terça-feira, 30 de agosto de 2011

LIÇÃO 10 – A ATUAÇÃO SOCIAL DA IGREJA


Texto Áureo: Mt. 25.34-36 – Leitura Bíblica: Is. 58.6,8,10,11; Tg. 2.14-17


Objetivo: Refletir com os alunos sobre a atuação social da igreja, a fim de que sejamos zelosos no cuidado aos necessitados e na diminuição da desigualdade social.

INTRODUÇÃO

Ao Longo deste trimestre o assunto da atuação social da igreja tem voltado à tona nas lições estudadas. Tal ênfase é justificada em virtude da relevância desse tema para a igreja. Infelizmente, poucas igrejas atentam para a responsabilidade social, não reconhecem que se trata de uma doutrina bíblica. A fim de demonstrar a fundamentação desse ensino na Palavra de Deus, discorremos, na aula de hoje, sobre a atuação social no Antigo e no Novo Testamento.


1. ATUAÇÃO SOCIAL, UMA NECESSIDADE
A atuação social é uma necessidade tanto no contexto da igreja quanto fora dela. No Brasil, o déficit social é histórico, muito ainda precisa ser feito para diminuir a desigualdade social. É bem verdade, conforme destacou o Senhor Jesus, que os pobres sempre teremos conosco (Jo. 12.1), por outro lado, isso não deve eximir a igreja da sua responsabilidade social, considerando suas limitações e possibilidades. A pirâmide social brasileira é composta por uma base de pobres que trabalha intensamente, quando esses conseguem emprego. Ademais, os salários são baixos, enquanto que uma minoria vive regaladamente. Um dos problemas dessa realidade está na constituição cultural da riqueza, que, em sua maioria, é insensível à causa do pobre. Estudos comprovam que a realidade da riqueza e pobreza tem algumas particularidades culturais. Os ricos ostentam seus bens e atribuem aos pobres a incompetência pela miséria. Essa é uma condição da sociedade distanciada dos valores cristãos. Mesmo entre os evangélicos, Max Weber que o diga, existe a crença difundida de que a prosperidade material, para ser usufruída egoisticamente, é benção de Deus, ainda que essa seja angariada desonestamente. A atuação da igreja, diante dessa realidade, deve ser a de criar meios para diminuir a condição extrema de pobreza das pessoas, sejam evangélicas ou não. Além de “dar o peixe”, e preciso, às vezes, “ensinar a pescar”, investindo na formação educacional e profissional das pessoas. Mas isso apenas não é suficiente, é preciso instruir os membros da igreja para não se envolverem o apoiarem práticas sociais que impliquem retenção dos direitos comuns das pessoas. A estrutura social precisa ser modificada, é preciso que os pobres tenham maiores oportunidades, e para isso, devemos cobrar dos governantes garantias constitucionais, investimento em políticas públicas de saúde, educação e segurança, fiscalizando a fim de que os recursos sejam honestamente aplicados. Isso tem tudo a ver com o Reino de Deus, considerando que os súditos do Reino de Deus têm uma visão diferenciada da política e da economia. A política da Igreja é a de Jesus, que põe o amor, a generosidade e solidariedade em primeiro plano. A economia de Jesus é a dos tesouros celestiais, onde o ladrão não rouba, nem a traça corrói, e que coloca pessoas, não o dinheiro em primeiro lugar. Deus, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, aborda a questão da justiça social, a Bíblia revela o cuidado do Senhor em relação aos necessitados.

2. ATUAÇÃO SOCIAL NO ANTIGO TESTAMENTO
Ao longo do Antigo Testamento, existem várias passagens bíblicas que tratam sobre temas sociais. No Pentateuco - contra o preconceito em relação às necessidades especiais: “Não amaldiçoarás ao surdo, nem porás tropeço diante do cego; mas temerás o teu Deus. Eu sou o Senhor” (Lv. 19.14); do idoso: “Diante das cãs te levantarás, e honrarás a face do ancião; e temerás o teu Deus. Eu sou o Senhor” (Lv. 19.19.32); na aplicação da justiça: “Não cometereis injustiça no juízo, nem na vara, nem no peso, nem na medida. Balanças justas, pesos justos, efa justo, e justo him tereis. Eu sou o Senhor vosso Deus, que vos tirei da terra do Egito” (Lv. 19.35,36); contra a opressão ao assalariado: “Não oprimirás o diarista pobre e necessitado de teus irmãos, ou de teus estrangeiros, que está na tua terra e nas tuas portas. No seu dia lhe pagarás a sua diária, e o sol não se porá sobre isso; porquanto pobre é, e sua vida depende disso; para que não clame contra ti ao Senhor, e haja em ti pecado” (Dt. 24.14,15). Nos Provérbios – sobre o cumprimento das promessas: “Não digas ao teu próximo: Vai, e volta amanhã que to darei, se já o tens contigo” (Pv. 3.28); na utilização de meios escusos contra o povo: “Balança enganosa é abominação para o Senhor, mas o peso justo é o seu prazer” (Pv. 11.1); contra as pessoas que somente valorizam os ricos: “O pobre é odiado até pelo seu próximo, porém os amigos dos ricos são muitos. O que despreza ao seu próximo peca, mas o que se compadece dos humildes é bem-aventurado” (Pv. 14.20,21); “O que escarnece do pobre insulta ao seu Criador, o que se alegra da calamidade não ficará impune” (Pv. 17.5); “O homem pobre que oprime os pobres é como a chuva impetuosa, que causa a falta de alimento” (Pv. 28.3). Os livros dos profetas estão repletos de denúncias contra as injustiças sociais, em relação aos que acumulam propriedades à custa da opressão dos pobres: “Ai dos que ajuntam casa a casa, reúnem campo a campo, até que não haja mais lugar, e fiquem como únicos moradores no meio da terra!” (Is. 5.8); “Ai daquele que edifica a sua casa com injustiça, e os seus aposentos sem direito, que se serve do serviço do seu próximo sem remunerá-lo, e não lhe dá o salário do seu trabalho” (Jr. 22.13). “Porque sei que são muitas as vossas transgressões e graves os vossos pecados; afligis o justo, tomais resgate, e rejeitais os necessitados na porta” (Am. 5.12); “Ai daquele que, para a sua casa, ajunta cobiçosamente bens mal adquiridos, para pôr o seu ninho no alto, a fim de se livrar do poder do mal!” (Hc. 2.9).

3. ATUAÇÃO SOCIAL NO NOVO TESTAMENTO
Ao longo do Novo Testamento nos deparamos com vários textos que se opõem à injustiça social e conclamam a igreja à atuação social. Jesus, em suas palavras, foi bastante contundente a esse respeito: “E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes. E o escriba lhe disse: Muito bem, Mestre, e com verdade disseste que há um só Deus, e que não há outro além dele; E que amá-lo de todo o coração, e de todo o entendimento, e de toda a alma, e de todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios. E Jesus, vendo que havia respondido sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do reino de Deus. E já ninguém ousava perguntar-lhe mais nada”. (Mc. 12.28-34). No Atos dos Apóstolos, no tocante ao cuidado com os necessitados da igreja: “E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram comuns. E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça. Não havia, pois, entre eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido, e o depositavam aos pés dos apóstolos. E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha” (At. 4.32-35); e própria instituição do diaconato tinha como fim diminuir as necessidades sociais na igreja: “Ora, naqueles dias, crescendo o número dos discípulos, houve uma murmuração dos gregos contra os hebreus, porque as suas viúvas eram desprezadas no ministério cotidiano. Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria, aos quais constituamos sobre este importante negócio” (At. 6.1-7). Na Epístola de Tiago - contra o preconceito em relação ao pobre: “Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas. Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com trajes preciosos, e entrar também algum pobre com sórdido traje, E atentardes para o que traz o traje precioso, e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé, ou assenta-te abaixo do meu estrado, Porventura não fizestes distinção entre vós mesmos, e não vos fizestes juízes de maus pensamentos?” (Tg. 2.1-4); do auxílio para o sustento: “E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento quotidiano, E algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e não lhes derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?” (Tg. 2.15-17); e contra a opressão do pobre pelos ricos: “Eia, pois, agora vós, ricos, chorai e pranteai, por vossas misérias, que sobre vós hão de vir. As vossas riquezas estão apodrecidas, e as vossas vestes estão comidas de traça. O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós, e comerá como fogo a vossa carne. Entesourastes para os últimos dias. Eis que o jornal dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras, e que por vós foi diminuído, clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos exércitos. Deliciosamente vivestes sobre a terra, e vos deleitastes; cevastes os vossos corações, como num dia de matança. Condenastes e matastes o justo; ele não vos resistiu (Tg. 5.1-6). Esses textos são autoexplicativos e suficientes para mostrarem a relevância que a igreja deve dar à atuação social.

CONCLUSÃO
Muitas igrejas ainda desprezam a Palavra de Deus no que tange à atuação social. Há uma ilustração apropriada sobre a passagem de um mendigo, em dias distintos, na casa de um espírita, de um católico e de um evangélico. Conta-se que em cada uma das casas o mendigo recebeu respostas diferentes à sua necessidade, detalhe, tanto o espírita quanto o católico e o evangélico tinham apenas um pão. O espírita, apelando para a filantropia como forma de salvação, deu o pão inteiro ao mendigo e ficou com fome. O católico, na dúvida se a salvação seria somente pela fé, repartiu o pão ao meio e deu a metade ao mendigo. O evangélico, crendo na salvação pela graça, por meio da fé, respondeu que somente tinha um pão, e que, por isso, iria comê-lo e orar pelo mendigo. Essa é uma ilustração que reflete a ausência de atuação social de muitas igrejas evangélicas. O evangélico tem toda razão ao afirmar que a salvação é pela graça, por meio da fé, não vem das obras para que ninguém se glorie (Ef. 2.8.9), mas esquecem do versículo 10, que diz que fomos salvos “para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas”.

BIBLIOGRAFIA
CAVALCANTI, R. Cristianismo e política. Viçosa: Ultimato, 2002.
LIMA, P. C. Teologia da ação política e social da igreja. Rio de Janeiro: Renascer, 2005.

Pb. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD

LIÇÃO 10 – A ATUAÇÃO SOCIAL DA IGREJA

INTRODUÇÃO


            Embora o serviço social seja uma responsabilidade governamental, a Igreja de Cristo, como principal representante do Reino de Deus aqui na terra, não deve ser omissa. Por isso, além da evangelização e do ensino da Palavra de Deus, a igreja deve também ajudar aos pobres, viúvas e necessitados, conforme nos recomenda a Palavra de Deus (Mt 5.42; Gl 2.10; Tg 1.27; 2.15,16). No entanto, isto se torna possível quando cada crente, individualmente, se dispõe a socorrer ao próximo. Portanto, esta lição deve servir, não de esclarecimento acerca deste tema, mas, acima de tudo, como um estímulo e incentivo para que cada cristão faça a sua parte no que diz respeito a obra social.

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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

LIÇÃO 09 – PRESERVANDO A IDENTIDADE DA IGREJA

Objetivo: Mostrar aos alunos a necessidade da preservação da identidade da igreja, em conformidade com os princípios bíblicos.
INTRODUÇÃO
Um dos grandes desafios da Igreja, ao longo da sua história, foi o de preservar sua identidade. Em várias ocasiões, desde os primórdios, a Igreja sofreu ameaças que visavam comprometer seu real chamado. Nos dias atuais não tem sido diferente, a Igreja do Senhor Jesus, do mesmo modo que a igreja primitiva, precisa se manter fiel aos princípios apostólicos. Na aula de hoje estudaremos a respeito da preservação da identidade da Igreja, mas antes, definiremos, bíblico-teologicamente, as expressões neo-testamentárias associadas à igreja, em seguida, meditaremos sobre as características identitárias fundamentadas na Palavra de Deus.
1. IGREJA, EXPRESSÕES BÍBLICO-TEOLÓGICAS
No Novo Testamento existem diferentes expressões para definir Igreja. A palavra ekklesia, no contexto social, indicava a assembléia dos cidadãos que foram chamados por um arauto. Etimologicamente, esse é um termo composto de uma preposição ek (para fora) e de um verbo kaleo (chamar, convocar). Portanto, a igreja, no sentido originário da palavra, é constituída por aqueles que foram chamados para não se moldar ao mundo (Rm. 12.2) e caminhar para o alvo, que é Cristo (Fp. 3.14). A igreja também é o povo de Deus, conforme expressa o apóstolo Pedro (I Pe. 2.9,10), definindo-a como “geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo (laos em grego) exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”. A Igreja é apresentada como uma comunhão (koinonia em grego), um povo que vive em participação, semelhantemente a uma família, por essa razão, somos identificados como filhos do Pai e irmãos em Cristo (I Jo. 1.3). A Igreja primitiva de Jerusalém foi marcada pela realidade da koinonia (At. 2.42). A igreja é também o Corpo de Cristo, sendo assim, ela deve responder à Cabeça, que é Cristo (Cl. 2.19; Ef. 4.15,16,24). Essa condição contribui para sua unidade (Jo. 17.11; I Co. 1.10), ainda que na diversidade (I Co. 12-14; Rm. 12; Ef. 4; I Pe. 4.10). Como corpo saudável, a igreja deva buscar crescimento espiritual, caso contrário, permanecerá carnal (I Co. 3.2; 12.27) e procurar os melhores dons para a edificação do Corpo (I Co. 12.11,31; 14.1), sem esquecer do amor, o caminho sobremodo excelente (I Co. 13). A maturidade espiritual deve ser o alvo principal do Corpo, a fim de que todos possam alcançar a estatura adulta e a plenitude de Cristo (Ef. 4.13-16). A Igreja é a Noiva de Cristo, tendo em vista que o Novo Testamento revela Deus como um Pai que busca uma noiva para seu filho (Mc. 1.11; 9.7; 12.6; Ef. 5.27). Em resposta à fidelidade do Esposo, a igreja precisa demonstrar fidelidade (II Tm. 2.13; II Tm. 4.7), pureza (Ap. 19.7; Ef. 5.26,27; I Co. 11.2) e amor ao Seu Amado (Ap. 2.4,5; Ef. 3.18,19; 5.2; 25-27; Os. 2). A Igreja é templo, santuário e edifício de Deus, isso mostra que essa se encontra em processo de construção, e que Cristo é Seu alicerce (Mt. 16.18; I Co. 3.11; Ef. 2.20-22; I Pe. 2.4,5), sendo Deus o Arquiteto e Proprietário (I Co. 3.16).
2. A IDENTIDADE DA IGREJA
A identidade da igreja diz respeito às suas características bíblicas, a razão de ser igreja. Reconhecer que a igreja deva ter uma identidade significa, ao mesmo tempo, distinguir a Igreja de Jesus, das não-igrejas, isto é, dos movimentos que se diferenciam dos padrões genuinamente bíblicos. Antes de qualquer equívoco, é preciso destacar que igreja não um espaço físico, nem mesmo uma estatística. Sendo assim, não podemos confundir o templo, por mais simples ou suntuoso que seja, com a igreja, muito menos o total de membros que uma determinada agremiação religiosa. A Igreja é um povo unido que se submete à Cabeça que é Cristo, uma família que vive em união, com vistas à adoração e à gloria do Senhor. A identidade de uma igreja que é cristã deva levar em conta os seguintes aspectos: 1) ela não é perfeita, mas se esforça para caminhar em santificação, na luta contra os desejos desenfreados, os enganos do mundo, da carne e do Diabo (I Jo. 3.2); 2) demonstra interesse de ouvir a Palavra de Deus, por isso, uma igreja autêntica, ainda que não seja perfeita, se interessa por aprender mais de Deus, valoriza menos os movimentos superficiais e mais a exposição bíblica (II Tm. 4.2-4); 3) os ministradores de uma igreja genuína privilegiam a mensagem expositiva, eles se submetem ao crivo do texto bíblico, ao invés de reforçarem suas posições a partir de versículos isolados da Escritura (Lc.24.27; At. 6.4; Ef. 6.19,20); 4) se preocupa com a ortodoxia bíblica, isto é, não apenas em agir corretamente, a ortopraxia, mas também em fundamentar suas atitudes na doutrina bíblica, por isso, não tem receio de ser avaliada à luz da Palavra (Tt. 1.9,13; 2.1); e 5) expõe o evangelho de Jesus Cristo em sua essência, sem desprezar a mensagem da Cruz, loucura para o sábios, salvação para aqueles que se arrependem e crêem (I Co. 1.18).
3. PRESERVANDO A IDENTIDADE DA IGREJA
A preservação da identidade da igreja se dá, prioritariamente, pela observância dos princípios bíblicos. Na igreja cristã, a autoridade central é a Palavra de Deus, diferentemente da Igreja Romana, que elegeu a tradição como fundamento; e do liberalismo teológico, que submete a fé à razão. A igreja cristã, seja ela pentecostal ou reformada, não pode esquecer a máxima da Reforma Protestante: ecclesia reformata semprer reformanda, isto é, igreja reformada e sempre desejando ser reformada. A reforma na igreja não se baseia no pensamento humano, ainda que não possa desprezar as contribuições teológicas, mas na norma que é a Bíblia, a Palavra de Deus. A preservação da identidade da igreja, a Ekklesia, é estabelecida a partir da perseverança na doutrina dos apóstolos, na comunhão e no partir do pão (At. 2.42-44) e na prática do amor, como característica marcante dos seguidores de Jesus (Jo. 13.35). Paulo, em suas epístolas, demonstrou zelo pela preservação da identidade da igreja do Senhor Jesus, dentre elas destacamos: I Coríntios - corrigir os partidarismos, excessos e carnalidades; Gálatas – advertir quanto às práticas judaizantes que comprometiam o evangelho de Cristo; Colossences – rejeitar a adoração aos anjos, crença gnóstica que inferiorizava a pessoa de Cristo; I Tessalonicenses – orientar os irmãos quanto à bendita esperança, tanto para os que estão vivos quanto para os que dormem no Senhor; e I Timóteo, II Timóteo e Tito – recomendações pastorais a fim de manter a sã doutrina e a vida piedosa. As palavras de Jesus, dirigidas às igrejas da Ásia Menor, registradas por João nos capítulos iniciais do Apocalipse (Ap 2-3), servem de corretivo para que a igreja tenha mantenha sua identidade.
CONCLUSÃO
Crise de identidade, essa é a situação das igrejas evangélicas brasileiras. O crescimento do número de adeptos ao movimento evangélico resultou na existência de um fenômeno sociológico: os evangélicos nominais, ou seja, de pessoas que se dizem evangélicas, mas que não se comprometem, ou na verdade, desconhecem os princípios do evangelho de Cristo. Cristãos nominais geram igrejas nominais, com identidades líquidas, diluídas pelo mundanismo, distanciadas da Palavra de Deus. Diante de tal situação, cabe à Igreja evangélica brasileira perguntar-se, constantemente, pela sua identidade bíblica, para tanto, não pode esquecer de onde veio, onde se encontra e para onde está indo.
BIBLIOGRAFIA
BENTHO, E. C. Igreja: identidade e símbolos. Rio de Janeiro: CPAD, 2010.
MULHOLLAND, D. M. Teologia da igreja. São Paulo: Shedd, 2004.

LIÇÃO 09 – PRESERVANDO A IDENTIDADE DA IGREJA

INTRODUÇÃO 

Nessa lição estaremos abordando sobre a identidade da Igreja de Cristo, que ao longo da história vem sofrendo deturpações e corrupções de seu conceito original criado por Deus. Veremos o significado da palavra Igreja, o que não é igreja, o que é igreja, qual a identidade doutrinária, histórica e teológica de nossa Igreja, bem como refletiremos sobre a preservação da identidade, um desafio para os dias hodiernos.
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terça-feira, 23 de agosto de 2011

1º Encontro Pedagógico EBD AD Taquaritinga do Norte



A paz do Senhor!
Somos gratos a Deus por tudo que Ele nos proporcionou neste domingo, 21.08.2011, com a realização do 1º Encontro Pedagógico da Escola Bíblica Dominical da Assembléia de Deus, filial em Taquaritinga do Norte - Pe.
O evento aconteceu no 'CAIC' e teve início às 14hrs com o superintende da EBD, dc Natanael da Silva Queiroz, orando agradecendo a Deus por aquele trabalho de grande importância para o melhoramento do ensino em nossa EBD. Os professores e convidados estavam felizes, pois, o que eles estavam aprendendo seria de grande valia para seu aperfeiçoamento no ensino da palavra. O primeiro a falar foi o aux. Gilmar, graduado em matemática com especialização, mostrando a importância do professor e seu preparo antes da aula, onde, o tema abordado foi a Homilética. A segunda foi a irmã Elisângela, pós em psicopedagogia, tratando da importância do professor e seu preparo durante a aula, onde o tema abordado foi a linguagem verbal. O terceiro foi o aux. Renato, graduado em história com especialização, falando sobre a linguagem corporal. O quarto foi o superintendente, dc. Natanael, graduado em análise e desenvolvimento de sistemas, falando sobre o professor e sua vida de exemplo. A quinta, irmã Verônica, graduada em Administração e técnico em contabilidade, tratando da importância de planejar e ser criativo. O sexto, vice-superintendente, aux. Ronaldo, falou sobre o quanto é importante que o professor seja um crente integrado a igreja. O oitavo  aux. Joabe, falou sobre o professor ter cuidado com as doutrinas contrárias a palavra de Deus.Também o irmão Enoque, mestrando em saúde pública, falou da inclusão de um projeto na área de saúde, voltado para a terceira idade e materno-infantil dentro da EBD. O nosso pastor Severino Ronaldo de Sales, nos trouxe uma palavra sobre a importância daquele evento onde a igreja Assembléia de Deus juntamento com a EBD, estavam sendo beneficiadas e que em breve estariamos vendo os frutos daquele trabalho. Também esteve presente, os presbíteros, irmão Pereira e o irmão Berílio. Conosco estava também as irmãs Leila, cursando letras e Cláudia, graduada em pedagogia. Elas fazem parte, juntamente com or citados acima, do departamento de apoio pedagógico da EBD. Os que fazem a EBD, agradecem a Deus pela a oportunidade de oferecermos os nossos talentos em prol de sua obra e também agradecemos ao nosso pastor Severino Ronaldo de Sales, por nos dar total apoio para que o ensino da palavra de Deus dentro da EBD tenha um melhor aproveitamento. Não poderiamos também de deixar de agradecer a todos os professores e visitantes que estiveram ali, Deus os recompensará e os levantará para serem formadores de cidadãos dos céus.
Fotos do evento:

domingo, 21 de agosto de 2011

1º Encontro pedagógico




Ensinar é um tremendo desafio. Ensinar é um privilégio. Ensinar é responsabilidade da igreja local. Boas igrejas investem no treinamento de seus professores.
Pensando nisso, domingo, 21 de agosto de 2011, será um dia especial para a Igreja Assembléia de Deus em Taquaritinga do Norte - Pe. Acontecerá o 1º Encontro pedagógico da Escola Bíblica Dominical.
O evento acontecerá no 'CAIC' das 14 às 16 hrs. Neste encontro acontecerá a primeira capacitação para professores da EBD. O objetivo desta capacitação é o aperfeiçoamento dos professores para um melhor desempenho do ensino da palavra de Deus.
Ele atende a professores de crianças, adolescentes, jovens e adultos.
Nele estudaremos como o professor deve se preparar para está diante da classe como também a importância da linguagem verbal e corporal e sua vida de exemplo.

Agradecemos a Deus em primeiro lugar. Também agradecemos ao nosso pastor Ronaldo Sales pelo apoio que a Escola Bíblica Dominical está tendo para seu melhor desempenho. A nossa Igreja só tem a ganhar com investimento em educação e o nome do Senhor é glorificado.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Professor repelente X professor atraente

Sua postura antes, durante e depois da aula define a que grupo você pertence


A Educação Cristã é um departamento que enfrenta tempos difíceis. Isso porque educar tem se tornado a mais complicada tarefa para o ser humano. Com o passar dos anos, os nossos alunos vêm adquirindo comportamentos que deixam os educadores preocupados e até com muitas dificuldades para realizar sua função.

Hoje, ensinar adolescentes tem sido um desafio para grandes mestres e professores de vasta experiência na área. Mesmo assim, o resultado não tem sido satisfatório. O maior obstáculo enfrentado por todos os ensinadores é descobrir os anseios, desejos e problemas da adolescência, alcançando a mente e o pensamento desse grupo.

A indisciplina dos nossos alunos adolescentes tem deixado muitos professores sem vontade de ensinar, desestimulados e enfraquecidos na sua prática. Dizer que esses problemas não acontecem na nossa querida Escola Dominical seria negar uma verdade tão evidente. É certo que na área secular os problemas são maiores e mais complexos, mas precisamos estar alerta com relação às dificuldades já enfrentadas no ensino da Palavra de Deus, principalmente nas classes de crianças e adolescentes.

Neste artigo, gostaria de destacar, entre os diversos tipos de professores de adolescentes, os dois mais notados entre os docentes da Escola Dominical: O Professor Repelente, que tem uma prática reprovada e sem sucessos; e o Professor Atraente, que, por sua vez, é dinâmico tendo uma prática exemplar.

Para compreendermos melhor esse tema e refletirmos juntos, vamos estabelecer um paralelo entre os dois tipos de professores acima mencionados.

Professor repelente

Não gosta dos alunos
– o professor repelente não demonstra interesse em conhecer o seu aluno, não permitindo aproximação. Parece não apreciar as atitudes e maneiras de ser dos adolescentes. Não permite diálogo com a classe e mostra-se sempre distante deles, assumindo uma atitude crítica, não proporcionando a oportunidade de ajudá-los a ter desejo e gosto pelo aprendizado. Um professor com essas características não consegue cativar a classe e acaba imprimindo nos seus alunos muito desinteresse para as próximas aulas.

Vive desatualizado – ele é descomprometido com a atualidade. Não lê jornais, revistas ou livros atuais; não busca novas notícias e não proporciona oportunidade de discutir com os alunos sobre os acontecimentos de sua época.

Além disso, vive sem noção do tempo, espaço e informações. Agir assim é demonstrar-se incapaz de ensinar, é permanecer despreparado para desenvolver qualquer habilidade na área do ensino da Palavra de Deus. Afinal, ele não estuda a própria Bíblia.

Permite indisciplina – sua maneira de ser gera alunos indisciplinados, pois o próprio professor contribui para isso. Ele acaba transformando sua autoridade e domínio de conteúdo e classe em desorganização e desrespeito. A indisciplina deixa a aula sem objetivos e propósitos, reduzindo as chances de o aluno aprender e atrapalhando o processo ensino-aprendizagem. Quando tolera a indisciplina em sua aula, o professor incentiva o desrespeito e estraga o relacionamento professor/aluno, levando também à desorganização das etapas do planejamento e do desenvolvimento das atividades necessárias àquela aula.


Não planeja aulas – o professor que não se prepara para dar aula está desrespeitando seus alunos. E podemos considerá-lo sem vocação para tal ofício. Sem o preparo adequado da aula semanal, é impossível haver ensino e, consequentemente, aprendizagem e mudança de vida e comportamento, o que deveria ser o alvo de todo professor de ensino das Escrituras. Essa maneira de ser do docente deixa o adolescente sem vontade de voltar na próxima aula.

Não utiliza recursos didáticos – trabalhar com adolescentes exige obrigatoriamente o uso de recursos didáticos. Os jovens gostam de criatividade, surpresa, movimento e dinamismo. Já o professor repelente não sabe motivar sua classe de Escola Dominical, pois geralmente não apresenta nenhuma novidade. Ele não usa dinâmicas ou qualquer atrativo para mudar o estilo de sua monótona aula. Na maioria dos domingos, apenas lê a lição, tornando a aula muito cansativa. Um professor assim, sem estratégias e recursos, deixa seus alunos apáticos e dispersos durante a aula.

Professor atraente

Conhece e gosta dos alunos – os adolescentes apreciam uma boa conversa. A comunicação com colegas de sua idade é algo fundamental para torná-los preparados para participar e aprender. O professor atraente conhece seus alunos e chama-os pelos nomes. Sabe as necessidades deles e procura conversar e dar atenção a cada um, o que é imprescindível no processo ensino-aprendizagem.

Ele gosta dos alunos como eles são, com as dificuldades, jeito de falar, escrever ou se vestir; convive com as diferenças deles. Esse tipo de postura favorece o diálogo com a classe e possibilita conscientizá-los a mudar de atitudes. Gostar deles é fundamental para envolvê-los nas atividades da aula e obter sucesso pedagógico.

Planeja positivamente aulas
– planejar com prazer as aulas é garantia de que sabe o que vai ensinar. O professor atraente prepara as lições com amor, a fim de conseguir a participação de todos no desenvolvimento das atividades. Ninguém pode ensinar o que não sabe. Por isso a preparação do professor envolve estudo minucioso. Fazer com que todos aprendam deve ser seu permanente objetivo. Assim o professor, além de estudar, busca aperfeiçoar seu trabalho; procura estar sempre atualizado por meio de leituras e pesquisas; tem domínio do conteúdo; sabe ouvir as dúvidas, sugestões e críticas reconhecendo o que há de bom em seus alunos; e busca diversificar e estimular suas aulas, transformando teoria em prática e estabelecendo uma boa liderança como um professor competente. Tudo isso é fundamental para elaborar e desenvolver um planejamento adequado.

Procura surpreender e cativar os alunos – adolescentes gostam de novidades, surpresas e atividades diferentes que tragam algo novo e divertido. O professor atraente procura renovar seus métodos saindo da mesmice e da rotina, trazendo para aula uma nova dinâmica, uma pesquisa, um joguinho bíblico ou um simples objeto que tenha relação com a aula ou apenas um cartãozinho de boas vindas ou agradecimento pela presença naquele domingo. Dessa forma, os nossos adolescentes ficam ansiosos para voltar na próxima aula e participar das atividades com prazer e vontade de aprender. Assim, como todo bom educador, os professores de adolescentes da Escola Dominical precisam sempre surpreender e cativar seus alunos.

Utiliza recursos didáticos
– O professor atraente utiliza vários recursos que podem ir de uma simples conversa ao uso diversificado da tecnologia para ilustrar sua aula, como vídeos, CD, DVD, pesquisas na internet, livros, revistas, jornais, fotos, figuras, etc. São pequenas técnicas de um professor criativo que desenvolvem no aluno o gosto de aprender e têm um valor extraordinário no processo de ensino. Para que eles aprendam, o mais importante não é utilizar grandes e sofisticados recursos, mas desenvolver atitudes de comunicação. Esses detalhes, às vezes, interferem grandemente na participação da turma e no alcance dos objetivos da aula. Adolescentes gostam de ler, pesquisar, falar, escrever, responder, discutir e argumentar. Portanto, o professor precisa trabalhar as aptidões que eles já têm e abrir oportunidades para que desenvolvam outras habilidades necessárias à vida cristã. Ajudá-los a adquirir bons hábitos e boas atitudes nessa fase é fundamental para o crescimento espiritual e a aprendizagem da Palavra de Deus. Usando o equilíbrio entre planejamento flexível, criatividade e organização, o professor terá como adaptar cada situação, aceitando os imprevistos e gerenciando o inesperado, se por acaso surgir.

Avalia para ensinar melhor – O professor atraente leva os adolescentes a aprender percebendo o próprio desenvolvimento, um processo que pode ser feito pela avaliação coletiva e a autoavaliação. Professor e aluno juntos, numa parceria de respeito e mútua ajuda, obtêm melhores resultados na aprendizagem. Jamais poderemos melhorar o processo de ensino da Palavra de Deus na Escola Dominical se não descobrir em que aspecto estamos falhando mais. E isso é feito na autoavaliação do desempenho do educador: suas atitudes em classe, a maneira de falar, o relacionamento com os adolescentes, as atividades desenvolvidas e a avaliação no final de cada aula e trimestre. É aqui que o professor descobre que não é o “senhor sabe-tudo”, mas é aquele que, com esforços, busca conhecimentos, aprende e se prepara para ensinar. É criando estratégias diversificas de avaliação para vários momentos da aula que o professor consegue melhorar o ensino.

Querido professor, refletir sobre a atitude e o desempenho de sua função no magistério cristão só lhe trará o bem. Não é em vão que os nossos mais renomados mestres sempre estão lendo e nos sugerindo bons livros nesta área que podem aprimorar nossos conhecimentos e nos capacitar cada vez mais para esse ofício tão árduo. Em que perfil você se encaixa: Professor Repelente ou Professor Atraente? Você sabe que ensinar para adolescentes na Escola Dominical é uma tarefa que requer compromisso e responsabilidade.

É tempo de analisar o que você está fazendo e como está conduzindo para o Céu os adolescentes sob sua responsabilidade. Saber como está contribuindo para que eles se tornem jovens convictos da salvação em Cristo Jesus é tarefa altamente gratificante. A maior recompensa desse trabalho é descobrir no futuro que nossos alunos tornaram-se grandes homens e mulheres usados por Deus, com uma vida cristã equilibrada, verdadeiros cristãos e mestres na Palavra de Deus. Isso é muito compensador!

Dicas para se tornar um professor atraente

É necessário conhecer e amar os alunos, zelar por suas vidas espirituais, ajudá-los a louvar a Deus e adotar uma vida cristã equilibrada; 

É necessário fazer com que o aluno descubra verdades por meio do próprio testemunho; é preciso motivar o aluno a pensar, a aprender com gosto e a trabalhar com amor, entre outras.

fonte: http://ebd-viva.blogspot.com

As particularidades de se ensinar aos adolescentes

Três pontos fundamentais para se obter sucesso em sala de aula

O adolescente vive uma fase de muitos sentimentos e emoções, onde ele expressa suas forças e fragilidades, sua inteligência e irreflexões, bem como suas necessidades de aprender muitas coisas proveitosas para o presente e futuro de sua vida. É uma busca constante que conduz o pequeno jovem a querer encontrar respostas para seus questionamentos infindos sobre vários aspectos da vida. Nesse momento da vida, os conceitos, os conhecimentos e os propósitos que traçarão o seu futuro podem ser definidos.

Muitos adolescentes, considerados pelos pais ou parentes como já tendo maturidade suficiente para tocar a vida sem a companhia de “gente grande” por perto, são deixados sozinhos na maior parte do dia para cuidarem de suas próprias vidas e, às vezes, dos irmãos menores. É aí que está o perigo, pois empurrar os pequenos jovens, ainda em vários aspectos indefesos, para as piores práticas já vividas por alguns. Quando fogem do controle dos pais, eles podem seguir muitos caminhos errados e permitirem que suas vidas sejam influenciadas de várias formas.

Ensinar adolescentes é um grande desafio, seja no lar, na escola pública ou particular, sejam as disciplinas da vida ou do curso, ou ainda a Palavra de Deus através da Escola Dominical. E a complexidade do problema aumenta a cada ano que passa. São vários os fatores que concorrem para o aumento da problemática da educação de adolescentes. Alguns desses fatores são a ausência dos pais na vida estudantil de seus filhos, as más companhias, a influência de alguns meios de comunicação, o despreparo de grande parte dos pais e professores, e por último a falta de perspectiva de vida da maioria de nossos pequenos jovens. Mas, qual deve ser a nossa atitude, como Igreja do Senhor? O que temos feito para conquistar os nossos adolescentes? Como temos contribuído para atraí-los para os caminhos do Senhor? Esses são questionamentos comuns que surgem quando contemplamos atitudes e comportamentos de muitos jovens adolescentes.

Neste pequeno ensaio, consideraremos três pontos fundamentais para a análise e abordagem do presente tema.


Conhecer o adolescente


As primeiras e as maiores crises enfrentadas pelos adolescentes começam no próprio lar com os pais, já que, infelizmente, eles não estão preparados para lidar com as mudanças pelas quais os filhos sofrem. Os pais têm dificuldades para tratar da adolescência, quando os filhos não agem como crianças, como eles estavam acostumados; nem têm atitudes de adultos, porque ainda não têm essa percepção. Portanto, a vida em família tem sua pior fase quando os filhos entram na adolescência, principalmente quando não existe Deus nos corações para controlar essa situação. É inevitável surgir os desentendimentos, discussões, brigas, e a vida se torna um tanto desagradável pela falta do conhecimento dos pais em lidar com seus filhos nessa nova fase de suas vidas.

Para nós, educadores, que prezamos pelas leis do ensino e abraçamos a responsabilidade de alcançar os nossos alunos com uma aprendizagem de qualidade, a todo instante descobrimos a importância que tem o conhecimento desse ser humano que cresce e aprende. Como ele vive? Quais as suas perspectivas e propósitos para o futuro? Quais são seus anseios? Quais suas reais necessidades? E, finalmente, quais suas carências afetivas? São perguntas que precisam ser respondidas por quem tem a responsabilidade de ensinar e educar adolescentes.

Necessário se faz estudar a vida do adolescente, as situações comuns vividas nesse momento de sua vida, pois o conhecimento dos problemas enfrentados pelos nossos pequenos e novos jovens é fundamental para todos os educadores que desejam sucesso nesse aspecto da profissão. Educar adolescentes é diferente, exige estudo e preparação; do contrário, não seremos capazes de enfrentar com sucesso nenhum dos obstáculos que encontraremos pela frente.

Consideramos a adolescência a faixa etária mais complexa de lidar, conviver e ensinar. Por outro lado, os nossos queridos jovenzinhos estão vivendo os anos mais fáceis de absorver os conhecimentos de que dependerão por toda a vida. Aqui está a preciosidade de buscar conhecê-los e alcançá-los com o que há de melhor: os ensinamentos da Palavra de Deus.

Não podemos deixar escapar de nossas mãos uma oportunidade tão boa de ajudar os adolescentes a descobrirem as Verdades Sagradas. Conhecendo como vive e como se comporta o adolescente, facilitará, então, o desenvolvimento do nosso trabalho.

Para termos mais sucesso nesse ponto, podemos buscar ajuda dos familiares dos adolescentes, na tentativa de conscientizá-los de como é importante para a educação deles, nesse momento crucial de suas vidas, a parcela de contribuição de cada membro da família, especialmente o envolvimento dos pais. Assim, o adolescente se sentirá valorizado e os pais, recompensados pela resposta que receberão de seus pequenos jovens.


Aproveitar o seu potencial

Por estarem em processo de formação, especialmente no desenvolvimento mental, os nossos queridos adolescentes aprendem com muita facilidade. Aproveitar sua potencial capacidade de absorver e apreender os conhecimentos que lhe farão crescer tanto na graça como no conhecimento de Deus e das coisas boas que estão ao seu redor é papel fundamental, primeiramente dos pais e também dos educadores cristãos.

A adolescência é a fase onde acontecem as maiores mudanças da vida. Os questionamentos naturais da idade levam os adolescentes ao estudo, a pesquisa e a busca por respostas às suas muitas indagações. Eles gostam de participar de qualquer atividade que seja interessante; não gostam de estar parados, querem ler, falar, escrever, se movimentar. O certo é que eles sempre estão procurando o que fazer.

Precisamos aproveitar toda essa energia e talento desse ser humano em pleno desenvolvimento. Todo esforço em buscar desenvolver temas apropriados é válido e proveitoso. Adolescentes gostam de discutir e, consequentemente, aprender assuntos que dizem respeito às práticas de suas vidas, como relacionamentos, adolescência, namoro, saúde, profissões, amor, casamento, família, vida, morte etc. E quando levamos esses temas para discussões em sala de aula, nos sentimos gratificados com o resultado obtido, pois geralmente eles se empenham na exposição de suas ideias com muita competência. Não há coisa melhor do que vê-los aprender da forma como eles mais gostam!

O educador dessa faixa etária deve estar preparado para ensinar de forma produtiva, e jamais deverá deixar de estudar e pesquisar esses aspectos tão importantes para o desenvolvimento do seu árduo ofício. Aproveitar o potencial de absorção do conhecimento existente em nosso adolescente é cooperar com o desenvolvimento de toda sua vida.


Encontrar estratégias adequadas

O processo ensino-aprendizagem acontece quando conseguimos atingir a atenção e o interesse de alguém. E com os adolescentes não é diferente. Como ensiná-los a Palavra de Deus, em dias tão difíceis? É necessário descobrir estratégias adequadas para aplicá-las no momento certo. Precisamos adaptar e usar dinâmicas que envolvam a participação dos nossos jovens, conscientizando-lhes da necessidade de Deus na vida, de como dependem do Senhor para viver em paz em um mundo tão corrompido. Levar o adolescente à leitura bíblica, à pesquisa e ao estudo da Palavra são pontos fundamentais para que possam tomar gosto pelas Verdades Sagradas.

Em meio a tanta violência e ao envolvimento exagerado com equipamentos eletrônicos nessa era da comunicação rápida e fácil é que o adolescente vive, e se fascina com as facilidades e descobertas. O que podermos fazer como igreja ou como educadores que desejam investir esforços para envolvê-lo com as coisas espirituais? Todo esforço, seja da família, da igreja ou particular de nós, educadores cristãos, será válido para aproximar nosso adolescente de Deus.

Junto com toda a criatividade que devemos ter para ensinar essa turminha distraída com tantas coisas do mundo ao seu redor, que tentam desvirtuá-los dos caminhos do Senhor, precisamos como líderes bem preparados ter uma vida espiritual equilibrada com oração e testemunho, porque tais coisas certamente os nossos queridos adolescentes sempre buscarão em nós. Seguir o exemplo de um bom líder espiritual também é vontade deles.

Apresentando-lhes atividades interessantes, levando-os à discussão de temas com lições que podem ser aproveitadas para a prática do dia-a-dia de suas vidas cristãs, é possível alcançar muitos dos nossos jovens adolescentes com os ensinamentos da Palavra de Deus e fazê-los jovens de bom testemunho.

Nunca devemos dar como castigo aos adolescentes a leitura bíblica. Nada obrigado vai trazer-lhes algum ensinamento, mas só poderá causarlhes aborrecimento e desinteresse. Cada atividade proposta ao grupo deve ser apresentada inicialmente com um propósito. Os porquês, os benefícios, como e quando vai ser útil à vida do adolescente são questões cruciais a serem pensadas por cada pai e educador cristão. Precisamos saber o momento certo de utilizarmos os recursos didáticos apropriados para o ensinamento que queremos transmitir naquela aula, palestra ou situação de aprendizagem.

Nós, como educadores de adolescentes, devemos ser líderes determinados, corajosos, constantes estudiosos; devemos estar preparados para todas as situações adversas de nossa missão e buscar nos capacitarmos, lendo bons livros da área e também participando de cursos, palestras, congressos e seminários que possam contribuir de alguma forma para o nosso bom desempenho.

A verdade é que se não conseguirmos alcançar os nossos adolescentes e ganhá-los para o Senhor, o mundo os ganhará de nós, coisa que jamais devemos permitir tanto como educadores quanto como líderes e pais.

Verdadeiro desafio se nos apresenta: a educação de adolescentes nos moldes estabelecidos pela Palavra de Deus. No entanto, conhecendo melhor essa fase da vida, procurando aproveitar os potenciais conhecimentos de nossos adolescentes e formulando estratégias através das quais possamos alcançar as mentes e os corações de nossos pequenos jovens, estaremos no rumo certo da saudável educação de nossos alunos. Em nome de Jesus, ganharemos essa batalha! Ela é e será sempre nossa porque o Senhor está conosco! Amém!

Alderí Ribeiro de Moura Cruz é professora de Língua Portuguesa, coordenadora pedagógica de ensino na rede pública e é coordenadora do Departamento de Educação Cristã da Assembleia de Deus em Rio Branco (AC)

 Revista Ensinador Cristão - Ano 11 - Edição nº 43

EUA: 60% dos jovens não continuam na igreja depois do período escolar


Pesquisa mostra que o desenvolvimento da identidade cristã é fundamental para a criação de uma fé fortalecida


O que inicialmente começou como projetos de investigação sobre o êxodo dos jovens das igrejas depois do ensino médio e da faculdade se transformou em um movimento para ajudar a nova geração a prosperar em sua fé.

Aproximadamente apenas 40% dos jovens continuam na igreja depois da formatura, o que significa que 60% se desviam nesse período. Apenas 16% dos calouros da faculdade se sentem bem preparados pelos ministérios de jovens de suas igrejas para continuarem na igreja depois do período escolar.

O Instituto Juventude Completa, nos Estados Unidos, intitulou a ação de "Movimento Fé Fortalecida". O objetivo é ajudar os adolescentes a desenvolver e a não abandonar a fé.

Com muitos estudantes deixando sua fé durante a faculdade, o Instituto Juventude Completa abordou o sério assunto da pesquisa e começa a desenvolver um sistema operacional e recursos voltados aos grupos de jovens do ensino médio nos Estados Unidos.

O Instituto lançou a versão piloto de um novo currículo para fortalecimento da fé entre os jovens, com o objetivo de obter um feedback de pastores antes de liberar a versão revisada e completa no próximo ano.

O propósito da iniciativa é ajudar os alunos a desenvolver uma fé que faça parte dos seus pensamentos e emoções interiores, e pois isso também exteriorizada nas escolhas e ações.

Esses comportamentos incluem a frequência regular à igreja, leitura da bíblia, oração e o afastamento de comportamentos de risco, como o consumo de álcool.

Pesquisa realizada pelo Instituto revelou que os jovens não estão abandonando a sua fé por causa de um ambiente universitário hostil - como professores universitários e seus colegas que confundem suas crenças. O interesse na espiritualidade também não foi encontrado como uma ameaça à fé cristã.

Na verdade, de acordo com o professor associado de Sociologia na Faculdade de New Jersey, Tim Clydesdale, “o que muitos estudantes universitários estão fazendo, no entanto, é armazenar as suas crenças e práticas religiosas em um cofre de identidade”, explicou.

O Instituto mostra que o desenvolvimento da identidade cristã é fundamental para a criação de fé inabalável. Identidade, o instituto diz, é uma mistura daquilo que pensamos sobre nós mesmos e que os outros pensam e retratam de nós, o que inevitavelmente influencia, se não determina, as escolhas que fazemos e a forma como nos relacionamos com Deus e com os outros.

O novo currículo de ensinamento cristão do Instituto para os jovens oferece exercícios para os alunos pensarem sobre sua fé e a sua identidade e onde querem estar, particularmente na sua relação com Deus, daqui a um ano. Ele também aborda o problema de muitos estudantes universitários continuarem em uma igreja após a formatura.

O novo projeto foi criado após o Instituto lançar o Transition College Project, um conjunto de iniciativas que orientou mais de 400 grupos de jovens formados nos Estados Unidos durante a sua transição para a faculdade.

O objetivo do projeto foi compreender melhor a dinâmica da vida a partir da juventude, e identificar atitudes que os pais, líderes de jovens, igrejas e os próprios alunos poderiam seguir para a trajetória ao longo da vida de fé e de serviço a Deus.

Fonte: Christian Post

POR QUE VOCÊ VAI À ESCOLA DOMINICAL

POR QUE VOCÊ VAI À ESCOLA DOMINICAL


Se esta simples pergunta fosse feita por pastores, superintendentes ou professores de ED aos ex-alunos ou alunos em potencial, muita coisa boa poderia acontecer.

Mas, por qual razão tal pergunta não é feita? Vejamos algumas possibilidades:

- Medo de ouvir o que já se sabe;
- Acham que é obrigação de todo crente frequentar a ED, independente da qualidade do ensino e de outros fatores que contribuem de maneira favorável para o crescimento integral do aluno;
- Pessimismo. Pensam que mesmo com as respostas as coisas não poderiam ser mudadas na ED devido ao descaso da liderança maior (pastores ou superintendentes) para com a mesma;
- Falta de real interesse pelo bem estar dos alunos;
- Falta de compromisso e de zelo pela obra de Deus;
- Falta de treinamento, orientação e qualificação administrativa e pedagógica;
- Falta de uma verdadeira "chamada" de Deus para o ministério do ensino;
- Resistência às mudanças;
- Nunca pensou nisso;
- Espiritualidade equivocada. Acha que os problemas e as soluções serão sempre "reveladas" por Deus através de profecias, visões, do envio de um anjo ou coisas semelhantes a estas;

A capacidade de ouvir é uma das grandes virtudes de um líder.

Outros fatores poderiam ser listados, mas vamos ficar por aqui.

Digo sem medo de errar, que no contexto geral da igreja, há um número no mínimo igual ao de alunos matriculados na ED, que pelas mais diversas razões estão fora dela.

Em nome da "Síndrome da Gabriela" (eu nasci assim, eu cresci assim, eu sou mesmo assim, vou ser sempre assim...) ou do "argumento falacioso (ou equivocado) dos marcos antigos", muitas Escolas Bíblicas Dominicais caminham de mal a pior.

Do alto de sua arrogância (ou ignorância), muitos líderes insistem na idéia de que o aluno sempre tem que se adequar a ED (horário, dia, estrutura, etc), e nunca a ED se adequa ao alunos e às novas realidades e desafios do mundo pós-moderno.

Mudar o próprio dia da ED, ou criar dias alternativos além do domingo é para muitos um "sacrilégio", uma "blasfêmia", um "pecado", mas nunca tentam fazer pelo menos como uma experiência, para ver se haverá um resultado satisfatório.

Inovar na prática docente e pedagógica é outro grande desafio. Boa parte dos alunos, principalmente as crianças, adolescentes e jovens, passam a semana experienciando aulas interessantes e inovadoras em suas escolas, para no domingo sofrerem diante de um professor despreparado, fossilizado e mumificado, que parou no tempo e no espaço. De quem é a culpa? Do professor que não busca a qualificação, ou da escola que não investe nele?

Sim, é preciso orar e buscar em Deus a direção, a sabedoria e a provisão. Mas, será que é sempre Deus que fará as coisas por nós? Não estamos um pouco (ou muito) acomodados?

Ouse perguntar!

Ouse ouvir!

Ouse agir!
 
Fonte: www.altairgermano.com

LIÇÃO 08 – IGREJA - AGENTE TRANSFORMADOR DA SOCIEDADE

Texto Áureo: Mc. 2.17 – Leitura Bíblica: Mc. 12.13-17; At. 2.37-41

Objetivo: Mostrar aos alunos que a igreja, seguindo a ordenança de Jesus, tem a missão de transformar a sociedade na qual está inserida.
INTRODUÇÃO
A sociedade, em virtude da sua condição de pecado, se apresenta como um desafio para a igreja cristã. Formos chamados por Jesus não para sair do mundo (Jo. 17.15), mas para fazer a diferença nessa sociedade corrompida, como sal da terra e luz do mundo (Mt. 5.13,14), nas palavras de Paulo, como luzeiros no mundo (Fp. 2.15).
Na aula de hoje estudaremos a respeito do papel transformador da igreja da sociedade na qual está inserida. A princípio, definiremos sociedade enquanto objeto de estudo da sociologia. Em seguida, caracterizaremos a sociedade moderna e seus desafios para a igreja. Ao final, apresentaremos encaminhamentos para que a igreja faça a diferença na transformação da sociedade moderna.
1. SOCIOLOGIA E SOCIEDADE
A sociologia é a ciência que estuda a sociedade, sua origem remete ao humanismo e ao ceticismo do século XIX. A industrialização exigiu dos pensadores uma melhor compreensão da sociedade. Marx Weber (1864-1920) explorou, por exemplo, como a burocracia influenciava a nação-estado. Um dos pensadores que mais influenciou nessa área certamente foi Karl Marx (1818-1883). Marx defendia que a história humana é constituída pela luta de classes entre trabalhadores e seus empregadores na forma de se conduzir uma economia. A religião, no contexto vivenciado por Marx, fez com que ele a denominasse de “ópio do povo”. Augusto Comte (1798-1857) determinou o final da fase teológica e militar e propôs a existência do paradigma científico, denominado por ele de positivista. Durkheim (1858-1917) propôs um posicionamento moral da sociologia, distinto dos parâmetros religiosos, em virtude do seu descrédito. Recentemente, os estudos sociológicos de Zygmunt Bauman (1925-) apontam para a existência de uma modernidade líquida, que marca os relacionamentos na sociedade atual. A modernidade líquida se caracteriza pelas descartabilidade dos relacionamentos, caracterizados pela inconstância e instabilidade. A sociologia, enquanto ciência, apresenta formas distintas de perceber a sociedade. Em linhas gerais essa pretende descrever crenças e costumes de determinadas comunidades e como essas influenciam as práticas sociais. Algumas percepções sociológicas não necessariamente são anticristãs, elas, quando avaliadas à luz das Escrituras, podem contribuir para a explicação de determinados fenômenos sociais.
2. A IGREJA NA SOCIEDADE MODERNA
A partir das contribuições dos estudos sociológicos anteriormente mencionados, destacamos que a sociedade moderna é marcada pela industrialização tecnológica, diferenças socioeconômicas, cientificização, e por isso, se apresenta menos voltada à religiosidade e mais propensa ao ateísmo. As mudanças pelas quais a sociedade passou, em decorrência do positivismo, favoreceram a expansão do conhecimento, mas não diminui, na mesma proporção a pobreza e a miséria. Mesmo com a invenção de artefatos tecnológicos de comunicação, como a tv, a internet, e o telefone, as pessoas não conseguem dialogar em prol da paz. O desafio da igreja, por conseguinte, é o de responder às necessidades da sociedade com base nos princípios revelados na Palavra de Deus. Existem igrejas que deixaram de ser relevantes na sociedade, elas não conseguem mais salgar e muito menos iluminar a sociedade. Tais igrejas foram totalmente cooptadas pelo pensamento humano. Algumas delas pensam que estão testemunhando de Cristo, mas, na verdade, estão reproduzindo valores terrenos. Outras igrejas, por não serem capazes de refletir a luz de Cristo, estimulam um estilo de vida de isolamento, alienados das mudanças sociais. Essa alienação se concretiza em práticas que não se coadunam com os princípios cristãos, dentre eles destacamos: prosperidade material, consumismo exacerbado, desrespeito ao meio ambiente e naturalização da miséria. Jesus nos deixou o exemplo de como viver em sociedade. No Seu tempo, não se comprometeu com as agendas dos grupos vigentes: saduceus, fariseus, essênios e zelotres. Os saduceus estavam ligados ao partido político de Herodes, e dele tiravam proveito para se perpetuarem no poder. Os fariseus consideravam-se o exemplo maior de moralidade, não se misturavam com os pecadores. Os essênios fugiam para o deserto, a fim de não se contaminarem com as práticas mundanas. Os zelotes apregoavam e se envolviam na revolução armada, a fim de desbancar o governo romano. Jesus não se afinou com nenhum desses modelos de interpretação da sociedade, não se agregou a quaisquer desses grupos, antes fez opção pelos pecadores. Ele repreendeu a ambição pelo poder dos saduceus, reprovou o legalismo e a hipocrisia dos fariseus, viveu diferentemente do que apregoavam os essênios, e se opôs a revolução armada dos zelotes. Jesus, como exemplo para a igreja, pôs-se ao lado dos oprimidos e pecadores. Em resposta às críticas dos fariseus, respondeu: “Os são não necessitam de médico, mas sim os que estão doentes; eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores” (Mc. 2.17).
3. A IGREJA E A TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE
A igreja é uma agência de transformação da sociedade, mas essa não pode ocorrer de forma impositiva, é resultante de uma revolução amorosa. Existem muitos cristãos que querem transformar a sociedade por meio da força, essa estratégia, no entanto, resulta apenas em oposição contrária. Se quisermos ganhar essa sociedade para Cristo precisamos, primeiramente, compreendê-la, e, então, responder aos seus anseios com base na revelação bíblica, e, sobretudo, com amor. Em resposta à coisificação do ser humano, resultante da industrialização e tecnologização, que ver a pessoa apenas como mero objeto, o cristianismo precisa resgatar a dignidade da pessoa humana, independentemente da idade, seja no ventre da mãe ou nos últimos dias de vida. Para isso, deve assumir uma posição pró-vida, contra o aborto e a eutanásia. Em resposta a uma sociedade cientificizada, pautadada pelo ateísmo, precisamos mostrar, pela Palavra e pela própria ciência, que Deus é uma realidade e que dEle necessitamos, e também de obedecermos a Sua vontade, para o bem da própria sociedade. Em resposta à gritante desigualdade social, precisamos nos voltar para uma atuação política, não apenas assistencialista, a fim de melhorar a condição social imediata das pessoas, mas também, na transformação de estruturas sociais injustas, que se fundamentam no acúmulo irresponsável de bens e na expansão da miséria. O envolvimento político da igreja é legítimo, mas de nada adianta se for apenas para satisfazer os interesses de alguns poucos, que se beneficiam em detrimento da maioria que padece. Em resposta à modernidade líquida, a igreja precisa dar o exemplo, favorecendo a consolidação de relacionamentos estáveis, não só no casamento, mas também na esfera das relações eclesiásticas. Há igrejas em que as pessoas não se conhecem, apenas se aglomeram semanalmente. Os membros somente se encontram nas redes sociais de computadores, mas não se envolvem, não partilham as necessidades.
CONCLUSÃO
A igreja é, ou pelo menos deveria ser, agência transformadora da sociedade. Para tanto, faz-se necessário que essa seja relevante, que assuma sua condição profética. Uma igreja que anda de braços dados com o pecado não poderá denunciá-lo, que ama mais o dinheiro do que pessoas, não poderá propagar um estilo de vida simples, que investe em relacionamentos descartáveis, não poderá favorecer a formação de vínculos sólidos. A igreja do Senhor Jesus é, e sempre será, “coluna e firmeza da verdade” (I Tm. 3.15), age como Corpo de Cristo (Ef. 1.22,23; 5.23) e completa, na terra, a obra que o Seu Senhor já iniciou (Fp. 1.29; Cl. 1.24).
BIBLIOGRAFIA
LIMA, P. C. Teologia da ação política e social da igreja. Rio de Janeiro: Renascer, 2005.
LYON, D. O cristão e a sociologia. São Paulo: Abu, 1996.
Pb. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD

LIÇÃO 08 – IGREJA - AGENTE TRANSFORMADOR DA SOCIEDADE

 Introdução


Transformar a sociedade por meio do Evangelho é a função da Igreja como agência do Reino de Deus. E nesse particular, ela tem desenvolvido bem sua missão na recuperação de pessoas que viviam nas drogas, delinquência, idolatria, etc, e que agora foram ressocializadas, tornando-se cidadãos de bem. O que é uma sociedade? um projeto original de Deus para ela? A Igreja deve assumir a função do estado? Como ela deve se relacionar com a sociedade e transformá-la? Essas são perguntas que estarão sendo respondidas nesta lição.