INTRODUÇÃO
Os poderosos milagres do Senhor através do profeta Eliseu
(2 Rs 2.21,22; 4.36,37; 4.43; 5.14; 6.6; 7.1), mostram que Deus controla
não apenas os grandes exércitos, mas também os acontecimentos da vida
cotidiana. Quando ouvimos e obedecemos a Deus, Ele nos mostra seu poder
de transformar qualquer situação. O cuidado de Deus é para todos aqueles
que estão dispostos a segui-lo. O Senhor tem todo o poder para realizar
milagres em nossa vida (Gn 5.24; Êx 3.2; Nm 22.28; Js
3.16; At 3.1).
I – A PORÇÃO DOBRADA DO ESPÍRITO
Antes de ser levado aos céus, Elias perguntou a Eliseu o
que ele desejava receber para exercer o seu ministério. Eliseu então
sabiamente lhe respondeu: “Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim” (II Rs 2.9-b). Segundo Donald C. Stamps, comentarista da Bíblia Pentecostal, o termo “porção dobrada”
não significa terminantemente o dobro do poder espiritual de Elias;
refere-se antes, ao relacionamento entre pai e filho, em que o filho
primogênito recebia o dobro da herança que os demais (Dt 21.17). Eliseu
estava pedindo que seu pai espiritual lhe conferisse uma medida
abundante do seu espírito profético, para, deste modo, ele executar a
missão de Elias. É um fato curioso que o número de milagres que Deus
operara por intermédio de Eliseu foi o dobro do que realizara através de
Elias. Vejamos isso no quadro abaixo:
MILAGRES DE ELIAS
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REFERÊNCIA
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Profetizou que não choveria por três anos e meio e não choveu
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I Rs 17.1 / Tg 5.17
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Disse que a farinha e o azeite da viúva se multiplicariam
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I Rs 17.14-15
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Orou para que o filho da viúva ressuscitasse e ele reviveu
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I Rs 17.21-22
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Orou para que caísse fogo do céu sobre o altar e assim aconteceu
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I Rs 17.37-38
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Pediu que caísse fogo do céu sobre os soldados e eles foram consumidos
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II Rs 1.9-12
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Feriu com a capa as águas do Jordão e ele se abriu
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II Rs 1.8
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MILAGRES DE ELISEU
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REFERÊNCIA
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O rio Jordão é separado
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II Rs 2.14
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As águas perto de Jericó são saradas
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II Rs 2.19
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As ursas devoram os rapazinhos por ordem de Eliseu
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II Rs 2.23-24
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Vinte pães satisfazem cem homens
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II Rs 4.42-44
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O azeite da viúva é multiplicado
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II Rs 4.1
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O filho da sunamita é ressuscitado
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II Rs 4.31
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A comida envenenada é purificada
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II Rs 4.38
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Naamã é curado da lepra
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II Rs 5.1
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Geazi é punido com a lepra de Naamã
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II Rs 5.20-27
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O machado flutua
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II Rs 6.1
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Soldados inimigos cegados
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II Rs 6.18
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Um homem ressuscitado quanto tocou nos ossos do profeta
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II Rs 13.20-21
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II – TRÊS PROPÓSITOS DOS MILAGRES
- Glorificar a Deus. Os milagres narrados nas Escrituras, tanto no Antigo como em o Novo Testamento, objetivam a glória de Deus. Em nenhum momento encontramos os profetas e apóstolos, buscando chamar a atenção para si (II Rs 5.15,16; Dn 2.27,28; At 3.8,12; 14.14,15);
- Dar uma resposta a necessidade humana. Todos os textos narrando os milagres realizados através de Eliseu deixam bem claro que os mesmos ocorreram em resposta a uma necessidade humana e também em resposta ao sofrimento humano (2 Rs 4. 1-7; 4. 8-38; 5.1-19; 6.1-7);
- Propiciar evidências para que haja fé em Deus. Osmilagres operados pelo profeta Eliseu são uma clara demonstração do poder de Deus. Todos eles tiveram como propósito especifico despertar a fé no único Deus Verdadeiro, que demonstra a sua graça e glória nas mais diferentes situações na vida, como o general Naamã que recebeu uma cura divina (2 Rs 5.1-19).
III - A CONTEMPORANEIDADE DOS MILAGRES
Há os que defendem a teoria de que os milagres eram
restritos à era apostólica e afirmam que os sinais sobrenaturais e os
dons do Espírito Santo, foram enviados com o propósito exclusivo de
confirmar a divindade de Jesus, e autenticar os primeiros pregadores do
Evangelho e sua mensagem. Argumentam também que a necessidade de tais
manifestações sobrenaturais cessaram depois de completado o Novo
Testamento, porém a Bíblia nos mostra que os milagres de Deus são
necessários ainda hoje, porque confirmam a pregação do evangelho (Mc
16.20). Jesus fez uma excelente promessa dizendo: “E estes sinais seguirão aos que crerem”
(Mc 16.17). Logo, a manifestação de sinais ficou restrita a era dos
apóstolos, pois a fé é a principal condição para que estes sinais
ocorram (Mt 21.22; Jo 11.40). É necessário destacar também que dentre as
insondáveis riquezas espirituais que Deus coloca à disposição da sua
Igreja na terra, destacam-se os dons sobrenaturais do Espírito Santo,
entre os quais estão os dons de poder (I Co 12.7-11). Como o próprio
nome já diz, são dons que transmitem poder, através de operações
sobrenaturais. É o poder de Deus concedido ao crente para ele realizar
maravilhas:
- O Dom da Fé (I Co 12.9).Esse Dom opera frequentemente em conjunto com os dons de curas e operação de maravilhas. Não se trata da fé natural nem da fé para a salvação, mas uma Fé sobrenatural capacitando o crente a crer em Deus, para a realização de milagres extraordinários como a cura de doenças incuráveis, ressurreição de mortos ou a realização de coisas impossíveis pelos meios naturais. O Dom da Fé é a capacitação sobrenatural do crente para crer no impossível (Gn 22.5; Mt 8.1-3; Mc 1.22-24; Lc 17.6; Hb 11);
- Os Dons de Curar (I Co 12.9).Os dons de curar são dados à Igreja para, por meios divinos, proporcionar a restauração da saúde do corpo físico. A palavra “dons” no plural pode sugerir a multiplicidade desses dons, bem como a cura de diferentes tipos de enfermidades, de acordo com o Dom que se recebe (Mt 4.23-25; 10.1; At 3.6-8; 4.30; 19.11,12; 28.7,8). Os dons de curar não são concedidos a todos os membros do corpo de Cristo (I Co 12.11,30), todavia, todos podem orar pelos enfermos, na autoridade do nome de Jesus (Mc 16.17,18), e havendo fé, os enfermos serão curados. Pode haver também cura de enfermidades através da unção com óleo, conforme ensinou o apóstolo Tiago (Tg 5.14-16);
- Dom de Operação de Maravilhas (I Co 12.10). Esse Dom manifesta-se como os demais, de maneira sobrenatural, geralmente sendo uma intervenção divina nas leis da natureza. É Deus modificando as leis naturais para manifestar o seu supremo poder (Js 10.12-14; At 9.36-42; 20.9-12). Sempre que o Dom de Operação de Maravilhas se manifesta, os resultados são imediatos e visíveis (At 2.43; 8.5-8,13; 19.11).
IV - COMO RECEBER O MILAGRE DE DEUS
Podemos destacar o personagem bíblico Naamã, como alguém
que tomou as atitudes certas para receber o milagre de Deus. Vejamos
quais foram:
- Naamã creu. Ao ouvir por sua esposa o que havia sido dito por uma menina que estava em sua casa, de que havia um profeta em Samaria que poderia conduzi-lo a cura de sua lepra ele creu: “Então foi Naamã e notificou ao seu senhor, dizendo: Assim e assim falou a menina que é da terra de Israel” (II Rs 5.4);
- Naamã buscou ao Senhor. A Bíblia diz que Naamã residia na Síria e o profeta estava em Samaria. No entanto, motivado pela fé, ele foi em busca do homem de Deus a fim de receber o favor divino:“Veio, pois, Naamã com os seus cavalos, e com o seu carro, e parou à porta da casa de Eliseu” (II Rs 5.9);
- Naamã se humilhou. A princípio, o general sírio, não gostou da forma como o homem de Deus lhe tratou e do que recomendara fazer para que fosse curado. Por ser uma autoridade esperava um tratamento diferenciado segundo seus próprios conceitos (II Rs 5.10-12). Porém ao ser aconselhado servos que foram com ele a casa do profeta Eliseu, ele resolveu deixar o seu ego de lado e se submeter a direção divina dita pelo profeta: “Então desceu, e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus” (II Rs 5.14-a);
- Naamã perseverou. O texto bíblico nos informa que além doprofeta anunciar o lugar onde o general haveria de mergulhar, diz também quantas vezes era necessário. Isto exigia de Naamã agir com perseverança:“Então desceu, e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou-se como a carne de um menino, e ficou purificado” (II Rs 5.14).
CONCLUSÃO
Os milagres são operações de caráter divino, fazendo
intervenções na esfera física podendo ser vistos na cura de doentes, na
multiplicação de víveres, na intervenção sobre os elementos da natureza e
até na ressurreição de mortos. Mas os milagres ainda seguem um padrão:
eles seguem os que creem, conforme (Mc 16.17). Esperar milagres da parte
do Senhor é importante, mas não é a essência da vida cristã; e a
presença constante de milagres não garante necessariamente a fé e a
fidelidade das pessoas. Devemos aprender que precisamos ter comunhão com
o Senhor Deus, independente de que Ele realize milagres ou
não.
REFERÊNCIAS
- CHAMPLIN, R.N. Enciclopedia de Bíblia Teologia e Filosofia.HAGNOS.
- STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
- COLABORAÇÃO PARA O PORTAL ESCOLA DOMINICAL - PROF. PAULO AVELINO
1 comentários:
Gostei demais,fui muito edificada com essa explicação.
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