Igreja Evangélica
Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência
das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor
Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo
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Fone: 3084 1524
4º TRIMESTRE 2016
(Gn
12.1-10)
INTRODUÇÃO
Nesta lição estudaremos sobre Abraão
um dos personagens de maior destaque no AT. Destacaremos aqui algumas
informações sobre este patriarca; veremos como foi o seu chamado e quais as
dificuldades que enfrentou caminhando com Deus; veremos também que em sua
trajetória Abrão cometeu alguns deslizes os quais devemos evitar; e, por fim,
pontuaremos quais as lições que Deus ensinou a Abraão durante a sua jornada de
fé.
I – INFORMAÇÕES SOBRE O PATRIARCA ABRAÃO
A história de Abrão
começa em Gênesis 11.26 com seu nascimento e termina em Gênesis 25.9 quando é
sepultado em Macpela, pelos seus dois filhos, Isaque e Ismael. Segundo Hoff
(1995, p. 25) “Abraão é
o personagem mais importante do Gênesis, e um dos mais importantes de toda a
Bíblia. Moisés dedicou onze capítulos ao que aconteceu antes de Abraão,
enquanto treze capítulos se referem quase exclusivamente à vida pessoal do
patriarca”.
Paulo o considerava como o pai de todos os que creem (Rm 4.16).
1.1
Local e data de nascimento (Gn 11.26-28).
Abrão nasceu quando seu pai estava em Ur dos Caldeus (Gn 11.27,28). Segundo
Cabral (2002, p. 5) “esta cidade tinha uma grande movimentação turística e
comercial e constituía-se num importante complexo de atividades da Suméria.
Provavelmente Abrão nasceu no ano de 2166 a.C.”.
1.2
Seu nome (Gn 11.26; 17.5). O nome
primeiro de Abrão (Gn 11.26) significa: “pai elevado”, ou “pai
das alturas”. Posteriormente, depois de uma aliança feita com Deus, seu
nome passou a ser Abraão, que significa: “pai fecundo” ou “pai
de uma multidão”. Este último nome dado por Deus ao patriarca era
profético, pois, no tempo certo, ele haveria de ser o pai de uma numerosa
multidão (Gn 17.5,6).
1.3
Seus ascendentes (Gn 11.10-26).
Abraão era filho de Terá, o décimo na linhagem depois de Sem, portanto ele era
um semita. A Escritura diz que enquanto
os cananeus filhos de Cam receberam a maldição de Deus, os filhos de Sem tornaram-se ancestral do povo de Deus e
encabeçaram a genealogia que introduziu Terá, o pai de Abraão (Gn 11.10-32)
mencionado na genealogia de Jesus (Lc 3.36).
1.4
Sua esposa (Gn 11.29-31; 12.5).
Abraão havia casado com uma mulher chamada Sarai. A Bíblia diz que ela era
estéril (Gn 11.30). Na ocasião em que Deus mudou o nome de Abraão, também mudou
o nome de sua esposa, que ao invés de Sarai, agora seria chamada Sara, que
significa: “princesa” (Gn 17.15).
II – ABRAÃO E AS DIFICULDADES QUE ENFRENTOU
Abraão recebeu um
chamado divino e ele correspondeu a esta convocação de sair de sua terra e ir
para uma terra que Deus lhe mostraria (Gn 12.1-4). Todavia, apesar de renunciar
o que Deus havia lhe pedido e sair rumo a Sua vontade, o patriarca enfrentou
diversas dificuldades. Vejamos algumas delas:
2.1 A terra prometida estava ocupada (Gn 12.5,6;
28.1). A
primeira grande dificuldade com a qual
Abraão se deparou foi o fato de que a terra para onde Deus o dirigiu para
habitar já estava ocupada. Ele estava como estrangeiro e
peregrino, viajando de um lugar para outro. Nunca foi dono de um metro quadrado
de terra, a não ser o local de sua sepultura, pois os cananeus eram os
senhores daquela terra. Por certo eles não facilitariam a vida de Abraão e sua
gente. Acrescenta-se ainda que seus costumes eram estranhos ao comportamento
santo que Deus exigia do patriarca (Gn 17.1; 24.3). Portanto, para o crente
Abraão viver neste ambiente hostil era um grande desafio. Nesta dificuldade, o
patriarca ergueu o altar e invocou o Senhor (Gn 12.7,8) e esperou no Senhor
quanto a promessa da terra que sua semente herdaria (Gn 13.14-17).
2.2 A terra prometida estava em crise (Gn
12.10). A
segunda dificuldade que Abraão enfrentou naquela terra foi a fome. A
terra da promessa, Canaã, era uma região que estava passando por escassez, o
que aparentemente não correspondia ao que Deus prometeu. Não havia quase nada
para a subsistência do seu povo nem para os animais. Não foi fácil para Abraão
sair de uma rica e próspera cidade, atendendo ao chamado divino que lhes fez
grandes promessas e agora de forma paradoxal estar numa cidade em crise. Será
que ele tinha fé para acreditar que Deus estava guiando a sua história? A
atitude de ir ao Egito mostrou que não. Precisamos confiar em Deus em meio as
crises e não procurarmos aparentes saídas das provações a que fomos submetidos.
Assim como Abraão, somos peregrinos e forasteiros neste mundo e nessa
peregrinação passamos por muitas provações (I Pe 2.11). Um autêntico servo de
Deus não está livre de turbulências (Tg 1.3). Podemos ser contristados pelas
dificuldades (I Pe 1.6), mas devemos ter em mente que o Senhor livra os
piedosos (2 Pe 2.9).
III – OS ERROS DE ABRAÃO E AS SUAS CONSEQUÊNCIAS
Como
na grande maioria dos personagens da
Bíblia, a vida de Abraão não foi marcada apenas por êxitos e conquistas, mas
também, por erros e fracassos. Como a Bíblia é um livro imparcial, ela descreve
também os erros cometidos por nosso “pai na fé”, com o intuito de
nos alertar, para que não venhamos à praticá-los. Vejamos alguns:
3.1 Agindo sem a orientação divina (Gn 12.10). Quando se deparou com
uma grande fome na terra em que estava Abraão resolveu ir ao Egito. Nessa ocasião, não vemos o patriarca
consultando ou pedindo orientação a Deus sobre o que fazer diante da crise que
estava enfrentando. Pelo contrário, observamos Abraão agindo de forma
precipitada. Abraão desceu para o lugar errado “Egito”; tomou a
atitude errada “peregrinar”; com motivações erradas “a fome
era grande”. Quando as situações difíceis vierem sobre nós, devemos
recorrer a Deus, consultando-o através da Palavra e da oração (Jr 33.3; Sl
119.105). Precisamos confiar em Deus, em meio as crises, acreditando que Ele
tem uma direção sábia para nos dar (Sl 17.5; 25.5; 37.23; 139.4; Pv 16.9).
3.2 Mentindo para seu próprio benefício (Gn
12.11,12). Em
duas ocasiões diferentes, Abraão, temendo a morte, pediu para que Sara omitisse
que era sua esposa. No Egito, diante de Faraó (Gn 12.10-20), e em Gerar, diante
de Abimeleque (Gn 20.1-18). No Egito, as consequências dessa atitude foram desastrosas
(Gn 12.15,18-20). A Bíblia diz que: (a) a mentira é pecado
(Mt 5.37); (b) originou-se de um anjo caído (Gn 3.1-5); (c) o pai da mentira é o
diabo (Jo 8.43-44); (d) não escapará o que profere mentiras (Pv 19.5,9);
e, (e) os mentirosos não herdarão o reino de Deus (Ap 21.27; 22.15).
3.3 Precipitando-se com Agar (Gn 16.1-16). Abraão sofria muito com o fato de sua esposa não gerar filhos.
Principalmente dentro do contexto da época que: (a) atribuía a
esterilidade diretamente a uma punição divina (Gn 16.2; I Sm 1.5); (b)
atrelava a prosperidade do homem a quantidade de filhos (I Sm 2.5; Jó 1.2,10;
Rt 4.15); e, (c) um homem sem filhos ia ver a história se findar com a
sua morte, pois seria uma pessoa sem posteridade (Gn 15.2,3). Ao
perceberem que os anos estavam passando e, não vendo o cumprimento da promessa,
Abraão e Sara saíram da dimensão da fé e
racionalizaram o nascimento de um filho (Gn 16.1,2). Pelo processo natural,
Sara não podia gerar filhos, pois, além de ser estéril, estava na velhice (Gn
18.11). Ela convenceu o marido de que, a melhor forma de ele ter um herdeiro
legítimo, seria possuir sua serva Agar. Abraão vacilou na fé, e, sem consultar
a Deus, deu ouvido à voz de sua mulher (Gn 16.2).
IV – NO DISCIPULADO DA FÉ COM DEUS
A estrada da maturidade da fé é um
teste constante, no qual as pressões da vida cooperam em forma de “provações”
(Tg 1.2), as quais quando enfrentadas com fé e perseverança, nos tornam “maduros
e completos” (Tg 1.4). Deus permite circunstâncias adversas a fim de
que aprendamos algumas lições. Eis algumas lições que Abraão aprendeu:
4.1
Aprendeu renunciar (Gn 12.1-3). Não
foi fácil para Abraão sair de sua terra, de sua parentela e da casa do seu pai.
Na verdade apesar da exigência divina de lhe pedir tal renúncia, ele levou
consigo seu pai e também seu sobrinho (Gn 11.31; At 7.2-4). No caminho, seu pai
faleceu e seu sobrinho lhe trouxe grandes problemas (Gn 11.32; 13.7; 14.12-14).
Abraão aprendeu que não é bom caminhar com aquilo que Deus pede para nos desvencilharmos (Mt 10.37; 16.24,25).
4.2
Aprendeu a depender (Gn 12.10-20). Ao
chegar na terra que por Deus foi mostrada e nela encontrar dificuldades, Abraão
deveria buscar a Deus sobre como deveria agir nessa situação. Na verdade a sua
própria voz falou mais alto e ele desceu ao Egito afim de garantir sua
sobrevivência. Esta descida quase resultou num grande desastre familiar, senão
fosse a intervenção divina. Abraão reconheceu que agiu precipitadamente e saiu
do Egito retornando para o lugar que Deus lhe dissera (Gn 13.1-4). É melhor
estar na dificuldade com Deus do que na facilidade fora da vontade divina (I Pe
3.17).
4.3
Aprendeu a confiar (Gn 16.1-16). Deus
já havia prometido que daria um filho a Abraão com a sua esposa Sara (Gn 12.2; 15.4), no entanto, entre a promessa
e o cumprimento, o casal resolveu tomar um atalho (Gn 16.1-4). As consequências
de tal atitude foram desastrosas, trazendo amargura dentro lar (Gn 16.4,5;
21.9). O casal aprendeu na prática que,
confiar na promessa de Deus é melhor, pois trás satisfação e alegria (Gn
21.1-6).
4.4
Aprendeu a amar (Gn 22.1-18). Abraão
precisava aprender que o relacionamento com Deus não deve ser mercantil, ou
seja, obediência em troca de favores, senão obediência por amor. Para ensinar
isso, Deus lhe pediu em sacrifício o seu único filho (Gn 12.4; 21.5; 22.1). O
patriarca não hesitou em atender a voz divina, levando o seu filho para o monte
a fim de ser sacrificado (Gn 22.3). Lá experimentou a providência divina que,
enviou-lhe um carneiro a fim de poupar Isaque (Gn 22.13). Abraão aprendera que
embora ame algo ou alguém, este amor deve estar sempre abaixo do amor que deve
ser tributado a Deus que é a nossa prioridade (Gn 22.11,12,16; Dt 6.5; Mc
12.30).
CONCLUSÃO
Apesar de ser chamado por Deus,
Abraão enfrentou diversas dificuldades, as quais superou com a ajuda divina. De
igual forma precisamos olhar as dificuldades sob uma perspectiva positiva de
que podemos aprender nos altos e baixos da vida a amadurecermos no nosso
relacionamento com Deus.
REFERÊNCIAS
·
CABRAL, Elienai. Abraão: as experiências
de nosso pai na fé. CPAD.
·
HOFF, Paul. O Penteteuco. VIDA.
·
GARDNER, Paul. Quém é quem na Bíblia Sagrada.
VIDA.
·
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo
Pentecostal. CPAD.
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