sexta-feira, 20 de julho de 2012

Lição 4 - Superando os traumas da violência social

INTRODUÇÃO
- Após a queda de Lúcifer e do homem a  violência vem grassando todas as idades; Idade Antiga, Idade Média, Idade Moderna e Idade Contemporânea. Sendo assim, todos nós estamos sujeitos a degradante “violência” de alguma forma, seja ela violência conjugal, emocional ou física. A igreja tem o papel de “casa de refúgio” para sarar os traumas da pessoas vítimas da cruel e tirana violência e o instrumento de uso indispensável  para tal tarefa não é outro se não a palavra de Deus, o “Bálsamo de Gileade! ALELUIA!
I – A ORIGEM E DEFINIÇÃO DA VIOLÊNCIA
- Violência: Qualidade do que é violento; ação de empregar força física ou intimidação moral contra alguém; ato violento [Estado daquilo que é violento. Ato violento. Ato de violentar. Veemência. Irascibilidade. Abuso da força. Tirania; opressão. [Jurídico, Jurisprudência] Constrangimento exercido sobre alguma pessoa para obrigá-la a fazer um ato qualquer; coação][a]. O termo deriva do latim violência (que por sua vez o amplo, é qualquer comportamento ou conjunto de deriva de vis, força, vigor); aplicação de força, vigor, contra qualquer coisa. (Dicionário Língua Portuguesa).
- A palavra "violência" na bíblia é HAMAS, que significa, "injustiça, ser violento com, tratar violentamente". A palavra é usada freqüentemente como idéia de violência pecaminosa. É também sinônimo de extrema impiedade. Observamos que a primeira ocorrência desta palavra na Escritura ocorre em conexão com outro termo muito forte: Shahat, que significa cova, destruição, túmulo (corrupção). A palavra liga-se com o conceito de Sheol (mundo dos mortos). Em Gn 6.11 lemos: "A terra, porém, estava corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a terra de violência". Aqui, literalmente, a terra (mundo) está na cova, no túmulo e se parece muito com o Sheol e por isso ela encheu-se de violência pecaminosa! A associação feita entre "corrupção" e "violência" é assustadora e demonstra que o estado do mundo determina seus aspectos vivenciais e também atrai a ira de Deus! No verso 13, o Deus Criador ordena o fim de todas as coisas. O motivo: a violência (hamas). O resultado: "...as desfarei com a terra...". A palavra aqui traduzida por "desfarei" é Shahat e significa "levá-los ao túmulo, à morte". Deus havia decidido acabar com tudo isso (o mal sobre a terra) e dar-lhe a retribuição por seus atos pecaminosos violentos: a morte eterna! Isso fica claro aqui, pois somente oito pessoas (Noé e sua família) são
salvos da grande catástrofe que vem sobre a humanidade!
- A violência é uma das conseqüências da queda do homem. E é lógico que há um interesse do inferno em intensificar cada vez mais a violência, pois ela é contrária aos princípios bíblicos e desnecessária na resolução de qualquer problema. A violência está explícita na queda de Satanás: "Na multiplicação do teu comércio encheram o teu interior  de violência, e pecaste; por isso te lancei, profanado, do monte de Deus, e te fiz perecer, ó querubim cobridor, do meio das pedras afogueadas" (Ez 28:16). Aqui ele peca por "transportar mercadorias"! Mas qual era a mercadoria que ele vendeu aos outros anjos? A traição ao Deus Eterno e a possibilidade de serem "deuses" como o Senhor! A palavra usada para traduzir "comércio" em hebraico é rekullâ que vem da raiz rakîl (caluniador)! Ou seja, ele conquistou "adeptos" através da mentira e calúnias contra o Eterno! Estes atos fizeram com que sua natureza fosse transformada totalmente. Agora, o que aconteceu foi isso: Lúcifer, outrora parceiro do Deus Eterno se transforma em opositor violento à Deus e a tudo que lhe diz respeito! Na Tanach (Velho Testamento) conhecemos NIMRODE, que é mencionado em Gênesis 10:8-12. Ele foi famoso por ter sido um poderoso caçador e guerreiro. O Dicionário Ilustrado da la Bíblia, em espanhol, Caribe, 1974, p. 452, diz que alguns autores associam-no com o deus  Babilônico Ninurta.
- A Bíblia diz: "O princípio do seu reino foi Babel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Sinear. Daquela terra saiu ele para a Assíria e edificou Nínive, Reobote-Ir e Calá... e Resen" (Gn 10:10,11). Ela também diz que foi bisneto de Noé, filho de Cuxe o qual foi filho de Cão.
II – A VIOLÊNCIA NARRADA NAS ESCRITURAS
- Aqui estão também exemplos de manifestações verbais desta violência na Escritura. Em Gn 16.5, Sarai explode toda a sua dor contra Abrão quando lhe diz: "....meu agravo (hamas - violência) seja sobre ti...". Ali ela "desabafa" e reclama da injustiça que tem sido feita contra ela por Hagar, e neste momento Sarai coloca o Eterno como mediador entre si e Abrão: "...o Senhor julgue entre mim e ti...". Sarai estava apenas recebendo a conseqüência de uma atitude impensada e que agora trazia sobre ela um desconforto familiar muito grande, pois o amor de seu marido (que legitimamente deveria ser dedicado à ela), agora é externado à sua serva (empregada) que deu a Abrão o filho que ele tanto desejara! A testemunha "falsa" é também um caso de violência. Em Ex 23.1 está escrito: "Não admitirás falso boato, e não porás a tua mão com o ímpio, para seres testemunha falsa". A palavra traduzida por FALSA em hebraico é hamas. Vejamos a associação que Moisés faz do "falso rumor" (falar mal de alguém sem provas) e a sua conexão do povo de Deus com tais pessoas, que testemunham com palavras violentas, duras. Isso chama-se mentira ou então, "faltar com a verdade". Na passagem paralela em Dt 19.16 a testemunha "violenta" (falsa) da qual estamos falando, deve receber a paga daquilo que plantou: "far-lhe-ei como cuidou fazer a seu irmão..." (vv. 19). Ou seja, a mesma mentira que foi dita por aquela pessoa lhe atrairia juízo de Deus por Ter sido dita! Existe ainda uma outra categoria de violência: os pensamentos! Em Jó 21.27 está escrito: "Eis que conheço bem os vossos pensamentos; e os maus intentos com que injustamente me fazeis violência". Aqui Jó fala de pensamentos e intentos (intenções), cujos resultados são a liberação de palavras que ministram no reino do Espírito e permitem que os inimigos atuem, pois a atuação do mal só pode ter lugar quando lhe damos direito legal através das palavras... O salmista Davi fala disso de uma forma bem contundente: "A sua obra cairá sobre a sua cabeça; e a sua violência descerá sobre a sua própria cabeça" (Sl 7:16). Aquilo que dissemos sobre "ministrar" ou "desejar" aos outros aqui tem o seu resultado: a violência (em palavras ou atos) retorna para aqueles que a enviou!
- Podemos chamar a isso de "efeito bumerangue" e o Senhor não vê essas atitudes com bons olhos! Vejamos em Sl 11.5 o que diz a Palavra: "O Senhor prova o justo; porém ao ímpio e ao que ama a violência odeia a sua alma". Novamente o salmista diz: "Olha para os meus inimigos, pois se vão multiplicando e me odeiam com violência cruel" (Sl 25:19). Há também outra referência que diz: "Não terá firmeza na terra o homem de má língua; o mal perseguirá o homem violento até que seja desterrado" (Sl 140:11). A herança do violento é ser perseguido pelo mal! O livro de provérbios nos fala algo interessante sobre a vida: "Do fruto da boca cada um comerá o bem, mas a alma dos prevaricadores comerá a violência" (Pv 13:2). Está claro que o trabalho humano, em sua essência, é feito através de palavras! O resultado do trabalho colhido pelos "pecadores" é que ele participará da violência! Davi fala destas pessoas que vivenciam a violência de forma febril em seu dia-a-dia: "Não me entregues à vontade dos meus adversários; pois se levantaram falsas testemunhas contra mim, e os que respiram violência" (Sl 27:12). Ele continua seu raciocínio mostrando que aquilo que os homens dizem é violência: "Despedaça, Senhor, e divide as suas línguas, pois tenho visto violência e contenda na cidade" (Sl 55:9). Estas pessoas são especialistas em "gerarem" violência! E tudo inicia-se com a língua! Palavras que geram violência! Em Provérbios 4.17 está escrito: "Porque comem o pão da impiedade, e bebem o vinho da violência". A violência é relacionada com coisas cotidianas como comer e beber! Eles "bebem" vinho da violência! O que acontece na cidade onde vivem tais pessoas? "Antes no coração forjais iniqüidades; sobre a terra pesais a violência das vossas mãos" (Sl 58:2). Os pensamentos destes homens transformam-se em atos violentos! Isso é tão normal para eles que "Por isso a soberba os cerca como um colar; vestem-se de violência como de adorno" (Sl 73:6). E ainda há um agravante: o violento leva outros a seguí-lo! "O homem violento coage o seu próximo, e o faz deslizar por caminhos nada bons" (Pv 16:29). Isto tudo acontece porque os homens escolheram servir a um "deus" violento! Diz-se sobre o pacto de Deus com seu povo: "Atende a tua aliança; pois os lugares tenebrosos da terra estão cheios de moradas de violência" (Sl 74:20). Asafe declara que existem lugares na terra que são "tenebrosos" por serem "moradas de violência!" Sobre a quebra da aliança com o Altíssimo há uma comparação intensa em Provérbios: "Bênçãos há sobre a cabeça do justo, mas a violência cobre a boca dos perversos" (Pv 10:6). Novamente em 10.11 está dito: "A boca do justo é fonte de vida, mas a violência cobre a boca dos perversos". A atitude de Deus quanto a isso é: Ele quer extirpar do meio do seu povo este tipo de atitude violenta que agride, machucam e até destróem a vida de seu povo, tirando-lhes até mesmo a oportunidade de continuarem sua caminhada ao lado do Senhor!
III  –  A MISSÃO DA IGREJA ESTÁ BASEADA NO AMOR, MISERICÓRDIA E RESTAURAÇÃO.
- De acordo com Benne Den (Frota, Denis F961e Psicoterapia Teocêntrica – Sanidade Para os Traumas Emocionais - 1.ed. - CE – MDC - CE, 2008), nem todos, sob às mesmas condições e têm as mesmas reações psicológicas e comportamentais. Algumas pessoas são mais fortes, lutam firmes e superam suas dificuldades; outras lutam, mas não conseguem vencer seus limites sem ajuda externa. É verdade também que alguns não enfrentam seus conflitos interiores, fogem do confronto e se acomodam no fracasso. Diante desse quadro o que os cristãos saudáveis devem fazer? Nem sempre conseguiremos restaurar o que é manco. Há casos que exigem um milagre de Deus. Mesmo não compreendendo bem os desígnios do Senhor, estamos convictos de que algumas pessoas precisam viver o sofrimento por algum tempo. Há situações em que a agonia da alma crente, com prantos e soluços, serve para volver a terra seca do coração, preparando-o para o plantio de uma nova história.
- O mais importante é saber que Deus, em sua Palavra, nos incumbiu de uma missão de amor, misericórdia e restauração. Embora haja diversas propostas científica de cura, porém a proposta de terapia Teocrêntica continuará sendo a melhor forma de obter saúde emocional e física para se superar os limites da vida. (grifo nosso).
IV –  SUPERANDO OS RESSENTIMENTOS.
- É importante que cada um saiba que não podemos evitar um trauma emocional e suas conseqüências imediatas, tais como: mágoa e ira. Mas, sobre cada um paira a responsabilidade da escolha. Somos nós que escolhemos viver ou não o resto da vida com estes ressentimentos. A Bíblia Sagrada aponta várias providências para evitarmos que este mal venha nos destruir.
1 – José do Egito, vítima de violência pelos seus próprios irmãos
- A vitamina chamada “Perdão”.
- Você pode ter como exemplo a vida de José – filho de Jacó - onde seus irmãos lhe intentaram o mal, porém Deus abençoou José grandemente, chegando a ser o braço direito de Faraó. E José não se vingou de seus irmãos no momento em que teve a oportunidade, mas pelo contrario, os perdoou e os ajudou. Vejamos, a seguir, algumas preciosas recomendações bíblicas para lidarmos com os ressentimentos:
- Confissão e Arrependimento
- Há muitas pessoas em nosso meio que precisam muito mais de arrependimento e confissão de pecados do que tratamento psicológico. Suas vidas estão superlotadas de lixo. São portadoras de enfermidades físicas e diversos problemas emocionais porque guardam sentimentos maldosos para com outras pessoas. Podem ser totalmente curadas quando estiverem dispostas a confessar seus pecados e a ministrar o perdão. (SL 32:3) "Quando eu guardei silêncio, secaram os meus ossos...." (1JO 1:9) "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça."
- Você deverá tentar descobrir, com uma auto-análise, a existência de mágoas ocultas, necessidades insatisfeitas, emoções reprimidas, que muitas vezes lhe impedem de alcançar vida social equilibrada. Saiba que não acontecerá a cura enquanto as lembranças penosas não forem localizadas e tratadas com oração e confissão. A importância da confissão - No jornal Lexington Herald-Leader (EUA) de 23/09/84 já trazia um artigo afirmando que a confissão, sem levar em conta o que possa fazer para a alma, faz bem para o corpo. Estudos mostram de modo convincente que as pessoas que confiam a outras seus sentimentos e segredos perturbados ou algum evento traumático, em lugar de suportarem sozinhas os problemas, são menos vulneráveis às moléstias.
- Dr. James Pennebaker, da Escola de Medicina Johns Hopkins diz, em The Journal of Abnormal Psichology, que há benefícios para a saúde quando nossos segredos mais
penosos são compartilhados com os outros. Ele diz ainda que o ato de confiar em alguém protege o corpo contra tensões internas prejudiciais que são o castigo por levarmos um fardo emocional, como, por exemplo, um remorso reprimido. Os fatos foram também confirmados por pesquisas recentes da Universidade de Harvard. (A Cura das Memórias - David ASeamands, pág.48)
- Não se ponha o sol sobre a vossa ira
- A recomendação bíblica em Ef 4:26 e Sl 4:4 é para o homem não dormir com mágoas no coração. As mágoas não devem ficar dentro do coração até o dia seguinte. Temos que resolver o problema antes de dormir, liberando perdão a quem nos ofendeu.
Perdoar não é sentimento, é decisão. A palavra de Deus não diz para perdoarmos, quando tudo estiver bem; ela nos ordena a perdoar como forma de decisão e não por sentimentos. Trata-se de uma obediência ao mandamento do Senhor. Saiba que enquanto não perdoarmos, nossas emoções estarão presas, por isso temos que tomar a decisão de perdoar, para que haja a libertação dessas emoções. Antes de tomarmos a decisão de perdoar, estamos debaixo do poder de escravidão do pecado. Após tomarmos a decisão de perdoar teremos a comunhão com o Senhor restaurada e a graça fluirá suficientemente para nos libertar de toda raiz de amargura (rejeição, ressentimento, ira, contenda, dissensão, mágoas e vinganças). Quando o perdão for consumado, nossas emoções serão gradativamente libertas e a sensações de alívio e paz serão restabelecidas em nosso ser.
- Temos que Perdoar como Deus perdoa. O SENHOR não traz de volta um pecado que foi perdoado. Isaías 43:25 – Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim dos teus pecados não me lembro. Essa historia de que “perdôo mas não esqueço” não é perdão. Perdoar significa cancelar a dívida. Quando o perdão é concedido, aquele que nos ofendeu fica livre e não tem mais nenhum débito para conosco. Não devemos ficar lembrando do que já foi perdoado.
- Não fique revivendo um fato ruim. Não esteja ruminando o sentimento de mágoa de um acontecimento preso ao passado. Libere perdão e continue a vida. (LM 3:21) "Disto me recordarei na minha mente; aquilo que me dá esperança." Cl 3:13 – Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, caso alguém tenha motivo de queixa contra outrem. Assim como o Senhor vos perdoou assim também perdoai vós. Saiba que o perdão é o Machado que Deus coloca à disposição de todo homem para cortar as raízes de amargura e libertar vidas de experiências emocionais dolorosas do passado. Perdoar é imitar o Senhor Jesus, rasgar o escrito de dívida contra nosso próximo. Perdoar é deixar que Deus ame a outra pessoa através de nossa vida.
(Adaptado),  Benne Den (Frota, Denis F961e Psicoterapia Teocêntrica – Sanidade Para os Traumas Emocionais - 1.ed. - CE – MDC - CE, 2008). www.teocentrica.org
CONCLUSÃO
- Portanto, somos nós como igreja de Cristo aqui na terra que temos a missão demonstrar  a relevância do Evangelho de Jesus Cristo a uma sociedade, cuja paz e a verdadeira dignidade humana são seu objeto de busca frequente.
A igreja tem um papel importantíssimo sociedade. Aquela precisa ser relevante e autêntica no desenvolvimento de suas ações. Por isso a comunhão do Corpo de Cristo deve transparecer uma realidade visível de amor ao próximo entre os irmãos. Só assim que a sociedade sem Deus reconhecerá a graça acolhedora da igreja local e atentará para a proclamação do Evangelho de Cristo Jesus (At 2.46,47). Afinal, somos um único povo que em meio a tanta violência, temos a maior e melhor armadura contra as forças do mal que é a palavra de Deus, e, além do mais, confiamos em Deus a maior segurança existente em todas as épocas, e nunca falha (Sl 121:1-8)
Bibliografia
- Bíblia Plenitude do Espírito (ARC)
- Apontamentos Teológicos do Autor
- Dicionário Bíblico
- A Bíblia em Bytes online - Revista Eletrônica
http://www.bibliabytes.com.br
- Benne Den (Frota, Denis F961e Psicoterapia Teocêntrica – Sanidade Para os Traumas Emocionais - 1.ed. - CE – MDC - CE, 2008). www.teocentrica.org
COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - PR. JOSAPHAT BATISTA SOARES

Fonte: PortalEBD

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