Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas
Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 –
000 Fone: 3084 1524
(Dn 2.12-23)
INTRODUÇÃO
Uma das principais lições que
aprendemos na Bíblia, principalmente no livro de Daniel, é que o Soberano Deus
intervém na história da humanidade (Dn 2.20-22; 3.28; 4.24,37; 5.18,24;
6.22,26,27). Nesta lição, estudaremos sobre a intervenção
de Deus na História e também sobre o sonho do rei Nabucodonosor, onde Deus
revelou os reinos que sucederiam a Babilônia.
I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA INTERVENÇÃO
Segundo Aurélio, o termo intervenção, do latim,
“interventione” significa “ato de intervir”, “interferência”. Existem duas
teorias acerca da intervenção de Deus na história. Vejamos:
1.1 Deísmo. “Doutrina que, apesar de
admitir a existência do Supremo Ser, ensina não estar Ele interessado no curso
que a história toma ou venha a tomar. Noutras palavras, de acordo com o deísmo,
Deus limitou-se tão somente a criar-nos, abandonando-nos a seguir à própria
sorte” (ANDRADE, 2006, p. 133)
1.2 Teísmo. “Doutrina que admite a
existência de um Deus pessoal, Criador e Preservador e tudo quanto existe, e
que, em sua inquestionável sabedoria, intervém nos negócios humanos” (ANDRADE,
2006, p. 338).
II - A INTERVENSÃO DE DEUS NA HISTÓRIA
A Bíblia nos mostra claramente que Deus intervém na história. Ele é o
Deus vivo, que intervém na história da humanidade e faz tudo que lhe apraz (Dt
32.39; Jó 5.8-13,18; Sl 115.3; Ec 8.3; Dn 2.20-22).. Ele intervém, tanto de forma individual como de coletiva.
Vejamos:
2.1 Individualmente: Muitos servos de
Deus tiveram experiências que provam claramente a intervenção de Deus em suas
vidas, tais como: Enoque, ao ser trasladado por Deus (Gn 5.24); quando concedeu
um filho a Sara de forma milagrosa, pois além de estéril estava avançada em
idade (Gn 21); no momento em que Deus livrou Daniel na cova dos leões (Dn 6); e
tantos outros (Jz 13.3-5; I Sm 1.19; Jó 42.10; Is 6.6-8; Jr 1; Ez 1).
2.2 Coletivamente: Deus também
interfere na história de forma coletiva, como podemos observar no juízo que ele
trouxe sobre a terra por ocasião do dilúvio (Gn 6-8); na confusão das línguas
(Gn 11.1-9); na destruição das cidades de Sodoma e Gomorra (Gn 19.24-28); na
formação e preservação da nação de Israel (Gn 12.1-3; Êx 19.5,6); na destruição
dos cananeus, como está registrado no livro de Josué; no envio do profeta Jonas
a cidade de Nínive (Jn 1-4); na destruição do exército de Senaqueribe (II Rs 19.32-35); nas experiências dos
servos de Deus em Babilônia, registradas no livro do profeta Daniel (Dn 3).
III – A INTERVENÇÃO DIVINA REVELADA NO SONHO DE NABUCODONOSOR
A Bíblia nos
mostra que Deus fala e também revela o futuro por
intermédio de sonhos (Jó 33.15,16; Gn 37.5-10; 40.5-9; 41.1-32; Nm
12.6; Jz 7.13-15; Dn 4.5-19; 7.1; Mt 1.20; 2.12,13,19,22). No capítulo 2 de
Daniel, encontramos uma das mais extraordinárias profecias acerca dos grandes
impérios que surgiram após o babilônico, inclusive, o Reino Milenial de Cristo,
que ainda terá seu cumprimento no futuro, e demonstra como o Soberano Deus
intervém na história, como veremos a seguir:
3.1 O Sonho. No segundo ano do seu reinado,
Nabucodonosor, rei de Babilônia, foi dormir pensando no que ocorreria depois do
seu reino (Dn 2.29), e teve um sonho que lhe deixou perturbado. Ele sonhou com uma grande estátua, cuja cabeça era de ouro; o peito e os braços de prata; o ventre e as coxas de
cobre; as pernas de ferro; e os pés, em parte de ferro e em parte de barro. Ele
viu ainda quando uma pedra foi lançada, sem o auxílio de mãos, e feriu a estátua nos pés, e despedaçou o
barro, o ferro, o bronze, a prata e o ouro. E, a pedra que feriu a estátua,
tornou-se num grande monte, e encheu toda a terra (Dn 2.31-35).
3.2
O esquecimento do sonho e a perturbação do rei. Os caldeus acreditavam que os deuses se comunicavam com os homens
por intermédio de sonhos. Por isso, Nabucodonosor julgou que seus deuses
queriam comunicar-lhe algo acerca do seu reino (Dn 2.3). Mas, ele esqueceu só
sonho, ficou perturbado e teve até insônia (Dn 2.1). O que o
rei não sabia é que não se tratava de nenhum deus da Babilônia, e sim, do Deus
de Israel, que Nabucodonosor veio a conhecê-lo posteriormente, depois de
algumas experiências envolvendo Daniel e seus amigos na corte de Babilônia (Dn
2.46-48; 3.28,29; 4.37).
3.3 A incapacidade dos adivinhadores de Babilônia. O rei mandou chamar, então, os magos, os astrólogos, os
encantadores e os caldeus para lhe declarar o sonho e dar-lhe a sua
interpretação (Dn 2.2). Eles eram conselheiros do rei, e eram peritos em
astrologia, astronomia, adivinhações, artes mágicas, interpretação de sonhos e
assuntos afins. As atividades desses servos do rei eram praticadas desde os
tempos antigos no Egito (Êx 7.11,22; 8.7,18,19). Mas, nenhum deles puderam
dizer o sonho e nem dar a sua interpretação (Dn 2.11), pois aquele sonho veio
do próprio Deus, e somente Ele poderia revelar e dar-lhe a sua interpretação
(Dn 2.29).
3.4 A ordem para matar os sábios de Babilônia. Diante da frustração, o rei ficou enfurecido e decidiu mandar
matar todos os sábios, inclusive Daniel e seus amigos: “Saiu o decreto,
segundo o qual deviam ser mortos os sábios; e buscaram a Daniel e aos seus
companheiros, para que fossem mortos” (Dn 2.13). Mas, Daniel,
sabiamente, numa atitude de fé, pediu ao rei, por intermédio de Arioque, que
lhe desse tempo para ele dar a interpretação do sonho, e chamou seus companheiros
para buscarem a Deus em oração, para que Deus lhe revelasse o sonho, para que
eles não fossem mortos também (Dn 2.16-18).
3.5 Deus revelou o sonho a Daniel. Não podemos dizer, ao certo, por quanto
tempo Daniel e seus companheiros oraram por esta causa; mas, no momento
oportuno, Deus revelou o sonho a Daniel numa visão durante a noite (Dn 2.19).
Então, Daniel louvou a Deus, dizendo: “Seja bendito o nome de Deus de
eternidade a eternidade, porque dele são a sabedoria e a força; E ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis
e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos
entendidos. Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas,
e com ele mora a luz” (Dn 2.20-23).
IV – A INTERPRETAÇÃO DO SONHO
O gráfico abaixo
nos mostra detalhes sobre o sonho de Nabucodonosor, acerca dos impérios
mundiais. Vejamos:

PARTE
|
MATERIAL
|
IMPÉRIO
|
PERÍODO
|
TEXTO
|
Cabeça
|
Ouro
|
Babilônico
|
606 a 539 a.C.
|
Dn 2.32a,37,38
|
Braços e Peito
|
Prata
|
Medo-Persa
|
539 a 331 a.C.
|
Dn 2.32b,39
|
Ventre e coxas
|
Bronze
|
Grego
|
331 a 146 a.C.
|
Dn 2.32c,39b
|
Pernas
|
Ferro
|
Romano
|
146 a.C. a 476 d.C.
|
Dn 2.33a,40
|
Pés
|
Ferro e barro
|
Império Romano restaurado
|
7 anos de Tribulação
|
Dn 2.33b,41-43
|
4.1 A
cabeça de ouro. O
profeta Daniel disse ao rei Nabucodonosor: “... tu
és a cabeça de ouro” (Dn 2.38).
Logo, a cabeça de ouro representa, tanto o império babilônico como o próprio
rei. O império babilônico recebeu na Bíblia Sagrada o título de “o ornamento
dos reino”, “a glória e a soberba dos caldeus”, e a sua capital foi chamada de
“cidade dourada” (Is 13.19; 14.4).
4.2 O peito e os braços de prata. Este segundo império está simbolizado na estátua pelo
peito e braços de prata, diz respeito ao
império que foi formado pela união de dois povos: Os Medos e os Persas. “Ciro,
o Persa derrotou os medos em 550 a.C., e empreendeu as conquistas que deram
como resultado a fundação do Império Persa que dominou o mundo de 539 a 331
a.C.
4.3 O ventre e as coxas de cobre. Simbolizam o terceiro Império Mundial, a Grécia, que
tornou-se conhecida no mundo inteiro devido as conquistas do seu líder,
Alexandre, que conquistou o mundo conhecido da sua época. O Império grego
perdurou de 331 a 146 a.C.
4.4
As pernas de ferro. Refere-se ao
Império Romano que cumpriu cabalmente tudo o
que dele se acha escrito nas profecias (Dt 28.50-53; Dn 2.40,7.7). Este foi o
mais longo de todos os Impérios, que durou por mais de seis séculos (de 146a.C.
a 476 d.C.).
4.5
Pés de ferro com barro. Os reinos
anteriores já se cumpriram no passado. Este é futuro e diz respeito a
restauração do Império Romano, que se dará pelo governo do Anticristo na terra
durante os sete anos de Tribulação (Dn 9.27; 11.31-45; II Ts 2.3-8; Ap 13.1-10).
4.6
A pedra atirada sem o auxílio de mãos.
De acordo com o sonho de Nabucodonosor, a pedra atingiu a estátua,
não na cabeça de ouro (Império Babilônico); nem no peito e braços de prata
(Império Medo-persa); nem no ventre e coxas de bronze (Império Grego); nem nas
pernas de ferro (Império Romano); mas, sim nos pés e nos dedos em parte de
ferro e barro (O
Império Romano restaurado). Será o Reino de Cristo na terra por mil anos (Is
2.3; 60.3; 66.2; Je 3.17; Ap 20.1-6).
CONCLUSÃO
Como pudemos ver, o
Soberano Deus intervém na História dos homens, e faz tudo o que lhe apraz. O
sonho de Nabucodonosor não foi um sonho comum; mas, uma profecia acerca dos
Reinos que sucederiam a Babilônia (Medo-Persa, Grego, Romano), inclusive do
Reino Milenial de Cristo, quando “... o Deus do
céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este reino não passará
a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, e será estabelecido
para sempre” (Dn 2.44).
BIBLIOGRAFIA
·
ALMEIDA, Abraão de. Uma profecia
para Hoje. BEREIA.
·
__________________. As Visões
Proféticas de Daniel. CPAD.
·
ANDRADE, Claudionor Correa de. Dicionário teológico. CPAD.
·
GILBERTO, Antonio. Daniel & Apocalipse. CPAD.
·
SILVA, Severino Pedro da. Daniel versículo por versículo. CPAD.
·
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
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