sábado, 15 de outubro de 2016

LIÇÃO 03 – ABRAÃO, A ESPERANÇA DO PAI DA FÉ

Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
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4º TRIMESTRE 2016
(Gn 12.1-10)

INTRODUÇÃO
            Nesta lição estudaremos sobre Abraão um dos personagens de maior destaque no AT. Destacaremos aqui algumas informações sobre este patriarca; veremos como foi o seu chamado e quais as dificuldades que enfrentou caminhando com Deus; veremos também que em sua trajetória Abrão cometeu alguns deslizes os quais devemos evitar; e, por fim, pontuaremos quais as lições que Deus ensinou a Abraão durante a sua jornada de fé.

I – INFORMAÇÕES SOBRE O PATRIARCA ABRAÃO
            A história de Abrão começa em Gênesis 11.26 com seu nascimento e termina em Gênesis 25.9 quando é sepultado em Macpela, pelos seus dois filhos, Isaque e Ismael. Segundo Hoff (1995, p. 25) “Abraão é o personagem mais importante do Gênesis, e um dos mais importantes de toda a Bíblia. Moisés dedicou onze capítulos ao que aconteceu antes de Abraão, enquanto treze capítulos se referem quase exclusivamente à vida pessoal do patriarca”. Paulo o considerava como o pai de todos os que creem (Rm 4.16).

1.1 Local e data de nascimento (Gn 11.26-28). Abrão nasceu quando seu pai estava em Ur dos Caldeus (Gn 11.27,28). Segundo Cabral (2002, p. 5) “esta cidade tinha uma grande movimentação turística e comercial e constituía-se num importante complexo de atividades da Suméria. Provavelmente Abrão nasceu no ano de 2166 a.C.”.

1.2 Seu nome (Gn 11.26; 17.5). O nome primeiro de Abrão (Gn 11.26) significa: “pai elevado”, ou “pai das alturas”. Posteriormente, depois de uma aliança feita com Deus, seu nome passou a ser Abraão, que significa: “pai fecundo” ou “pai de uma multidão”. Este último nome dado por Deus ao patriarca era profético, pois, no tempo certo, ele haveria de ser o pai de uma numerosa multidão (Gn 17.5,6).

1.3 Seus ascendentes (Gn 11.10-26). Abraão era filho de Terá, o décimo na linhagem depois de Sem, portanto ele era um semita. A Escritura diz que enquanto os cananeus filhos de Cam receberam a maldição de Deus, os filhos de Sem  tornaram-se ancestral do povo de Deus e encabeçaram a genealogia que introduziu Terá, o pai de Abraão (Gn 11.10-32) mencionado na genealogia de Jesus (Lc 3.36).

1.4 Sua esposa (Gn 11.29-31; 12.5). Abraão havia casado com uma mulher chamada Sarai. A Bíblia diz que ela era estéril (Gn 11.30). Na ocasião em que Deus mudou o nome de Abraão, também mudou o nome de sua esposa, que ao invés de Sarai, agora seria chamada Sara, que significa: “princesa” (Gn 17.15).

II – ABRAÃO E AS DIFICULDADES QUE ENFRENTOU
            Abraão recebeu um chamado divino e ele correspondeu a esta convocação de sair de sua terra e ir para uma terra que Deus lhe mostraria (Gn 12.1-4). Todavia, apesar de renunciar o que Deus havia lhe pedido e sair rumo a Sua vontade, o patriarca enfrentou diversas dificuldades. Vejamos algumas delas:

2.1 A terra prometida estava ocupada (Gn 12.5,6; 28.1). A primeira grande dificuldade com a  qual Abraão se deparou foi o fato de que a terra para onde Deus o dirigiu para habitar já estava ocupada. Ele estava como estrangeiro e peregrino, viajando de um lugar para outro. Nunca foi dono de um metro quadrado de terra, a não ser o local de sua sepultura, pois os cananeus eram os senhores daquela terra. Por certo eles não facilitariam a vida de Abraão e sua gente. Acrescenta-se ainda que seus costumes eram estranhos ao comportamento santo que Deus exigia do patriarca (Gn 17.1; 24.3). Portanto, para o crente Abraão viver neste ambiente hostil era um grande desafio. Nesta dificuldade, o patriarca ergueu o altar e invocou o Senhor (Gn 12.7,8) e esperou no Senhor quanto a promessa da terra que sua semente herdaria (Gn 13.14-17).

2.2 A terra prometida estava em crise (Gn 12.10). A segunda dificuldade que Abraão enfrentou naquela terra foi a fome. A terra da promessa, Canaã, era uma região que estava passando por escassez, o que aparentemente não correspondia ao que Deus prometeu. Não havia quase nada para a subsistência do seu povo nem para os animais. Não foi fácil para Abraão sair de uma rica e próspera cidade, atendendo ao chamado divino que lhes fez grandes promessas e agora de forma paradoxal estar numa cidade em crise. Será que ele tinha fé para acreditar que Deus estava guiando a sua história? A atitude de ir ao Egito mostrou que não. Precisamos confiar em Deus em meio as crises e não procurarmos aparentes saídas das provações a que fomos submetidos. Assim como Abraão, somos peregrinos e forasteiros neste mundo e nessa peregrinação passamos por muitas provações (I Pe 2.11). Um autêntico servo de Deus não está livre de turbulências (Tg 1.3). Podemos ser contristados pelas dificuldades (I Pe 1.6), mas devemos ter em mente que o Senhor livra os piedosos (2 Pe 2.9).
III – OS ERROS DE ABRAÃO E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS
            Como na grande maioria  dos personagens da Bíblia, a vida de Abraão não foi marcada apenas por êxitos e conquistas, mas também, por erros e fracassos. Como a Bíblia é um livro imparcial, ela descreve também os erros cometidos por nosso “pai na fé”, com o intuito de nos alertar, para que não venhamos à praticá-los. Vejamos alguns:

3.1 Agindo sem a orientação divina (Gn 12.10). Quando se deparou com uma grande fome na terra em que estava Abraão resolveu ir ao Egito.  Nessa ocasião, não vemos o patriarca consultando ou pedindo orientação a Deus sobre o que fazer diante da crise que estava enfrentando. Pelo contrário, observamos Abraão agindo de forma precipitada. Abraão desceu para o lugar errado “Egito”; tomou a atitude errada “peregrinar”; com motivações erradas “a fome era grande”. Quando as situações difíceis vierem sobre nós, devemos recorrer a Deus, consultando-o através da Palavra e da oração (Jr 33.3; Sl 119.105). Precisamos confiar em Deus, em meio as crises, acreditando que Ele tem uma direção sábia para nos dar (Sl 17.5; 25.5; 37.23; 139.4; Pv 16.9).

3.2 Mentindo para seu próprio benefício (Gn 12.11,12). Em duas ocasiões diferentes, Abraão, temendo a morte, pediu para que Sara omitisse que era sua esposa. No Egito, diante de Faraó (Gn 12.10-20), e em Gerar, diante de Abimeleque (Gn 20.1-18). No Egito, as consequências dessa atitude foram desastrosas (Gn 12.15,18-20). A Bíblia diz que: (a) a mentira é pecado (Mt 5.37); (b) originou-se de um anjo caído (Gn 3.1-5); (c) o pai da mentira é o diabo (Jo 8.43-44); (d) não escapará o que profere mentiras (Pv 19.5,9); e, (e) os mentirosos não herdarão o reino de Deus (Ap 21.27; 22.15).

3.3 Precipitando-se com Agar (Gn 16.1-16). Abraão sofria muito com o fato de sua esposa não gerar filhos. Principalmente dentro do contexto da época que: (a) atribuía a esterilidade diretamente a uma punição divina (Gn 16.2; I Sm 1.5); (b) atrelava a prosperidade do homem a quantidade de filhos (I Sm 2.5; Jó 1.2,10; Rt 4.15); e, (c) um homem sem filhos ia ver a história se findar com a sua morte, pois seria uma pessoa sem posteridade (Gn 15.2,3). Ao perceberem que os anos estavam passando e, não vendo o cumprimento da promessa, Abraão e Sara saíram da  dimensão da fé e racionalizaram o nascimento de um filho (Gn 16.1,2). Pelo processo natural, Sara não podia gerar filhos, pois, além de ser estéril, estava na velhice (Gn 18.11). Ela convenceu o marido de que, a melhor forma de ele ter um herdeiro legítimo, seria possuir sua serva Agar. Abraão vacilou na fé, e, sem consultar a Deus, deu ouvido à voz de sua mulher (Gn 16.2).

IV – NO DISCIPULADO DA FÉ COM DEUS
            A estrada da maturidade da fé é um teste constante, no qual as pressões da vida cooperam em forma de “provações” (Tg 1.2), as quais quando enfrentadas com fé e perseverança, nos tornam “maduros e completos” (Tg 1.4). Deus permite circunstâncias adversas a fim de que aprendamos algumas lições. Eis algumas lições que Abraão aprendeu:

4.1 Aprendeu renunciar (Gn 12.1-3). Não foi fácil para Abraão sair de sua terra, de sua parentela e da casa do seu pai. Na verdade apesar da exigência divina de lhe pedir tal renúncia, ele levou consigo seu pai e também seu sobrinho (Gn 11.31; At 7.2-4). No caminho, seu pai faleceu e seu sobrinho lhe trouxe grandes problemas (Gn 11.32; 13.7; 14.12-14). Abraão aprendeu que não é bom caminhar com aquilo que Deus pede para  nos desvencilharmos (Mt 10.37; 16.24,25).

4.2 Aprendeu a depender (Gn 12.10-20). Ao chegar na terra que por Deus foi mostrada e nela encontrar dificuldades, Abraão deveria buscar a Deus sobre como deveria agir nessa situação. Na verdade a sua própria voz falou mais alto e ele desceu ao Egito afim de garantir sua sobrevivência. Esta descida quase resultou num grande desastre familiar, senão fosse a intervenção divina. Abraão reconheceu que agiu precipitadamente e saiu do Egito retornando para o lugar que Deus lhe dissera (Gn 13.1-4). É melhor estar na dificuldade com Deus do que na facilidade fora da vontade divina (I Pe 3.17).

4.3 Aprendeu a confiar (Gn 16.1-16). Deus já havia prometido que daria um filho a Abraão com a sua esposa Sara  (Gn 12.2; 15.4), no entanto, entre a promessa e o cumprimento, o casal resolveu tomar um atalho (Gn 16.1-4). As consequências de tal atitude foram desastrosas, trazendo amargura dentro lar (Gn 16.4,5; 21.9). O casal  aprendeu na prática que, confiar na promessa de Deus é melhor, pois trás satisfação e alegria (Gn 21.1-6).

4.4 Aprendeu a amar (Gn 22.1-18). Abraão precisava aprender que o relacionamento com Deus não deve ser mercantil, ou seja, obediência em troca de favores, senão obediência por amor. Para ensinar isso, Deus lhe pediu em sacrifício o seu único filho (Gn 12.4; 21.5; 22.1). O patriarca não hesitou em atender a voz divina, levando o seu filho para o monte a fim de ser sacrificado (Gn 22.3). Lá experimentou a providência divina que, enviou-lhe um carneiro a fim de poupar Isaque (Gn 22.13). Abraão aprendera que embora ame algo ou alguém, este amor deve estar sempre abaixo do amor que deve ser tributado a Deus que é a nossa prioridade (Gn 22.11,12,16; Dt 6.5; Mc 12.30).

CONCLUSÃO
            Apesar de ser chamado por Deus, Abraão enfrentou diversas dificuldades, as quais superou com a ajuda divina. De igual forma precisamos olhar as dificuldades sob uma perspectiva positiva de que podemos aprender nos altos e baixos da vida a amadurecermos no nosso relacionamento com Deus.

REFERÊNCIAS


·         CABRAL, Elienai. Abraão: as experiências de nosso pai na fé. CPAD.
·         HOFF, Paul. O Penteteuco. VIDA.
·         GARDNER, Paul. Quém é quem na Bíblia Sagrada. VIDA.
·         STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.  CPAD.

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