quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Lição 7 - MIQUÉIAS - A IMPORTÂNCIA DA OBEDIÊNCIA





MIQUÉIAS O nome Miquéias, que significa “Quem é como Jeová”, era muito comum en­tre os hebreus. Ele foi um profeta, autor do livro que leva o seu nome (Mq 1.1; Jr 26.18). Viveu em Moresete-Gate (Mq 1.1,14), uma cidade em Judá, perto da cidade de Gate dos filisteus e que, possivelmente, esteve alguma vez sob o governo de Gate. Essa cidade esta­va 30 ou 40 quilômetros a sudeste de Jerusa­lém. Eusébio e Jerônimo citam a tradição que colocou esse local não muito longe do leste de Eleuterópolis, que tem sido identificada com Beit Jibrin, situada em um vale que leva da planície costeira ao interior da Judéia, perto de Jerusalém. Dessa forma, o profeta viveu onde era capaz de observar a longa estrada por onde, durante séculos, haviam passado os exércitos invasores, assim como os pionei­ros e as caravanas comerciais.
Miquéias foi contemporâneo de Isaías. Ele pregou durante os reinados de Jotão (aprox. 742-735 a.C.), Acaz (aprox. 735-715 a.C.) e Ezequias (aprox. 715-687 a.C.), reis de Judá, e serviu tanto ao reino do norte como ao do sul, e dirigiu-se a Samaria e a Jerusalém. Têm havido discussões a respeito do título do livro (1.1), mas seu conteúdo confirma tanto a data atribuída ao profeta como os objetos de seu ministério, as capitais de Is­rael e de Judá. Enquanto Isaías ministrava em Jerusalém, supõe-se que Miquéias pro­fetizava entre as classes humildes da nação. Mas ele poderia facilmente ter profetizado também na capital, pois denunciou os líde­res do reino e, em grande parte, fez de Jeru­salém o centro de suas mensagens.

Faltam evidências para consubstanciar a opi­nião de que Miquéias era um homem do cam­po, simplesmente porque residia em uma ci­dade do interior da Judéia. Ele menciona lu­gares do interior (1.10-15), mas também lu­gares em outras partes de ambos os reinos (2.12; 4.8; 5.2; 7.14). Seu estilo não mostra que era uma pessoa rústica. Suas rápidas transições de um tema para outro mostram apenas que tinha um espírito jovial e que pos­suía uma certa coragem ao falar. As tradi­ções a respeito de sua origem, morte e local de sepultamento são obtidas, em parte, da confusão feita com Micaías, filho de Inlá, con­temporâneo de Acabe, rei de Israel (1 Rs 22.8). Tem sido conjeturado, a partir de 2.2, que Miquéias era um fazendeiro e que aquela pro­priedade que foi tomada com violência pode ter sido sua. Mas Miquéias era capaz de falar diretamente e demonstrar uma forte indig­nação. Era um escritor de grande habilidade e sublimes declarações (6.1-8), assim como Isaías. Não se pode duvidar que Miquéias, assim como Isaías, exerceram grande influ­ência sobre o rei Ezequias em sua reforma da vida espiritual do reino (veja Jr 26.18).

Miquéias era um homem capaz de ter gran­de simpatia pelos oprimidos e sensibilidade pelos sofrimentos de seus conterrâneos, e en­frentava a oposição com evidente coragem. Sua linguagem mostra que deve ter sido um homem de grande força emocional e eleva­dos ideais de moralidade.

 
MIQUÉIAS, LIVRO DE Miquéias é o sexto livro dos profetas menores. O estilo de sua pro­fecia é simples e vigoroso. O profeta gostava de perguntas e empregava a metáfora, o jogo de palavras e a ironia. Miquéias deixou ape­nas um resumo de suas pregações, mas o que registrou mostra que era um digno contempo­râneo de Isaías através da precisa denúncia dos pecados da nação e de seus líderes, e pelo brilhante fervor de suas profecias messiâni­cas. Ao ministrar no século VIII a.C., ele ob­servou que o poder ameaçador sobre Judá era a Assíria, o império que havia destruído o rei­no do norte de Israel (5.5ss.). Ele testemunhou a queda de Samaria em 722a.C.

A profecia de Miquéias apresenta inúmeras semelhanças com o livro de Isaías. A seme­lhança mais notável é a passagem em Miquéias 4.1ss., onde ele repete quase pala­vra por palavra o que se encontra em Isaías 2.2ss. As explicações têm variado entre atri­buir a profecia a Isaías, a Miquéias ou a um profeta mais antigo, mas nenhum argumen­to tem sido suficiente para satisfazer a mai­oria dos intérpretes.

Alguns estudiosos atribuíram certas partes do livro a outros escritores além de Miquéias. Esses argumentos são puramente subjetivos e têm sido habilmente respondidos pelos defensores da opinião tradicional, isto é, de que todo o livro foi escrito por um único au­tor, Miquéias, o morastita.


I.              Primeiro Oráculo, Capítulos 1-2

A.   Denúncia, 1.2-16

B.    Ameaça, 2.1-11

C.    Promessa, 2.12-13

II.          Segundo Oráculo, Capítulos 3-5

A.   Denúncia, 3.1-11

B.    Ameaça, 3.12

C.    Promessa, 4.1-5.15

III.      Terceiro Oráculo, Capítulos 6-7

A.   Denúncia, 6.1-5

B.    Ameaça, 6.6-7.6

C.    Promessa, 7.7-20


Quase todos os intérpretes dividem o livro em três seções indicadas pelas palavras da intro­dução “Ouvi todos”. A primeira profecia co­bre os capítulos 1 e 2, e seu tema é o julga­mento de Samaria e Jerusalém, as capitais dos dois reinos. Esse julgamento está se apro­ximando, por causa dos pecados da nação (1.2- 5), e surpreenderá Samaria por seus hábitos idólatras (1.6,7). Mas Judá será devastada e seu povo será exilado pelas mesmas ofensas (1.8-16), sendo que o castigo será desenhado com a figura de um exército destruído. A des­truição e o cativeiro estavam aguardando os líderes que haviam oprimido o povo com um tratamento injusto e iníquo (2.1-5) e com fal­sos profetas igualmente culpados por suas previsões que tranquilizavam o povo e o con­vencia a dormir em sua complacência moral (2.6-11). Em seguida, ele inclui a promessa de uma bênção final ao remanescente de Is­rael que irá retomar (2.12,13).

A segunda profecia amplia os pecados dos príncipes, dos falsos profetas, dos juízes in­justos e dos sacerdotes iníquos. Novamente, os líderes políticos e religiosos da nação são censurados pelo completo desprezo ao que é justo e pela sua preocupação com o ganho pessoal (3.1-11). Consequentemente, o Se­nhor entregará Sião aos seus inimigos (3.12). Tão potente era esse último discurso, que foi lembrado um século mais tarde (Jr 26.18). A última parte da segunda profecia (capítulos 4-5) revela que o reino de Deus se estabele­cerá com poder, paz e abundância (4.1-8). Nesse ínterim, somente a tristeza e o cati­veiro aguardam a nação por causa de seu inveterado hábito de pecar (4.9,10), mas seu castigo será seguido pelo juízo de Deus so­bre seus inimigos (4.11-13). Existe um clí­max no anúncio do nascimento, em Belém, do Messias que libertará Sião do domínio dos assírios e pastoreará o seu rebanho (5.1-6). O remanescente não será apenas preserva­do dos ataques hostis, mas do temor das na­ções inimigas (5.7-9). O Messias estabelece­rá um reino de paz (5.10-15).

A terceira profecia apresenta o caminho para a redenção oferecida por Deus sob a figura de uma controvérsia legal entre o Senhor e o seu povo. As questões apresen­tadas no início estão entre as mais impres­sionantes de toda literatura profética. O argumento está baseado nos muitos sinais de bênçãos de Deus sobre Israel e de sua ingratidão mostrada através de seus prevalecentes pecados (6.1-5). São estabeleci­das as exigências básicas para essas bên­çãos (6.6-8) e, em seguida, Miquéias mos­tra que eles não estão cumprindo sequer o mínimo necessário (6.9-7.6). O profeta conclui com a previsão de futuras bênçãos por causa da fidelidade de Deus à sua ali­ança com Abraão (7.7-20). Por fim, a nação, em sua convicção do pecado, se voltará ao Senhor com arrependimento e confissão. Ao confiar no Senhor, Israel experimentará várias bênçãos que serão por Ele concedi­das: a compaixão, o restabelecimento de Sião com a dominação de todos os inimigos, e a renovação de seus atos sobrenaturais em benefício do seu povo. O livro termina com um louvor pela maravilhosa graça de Deus (7.18-20).

 

Bibliografia. Gleason L. Archer, “Micah”, NBC. B. A. Copass e E. L. Carlson, A Study of the Prophet Micah, Grand Rapids. Baker, 1950. J. Marsh, Amos and Micah. Introduc­tion and Commentary, Londres. SC.M Press, 1959. Norman H. Snaith, Amos, Hosea and Micah, Londres. Epworth, 1956. A. S. van der Woude, “Micah in Dispute with the Pseudo-Prophets”, VT, XIX (1969), 244-260.


C.  L. F.

Fonte: http://dos-reis.blogspot.com.br/2012/11/miqueias-importancia-da-obediencia.html

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