sexta-feira, 14 de março de 2014

LIÇÃO 11 – DEUS ESCOLHE ARÃO E SEUS FILHOS PARA O SACERDÓCIO


(Êx 28.1-11)
INTRODUÇÃO
Durante a peregrinação do povo de Israel no deserto, Deus orientou a Moisés que construísse o tabernáculo e separasse a tribo de Levi para devidas funções neste lugar sagrado. O Senhor nomeou Arão e seus descendentes para exercerem o sacerdócio, o que na verdade é uma figura do eterno e perfeito sacerdócio de Cristo, o qual através do seu sacrifício nos abriu o caminho de acesso a Deus tornando cada salvo um sacerdote.
I – A NOMEAÇÃO DA TRIBO DE LEVI PARA EXERCER FUNÇÕES NO TEMPLO Os filhos de Levi, eram antes uma tribo secular, mas que foi separada pelo Senhor para exercer as funções no Tabernáculo (Nm 1.50,51,53; 18.2-4,6; I Cr 15.2). Vejamos quais foram as funções que o Senhor delegou:
1.1 Os levitas. Por haverem sido resgatados da morte, na noite da Páscoa, os primogênitos das famílias hebraicas pertenciam a Deus (Êx 13.1,2), mas os levitas, por seu zelo espiritual, foram escolhidos divinamente como substitutos dos filhos mais velhos de cada família (Êx 32.25-29; Nm 3.5-13; 8.17-19). Os levitas eram ajudantes dos sacerdotes (Nm 3.5- 9). As obrigações menores, algumas até manuais, como de limpeza, arranjo e arrumação no templo, cabiam aos levitas não sacerdotais. Alguns dos seus deveres são descritos em (Êx 13.2,12,13; 22.29; 34.19; Lv 27.27; Nm 3.12,13,41,45; 8.14-17; 18.15; Dt 15.19). Deus separou para esta função os três filhos de Levi: Gérson, Coate e Merari (Nm 26.57).
1.2 Os sacerdotes. Antes do êxodo, o chefe de cada família, ou o primogênito desempenhava o papel de sacerdote familiar; mas, os ritos do tabernáculo e a exigência de observá-los com exatidão tornaram necessária a instituição de um sacerdócio dedicado totalmente ao culto divino. Para esta importante função, Deus escolheu Arão e seus filhos (Êx 28.1). O sacerdote, termo que no hebraico é “kohen”, era o ministro divinamente designado, cuja função principal era representar o homem diante de Deus (Êx 28.38; 30.8). A vocação sacerdotal era hereditária, de modo que os sacerdotes podiam transmitir a seus filhos as leis detalhadas relacionadas com o culto e com as numerosas regras às quais os sacerdotes viviam sujeitos a fim de manterem a pureza legal que lhes permitisse aproximar-se de Deus (Nm 18.2,7,8).
1.2.1 Funções dos sacerdotes. Os sacerdotes deviam queimar incenso, cuidar do castiçal e da mesa dos pães da proposição, oferecer sacrifícios no altar e abençoar o povo (Nm 5.5-31) e ensinavam a Lei (Ne 8.7,8). Eles ministravam como mediadores entre o povo e Deus (Êx 12.12,29,30), e também comunicavam ao povo a vontade e o concerto de Deus (Jr 33.20-22; Ml 2.4) e intercediam, perante Deus, devido à pecaminosidade do povo. Exercendo o seu ministério, eles faziam expiação pelos seus próprios pecados e pelo pecado do povo (Êx 29.33; Hb 9.7,8), e testificavam da santidade de Deus (Êx 28.38; Nm 18.1). 1.3 O sumo sacerdote. O primeiro sumo sacerdote escolhido por Deus em favor de Israel foi Arão (Hb 5.1-4). Ele era o filho mais velho do levita Anrão e de Joquebede (Êx 6.20; Nm 26.59). Era irmão de Moisés e Miriã, sendo três anos mais velho que o Legislador (Êx 7.7). Sua esposa era chamada Eliseba (Êx 6.23). Com ela Arão teve quatro filhos, Nadabe, Abiú, Eleazar e Itamar (I Cr 24.1). O sumo sacerdote era o principal entre os sacerdotes. Em hebraico ele é chamado de “kohen gadol” que quer dizer “grande sacerdote”. Somente ele entrava uma vez por ano no Lugar Santíssimo para expiar os pecados da nação israelita, no Dia da Expiação (Êx 30.10; Lv 16.34). Veja a figura do sumo sacerdote abaixo:

 1.3.1 A murmuração pela nomeação de Arão. Na ocasião em que Deus ordenou a Moisés para separar Arão e seus filhos para exerceram o sacerdócio, ouve reclamação de Coré que persuadiu seus companheiros levitas e outros a se juntarem na busca da função sacerdotal (Nm 16.1-3,9,10). Este texto deixa claro que estes homens questionaram a escolha divina, pensando que fosse uma preferência de Moisés e por isso eles foram punidos severamente (Nm 16.21-35).
1.3.2 O sinal de Deus para escolha de Arão. Para deixar evidente a toda a congregação de Israel e aos rebeldes, a escolha de Arão, o Senhor orientou a Moisés que pedisse a vara dos cabeças de cada tribo, mandou que escrevesse nelas o nome da tribo correspondente e as colocasse diante do Senhor, no Tabernáculo, pois Deus daria um sinal, na vara da tribo escolhida para o sacerdócio (Nm 17.7-9). Aconteceu que somente a vara pertencente a tribo de Levi e que tinha o nome de Arão havia florescido. O Senhor ordenou então que guardasse esta vara dentro da Arca da Aliança como um memorial a fim de evitar as murmurações (Nm 17.10,11).

II – A SUPERIORIDADE DO SACERDÓCIO DE CRISTO
O sacerdócio de Arão é uma figura do sacerdócio de Cristo. No entanto, o sacerdócio de Cristo é superior. As Escrituras deixam bem claro que a Antiga Aliança era apenas sombra dos bens futuros (Hb 10.1), demonstrando assim a superioridade da Nova Aliança. O escritor aos Hebreus diz: “De tanto melhor aliança Jesus foi feito fiador” (Hb 7.22). Destacaremos na tabela abaixo, informações que comprovam que o sacerdócio de Cristo é superior ao de Arão:


SACERDÓCIO DE ARÃO
SACERDÓCIO DE CRISTO

Feito sem juramento (Hb 7.20)
Feito com juramento (Hb 7.21)

Instituído durante a Lei (Êx 28.1; Hb 7.28)
Instituído antes da Lei (Gn 14.18; Hb 6.20)

Necessitava sacrificar por si mesmo, pois era imperfeito (Lv 9.7,8; Hb 5.3; 7.27,28)
Não necessitou sacrificar por si mesmo, pois é perfeito
(Hb 7.28; I Pe 2.22)

Sacrificava continuamente (Hb 10.11)
Fez um único sacrifício (Hb 7.26,27; 9.25-28,10.10,12,14)


Teve o seu ministério impedido pela morte (Hb 7.23)
É sacerdote para sempre (Hb 6.20; 7.3,24)

Entrou no tabernáculo terrestre (Hb 9.1)
Entrou no tabernáculo celeste (Hb 8.1,2; 9.11,24)

Oferecia sacrifício de animais (Hb 9.13)
Ofereceu a si mesmo como sacrifício (Hb 9.11-14)

Entregou dízimos a Melquisedeque na pessoa de Abraão
(Hb 7.9,10)
Recebeu dízimos até de Levi na pessoa de Melquisedeque
(Hb 7.9,10)





III – O SACERDÓCIO UNIVERSAL
A Bíblia nos mostra que no Novo Pacto, ratificado pelo sangue de Cristo na cruz do Calvário, todo aquele que o recebe como Salvador e Senhor têm diversos privilégios, entre os quais podemos citar:
3.1 O véu do templo foi rasgado. O véu era uma espécie de divisória ou cortina de separação geralmente usada para ocultar algo (Êx 26.31; Hb 6.19). A passagem por este véu era proibida a não ser no dia da expiação do povo de Israel (Lv 16.34; Hb 9.7). Três verdades devem ser destacadas sobre a função do véu: (1ª) o véu fazia separação (Êx 26.33); (2ª) o véu vedava o acesso ao Lugar Santíssimo (Hb 9.7); (3ª) o véu ocultava a Arca (Hb 9.3). Quando Jesus, o nosso Sumo Sacerdote morreu na cruz como oferta pelos nossos pecados, o véu do Templo foi rasgado de alto a baixo, como registra os evangelistas (Mt 27.51; Mc 15.38; Lc 23.45). Agora, por meio de Cristo ficou aberto o caminho a Deus, a fim de que todos quantos crerem nele e na Sua Palavra tenham livre acesso (Hb 9.1-14; 10.19-22).
3.2 Ele nos fez sacerdotes. Já vimos que no AT, o sacerdócio era restrito a tribo de Levi. Sua atividade distintiva era oferecer sacrifícios a Deus, em prol do seu povo e comunicar-se diretamente com Deus (Êx 19.6; 28.1,2; II Cr 29.11). Agora, por meio de Jesus Cristo, todo crente é constituído sacerdote para o serviço de Deus (Ap 1.6; 5.10; 20.6). Esse sacerdócio de todos os crentes abrange o seguinte: (1) todos os crentes têm acesso direto a Deus, através de Cristo (Jo 14.6; At 4.12; Ef 2.18); (2) todos os crentes têm a obrigação de viver uma vida santa (I Pe 1.14-17; 2.5,9); (3)todos os crentes devem oferecer “sacrifícios espirituais” a Deus (Cl 3.16; Hb 13.15; I Pe 2.5); (4) todos os crentes devem interceder e orar uns pelos outros e por todos (Cl 4.12; I Tm 2.1; Ap 8.3); (5) todos os crentes devem proclamar a Palavra e orar pelo bom andamento dela (At 4.31; I Co 14.26; II Ts 3.1).
3.3 Temos acesso direto a Deus. Contrastando o acesso limitado a Deus que os israelitas tinham na Antiga Aliança, Cristo, ao dar sua vida por nós como como sacrifício perfeito, abriu o caminho para a própria presença de Deus e para o trono da graça (Hb 4.16). Por isso, na Nova Aliança, os crentes podem com muita liberdade achegar-se a Deus em oração (Tg 4.8; Ef 2.18, 3.12), chamando-o de Pai como Jesus nos ensinou e o Espírito Santo nos leva a fazer (Mt 6.9; Rm 8.15).
CONCLUSÃO
A Antiga Aliança era transitória. As Escrituras afirmam que “... se aquela primeira fora irrepreensível, nunca se teria buscado lugar para a segunda” (Hb 8.7). Por isso, Jesus trouxe uma Nova Aliança, que se estabeleceu, não em atos exteriores e rituais, mas, no interior do homem. Jesus, como Sumo Sacerdote constituído por Deus, no céu, exerce seu trabalho no verdadeiro tabernáculo, fundado pelo Senhor, e não pelo homem (Hb 8.1-4).
REFERÊNCIAS
 STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
 ANDRADE, Claudionor de. Dicionário TeológicoCPAD.
 HOFF, Paul. O Pentateuco. VIDA.
 CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
 MOODY, D. L. Comentário Bíblico. HAGNOS.

0 comentários:

Postar um comentário