LIDERANÇA EM TEMPOS DE CRISE
Texto Áureo: Ne. 2.20 – Leitura Bíblica: Ne. 2.11-18
Pb. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
Objetivo: Mostrar aos alunos que na
expansão e consolidação do Reino de Deus é imprescindível que ajamos com
sabedoria, coragem, entusiasmo e fé.
INTRODUÇÃO
Nos
momentos de crise os líderes chamados por Deus fazem à diferença. Na
lição de hoje estudaremos a respeito da atuação de Neemias diante dos
seus liderados. A princípio, veremos que Neemias se posicionou como um
servo de Deus. Em seguida, atentaremos para o exercício da liderança em
tempos difíceis. E por fim, destacaremos a necessidade de ousadia para
realizar reformas em momentos de crise.
1. NEEMIAS, O LÍDER-SERVO
Como
servo do Deus dos céus, Neemias demonstra praticidade na realização da
vontade do Soberano. Mas antes, o servo do Senhor aguardou o momento
certo para tomar as decisões necessárias. Ele ora a Deus para que tenha a
oportunidade de adentrar a presença do rei, e para que obtenha êxito em
seu intento (Ne. 1.11). Ele demonstra saber esperar e essa é uma lição
para todo aquele que exerce a liderança. O tempo da espera não é tempo
perdido, mas de reflexão, a fim de evitar atitudes precipitadas (Ne.
2.1). Neemias também revela confiança , ainda que tenha inicialmente
temido ao rei, Ele ousou e teve coragem de dizer o que estava em seu
coração (Ne. 2.2,3). Mas antes de responder à preocupação do rei,
Neemias orou a Deus, ele sabia que de nada adianta tomar decisões se
essas não tiverem a aprovação do Senhor (Ne. 2.4,5). Depois de ter orado
e aberto seu coração perante o rei, Neemias planejou o que devera ser
feito. Ele demonstrou que tinha conhecimento da situação e não estava
apenas especulando (Ne. 2.6). Diante da indagação do rei a respeito da
situação, Neemias solicitou sua proteção e a provisão para realizar o
trabalho (Ne. 2.7). O rei atendeu ao seu pedido, não porque fosse bom,
mas porque a mão graciosa de Deus estava no comando (Ne. 2.8). Neemias
era servo de Deus, por isso deu glória ao Senhor por haver concretizado
seus intentos.
2. LIDERANÇA NA CRISE
Algumas
pessoas são chamadas por Deus para liderarem em tempos de crise.
Neemias foi um dos tais. Homens e mulheres vocacionadas por Deus para
tempos de crise olham para além das circunstâncias. Líderes dessa
natureza não surgem de uma hora para outra, é resultado de um processo
de formação. Deus preparou Neemias para aquele momento, ele próprio
tinha consciência do seu chamado especial para a reconstrução de
Jerusalém. Antes de agir, ele chora (demonstra sensibilidade), ora
(busca a orientação de Deus) e jejua (demonstra dependência de Deus).
Neemias sabia avaliar as circunstâncias e percebeu que a reconstrução da
cidade dependia de uma decisão política. Isso porque o rei Artaxerxes
havia decretado a parada do serviço de reconstrução (Ed. 4.21). A
atuação política de Neemias precisa ser contextualizada e avaliada nos
dias atuais. Ele não intercedeu ao rei para pedir algo a seu favor, mas
para o bem do seu povo, a fim de que a nação saísse da miséria e do
opróbrio. Ciente dessa condição, Neemias planejou as condições para a
realização da obra de Deus, avaliou condições físicas, pois a viagem
demoraria quatro meses, por isso, ele esperou três dias (Ne. 2.11). Os
obreiros do Senhor precisam estar atentos às suas limitações físicas,
para tanto, devem atentar para uma alimentação equilibrada, evitar
excessos físicos, e principalmente, não sacrificar as horas de sono.
Depois do tempo de refrigério, Neemias partiu em busca da realização do
projeto de Deus. Ele apercebeu-se da oposição que teria para o
desenvolvimento do trabalho (Ne. 2.10,12). Reconhecer a verdadeira
oposição é fundamental, muitos líderes criam seus opositores, e, às
vezes, vêem oposição onde não há. Quem pensa diferente necessariamente
não está contra a realização da obra de Deus. Líderes que atuam em tempo
de crise devem aprender a tirar proveito daqueles que pensam de modo
distinto. Esse critério deva ser avaliado na separação de obreiros para
atuarem no serviço cristão. Jesus soube lidar com a diferença em seu
corpo apostólico, e principalmente, tirar proveito das peculiaridades de
cada um dos seus discípulos. Neemias fez com que seus liderados
percebessem que os problemas não eram dos outros, mas também deles, que
não apenas a nação estava com problemas, que eles próprios eram a nação
(Ne. 2.17). Em seguida, inspirou a confiança neles, para isso,
revelou-lhes que Deus o havia comissionado para uma tarefa, e que esse
mesmo Deus estaria com eles nesse processo (Ne. 2.18). Ele sabia que
enfrentaria oposição, e que seus liderados deveriam saber conviver com
essa realidade e saber como responder àqueles que se voltam contra a
obra de Deus (Ne. 2.19,20): identificando quem são eles e avaliando suas
reais motivações.
3. REFORMAS EM TEMPOS DE CRISE
A
reforma era uma necessidade premente diante da condição de pobreza,
desânimo e oposição na qual a nação se encontrava. Na Idade Média, os
reformadores perceberam a carência de mudança nos ditames da igreja
cristã. Lutero e Calvino foram instrumentos de Deus a fim de que a
Igreja retornasse às Escrituras. Sem entusiasmo, a obra dificilmente
será realizada, sem paixão ninguém faz coisa alguma no reino de Deus
(Jr. 20.9). Paulo revelou esse entusiasmo ao declarar: “Em nada
considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha
carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o
evangelho da graça de Deus” (At. 20.24). Mas para que a reforma seja
realizada de acordo com a vontade de Deus, é preciso: 1) avaliar antes
de agir (Ne. 2.11), isso dará oportunidade de analisar as condições; 2)
investigar antes de motivar (Ne. 2.12), todo trabalho exige sacrifício, e
as pessoas devem estar cientes desse; 3) saber calar antes de falar
(Ne. 2.12,16), o silêncio é precioso, principalmente diante dos
opositores; e 4) diagnosticar a natureza dos problemas (Ne. 2.17), se
não identificarmos os problemas, é possível que resolvamos não-problemas
e criemos problemas onde não existem. Além do mais, toda reforma bem
sucedida acontece no processo de cooperação. Nesse sentido, a motivação
correta deva ser apresentada, no caso de Neemias, o patriotismo
justificava as atitudes. O líder deva dar o exemplo, caso contrário, não
servirá de inspiração. Ao invés de dizer “vá e construam”, Neemias
disse “venham e construamos”. A motivação para a concretização da obra
deve estar respaldada pela Palavra de Deus. O Senhor é o Motivo de
pelejarmos com integridade e coragem. A benção de Deus é o fundamento
para a restauração da Sua obra (Ne. 2.20).
CONCLUSÃO
As
crises são inevitáveis, cedo ou tarde, toda obra enfrentará
dificuldades. A forma como lidamos com as crises é que faz toda
diferença. Diante delas, os líderes chamados por Deus se revelam.
Aqueles vocacionados por Deus para enfrentar as crises devem agir com
sabedoria, coragem, entusiasmo e fé. Uma demonstração dessas
características está na disposição para avaliar as circunstâncias, a
disposição para agir diante das adversidades, a motivação correta que
seja capaz de inspirar outros e, sobretudo, a confiança em Deus para
realizar o que está além da nossa capacidade.
BIBLIOGRAFIA
BROWN, R. The message of Nehemiah. Downers Grove: Intervarsity Press, 1998.
LOPES, H. D. Neemias. São Paulo: Hagnos, 2006.
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