Texto Áureo: Ne. 6.3 – Leitura Bíblica: Ne. 6.1-9
Pb. José Roberto A. Barbosa
INTRODUÇÃO
Os
inimigos da obra de Deus tudo farão para impedir a expansão do Seu
reino. Na aula de hoje atentaremos para a conspiração dos inimigos
contra Neemias. A princípio destacaremos as estratégias do inimigo a fim
de atrasar o avanço da obra. Em seguida, analisaremos a trama dos
inimigos para atingir Neemias, já que esse estava em posição de
liderança na condução dos trabalhos. Por fim, apontaremos as convicções
do servo do Senhor que fizeram diferença diante das ameaças dos
inimigos.
1. AS ESTRATÉGIAS DOS INIMIGOS
Os
inimigos não dão trégua e tentam de várias maneiras atrapalharem o
desenvolvimento da obra de Deus. Neemias passou por várias afrontas dos
seus opositores: desagrado (Ne. 2.10), zombaria (Ne. 2.19), escárnio
(Ne. 4.1), humilhação (Ne. 4.2), chacota (Ne. 4.3), confusão (Ne. 4.8),
violência (Ne. 4.11) e boatos (Ne. 4.12). Eles recorreram a diversas
estratégias no intuito de dificultar o progresso da obra, dentre elas
destacamos: 1) a distração – como as portas ainda não havia sido postas
no devido lugar, os adversários tentaram retirar os obreiros do foco
sobre a tarefa a ser desenvolvida (Ne. 6.1); 2) a negociação – quando os
opositores não conseguem êxito em sua empreitada contra os servos de
Deus, eles buscam barganhar, com vistas a tirarem alguma vantagem (Ne.
6.2); 3) a maldade – os adversários queriam conduzir Neemias para um
local distante, fora da zona de segurança, com essa proposta pretendiam
mata-lo (Ne. 6.2); 4) o cansaço – os inimigos não desistem, a
insistência visa levar os servos de Deus ao cansaço (Ne. 6.4); 5) a
boataria – os opositores da obra de Deus recorrem a essa estratégias;
por meio do falso testemunho querem denegrir a imagem da liderança (Ne.
6.4-7); 6) a chantagem – através de tais recursos os adversários
pretendem demonstrar aos servos de Deus que não há saída, que eles estão
encurralados (Ne. 6.7); e 7) o medo – os adversários sabem que o temor
pode fazer com que as pessoas fiquem paralisadas, por isso, tentam
amedrontar os servos de Deus (Ne. 6.9). Essas estratégias utilizadas
pelos inimigos da obra de Deus nos tempos de Neemias ainda se repetem
nos dias atuais. Através dos recursos da mídia, ou de aparatos
jurídicos, os opositores do Reino de Cristo tentam intimidar os que
servem ao Senhor.
2. AS CONSPIRAÇÕES DOS INIMIGOS
Os
inimigos da obra de Deus conspiraram contra Neemias, eles arquitetaram
um plano para aniquilá-lo. O desejo deles era o de sequestrar o servo
do Senhor, por isso queriam conduzi-lo para uma das aldeias da planície
de Ono. Tratava-se de um lugar que ficava entre Samaria e Jerusalém, a
meta dos adversários era destruir aquele que era o principal
representante na reconstrução da obra de Deus. Lutero, o reformador
protestante, também passou por situações semelhantes diante do poder
religioso. Os líderes da igreja oficial, aliados às forças políticas da
sua época tentaram sequestra-lo a fim de que a reforma fosse abortada.
As autoridades contrárias ao controle papal foram usadas por Deus para
proteger o reformador. Por isso, antes de uma emboscada com o intuito
de mata-lo, preservaram a sua vida, e levaram-no a um lugar seguro,
onde conclui a tradução da Bíblia para o alemão. Neemias revelou ser um
homem resoluto, ele sabia que estava investido de uma grande
responsabilidade, por isso não se deixou levar pelas distrações dos
inimigos (Ne. 6.3). Ele estava convicto do seu chamado para aquele
ministério, por esse motivo, mesmo com a insistência dos opositores,
Neemias se mostrou inflexível. Nem mesmo as falsas acusações do inimigo
foram capazes de tirar o servo do Senhor do seu alvo. Em resposta a
intimidação dos adversários, Neemias se mostrou confiante em Deus. Ele
sabia que o Senhor é soberano (Ne. 1.5; 2.4,20), sábio (Ne. 2.12),
poderoso (Ne. 4.14,20), misericordioso (Ne. 9.17), compassivo (Ne. 9.19)
generoso (Ne. 9.19) e paciente (Ne. 4.14,20). Quando conhecemos nosso
Deus não temos motivos para temer. A confiança no Senhor é fortalecida
através da oração, por essa razão, Neemias está sempre se dirigindo ao
Deus de Israel (Ne. 6.14). A ausência de oração na vida do líder, e de
todo cristão, faz com que ele veja os inimigos e os problemas maiores
do que eles realmente são.
3. CONVICÇÃO DIANTE DOS INIMIGOS
O
êxito de Neemias durante o período de reconstrução dos muros de
Jerusalém, mesmo diante das conspirações dos inimigos, é resultado das
suas convicções. Paulo, ao escrever ao jovem Timóteo, revelou-lhe que
sabia em quem havia crido (II Tm. 1.12). Os discípulos não se
intimidaram com as afrontas das autoridades religiosas. Eles sabiam que
Jesus havia ressuscitado dos mortos, por isso testemunhavam do
evangelho com ousadia (At. 4.29-37). Sem convicções firmes na Palavra
de Deus, o líder cristão acaba se tornando presa fácil dos inimigos.
Neemias era um homem de fé, por isso ele priorizou a revitalização do
culto ao Senhor (Ne. 7.1). Em alguns contextos evangélicos, a Palavra
de Deus está sendo relegada a segundo plano. Há líderes cujos
interesses não se coadunam com os princípios escriturísticos, estão
preocupados apenas com a obtenção de poder e riqueza, ainda que, para
tanto, subvertam a doutrina bíblica. Um líder convicto da sua fé em
Deus não faz aliança com indivíduos que comprometam sua idoneidade
cristã. Neemias procurou se aproximar de pessoas que o ajudassem e que
fortalecessem o projeto de Deus (Ne. 7.2). Mesmo confiando no Deus de
Israel, Neemias não fez pouco caso dos perigos que precisava enfrentar
(Ne. 7.3), por esse motivo ele planejou a execução de tarefas que
protegessem o povo de Deus (Ne. 7.4). É admirável, e serve de
inspiração para todo cristão, a capacidade de Neemias de sacramentar
cada uma das suas atitudes. Qualquer responsabilidade desempenhada na
reconstrução dos muros era motivo de oração, em tudo se buscava a
direção divina (Ne. 7.5). Os princípios bíblicos não podiam ser
descartados, o planejamento não teria efeito se não fosse executado de
acordo com os parâmetros estabelecidos por Deus em Sua palavra (Ne.
7.61-65). A ganância e o materialismo, que se constituem um problema
para os cristão deste tempo, foram atacados por Neemias, ao invés de
incentivar a prosperidade individual ele estimulou o povo a exercitar a
generosidade (Ne. 7.66-73).
CONCLUSÃO
A
conspiração dos inimigos contra a obra de Deus é constante, esse é o
motivo do povo de Deus permanecer atento, exercitando o discernimento
espiritual (Ne. 6.2), a fim de identificar a relevância do serviço que
estamos desempenhado, não especificamente para homens, mas para Deus
(Ne. 6.3). Diante das ameaça, é preciso ter cautela, não se adiantar e
demonstrar prudência espiritual, não falar mais do que necessário e
permanecer firme nos propósitos estabelecidos pelo Senhor (Ne. 6.4). Se
assim agirmos, demonstraremos integridade espiritual diante das
afrontas do Inimigo, a convicção no que cremos, com base na Palavra de
Deus, e a prática da oração serão fundamentais para resistir as tramas
dos adversários (Ne. 6.6-8).
BIBLIOGRAFIA
BROWN, R. The message of Nehemiah. Downer Grove: IVP, 1998.
LOPES, H. D. Neemias. São Paulo: Hagnos, 2006.
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