sábado, 9 de maio de 2015

LIÇÃO 06 – MULHERES QUE AJUDARAM JESUS

  Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
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 2º TRIMESTRE 2015
(Lc 8.1-3)

INTRODUÇÃO
            Como vimos na primeira lição, uma das características especiais do evangelho segundo Lucas é colocar em evidência, o valor das pessoas, que na ótica da sociedade judaica do primeiro século, não tinham. O registro lucano destaca de forma muito especial à presença ativa das mulheres no ministério público de Jesus Cristo, bem como, o tratamento que estas receberam do Mestre. Nesta lição, veremos a definição de alguns conceitos, descreveremos uma breve narrativa de como viviam as mulheres em sociedade nos dias de Jesus; pontuaremos o olhar inusitado que Cristo deu a estas mulheres, e, por fim, exemplificaremos a participação de algumas mulheres que ajudaram e ainda ajudam a Obra de Cristo.

I – DEFINIÇÕES DE ALGUNS CONCEITOS
            O verbo “ajudar”, do latim “adjutare” significa obviamente dar ajuda a; ou seja, prestar um favor a alguém (FERREIRA, 2004, p. 80 – grifo e acréscimo nosso).  Logo, podemos afirmar que prestar um favor é fazer um serviço a outrem. O substantivo “serviço” do hebraico “abodah” e do grego “diakonia” significa exatamente isto, “serviço”, isto é, a prestação de um “trabalho” quer seja de ordem secular, religioso ou espiritual (CHAMPLIN, 2004, p. 176 – acréscimo nosso).

1.1. A composição do grupo de  discípulos de Cristo (Lc 6.17; 8.1-3). O grupo de discípulos de Jesus tinha em sua composição geral, homens e mulheres, algo jamais visto na sociedade judaica. Na maioria dos casos, quando o substantivo "discipulo"  é empregado no texto sagrado, o texto está fazendo referência ao grupo de seguidores de Jesus sem especificação de gênero no grupo, aludindo tanto a homens quanto a mulheres. Contudo, quando o texto sagrado quer fazer menção ao grupo seleto dos apóstolos, o substantivo "mulher" é destacado no texto como vemos em Lc 8.1-3. (GONÇALVES, 2015, pp. 75,76 – acréscimo nosso).

1.2. Mulheres seguidoras de Jesus. Na lição anterior, vimos que o discípulo a luz dos Atos dos Apóstolos refere-se aqueles que creem em Jesus e confessam o seu nome. Normalmente os mestres do judaísmo não tinham mulheres entre seus discípulos, mas Lucas descreve que a missão do Filho do Homem não se limitou aos excluídos economicamente, mas também aos excluídos socialmente, como as mulheres. As mulheres também seguiam de cidade em cidade a Jesus e aos seus apóstolos, cooperando com a expansão da pregação do Reino de Deus (Lc 8.1-3; Jo 4.28-29).      

II – A MULHER NOS DIAS DE JESUS
            A sociedade nos dia de Jesus tratava as mulheres como “objetos”, seres inferiores aos homens. O escritor judeu Filo de Alexandria, contemporâneo de Jesus, e o escritor e historiador J. Jeremias resume o pensamento social que se tinha sobre as mulheres no judaísmo do primeiro século. Abaixo destacamos alguns pontos importantes.

2.1. A mulher era proibida de frequentar os mesmos lugares que os homens frequentavam. “Praças, reuniões do conselho, tribunais, associações, ajuntamentos de grandes massas e o relacionamento cotidiano a céu aberto, por meio da palavra e da ação, na guerra e na paz, são apropriados apenas aos homens” (STEGEMANN, W. &. STEGEMANN, 2004, apud, GONÇALVES, 2015, p. 76).

2.2. O lugar que cabia às mulheres. “As mulheres deveriam cuidar do lar e permanecer em casa; mais exatamente, as virgens devem (ficar) nos aposentos mais retirados e encarar as portas de acesso como seu limite; as mulheres casadas, por sua vez, as portas da casa. A mulher, portanto, não devia se preocupar com qualquer coisa que vá além das obrigações da economia doméstica” (STEGEMANN, W. &. STEGEMANN, 2004, apud, GONÇALVES, 2015, p. 76).

2.3. A mulher fora da sua casa. “As mulheres não podiam sair de casa sem terem seus rostos cobertos por uma espécie de burca (Roupa feminina que caracterizava a vestimenta das mulheres orientais, que reveste e oculta todo o corpo, até mesmo os cabelos, e possui uma tela à altura dos olhos, por entre a qual se pode ver) (DICIONÁRIO HOUAISS ON LINE). Dessa forma não era possível nem mesmo reconhecer seu rosto. A mulher que saía de casa sem ter a cabeça coberta, que dizer, sem o véu que ocultava o rosto, faltava de tal modo aos bons costumes que o marido tinha o direito, até mais, tinha o dever de despedi-la sem ser obrigado a pagar a quantia que, no caso de divórcio, pertencia à esposa, em virtude do contrato matrimonial” (JEREMIAS, apud, GONÇALVES, 2015, p. 77).

2.4. As regras do decoro. “Dentro da cultura judaica, tais regras, proibiam o homem encontrar-se sozinho com uma mulher, olhar para uma mulher casada, e até mesmo cumprimentá-la. Seria vergonhoso para um aluno de escriba falar com uma mulher na rua. Aquela que  conversasse com alguém ou ficasse do lado de fora de sua casa podia ser repudiada” (JEREMIAS, apud, GONÇALVES, 2015, p. 77 – acréscimo nosso).
III – JESUS VALORIZOU A PESSOA DA MULHER
            Jesus estabelece notoriamente o valor da pessoa da mulher. O inusitado aconteceu na sociedade judaica, a mulher que ao longo dos anos era vista como uma “coisa” passou a ser vista por intermédio de Cristo como uma pessoa (1 Co 11.8,9,11,12), que podia fazer parte dos seus discípulos, “cooperando no seu ministério”. Analisemos abaixo:

3.1. A perspectiva do Novo Testamento. O próprio evangelista Mateus, sendo judeu, escrevendo para os próprios judeus, ao narrar a genealogia de Jesus, deu importância a figura da mulher descrevendo a presença de cinco delas, a saber: Tamar, Raabe, Rute, Maria e a que fora mulher de Urias (Mt 1.3,5,16), o que não era costume nesses registros.  

3.2. A “diakonia”. Estas mulheres serviram a Cristo e aos seus apóstolos, exercendo a “diakonia”, a prestação de um serviço, quando contribuíam com os seus recursos próprios o sustento ministerial de Jesus e seus apóstolos e, não como “diaconisa” no sentido ministerial, pois, nenhum dom ministerial, inclusive o de diácono foi exercido por mulheres, como mostra o texto de (At 6.3) “Escolhei, pois, irmãos, dentre vós, sete homens (varões)...”

3.3. Mulheres citadas no texto de Lucas (Lc 8.1-3). Não era comum que mulheres fizessem parte do grupo de discípulos, mas Jesus quebrou este pensamento. (1) Maria Madalena (Lc 8.2). Seu nome provavelmente deriva da cidade de Magdala, na Galileia. Alguns acreditam que ela é a mulher descrita em (Lc 7.37-50), mas parece altamente improvável que Lucas a apresente aqui, pelo nome e pela primeira vez, se ela fosse a personagem principal do relato que acabou de concluir. Do mesmo modo, embora esteja claro que ela sofrera nas mãos de “demônios”, não há qualquer razão para se pensar que fora prostituta (MACARTHUR, 2010, p. 1336). (2) Joana (Lc 8.3). Essa mulher também é mencionada em (Lc 24.10), mas em nenhum outro lugar da Escritura. É possível que ela tenha sido a fonte de alguns detalhes que Lucas conta sobre Herodes (Lc 23.8,12) (MACARTHUR, 2010, p. 1336). (3) Suzana (Lc 8.3). Fora essa referência, ela não é mencionada em nenhum lugar da Escritura. Ela provavelmente foi alguém que Lucas conhecia pessoalmente (MACARTHUR, 2010, p. 1336).

3.4. Muitas outras mulheres (Lc 8.3). Mulheres anônimas, que juntamente com as citadas acima, serviram a Jesus com os seus recursos próprios, participando ativamente das três fases do ministério público de Jesus. a) Iniciando na Galileia “... e muitas outras (mulheres) que o serviam com suas fazendas” (Lc 8.3), b) concluindo no seu sepultamento “... e as mulheres que juntamente o haviam seguido desde a Galileia...” (Lc 23.49,55),  e c) continuando após a sua ascensão “... e perseveravam unanimemente em oração e súplica com as mulheres...” (At 1.14).

IV – MULHERES QUE EXERCERAM A “DIAKONIA”
            Na tabela abaixo, exemplificamos algumas mulheres que dedicaram suas vidas e seus recursos ao evangelho.

MULHERES
REFERÊNCIAS
DESCRIÇÃO
Febe
Rm 16.1,2
“... nossa irmã, a qual serve na igreja que está em Cencréia... tem hospedado a muito...”.
Priscila
Rm16.3,4
“... Saudai a Priscila... meus cooperadores... pela minha vida expuseram sua cabeça...”.
Maria
Rm 16.6
“Saudai a Maria, que trabalhou muito por nós”.
Trifena
Rm 16.12
“Saudai a Trifena...  as quais trabalham no SENHOR...”
Trifosa
Rm 16.12
“...Trifosa, as quais trabalham no SENHOR...”.
Pérside
Rm 6.12
“Saudai a amada Pérside, a qual muito trabalhou no Senhor”.
A mãe de Rufo
Rm 16.13
O sentimento do apóstolo Paulo para com ela era de filho para com uma mãe.
Júlia
Rm 16.15
Júlia é citada em um grupo que Paulo os chamou de Santos.
Evódia e Síntique
Ef 4.2-3
“... mulheres que trabalharam comigo no evangelho”.
Loide e Eunice
At 16.1; 2 Tm 1.5
“... uma judia que era crente... uma fé não fingida”.

CONCLUSÃO
Como vimos, nos dias de Jesus, o judaísmo não permitia que as mulheres participassem ativamente da vida pública. O registro Lucano eleva o olhar de Cristo para a pessoa da mulher e que aos olhos dEle a mulher de fato é co-igual ao homem. O ponto central desta lição não é falar da superioridade ou da inferioridade de ambos, mas apresentar o papel que cada um deve ocupar na família, na sociedade e, em especial na igreja. Hoje, muitas santas mulheres (1 Pd 3.5) auxiliam o anjo da igreja como professoras, coordenadoras e secretárias das EBD's; dirigentes de círculo de oração adulto e infantil; dirigentes de união de adolescentes, de campanha evangelizadora, do PROATI e, muitas outras continuam a servir o Reino com seus recursos próprios e suas vidas cooperando na grande Obra de Deus.

REFERÊNCIAS
·         GONÇALVES, José. Lucas o evangelho de Jesus, o homem Perfeito. CPAD.
·         MACARTHUR. Bíblia de Estudo MacArthur. SBB.
·         CHAMPLIN, R.N. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. HAGNOS.

·         STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.  CPAD.

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