quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Lição 5 - Obadias, o princípio da retribuição

COMENTÁRIOS - SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DA ASSEMBLEIA DE DEUS EM RECIFE/PE

LIÇÃO 05 – OBADIAS – O PRINCÍPIO DA RETRIBUIÇÃO
INTRODUÇÃO
Obadias é o livro mais curto do Antigo Testamento, contendo apenas 21 versículos. Seu conteúdo é uma mensagem profética de ameaça contra Edom, os descendentes de Esaú e inimigos implacáveis de Israel, porque este povo ajudou os caldeus durante o cerco de Jerusalém e se alegrou com a sua queda e destruição; mas, também, de restauração para Judá. No entanto, nesta lição, estudaremos não apenas sobre o profeta Obadias e seu livro, mas, também, sobre alguns temas relevantes que estão relacionados a mensagem do livro de Obadias, tais como: o princípio da retribuição, a soberania divina e o livre arbítrio do homem.

I – O PROFETA OBADIAS
Obadias foi um profeta de Judá que profetizou o juízo divino contra os edomitas. Seu nome, do hebraico Obad'yah significa “servo de Jeová” ou “adorador de Yahweh”. Era um nome muito comum no AT (I Rs 18.3; I Cr 7.3; 12.9; II Cr 17.7; 34.14; Ed 8.9; Ne 10.5; 12.25). Nada se sabe sobre o profeta Obadias: nem sobre a sua genealogia, nem sobre seus contemporâneos, e nem sobre o exato período que ele profetizou, alguns estudiosos sugerem (de 848 a 460 a.C.). Obadias anunciou os pecados de Edom, nação situada a leste e ao sul do mar Morto e que teve suas origens em Esaú, irmão de Jacó (Gn 36.1-8; Ob 6.8,10,18,19,21).
II – O LIVRO DE OBADIAS
2.1 Características especiais do livro. Encontramos pelos menos quatro características principais:
• É o livro mais breve do Antigo Testamento;
• É um dos três profetas (além de Jonas e Naum) chamados por Deus para transmitir uma mensagem a uma nação gentílica;
• Existe uma grande semelhança entre Obadias e a profecia de Jeremias (Jr 49.7-22);
• O livro não é mencionado diretamente no Novo Testamento.
2.2 Amensagem do livro. O livro de Obadias descreve uma profecia contra os descendentes de Esaú, os edomitas, pelo tratamento que deram aos judeus quando estes foram invadidos pelos babilônicos, chegando a ajudar os saqueadores (v 11,13,14) e se alegrarem pela ruína e destruição dos seus irmãos (v. 12). Pelo menos três coisas os edomitas não deveriam ter feito:
Não deveriam ter visto com prazer a destruição do seu irmão. A invasão estrangeira por parte dos babilônios que ocorreu por volta de 586 a.C. é descrita como dia de desterro, de ruína e de angústia; e os edomitas se alegraram nesta ocasião (v 12);
Não deveriam ter entrado pela porta do meu povo. Como se não bastasse o regozijo pela derrota de seus irmãos, os edomitas tiraram vantagem da situação, invadindo Jerusalém em busca de despojos (v. 13);
Não deveriam ter parado nas encruzilhadas. Eles se colocaram nas encruzilhadas das estradas para matar os judeus que tentavam escapar do massacre ou entregá-los aos inimigos (v. 14).
2.2.1 Quem eram os edomitas. Os edomitas, vizinhos de Judá, eram descendentes de Esaú, irmão de Jacó (Gn 36.8,9; Ob 6,10). Apesar disso, eles se tornaram ferrenhos inimigos do povo de Deus (Gn 36.1; Nm 14.20,21; II Cr 20.1,2; 21.8, 16,17; 28.17; Sl 137.7; Ez 25.12). Os edomitas eram orgulhosos e ousados (v. 3) e conhecidos pela sua sabedoria e força. Eles se orgulhavam por causa de suas riquezas (v. 6); de suas alianças com povos vizinhos (v. 7); de sua sabedoria (v. 8) e de seus militares (v. 9).
2.2.2 O julgamento dos edomitas. Por causa de sua maldade, o profeta anuncia o inevitável juízo divino sobre os edomitas: “Porque o dia do Senhor está perto” (v. 15). O dia do Senhor neste texto representa um juízo futuro, que ocorrerá por ocasião da Grande Tribulação “... sobre todas as nações...”; mas, também, um juízo que sobreviria sobre os edomitas como resultado da lei da semeadura: “... como tu fizeste, assim se fará contigo; a tua maldade cairá sobre a tua cabeça” (v.15).
2.2.3 A restauração de Judá. Por intermédio do profeta, Deus anuncia, também, a restauração de Judá do cativeiro babilônico: “Mas no monte Sião haverá livramento, e ele será santo; e os da casa de Jacó possuirão as suas herdades” (v. 17). A destruição de Judá foi, portanto, parcial; pois, o Senhor prometeu restaurar-lhes novamente, devolvendo-lhes a sua terra. Esta restauração foi também predita por outros profetas (Is 49.8-13; Jr 30.1-24; Jl 2.32; 3.17).
III – O DEUS DA RETRIBUIÇÃO
Deus tinha motivos para abater Edom, pois Ele nunca age trazendo julgamento sem uma razão coerente (Sl; 9.8; Sl 89.14; Jr 9.24). A Bíblia registra, pelo menos, outras quatro ocasiões em que os filhos de Esaú investiram contra os israelitas: no reinado de Jeorão (2 Cr 21), no reinado de Amazias (2 Cr 25), no reinado de Acaz (2 Cr 28) e no reinado de Zedequias (2 Cr 36). Por isso, o juízo divino sobre os edomitas era iminente. A Bíblia ensina claramente sobre o princípio da retribuição. Vejamos:
“Portanto, vivo eu, diz o Senhor Deus, que procederei conforme a tua ira, e conforme a tua inveja, de que usaste, no teu ódio contra eles; e me farei conhecer entre eles, quando te julgar” (Ez 35.11);
“Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor” (Dt 32.35; Rm 12.19);
“Porque bem conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu darei a recompensa, diz o Senhor. E outra vez: O Senhor julgará o seu povo. Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo” (Dt 32.36; Hb 10.30,31);
“Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7).
Segundo historiadores, a profecia de Obadias cumpriu-se cabalmente: os edomitas foram destruídos por Nabonido, o último dos governantes babilônicos; e, no século V a.C. os edomitas caíram sob o poder dos árabes; e, após a destruição de Jerusalém, por volta de 70 d.C. eles desapareceram da história.
IV – A SOBERANIA DE DEUS E O LIVRE ARBÍTRIO
De acordo com as Sagradas Escrituras, a soberania divina e o livre arbítrio humano, apesar de parecerem antagônicos, são doutrinas perfeitamente harmônicas, como veremos a seguir:
4.1 Asoberania divina. É a autoridade absoluta e inquestionável que Deus exerce sobre todas as coisas criadas, na terra e no céu (1 Cr 29:11,12; Jó 42:2; Sl 10:16; 24:8; 29:10; 48:2; 115:3; 135.6; Dn 4:35). Esta soberania está baseada em Sua sabedoria, justiça, santidade, onipotência, onipresença e onisciência divina. Podemos dizer que Deus, como Criador de todas as coisas, é dono de tudo, e tem o direito absoluto de governar sobre tudo e todos (Mt 20:15; Rm 9:20,21). Ele verdadeiramente exerce autoridade no universo (Ef. 1:11). No entanto, esta soberania não é arbitrária, pois está baseada no amor. Vejamos o que a Bíblia diz sobre a soberania divina:
• Os reis da terra estão sob o controle de Deus (Pv 21.11; Ap 19.16);
• Os acontecimentos humanos estão sob o seu controle (Dn 2.7; 4.17; Is 55.11);
• Os anjos estão sob o seu controle (Cl 1.16; Jó 1.6; 2.1);
• Os anjos maus estão sob o seu controle (Ef 1.21; Fl 2.10; Is 45.22,23).
• O próprio Satanás está sob o seu controle (Jó 1.6; 2.1; Mt 8.29; Ap 12.9,12).
4.2 O livre arbítrio do homem. Entende-se por livre-arbítrio a capacidade que possui o ser humano de pensar, ou agir, tendo como única motivação a sua vontade (Gn 2:26.). Esta capacidade é nata do ser humano, pois Deus, que é um ser pessoal, criou o homem dotado de razão, emoção e volição.
4.2.1 O livre arbítrio antes da Queda. Ao criar o homem, Deus o colocou no jardim no Éden e lhe delegou algumas responsabilidades, como arar a terra, cuidar do jardim e dominar sobre a criação (Gn 1.28; 2.15). O Senhor advertiu a Adão que ele não deveria comer do fruto da árvore da ciência do bem e do mal (Gn 2.17). Logo, ele era capaz de tomar decisões.
4.2.2 O livre arbítrio depois da queda. Mesmo após a Queda, o homem não perdeu a capacidade de fazer suas escolhas e de tomar suas próprias decisões (Gn 4.7; Dt 30.19; Js 24.15; Mt 11.28-30; Jo 7.17; 12.32; At 2.38; Rm 8.32; Tt 2.11; Fp 1.22; Hb 11.25). Como se pode observar, a doutrina do livre arbítrio é bíblica. Caso contrário, o homem não poderia ser responsabilizado por seus atos. Como Deus poderia exigir o arrependimento do homem, caso ele não pudesse se arrepender? (Mt 3:2; 4:17; Mc 1:15; At 2:38; 3:19; 17:30, 1 Tm 2:4).
CONCLUSÃO
Como pudemos ver, o livro do profeta Obadias é o mais curto dos profetas menores, bem como do AT. Sua mensagem destina-se aos edomitas, descendentes de Esaú e inimigos de Judá, por causa de sua crueldade para com os judeus. Obadias profetizou a ruína dos edomitas e a posterior restauração de Jerusalém. Por causa de suas más escolhas, os edomitas experimentaram o juízo divino, demonstrando assim, o princípio da retribuição divina, ou seja, a lei da semeadura, bem como a soberania divina e o livre arbítrio do homem.
REFERÊNCIAS
• CHAMPLIN, R.N. O Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo. HAGNOS.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
• VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
• ELISSEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. VIDA.
• SOARES, Esequias. Visão Panorâmica do Antigo Testamento. CPAD.
Fonte: http://www.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/  Acesso em 31 out. 2012.

Fonte: PortalEBD

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