sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

LIÇÃO 12 - A BÍBLIA NOS ENSINA A RESPEITAR AS AUTORIDADES

Texto Bíblico: Rm 13.1-7; Hb 13.17-19

Para refletir
"Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas". (Rm 13.1 - NVI)

Ao Mestre
Nesta lição, estudaremos uma das mais importantes passagens concernente a relação entre a Igreja e o Estado. Paulo ensina a igreja em Roma como o crente deve comportar-se diante das autoridades constituídas. As autoridades romanas e judaicas nem sempre se mostraram tolerantes com os cristãos, suscitando, vez por outras, graves perseguições. No entanto, o apóstolo admoesta a igreja, principalmente àquele que se considerava cidadão dos céus, a não insurgir-se contra o Estado. É possível que os antinomianos pensassem que em razão de ter alcançado a liberdade em Cristo, não precisam submeter-se à autoridade civil. Paulo, temendo a anarquia resultante de tal equívoco, procura dissuadi-los. Entretanto, devemos ressaltar que o texto não trata a respeito da legitimidade ou não do governo instituído, mas da submissão e o respeito devido às autoridades.
Inicie a lição perguntando aos alunos se eles conhecem a razão pela qual Deus instituiu as autoridades governamentais. Dê-lhes algum tempo para responderem. Depois, relacione as implicações morais relacionadas abaixo, e discuta amplamente o tema. Peça, também, para lerem 1 Tm 2.1-4 e 1 Pe 2.13-15.
1) As autoridades civis devem reconhecer a origem de seu poder, para governarem em conformidade com a justiça e no temor de Deus. Porque se assim não agirem, sofrerão um severo julgamento.
2) As pessoas sujeitas ao governo civil devem obedecer ao mesmo como se estivessem obedecendo ao próprio Deus, reconhecendo que a autoridade que possuem lhe foi concedida por Deus. Assim, quem obedece aos governantes humanos, naquilo que é justo, obedece, ao mesmo tempo, a Deus.

O respeito as autoridades
Depois de apresentar aos romanos a maravilhosa doutrina da salvação, Paulo põe-se a explicar-lhes o que ela significa na vida prática do crente. Em primeiro lugar, discorre sobre a nossa relação com Deus (12.1,2); em seguida, acerca de nosso relacionamento com os irmãos (12.3-16); depois, com a sociedade e até com os que nos odeiam (12.17-21). Por último, trata de nossa relação com os governos humanos (13.1-7). A Bíblia, por conseguinte, engloba todas as relações humanas, inclusive com os poderes constituídos.
Paulo afirma que o evangelho não é algo apenas para se crer, mas também para se praticar. O cristianismo é uma prática de vida. Nesta lição, veremos o que a Bíblia diz acerca de nosso relacionamento com as autoridades humanas responsáveis pelo funcionamento do Estado.

Embora cidadãos dos céus, vivemos no mundo
Os cidadãos dos céus num mundo corrupto. O Novo Testamento descreve o Estado como um instrumento de Deus para promover a justiça e a ordem. Quanto a nós, embora não sejamos espiritualmente deste mundo (Jo 17.14), temos por obrigação orar pelas autoridades, a fim de que possam desincumbir-se das tarefas que Deus lhes confiou. Deste modo, poderemos viver de modo tranqüilo e sem sobressaltos (1 Tm 2.1,2).
Não resta dúvida de que somos peregrinos neste mundo e cidadãos dos céus (Fp 3.20). Mas, por haverem interpretado erradamente o seu papel como servos do Rei dos reis e Senhor dos Senhores, alguns irmãos em Roma não mais queriam arcar com as suas obrigações em relação ao Estado. Muitos ainda hoje pensam desta forma: já que somos espirituais, não precisamos preocupar-nos com as leis e obrigações comuns a todos os cidadãos. No entanto, a Bíblia exige que sejamos bons cidadãos e cumpramos rigorosamente as leis, desde que estas não contrariem a Palavra de Deus (At 5.29).
Alguns cristãos pensam que não devem interessar-se por coisas que não sejam especificamente bíblicas: saúde pública, trânsito, economia, etc. Todavia, diante das leis terrenas, todos temos direitos e obrigações. Tanto os crentes quanto os incrédulos são igualmente responsáveis pela promoção do bem comum.
Jesus ordenou: “Dai, pois, a César o que é de César” (Mt 22.21). Paulo também é categórico ao ensinar: os que governam a nação são enviados por Deus para assumir tal responsabilidade. As autoridades, pois, não foram constituídas para causar terror às pessoas que vivem de modo honrado e digno (Rm 13.6,7). As epístolas pastorais, aliás, exortam-nos a orar pelos reis e pelas demais autoridades (1 Tm 2.2).

A função do Estado
Depois da queda de Adão e Eva, o homem tornou-se avesso às leis, passando a comportar-se de maneira cruel, vil e egoísta. Manter a humanidade caída dentro da lei é uma necessidade básica para a promoção e manutenção da ordem pública. Foi por isto que Deus constituiu o Estado: promover a ordem através da observância das leis, para que todos tenham uma vida sossegada (1 Tm 2.1,2).
Antes de continuarmos, vejamos o que é o Estado. É a nação política e juridicamente organizada. Ou seja: é o país governado de acordo com as leis que todos, sem exceção, são obrigados a observar, visando a promoção do bem comum.
A atuação das autoridades concentra-se em dois pólos: o castigo dos malfeitores e o louvor dos que praticam o bem. De acordo com as palavras de Pedro, o Estado deve agir tanto punindo os maus como promovendo o bem comum. Os crentes devem cooperar com as autoridades, mostrando, através de um testemunho digno, serem de fato filhos de Deus (1 Pe 2.13-15).

Por que devemos nos sujeitar às autoridades
Porque as autoridades foram ordenadas por Deus. Paulo mostra que Deus não somente constituiu como mantém as autoridades humanas. No Antigo Testamento, há várias declarações a respeito da soberania divina (2 Sm 12.7,8; Jr 27.5-7; Dn 2.21; 4.17,32; 5.21).
O próprio Jesus fez alusão a isto (Jo 19.11). Assim, temos certeza de que não há poder independente de Deus. Governo, lei e ordem são evidências da intervenção divina na vida e na história da humanidade. Ele é soberano; está no comando de tudo.
Quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus. Resistir é “opor-se a”. O que resiste à autoridade está em oposição ao próprio Deus. Esta pessoa trará sobre si a condenação e o justo juízo.

O que a Bíblia diz sobre o Estado
 A sujeição às autoridades. “Toda a alma esteja sujeita...”. É uma ordem dirigida a todos sem qualquer exceção. Em 1 Pe 2.13, sujeitar-se significa “colocar-se debaixo de”, “submeter-se”. Significa ainda que devemos, voluntariamente, obedecer às autoridades constituídas.
Essa sujeição, contudo, não implica obediência cega. É uma atitude de reconhecimento das pessoas que ocupam posição de comando numa sociedade juridicamente organizada. O cristão não está sujeito às autoridades por medo, como acontece com os malfeitores, mas devido à sua consciência moldada na Palavra de Deus (Rm 13.5). Ele vê a necessidade de lei e de ordem em conseqüência do pecado. No entanto, como veremos, esta sujeição tem limites. 
A Bíblia deixa claro: se o Estado colocar-se entre o cristão e a sua relação com Deus, devemos optar por obedecer a Deus, cuja soberania é inquestionável (At 4.18-20; 5.28,29). Pois as autoridades humanas foram designadas por Ele para o cumprimento de sua vontade.
Portanto devemos sujeitar-nos às autoridades enquanto estas não se puserem entre nós e a nossa lealdade a Deus e aos seus mandamentos. Acima de qualquer autoridade está Jesus Cristo — Ele é o Rei dos reis e Senhor dos Senhores. O cristão não se submete à autoridade por causa dela em si, mas por ser filho de Deus e por observar as Sagradas Escrituras.
Sendo nós cidadãos dos céus, é inadmissível as dissensões em nosso meio, principalmente motivadas por questões políticas. É natural que existam divergências políticas: somos pessoas diferentes, com opiniões diferentes. Mas estas opiniões não podem, jamais, prejudicar a comunhão cristã. Que estas questões, pois, não sejam levadas para a comunidade dos santos; que elas fiquem no âmbito das relações terrenas.
A Igreja, como corpo de Cristo, não está sob o domínio do Estado. Mas como cidadãos, todos temos obrigações para com este. A expressão “a quem tributo, tributo; a quem honra, honra” (Rm 13.7) é um imperativo a ser considerado por todos os cidadãos, inclusive pelos crentes.
Uma vez que o nosso país é governado por um regime democrático, é dever de todo o cidadão cumprir o seu papel, exercendo o direito de escolha de seus representantes e governantes. Contudo, procure sempre optar por aquele que se acha comprometido com a promoção do bem comum. O comércio de votos é uma afronta à democracia e um grave pecado diante de Deus.
Pagar impostos é um dever de todo o cidadão. Como cristãos, devemos pagar os impostos ao Estado em obediência às leis governamentais, sabendo que, com esta atitude, estamos obedecendo à orientação de Jesus: “Dai, pois, a César o que é de César...” (Lc 20.25).

Conclusão
Professor (a) enfatize aos seus alunos que no Sermão da Montanha, Jesus realçou o dever de sermos luz do mundo e sal da terra, a fim de que o nome de Deus seja glorificado diante dos homens. O cumprimento de nossos deveres para com o Estado demonstra a qualidade de nossa vida cristã, engrandece o nome do Senhor e nos torna partícipes da manutenção da ordem pública e da promoção do bem comum.

Colaboração para o Portal Escola Dominical – Prof. Jaciara da  Silva
Fonte: PortalEBD

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