui os líderes governamentais da nossa nação; e, por fim, veremos as recomendações do apóstolo  aos crente de Éfeso, aplicando-as aos nossos dias.

I – ADMOESTAÇÕES PAULINAS QUANTO A ORAÇÃO INTERCESSORA
            Embora Deus seja O Todo Poderoso e conheça tudo, Ele decidiu nos deixar “ajudá-lo” a mudar o curso do mundo através das nossas orações, ou seja, por meio da nossas intercessões. “O Verbo 'orar' do grego 'proseuchomai' sempre é usado acerca da 'oração' feita a Deus” (VINE, 2002, p. 835 – acréscimo nosso). Já o verbo interceder, de acordo com o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, é "pedir, rogar, suplicar (por outrem); intervir (a favor de alguém ou de algo)".  No sentido bíblico do Novo Testamento é orar em favor de outros, na direção e no poder do Espírito Santo. Na intercessão, o intercessor põe-se diante de Deus no lugar da outra pessoa.  

1.1. Priorizando a oração (1 Tm 2.1). Ao introduzir este capítulo, que trata da liturgia do culto público da igreja de Éfeso, o apóstolo Paulo diz: “Admoesto-te, pois, antes de tudo...” (1Tm 2.1); “antes de tudo” é uma linguagem figurada do grego, “prõton”,  que aponta para dignidade ou importância, o primeiro de todos, principalmente, especialmente (Mt 6.33; Rm 3.2; 1Tm 2.1; 2Pd 1.20; 3.3)” (ALMEIDA, 2009, p. 2382). Essa expressão frisa a importância de que dentre todas as práticas que deveriam ser observadas pelos efésios no culto, esta que o apóstolo apresenta na introdução como “antes de tudo”, deveria ser tomada como primazia.

1.2. A igreja como sacerdócio real (1 Tm 2.1,2). “A igreja de Éfeso, quando se reunia para celebrar o seu culto ao Senhor, já não dirigia orações (intercessões) a Deus em favor da salvação dos perdidos. Alguns embriagados pelos falsos ensinos dos falsos mestres judaizantes, que pregavam a salvação somente para os judeus e prosélitos do judaísmo entre os gentios, e gnósticos, que pregavam que os homens poderiam ser reabsorvidos no próprio ser de Deus, quando ele recolhesse a si mesmo todas as suas emanações, haviam perdido o propósito intercessor encontrado na prática da oração; Daí, Paulo, exorta a Timóteo, a resgatar, do seio da igreja, o seu ofício sacerdotal, o amor e a misericórdia pelas almas perdidas, o sentimento que deveria os fazer cair de joelhos e clamar em favor da Salvação do Senhor aos estes perdidos” (MACARTHUR, 2010, p. 1657 – acréscimo nosso).

1.3. A nobreza da intercessão. A Bíblia nos ensina a importância da intercessão da igreja. Vejamos: (1) aplaca o juízo divino (Gn 18.23-32; Nm 14.13-19; Jl 2.17); (2) restaura o povo (Ne 1; Dn 9); (3) livra as pessoas do perigo (At 12.5,12; Rm 15.31); (4) atrai a benção de Deus para povo (Nm 6.24-26; 1Rs 18.41-45; Sl 122.6-8); (5) invoca o poder do Espírito Santo sobre os crentes (At 8.15-17; Ef 3.14-17); (6) faz com que o enfermo seja curado (1Rs 17.20-23; At 28.8; Tg 5.14-16); (7) leva o pecador a receber o perdão dos pecados (Ed 9.5-15; Dn 9; At 7.60); (8) beneficia pessoas investidas de autoridade à governam bem (1Cr 29.19; 1Tm 1.1,2); (9) faz a vida cristã ser crescente (Fp 1.9-11; Cl 1.10,11); (10) guarda os pastores (2Tm 1.3-7); (11) protege a obra missionária (Mt 9.38; Ef 6.19,20); e (12) invoca salvação do próximo (Rm 10.1).

II – A ORAÇÃO E A VONTADE DE DEUS
            O texto de 1Tm 2, apresenta o comportamento esperado dos homens e das mulheres. Devemos levar em conta o pano de fundo histórico. Lendo o versículo oitavo, “Quero, pois, que os homens orem em todo o lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda” (1Tm 2.8), a princípio entendemos que as mulheres eram excluídas da celebrarão do culto público, pois a expressão “homem” apresentada no texto, em grego é “aner”, que significa “homem” em contraste com “mulher”. O significado primário do texto, é que os varões eram os que deveriam fazer (ler) as orações (CHAMPLIN, 2014, p. 392 - acréscimo nosso); a eles competiam à participação verbal do culto, esta era a herança das sinagogas (Lc 4.16-20). Já as mulheres deveriam permanecer em silêncio, pois as recentemente convertidas tinham a tendência de interromper o culto com perguntas, observações impróprias e trajes desonrosos... Paulo não estava se recusando, de maneira geral, a permitir que as mulheres participassem da oração pública” (RIBAS, 2009, p. 448). Quando o apóstolo se dirige as mulheres “Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto...” (1Tm 2.9), Paulo dá a entender como ponto pacífico que as mulheres também participavam da adoração pública e das orações, desde que não comprometessem a santidade. Uma melhor forma de entender este texto seria: “Também desejo que as mulheres que fizerem parte das orações públicas se vestissem com modéstia...” (CHAMPLIN, 2014, p. 303 - acréscimo nosso).

2.1. Por quem orar? (1Tm 2.1,2). “Acertadamente e diferentes dos judaizantes e gnósticos, Paulo admoesta o ministro daquela igreja, dizendo, que todos os homens necessitam das nossas intercessões, já que todos estão ao alcance do poder da cruz. O versículo quatro frisa muito bem a comissão e missão evangelizadora da igreja de buscar ativamente a Deus em oração pela salvação de todos os homens” (CHAMPLIN, 2014, p. 383 - acréscimo nosso).

2.1.1 Orando pelos líderes governamentais e autoridades constituídas. “As orações em favor dos governantes, isto é,  presidência da república, senadores, governadores, deputados federais, deputados estaduais, prefeitos e vereadores, etc. Devem visar três coisas. (1) A salvação deles (1Tm 2.4,5); (2) um “bom governo”, pois devemos enquanto cidadãos obedecer autoridades civis, desde que não infira o princípios da moral (Rm 13.1-7; At 5.29), e (3) que não se tornem perseguidores da fé religiosa, conforme com frequência tem sucedido. Os judeus reconhecendo a importância de um tranquilo relacionamento com os governantes seculares, para o benefício da fé e da inquirição espiritual, oravam e sacrificavam por seus governantes” (Ed 6.10; Jr 36.7) (CHAMPLIN, 2014, p. 383 - acréscimo nosso).

2.2. A quem orar? (1Tm 2.5). “Os gnósticos traziam em suas doutrinas, raízes deístas (doutrina que, apesar de admitir a existência do Supremo Ser, ensina não estar Ele interessado no curso que a história toma, ou venha a tomar),  a respeito de Deus. Eles imaginavam que a matéria (os homens) é má por si mesma, e, assim sendo, Deus nunca poderia aproximar-se dela, pois, em tal caso, ficaria contaminado, bem como, a necessidade de muitos mediadores na criação. A declaração monoteísta (do grego “monós, “um”, “Theos” “Deus” - Crença na existência de um único Deus) de Paulo “Porque há um só Deus um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem...” (1Tm 2.5), tinha por escopo contradizer tais noções, além de asseverar a existência do Deus teísta, ou seja, o Deus que está interessado pelo homem que criara, que mantém o contato com ele, e que tanto o castiga quanto o recompensa, conforme o caso; Paulo também tinha a  intensão de revelar Cristo como o único mediador. Existe apenas um Deus, existe apenas um mediador, a este Deus por meio de Cristo deve ser dirigidas as orações pela salvação de todos os homens” (CHAMPLIN, 2014, p. 388- acréscimo nosso).

2.3. Os frutos da intercessão (1Tm 2.2). “Quando Paulo escreveu esta carta, a perseguição era uma ameaça crescente para os crentes. Mais tarde, quando Nero, o imperador (aproximadamente 54-68 d.C), precisou atribuir a alguém a culpa pelo grande incêndio que destruiu a maior parte de Roma em aproximadamente em 64 d.C. acusou os cristãos romanos para eliminar a suspeita em relação à sua própria pessoa. Então houve grande perseguição aos cristãos por todo o Império Romano. Aos cristãos, não somente eram negados certos privilégios na sociedade; alguns chegaram até a ser publicamente assassinados, queimados, ou lançados como alimento aos animais” (ALMEIDA, 2003, p. 1702).  Paulo recomenda o jovem obreiro para que orassem pelo bem de Nero, a fim de, terem “... uma vida quieta e sossegada, em toda piedade e honestidade(1Tm 2.2). Jesus já havida dito que devemos orar por nossos inimigos (Mt 5.43-48). intercedamos por nossa nação, por nossos governantes, para que possamos desfrutar dos frutos da intercessão. 

III – RECOMENDAÇÕES PAULINAS AS MULHERES
            A vontade Deus para com as mulheres cristãs é que elas fossem muito discretas quanto ao vestir. Ao que parece, o “espírito da Grécia” influenciava algumas mulheres a serem sensuais aponto de despertarem a luxúria. Ampliando as recomendações que Paulo deu a Timóteo, sob a “lupa do evangelho”, concluímos que as exigências podem ser aplicadas tanto a homens quanto a mulheres, pois quanto a salvação, todos precisam viver em santidade.

3.1. “... se ataviem”. “No grego, “kosmeo”, que significa “pôr em ordem”, “adornar”, “decorar”, “tornar atrativo”. O termo “kosmos” vem do verbo “Kosmos” de onde vem a palavra “cosmético”. É indiscutível que o ser humano procura tornar-se atrativo, isto faz parte da natureza humana. Todavia, Paulo admoesta que os valores cristãos devem ser diferentes dos do mundo” (CHAMPLIN, 2014, p. 393- acréscimo nosso).

3.3. O verdadeiro adorno.Paulo enfatizou que o caráter interior era muito mais importante do que a aparência exterior. O padrão de vestir, das mulheres deveria ser caracterizado por: (1) traje honesto (probidade, decoro, decência; castidade; pureza.); (2) com pudor (sentimento de vergonha, gerado pelo que pode ferir a decência, a honestidade ou a modéstia), (3) com modéstia (ausência de vaidade, simplicidade); e (4) com boas obras (Gl 5.22). Ampliando estas recomendações, concluímos que os crentes devem  “vestir” o seu comportamento de uma maneira que complemente o seu caráter, em vez de discordar dele. Os crentes não devem ser dados à ostentação, a enfeites caros, e a adornos excessivos. Tampouco é apropriado um modo de vestir sedutor ou sexualmente sugestivo. Isso prejudica a santidade e adoração no culto. Quando Paulo diz que as mulheres de Éfeso não usassem tranças, ou ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos queria dizer que a sua ênfase deveria estar não na sua aparência, mas sim em quem elas eram” (RIBAS, 2009, p. 489 - acréscimo nosso).

CONCLUSÃO          
             No demais, precisamos nos conscientizar de duas coisas: de que fomos chamados por Deus para levar o seu evangelho a toda criatura. Portanto homens e mulheres devem diuturnamente clamarem a Deus para as que vidas perdidas possam receber a Salvação de Jesus Cristo, como também, devemos elevar a santidade em nossas vidas. 

REFERÊNCIAS

  • ALMEIDA. Bíblia de Estudo MacArthur. CPAD.
  • ALMEIDA. Bíblia de Estudo Palavras-Chaves Hebraico e Grego. CPAD.
  • RIBAS, Degmar. Comentário do novo Testamento Aplicação Pessoal. CPAD.
  • CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo, Vol 5. HAGNOS.
  • ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico.  CPAD.
Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/baixar-licao/cod/388

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