sábado, 22 de março de 2014

LIÇÃO 12 – A CONSAGRAÇÃO DOS SACERDOTES



(Êx 29.1-12)
INTRODUÇÃO
No capítulo 29 do livro do Êxodo, Moisés registra a cerimônia de consagração de Arão e seus filhos para exercerem o ministério sacerdotal em Israel. Veremos nesta lição a definição do termo consagração, como ocorria esta cerimônia e a superioridade do sacerdócio de Cristo.
I – DEFINIÇÃO DE CONSAGRAÇÃO
A palavra consagrar vem do latim “consecrare”, formada por “com”, que significa “inteiramente” e “sacer”, que quer dizer “santo”. Portanto, consagrar significa “santificar inteiramente”. Os termos hebraicos usados no AT são qõdesh, que pode ser traduzido por “consagração”,“santidade” e incluem as ideias de “separação de algum uso comum ou profano” e de “separação para o serviço divino”. Pessoas e objetos eram separados para serviço divino, ou seja, eram consagradas (Êx 29.35; 28.41; Lv 7.37; 21.10; Nm 3.3; 7.11; Js 6.19). Nessa separação há uma aceitação das coisas ou pessoas em suas funções. Assim, Arão e seus filhos usavam vestes especiais em suas funções sacerdotais, como sinal de sua aceitação e consagração (Êx 29.29,33,35). Animais também eram consagrados, conforme vemos em (Êx 29.22,31,34). Como crentes, somos convidados a consagrar as nossas vidas a Cristo espiritual (Rm 12.1,2).
II – A CERIMÔNIA DE CONSAGRAÇÃO SACERDOTAL
Três coisas importantes ocorriam nesta consagração: sacrifícios de animais, lavagem e unção dos sacerdotes, como veremos a seguir:
2.1 Os animais que deveriam ser sacrificados (Êx 29.1). Três animais eram sacrificados durante a cerimônia de consagração: um novilho e dois carneiros, sem mácula:
 O novilho. Arão e seus filhos deveriam colocar as mãos sobre a cabeça do novilho e depois ele seria degolado à porta da tenda, como oferta pelo pecado (Êx 29.10-14 Lv 8.14-17). Esse sacrifício purificava o sacerdote no caso de haver cometido algum pecado involuntário que poderia desqualificá-lo para representar o povo diante de Deus (Lv 4.3-12). Esta oferta já apontava para o sacrifício de Cristo (Is 53.5; Jo 1.29; Gl 3.13; Hb 13.11-13). A imposição de mãos apontava para a transferência dos pecados do sacerdote para o novilho (Lv 4.4,15,24,29,33; 16.21,22).

 O primeiro carneiro. Esta oferta simbolizava consagração total ao Senhor, e não um sacrifício pelo pecado (Êx 29.15-18; Lv 8.18-21). Arão e seus filhos deveriam impor as mãos sobre a cabeça do carneiro, não para transferência de pecado, pois já foi realizada na ocasião da morte do novilho (Êx 29.10-14), e sim, para oferecerem a si mesmo, como oferta agradável ao Senhor (Lv 8.21). Depois que o animal era degolado, seu sangue era espalhado sobre o altar, então ele deveria ser partido e suas entranhas e suas pernas deveriam ser lavadas (Êx 29.16,17; Lv 8.21). Esta lavagem apontava para a pureza daquele que estava sendo representado, ou seja, Arão e seus filhos.

 O segundo carneiro. Era chamado de “carneiro da consagração” (Êx 29.22; Lv 8.22). Neste sacrifício, também havia imposição de mãos sobre o carneiro (Êx 29.19). Depois que o carneiro era degolado, o sangue era colocado: (1) sobre a ponta da orelha direita de Arão e seus filhos, simbolizando que o sacerdote era alguém que deveria estar preparado para ouvir tudo que o Senhor ordenasse, afim de cumprir suas ordens; (2)sobre o dedo polegar da mão direita. Tendo em vista que as mãos são instrumentos de ação, simbolizava que o sacerdote deveria estar pronto a realizar tudo que Deus lhe ordenasse; e, (3) sobre o dedo polegar do pé direito, mostrando que o sacerdote deveria andar pelos caminhos que o Senhor lhe ordenasse. O resto do sangue era espalhado sobre o altar (Êx 29.19-23).

2.2 Os sacerdotes deveriam ser lavados com água (Êx 29.4). Esta lavagem cerimonial dos sacerdotes com água simbolizava a pureza que devia caracterizar o serviço sacerdotal, bem como a Palavra de Deus, como fonte de purificação (Sl 119.9,11; Jo 13.10; 17.17). Como Deus é santo (Lv 11.44,45; 19.2; 20.7; Is 48.17; I Pe 1.16) os sacerdotes deveriam estar limpos tanto no ato da consagração como no exercício do seu ofício (Êx 30.19-21). Caso contrário, eles estariam impuros para cumprir suas obrigações diante do Senhor. Semelhantemente, todos nós, como reino sacerdotal e nação santa (I Pe 2.9), necessitamos estar limpos, para nos achegar a Deus (Jo 15.3; II Co 7.1; Ef 5.26). O escritor aos hebreus diz: “Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa” (Hb 10.22).

2.3 Os sacerdotes deveriam ser ungidos (Êx 29.7). No AT, reis e sacerdotes recebiam a unção com óleo antes de exercerem suas respectivas funções (Êx 28.41; Lv 8.12; Nm 35.25; I Sm 10.1; 12.3,5; II Sm 1.14,16; I Rs 1.39,46; 19.16). A unção de um sacerdote lhe conferia um ofício vitalício (Lv 7.3; 4.3; 8.12-30; 10.7). Além dos sacerdotes, o tabernáculo e seus utensílios também foram ungidos (Êx 30.26-29; 40.9; Lv 8.10). O azeite simboliza o Espírito Santo; pois, ninguém pode realizar um serviço espiritual sem a unção do Espírito. O próprio Jesus foi ungido pelo Espírito (Is 60.1-3; Lc 4.18,19; Hb 1.9). Em sua totalidade, a cerimônia de consagração dos sacerdotes durava sete dias (Êx 29.35-37).
III – O SACERDÓCIO DE CRISTO
Existe notável diferença entre o sacerdócio da Antiga Aliança e o sacerdócio de Cristo. Isto por que, no Antigo Pacto, o sumo sacerdote era imperfeito e oferecia sacrifício pelos seus próprios pecados. Mas, quanto ao sacerdócio de Cristo, o escritor aos Hebreus diz: “Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus; Que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo-se a si mesmo” (Hb 7.26,27).
3.1 Base Bíblica do Sacerdócio de Cristo. O Senhor Jesus Cristo é o ministro de Deus para nós. Ele é o nosso sacerdote para sempre. O salmista disse: “Jurou o Senhor, e não se arrependerá: tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” (Sl 110.4; Hb 5.6).
3.2 APerfeição do Sacerdócio de Cristo. Os sacerdotes do Antigo Pacto intercediam pelos homens a Deus, mas não podiam salvá-los. Jesus, porém, nosso sumo Sacerdote, não só vive para interceder por nós (Hb 7.25) como nos assegurou uma perfeita salvação (Jo 5.24; Rm 8.34).
3.3 ASuperioridade do Sacerdócio de Cristo. O sacerdócio de Cristo nos proporciona uma superior esperança, e constitui o fundamento de toda a certeza que temos quanto a salvação e a vida eterna. Vejamos porque ele é superior:
3.3.1 O Sacerdócio de Cristo é Eterno. Por ser sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque (Hb 7.21), antecedeu, em centenas de anos, ao de Arão (Êx 28.1-11); e é, portanto, autor da salvação eterna. “E, sendo ele consumado, veio a ser a causa da eterna salvação para todos os que lhe obedecem” (Hb 5.9).
3.3.2 O Sacerdócio de Cristo está baseado em uma Superior Aliança. As Escrituras deixam bem claro que a Antiga Aliança era apenas sombra dos bens futuros (Hb 10.1), demonstrando assim a superioridade da Nova Aliança. O escritor aos Hebreus diz: “De tanto melhor aliança Jesus foi feito fiador” (Hb 7.22).
3.3.3 O Sacerdócio de Cristo é detentor de Superiores Promessas. Sem dúvidas, o sacerdócio de Cristo nos proporcionou gloriosas promessas, tais como: ser templo do Espírito Santo (Jo 14.17,23); do Batismo com o Espírito Santo (Lc 24.49; At 2.38,39); a adoção de filhos (Jo 1.12; II Co 6.18; I Jo 3.1,2). “Mas agora alcançou ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de uma melhor aliança que está confirmada em melhores promessas” (Hb 8.6).
3.3.4 O Sacerdócio de Cristo inspira Superior Esperança. Diferente dos sacrifícios do Antigo Pacto, que apenas cobriam temporariamente o pecado, mas não transformava o pecador; o sacrifício de Cristo aperfeiçoou para sempre os que são santificados; realizando o que a Lei não podia fazer: santificar os pecadores. “Pois a lei nenhuma coisa aperfeiçoou e desta sorte é introduzida uma melhor esperança, pela qual chegamos a Deus” (Hb 7.19).
3.3.5 O Sacerdócio de Cristo oferece Sacrifício Superior. Enquanto que, no Antigo Pacto os sacrifícios eram de animais, no Novo Pacto, Cristo ofereceu-se a si mesmo. Como nosso Sumo Sacerdote, Ele penetrou no céu (Hb 9.11,12), onde apresenta ao Pai a eficácia expiatória do seu sangue, e intercede por nós. “De sorte que era bem necessário que as figuras das coisas que estão no céu assim se purificassem; mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios melhores do que estes... Porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados” (Hb 9.23; 10.4).
CONCLUSÃO
No Antigo Pacto, Arão e seus filhos foram lavados e ungidos para exercerem o ministério sacerdotal. Além disso, três animais eram sacrificados, representando a expiação, oferta e consagração. Na Nova Aliança, esta cerimônia torna-se desnecessária, tendo em vista que Jesus Cristo é o nosso Sumo Sacerdote, perfeito, eterno e superior aos sacerdotes do Antigo Testamento.
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REFERÊNCIAS
 ADEYMO, Tokunboh. Comentário Bíblico Africano. MUNDO CRISTÃO.
 CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
 _______________ . O Antigo Testamento Interpretado Versículo por Versículo. HAGNOS.
 STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pente

Fonte: PortalEBD

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