Ele levou sobre si as nossas dores
A
cruz faz brotar os pecados, mas ela cumpre as profecias. A descrição
que lemos na Bíblia sobre o Senhor Jesus é a seguinte: “[...] olhamo-lo,
mas nenhuma beleza havia que nos agradasse.” A Nova Tradução da
Linguagem de Hoje é ainda mais direta:
“Ele não era bonito nem simpático, nem tinha nenhuma beleza que chamasse a nossa atenção ou que nos agradasse.”
O
pecado da humanidade desfigurou a forma perfeita de Jesus. Ele não era
feio. Era um jovem de 33 anos quando foi morto. Vemos no livro de
Cantares que a face do Senhor é bela. Não havia ninguém sobre a face da
terra, homem algum mais belo do que o próprio Senhor Jesus. Seu corpo
não trazia nenhuma contaminação do pecado, toda harmonia foi tão
perfeita em sua vida, mas ali na cruz, após o flagelo, seu rosto cheio
de hematomas, o sangue coagulado, as feridas expostas, como se fosse uma
chaga aberta, revelaram uma aparência horrível e “muitos ficaram
horrorizados quando o viram, pois ele estava tão desfigurado, que nem
parecia ser humano” (Isaías 52.14). Diante dessa condição, aos olhos
humanos, nenhuma beleza havia para que o desejássemos.
No
capítulo 53 de Isaías, escrito 700 antes, a cruz foi o cumprimento das
profecias. Exatamente naquele momento, quando o Senhor estava na cruz e
rendeu o seu espírito, um milagre aconteceu: o véu do santuário se
rasgou de alto a baixo. Ou seja, através da cruz, através de Jesus, todo
impedimento que havia para o homem se aproximar de Deus foi desfeito. É
por isso que na cruz tudo passa a ter uma aproximação diferente, porque
a cruz não apenas nos aproxima de Deus, não apenas nos aproxima do
nosso próximo, mas a cruz nos aproxima de nós mesmos. Nós nos vemos ali
na cruz, nela Deus revela a nossa vida interior.
No texto de Isaías 53, no versículo 4, está escrito que “certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades
[...]”
A Bíblia de Estudos Dake apresenta a seguinte definição de tomar:
“Levantar, carregar, levar, arremeter, facilitar, apagar, levar embora”.
A ideia é a de uma pessoa tomando a carga de outra e colocando essa
carga sobre si, como se estivesse carregando uma criança. Se Cristo
tomou as nossas enfermidades, então elas foram levadas no mesmo sentido
que os pecados foram levados.
Jesus
Cristo tomou sobre si as nossas enfermidades físicas, nossas
enfermidades psicológicas, nossas enfermidades morais. Tomou também
sobre si as nossas dores, as dores das mágoas, as dores da
discriminação, as dores da violência, as dores do abandono.
Enfim,
tudo aquilo que aflige a sua vida pode ser entregue a Jesus Cristo.
Talvez você se sinta sozinho, sem ninguém para desabafar, não tem um
ombro para chorar, porém saiba que você não está só. O que o Mestre mais
deseja é tomá-lo nos braços e aliviar o jugo que está sobre as suas
costas. “Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e
eu vos aliviarei.
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve.” (Mateus 11.28-30.)
Outro
ponto que podemos analisar é o que se refere à opinião. Veja o que diz a
segunda parte do verso 4, de Isaías 53, na Nova Tradução da Linguagem
de Hoje: “E nós pensávamos que era por causa das suas próprias culpas
que Deus o estava castigando, que Deus o estava maltratando e ferindo.”
Muitas vezes as nossas opiniões não passam de “achismos”.
E
assim fizeram as pessoas naquela época. Elas olhavam para Jesus na cruz
com desprezo, achavam que Ele tinha sido abandonado por Deus. Ali na
cruz as pessoas diziam: “Se tu és Deus, desça da cruz, filho de Deus não
fica na cruz” (Mateus 27.42). Havia desprezo e cada um tinha uma
opinião acerca do fato de Ele estar sendo crucificado. Muitos falaram
mil coisas a seu respeito, entretanto, ali na cruz Ele tomou nossas
opiniões, as mais absurdas possíveis, e sofreu vicariamente (em nosso
lugar) pelos nossos pecados. Não havia absolutamente nada em Jesus para
que Ele pudesse estar na cruz. Se Ele quisesse, poderia ter descido da
cruz, o que prendia Jesus na cruz não eram os cravos, o que o prendia na
cruz era seu grande amor para conosco, porque se Ele tivesse descido,
eu não estaria aqui, tampouco você.
Esse mundo há muito já teria sido dizimado completamente.
Esse
mundo seria uma guerra constante, nossa vida seria um inferno no
presente. Por que Ele não desceu da cruz? Cada um tinha uma opinião tão
distinta. Mas Ele continuou ali na cruz. Por quê?
0 comentários:
Postar um comentário