sexta-feira, 6 de maio de 2016

LIÇÃO 06 - MEUS PAIS TEM RELIGIÃO DIFERENTES, E AGORA?

Objetivo
Professor (a) ministre sua aula de forma que ao término, seu aluno possa entender o que é religião e conscientizar-se que devemos anunciar o Evangelho à nossa Família.

Para refletir
"Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim não é digno de mim;" (Mt 10.37 - NVI).

Texto Bíblico: Mt 10.37

Religião
Religião vem do latim "religare", tem o significado de religar. Essa religação se refere entre uma nova ligação entre o homem e Deus.
Nesta lição estudaremos um tema muito presente na realidade social e urbana das metrópoles: a religião nos espaços públicos e o relacionamento do cristão com pessoas de crenças diferentes. Este é o momento de reafirmar a necessidade de os alunos serem pacientes e tolerantes com aqueles que professam uma crença diferente, evitando as controvérsias desrespeitosas e agressivas que só impedem a comunicação eficiente do Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo. Lembre-se, o texto de 1 Pedro 3.15, exorta o cristão a “defender” a fé com mansidão, ainda mais quando é com nossos familiares.

Sentido secular de religião (At 17.16-22)
Religião não é uma palavra de fácil definição, embora a religiosidade esteja presente nos espaços públicos e privados por meio dos templos, símbolos, músicas e costumes sociais (vv.16,22). Uns afirmam que ela é fruto da cultura, da autoconsciência do homem, do medo, e há aqueles que descrevem-na como “ópio” para suportar as angústias da vida e suspiro da criatura oprimida. O sentido positivo de religião designa assim uma atitude de reverência a Deus manifesta nos ritos, cultos, crenças e doutrinas. A religião é um fenômeno presente em todas as metrópoles brasileiras assim como fora nos dias de Paulo.

Sentido bíblico de religião
Todavia, esses conceitos não expressam o pensamento das Escrituras. A religião não procede da busca do homem pelo divino, mas da revelação que Deus fez de si mesmo às suas criaturas (Jo 1.16; 1Tm 6.15,16). Ela surge por iniciativa do Senhor e não pela busca do próprio homem (Gn 3.8). É Deus quem se revela ao homem, e não o homem a Deus (Gn 12.1-3; Êx 3.1-14; Rm 1.19). Foi por meio da revelação divina ao povo hebreu que o monoteísmo se difundiu e apregoou às religiões politeístas da Antiguidade a crença no Deus único e verdadeiro.

A religião na sociedade brasileira (Sl 33.12)
O Brasil assegura o direito à liberdade religiosa a todos os cidadãos e a completa separação entre o Estado e as instituições religiosas. Deste modo, cada cidadão pode manifestar sua religião e expressar a sua crença, individual ou coletivamente, de modo público ou particular, com toda liberdade. Esse fundamento é estendido a todas as pessoas e religiões em todo território nacional.

Todas as religiões são iguais? (At 17.23-29).
O fato de o homem não compreender adequadamente a revelação de Deus deu origem às muitas religiões (Rm 1.20-23). Contudo, tais religiões estavam afastadas do propósito divino (At 17.29), embora aspectos do conhecimento de Deus ainda fossem percebidos nelas (At 17.23, 28; Rm 1.21,22; 2.12-16; Tt 1.12,13). Do ponto de vista histórico e social as religiões apresentam muitas semelhanças (templos, ritos, grandes narrativas) e concordam quanto ao valor da criatura humana, da preservação do planeta e solidariedade. Sob a perspectiva da verdade bíblica e salvífica, no entanto, elas são muito distintas e até mesmo contraditórias. O budismo, por exemplo, possui templos, ritos e valoriza a vida humana assim como o cristianismo. Todavia, nele não há o conceito de um Deus pessoal, de pecado e salvação como na fé cristã. O budismo é muito diferente da fé cristã e os ensinos de ambas religiões são opostos e se contradizem.
A respeito da distinção entre os credos das religiões, Gilbert K. Chesterton (1874-1936) com propriedade afirmou que “os credos que existem para destruírem um ao outro têm escrituras, do mesmo modo que exércitos que existem para destruírem um ao outro têm canhões”. É claro que aqui, para não nos determos em mais pormenores, temos um abismo irreconciliável entre mulçumanos e cristãos ortodoxos a respeito de Deus e de Cristo, embora ambos sejam monoteístas. É certo que as religiões, como afirma um dos fundadores da psicologia moderna, William James (1842-1910), concordam em muitas partes: uma inquietude a respeito de alguma coisa que está errada conosco e a solução de que podemos ser salvos do erro. Todavia, embora sejam reconhecidas as semelhanças em sua forma e função, as religiões mundiais “reivindicam coisas contraditórias sobre a realidade suprema, a libertação condicional e espiritual do ser humano”. Portanto, as religiões não são iguais, embora haja “pontos de concordância” (At 17.16-29), e elas não procedem da revelação de Deus em Cristo, embora algumas tenham-no em grande consideração.

A fé cristã é superior às outras religiões?
Os cientistas das religiões acusam a fé cristã de arrogar-se superior as demais crenças e religiões. Afirmam que os cristãos são exclusivistas e intolerantes. A razão dessa superioridade reside no fato de a fé cristã apregoar que Jesus é o único caminho de salvação que conduz o homem a Deus (Jo 14.6; At 4.12). Por causa desta revelação bíblica eles recriminam o cristão (1Pe 2.19-25).
A posição defendida pelo cristianismo bíblico é chamada de exclusivista e rejeitada por John Harwood Hick (1922-2012), um filósofo da religião e principal expoente contra a exclusividade da salvação em Jesus. Para Hick a forma como o cristianismo apregoa a salvação exclusivamente em Jesus Cristo está equivocada, como também os teólogos inclusivistas. A teologia inclusivista afirma que a salvação acontece em todo o mundo, dentro e fora das religiões mundiais, quer por meio da fé em Jesus, quer nas religiões independente da fé cristã. Hick, entretanto, propõe a perspectiva pluralista, que defende a ideia de uma Realidade Última e inefável que é a fonte de toda salvação e mediante a qual as tradições religiosas estão alinhadas em contextos de salvação e libertação. Nesse aspecto, todos os sistemas de crenças e credos são verdadeiros, pois refletem esta Realidade Última, e assim todas as religiões mundiais são inspiradas e convertidas em fonte de salvação pela mesma influência transcendente do Logos. Portanto, segundo Hick, é preciso abandonar o Jesus de Nazaré dos Evangelhos e aceitar como novo paradigma o Cristo cósmico ou Logos eterno, que se traduz como o Transcendente, o Divino, o Último ou Real, e que se manifestou como Cristo para o Cristão, Dharma para os hinduístas e budistas, Allah para os mulçumanos, e assim por diante. Essa posição dificilmente seria sustentada pelos primeiros teólogos da igreja nascente e, provavelmente, seria condenada pelos primeiros concílios.
É necessário observar, contudo, que existe contradição nesse sistema pelo fato de ele não contemplar as diferenças que existem entre as religiões mundiais. Mesmo religiões monoteístas como o cristianismo e o islamismo distinguem o único Deus das obras criadas, entretanto, o islamismo não aceita o testemunho do Novo Testamento de que Deus é mais completamente revelado em Jesus Cristo, bem como o monoteísmo judaico não aceita o fato de que o Novo Testamento contém uma maior revelação do Deus trino. Obviamente que não é difícil para o mulçumano pronunciar a sentença de culpados de idolatria contra os cristãos quando estes adoram a Deus em três pessoas consideram a Cristo como a encarnação de Deus.
Todavia, a exclusividade da salvação em Cristo não significa superioridade e intolerância. Como pode ser intolerante e orgulhosa a fé no Cristo que a todos acolheu indistintamente (Jo 4.7-9; Mt 15.21-28), e a todos deu exemplo de profunda humildade (Fp 2.5-10; Jo 13.1-20; 14.28)?

A singularidade da salvação em Cristo
Jesus é o único mediador entre Deus e os homens (1Tm 2.5; Hb 9.11-15). Ele não apenas manifestou a salvação, mas a realizou na história. A salvação revelada e operada por Jesus é única, exclusiva e singular. Há salvação fora das instituições religiosas, mas não há salvação fora de Jesus.

Relacionamento com pessoas de outras crenças
 O diálogo com pessoas de crenças diferentes está presente em todos os relacionamentos cristãos onde a segunda pessoa professa um credo distinto ou procede de uma outra religião. Jesus (Jo 4.1-30) e Paulo (At 17) deram profundas lições no que concerne ao diálogo religioso. Neste diálogo devemos aproveitar a oportunidade para falar da salvação em Jesus Cristo.
O relacionamento do cristão com pessoas de outras religiões deve ser com todo respeito, mas sincero e firme. Com sabedoria, exponha a razão de sua esperança. Seu testemunho deve ser tão eloquente quanto suas palavras.

Conclusão
Vivemos numa sociedade plural onde o indivíduo tem o direito de expressar sua crença ou mesmo de se pronunciar ateu. É imperativo que o cristão saiba respeitar as diferenças religiosas sem negar-se ao mandato cristão de apregoar a salvação em Cristo. Pregue o Evangelho com firmeza e sabedoria.

Fontes Consultadas:
  • Bíblia de Estudo de Aplicação Pessoal – Editora CPAD – edição 2003
  • Bíblia de Estudo Plenitude – SBB/1995 – Barueri/SP
  • Bíblia de Estudo Pentecostal – Editora CPAD – Edição 2002.
  • Bíblia Shedd – Editora Mundo Cristão – 2ª Edição
  • Bíblia de Estudo da Mulher – Editora Mundo Cristão/SBB – Edição 2003
  • Dicionário Vine – Editora CPAD – 3ª Edição 2003
  • Richards – Lawrence O. – Guia do leitor da Bíblia – Editora CPAD – 8[ Edição/2009

Colaboração para Portal Escola Dominical – Profª. Jaciara da Silva
Fonte: PortalEBD

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