Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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Escolas Bíblicas Dominicais
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4º TRIMESTRE DE 2015 (Gn 11.1-9)
INTRODUÇÃO
Após o
dilúvio, os descendentes dos filhos de Noé, liderados por um homem chamado
Ninrode, se uniram para a construção de uma grande e imponente torre, num lugar
chamado Babel, posteriormente chamado Babilônia. Suas motivações com este
projeto eram extremamente corrompidas, o que levou Deus a intervir na situação
confundindo as línguas para que os homens não se entendessem e assim deixassem
de levar adiante este projeto corrupto.
I – A ORIGEM DA
DIVERSIDADE LINGUÍSTICA E CULTURAL
1.1 Diversidade
linguística (Gn 11.9). Quando Deus fez o homem, já o fez apto para
falar (Gn 2.19-23). A Bíblia acrescenta que até o evento da Torre de Babel,
todos os homens falavam a mesma língua (Gn 11.1). Todavia, para embargar aquele
projeto orgulhoso, Deus confundiu as línguas, dando origem a outros idiomas. A partir
disso “é impossível dizer quantas línguas os homens já falaram, desde que o
fenômeno veio à existência. Muitos milhares de idiomas têm sido usados, têm
evoluído e têm desaparecido. Até mesmo quanto à atualidade, é difícil dizer-se
exatamente quantas línguas são faladas no mundo” (CHAMPLIN, 2004, p. 828).
1.2 Diversidade cultural
(Gn 10.5,32). A palavra “cultura” significa: “o conjunto de comportamentos e ideias característicos
de um povo, que se transmite de uma geração a outra e que resulta da
socialização e aculturação verificadas no decorrer de sua história (BURNS,
1995, p. 15). Foi a partir da linguagem diferente e por conseguinte da dispersão
que os povos começaram a criar seu próprio modo de vida distinto. Logo, a
cultura até certo ponto não é nociva, desde que não venha a ferir os princípios
da Palavra de Deus.
II - OS DESCENDENTES DOS FILHOS DE NOÉ
É importante destacar que nem todas as nações conhecidas do AT
estão arroladas em Gênesis 10, mas constam do rol em número suficiente para
firmar o ponto de que a humanidade é uma só, com toda a sua diversidade, sob o
único Criador (At 17.26). Abaixo
destacaremos informações sobre os descendentes de Sem, Cam e Jafé, filhos de
Noé, segundo o Comentário Bíblico Africano (2010, p. 27):
2.1
Os descendentes de Sem (semitas) (Gn 10.2-5). Os descendentes de Sem são relacionados até a sexta geração (seus
pentanetos). Aqui, a declaração geral é de que “são estes entre os filhos
de Sem, segundo as suas famílias, segundo as suas línguas, em suas terras, em
suas nações” (Gn 10.31; I Cr 1.17-27). O número maior de
gerações abrangidas reflete o interesse do autor. No início da genealogia,
diz-se que Sem “foi pai de todos os filhos de Héber” (Gn
10.21). É possível que tenha sido destacado pelo fato de algumas pessoas
costumarem explicar a designação “hebreu” como sendo proveniente
de “Héber”. A linhagem de Sem
culmina com Abraão (Gn 11.17-27), em quem se origina a semente que será o canal de benção universal que é Cristo
Jesus (Gn 12.3; Gl 3.18). Em Atos, vemos Lucas registrar a salvação de um
descendente de Cam: o Eunuco (At 8.1); de Sem: Saulo (At 9); e de Jafé: Cornélio
(At 10). O apóstolo João vislumbra no céu, homens que foram comprados pelo
sangue de Jesus, de todas as tribos, línguas e nações (Ap 5.9-10).
2.2
Os descendentes de Cam (canitas) (Gn 10.6-20). A
linhagem de Cam é relacionada até a quarta geração (seus bisnetos). De acordo
com a declaração geral desta passagem, são “estes os filhos de Cam,
segundo suas famílias, segundo as suas línguas, em suas terras, e em suas
nações” (Gn 10.20; I Cr 1.8-16). Costuma-se associar os filhos de Cam —
Cuxe, Mizraim, Pute e Canaã — aos etíopes, egípcios, líbios e cananeus,
respectivamente. Três descendentes de Cam recebem atenção especial: Ninrode
“poderoso caçador” (Gn 10.8); Mizraim “de onde vieram os filisteus” (Gn 10.13-14); e, Canaã
que tornou-se o antepassado das tribos relacionadas em (Gn 10.15-18). O
território ocupado por elas é a mesma terra prometida posteriormente a Abraão e
seus descendentes (Gn 10.19; Êx 3.8,17; 13.5; Dt 7.1).
2.3
Os descendentes de Jafé (jafetitas) (Gn 10.21-31). A
linhagem de Jafé é relacionada até a terceira geração (seus netos). O autor
faz, então, uma declaração geral de que “estes repartiram entre si as
ilhas das nações nas suas terras, cada qual segundo a sua língua” (Gn
10.5; I Cr 1.3-7). Estudos que procuram relacionar os nomes dos filhos e
netos de Jafé com dados históricos posteriores sugerem que talvez ele seja o
antepassado dos povos indo-europeus.
III
– NINRODE O MENTOR DA REBELIÃO CONTRA DEUS
3.1
A família de Ninrode (Gn 10.8). De acordo com o texto
bíblico, Ninrode é filho de Cuxe, filho de Cam. “Embora seu nome não
aparece na lista dos filhos de Cuxe em Gênesis 10.7. Ao que parece, neste caso
o verbo “gerar” não define Cuxe como seu pai, mas sim como seu antepassado”
(ADEYEMO, 2010, p. 27 – acréscimo nosso).
3.2
O caráter de Ninrode (Gn 10.8,9). “A Bíblia
fornece-nos algum relato relativo a Ninrode. Mas o significado do seu nome, “rebelde”
parece fazer dele uma espécie de anti-herói indesejável. Ele era o tipo de rei
que Deus jamais aprovaria. Em Gênesis 10.8,9, Ninrode é chamado “gibbor”,
que significa “guerreiro” (CHAMPLIN, 2005, p. 508). Ninrode destaca-se na antiguidade como o primeiro “dos
grandes homens que há na terra”, rememorado por duas coisas que o mundo
admira: bravura pessoal e poder político.
3.3
O reino de Ninrode (Gn 10.10). “A conexão entre Ninrode e a torre de Babel é evidente pela
prioridade cronológica de Gênesis 11 a Gênesis 10 e pelo fato de que um dos
centros do reino de Ninrode era a Babilônia (ou seja, Babel). Muito
provavelmente o próprio Ninrode era um dos construtores da torre” (ZUCK, 2009,
p. 38). Flávio Josefo, judeu, historiador do primeiro século, relatou a
participação direta dos homens liderados por Ninrode na construção da Torre em
Babel: “Ninrode, neto de Cam, um
dos filhos de Noé, foi quem levou os homens a desprezar a Deus. Ao mesmo tempo
valente e corajoso, persuadiu-os de que deviam unicamente ao seu próprio valor,
e não a Deus, toda a sua boa fortuna. E, como aspirava ao governo e queria que
o escolhessem como chefe, abandonando a Deus, ofereceu-se para protegê-los
contra Ele, construindo uma torre para esse fim, tão alta que não somente as
águas não poderiam chegar-lhe ao cimo como ainda ele vingaria a morte de seus
antepassados” (JOSEFO, 2004, p. 28 – acréscimo nosso).
IV
– O PROJETO DA TORRE DE BABEL
4.1 A
construção da torre (Gn 11.3,4). Os homens estavam unidos entre si, mas essa unidade
conferiu-lhes a coragem e a ambição de fazer coisas proibidas. Utilizando-se de tijolos e do betume como argamassa, eles deram
início a construção de uma imponente torre. “A 'torre' que
construíram em Babel era uma estrutura conhecida como 'zigurate'. Arqueólogos já
escavaram várias dessas estruturas enormes construídas principalmente para fins
religiosos. Um zigurate era como uma pirâmide, exceto pelo fato de que cada
nível acima era menor, criando uma sucessão de “degraus” que permitiam subir
até o topo” (WIERSBE, 2010, p. 77).
4.2 Os
propósitos da construção (Gn 11.4). Segundo
Matthew Henry (2010, p. 71), foram três os motivos da construção da Torre de
Babel: (a) Ela parece destinar-se a uma
afronta ao próprio Deus (Gn 11.4-a). Pois eles desejavam construir uma torre
cujo cume tocasse nos céus, o que evidencia um desafio a Deus, ou pelo menos,
uma rivalidade com Ele. Eles desejavam ser como o Altíssimo, ou pelo menos,
aproximar-se dele o mais que pudessem, não em santidade, mas em altura; (b)
Eles esperavam, com isto, fazer um nome para si (Gn 11.4-b). Eles desejavam
fazer alguma coisa para que se falasse deles agora e para dar a conhecer à
posteridade que havia existido homens assim no mundo. Em lugar de morrer sem
deixar algo que os recordasse, eles desejavam deixar este monumento do seu
orgulho, e ambição, e tolice; e, (c) Eles fizeram isto para impedir a
sua dispersão (Gn 11.4-c). Para
que pudessem estar unidos em um império glorioso, eles decidem construir esta
cidade e esta torre, para que fossem a metrópole do seu reino, e o centro da
sua unidade.
V
– A ATITUDE DIVINA ANTE A CONSTRUÇÃO DA TORRE
5.1
Deus desceu (Gn 11.5,7-a). “O
Deus do céu jamais fica perplexo nem paralisado com aquilo que as
pessoas fazem aqui na Terra. A arrogante exclamação de Babel 'Subamos!'
foi respondida com tranquilidade pelo céu: 'Desçamos!'. É claro
que Deus não precisa realizar uma investigação para saber o que está
acontecendo em seu Universo; a linguagem usada serve apenas para dramatizar a
intervenção divina” (WIERSBE, 2010, p. 78 – negrito nosso).
5.2
Deus confundiu (Gn 11.7-b). A Bíblia
diz que Deus desceu para
embargar o projeto da construção dessa Torre, confundindo-lhes a língua ao
ponto de não se entenderem para não levar adiante aquele projeto. “A palavra Babel (Babilônia) dava-se a si própria o nome de “Bab-ili”,
“portal de Deus”. Mas, mediante um jogo de palavras, a Escritura
sobrepõe o rótulo mais verdadeiro, “bãlal”
que significa “ele confundiu”.
Na Bíblia, esta cidade veio a simbolizar crescentemente a sociedade ateísta,
com suas pretensões (Gn 11), perseguições (Dn 3), prazeres, pecados e
superstições (Is 47.8-13), suas riquezas e sua eventual ruína (Ap 17,18)”
(KIDNER, 2001, p. 103). Aprendemos com isso que, todo e qualquer projeto a ser
realizado alienado de Deus mais cedo ou mais tarde sucumbirá (Sl 127.1-3; Mt
7.24-27).
5.3
Deus espalhou (Gn 11.8). Aquilo que o povo havia temido lhes sobreveio
devido a seus atos quando Deus “os dispersou dali pela superfície da
terra” (Gn 11.8). Impossibilitados de se comunicar de
forma apropriada, os trabalhadores tiveram de interromper a construção da
torre. “Não sabemos o que Deus fez com a Torre, uma tradição judaica diz que o
fogo desceu do céu a consumiu até os alicerces. Outra tradição afirma que ela
foi derrubada pela força do vento” (PFEIFFER, 2007, p. 249).
CONCLUSÃO
Sempre que o homem age por arrogância
desconsiderando o senhorio de Deus sobre todas as coisas, ele experimenta a
punição e o juízo do Senhor. Esta é a principal lição que podemos extrair do
episódio da torre de Babel.
REFERÊNCIAS
·
ADEYEMO, Tokunboh. Comentário Bíblico Africano.
MUNDO CRISTÃO.
·
BURNS, Bárbara. Costumes
e Culturas: uma introdução à antropologia missionária. VIDA NOVA.
·
CHAMPLIN, R. N. O
Antigo Testamento Interpretado – Gênesis a Números. HAGNOS.
·
JOSEFO, Flavio. História dos Hebreus. CPAD.
·
KIDNER, Derek. Gênesis: introdução e comentário. CULTURA BÍBLICA.
·
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
·
PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wyclliffe. CPAD.
·
ZUCK, Roy B. Teologia do Novo Testamento. CPAD.
Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas
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