sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

LIÇÃO 07 - HONRARÁS PAI E MÃE

Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
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(Êx 20.12; Ef 6.1-3; Mc 7.10-13)

INTRODUÇÃO        
            Nesta lição estaremos estudando o quinto mandamento do Decálogo: Honra teu pai e tua mãe” (Êx 20.12). Este mandamento visa preservar a família, que é uma instituição divina onde toda a estrutura da sociedade está baseada. Nesta lição destacaremos que honrar os pais se constitui num princípio moral tanto para o AT quanto para o NT. Que obedecê-lo resulta em muitos benefícios e infringi-lo resulta em grandes prejuízos. Destacaremos que nos últimos dias será característica da sociedade corrupta o desprezo a autoridade e o respeito aos pais; e, por fim, pontuaremos ainda como a Bíblia nos orienta quanto ao tratamento dos filhos para com os pais.

I – O QUINTO MANDAMENTO DO DECÁLOGO
            Enquanto os mandamentos anteriores tratam da relação entre Deus e os seres humanos (Êx 20.3-11), este e os seguintes dizem respeito aos relacionamentos interpessoais (Êx 20.12-17). A ordem Honra teu pai e tua mãe” diz respeito ao relacionamento entre pais e filhos (Êx 20.12-a). Assim, este versículo marca uma transição entre o relacionamento com Deus e os relacionamentos com o próximo. Mostra que os pais fazem parte da estrutura de autoridade estabelecida por Deus, tendo recebido de Deus a tarefa de gerar filhos e criá-los no caminho do Senhor e, portanto, assim como Deus, merecendo o respeito devido.

1.1 Honrar os pais é um mandamento (Êx 20.12-a). A expressão mandamento no  hebraico é “mitswãh”. Este substantivo ocorre 181 vezes no AT. Sua primeira ocorrência é em Gn 26.5, onde “mitswãh” é sinônimo de “hõq” “estatuto, ordenança, prescrição, regra, lei, regulamento”. Honrar os pais  é um imperativo, ou seja, uma ordem, pois se constitui numa obrigação moral imposta por Deus (Êx 20.12; Dt 5.16). O verbo honrar segundo o Aurélio significa: “conferir honras a; dar crédito ou merecimento a; dignificar, enobrecer, estimar” (FERREIRA, 2004, p. 1055).  Logo, honrar implica em mais que submeter-se e obedecer as orientações dos pais, é também tê-los em grande estima  pelo que são e pelo investimento que fazem na vida dos filhos.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                          

1.2 Contém uma rica promessa (Êx 20.12-b). Todo mandamento tem um benefício implícito (Lv 18.5; Dt 28; Is 1.19). Todavia, a ordem de honrar pai e mãe tem um benefício explícito “para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te dá”. Este expressão pode ser entendida como referindo-se tanto à estada de Israel na terra prometida, quanto à vida do indivíduo. Portanto, os indivíduos infiéis a Deus que desrespeitavam seus pais não teriam vida longa na Terra Prometida” (MOODY, sd, p. 48,49).

II – O PRINCÍPIO DO RESPEITO AOS REPRESENTANTES DE DEUS NO LAR
            “Honrar aos progenitores não somente é uma forma de piedade elevada, como também é uma regra social de suprema importância, pois os conflitos domésticos naturalmente têm reflexos sobre a sociedade como um todo. Visto que os pais atuam como representantes de Deus no seio da família, este quinto mandamento, na realidade, é uma aplicação dos dois primeiros mandamentos. Assim, honrar a Deus implica em honrar aos pais. A solidariedade familiar jamais poderá tornar-se um fato nos lugares onde houver filhos desobedientes, que tentem escusar sua voluntariedade às custas dos pais” (CHAMPLIN, 2006, vol 1, p. 392 - acréscimo nosso).

2.1 Antigo Testamento. Dentro do contexto hebreu, honrar os próprios pais era uma parte vital da existência. O cuidado com os pais era um elemento básico da responsabilidade em sociedade e da divina misericórdia para com Israel. Um filho que ousasse ferir seus pais sofria a pena de morte (Êx 21.15). Idêntico castigo cabia a quem amaldiçoasse qualquer de seus pais (Êx 21.17; Lv 20.9). A infâmia desse pecado foi claramente estabelecida na lei registrada em Deuteronômio 21.18-21.Os provérbios de Israel ampliaram devidamente a magnitude desse crime (Pv 19.26; 20.20; 30.11,17). Abaixo destacaremos alguns exemplos bíblicos de filhos que desonraram seus pais e se prejudicaram por isso:
·        Rúben, o primogênito de Jacó, desonrou seu pai ao possuir sua concubina antes de sua morte; isto lhe custou a perda da herança (Gn 49.3,4).
·        Sansão, enamorou-se uma mulher pagã casou-se com ela, contrariando a vontade dos seus pais (Jz 14.1-3); seu casamento foi um fracasso (Jz 14.18-20).
·        Os filhos de Eli, que eram sacerdotes, foram mortos porque recusaram-se dar ouvidos as advertência de seu pai             (I Sm 2.22-25).
·        Amnom, filho de Davi, fingiu-se doente para enganar seu pai, a fim de possuir a sua meia irmã Tamar (II Sm 13.6,7). Seu fim foi desastroso, pois morreu pela mão de seu próprio irmão Absalão (II Sm 13.23-32).
2.2 Novo Testamento. O Senhor Jesus enfatizou o quinto mandamento, exortando a honrar pai e mãe (Mt 15.3-6;                   Mc 7.10-13). Desde muito pequeno mostrou sujeição completa aos seus pais terrenos (Lc 2.50,51). Como honrar os pais é um mandamento moral, o Novo Testamento o preserva e incentiva o relacionamento respeitoso entre filhos e os pais                (Ef 6.2). Abaixo veremos as duas recomendações do apóstolo Paulo quanto a observação deste mandamento:

2.2.1 “Vós, filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isto é justo”  (Ef 6.1). A palavra “obedecei” no original grego, e “upakouo”, que quer dizer “obedecer”, “seguir”, “estar sujeito a”. Fica subentendido que aos filhos é ordenado, seja justo, moral, correto, visando o desenvolvimento espiritual da criança, ou simplesmente apropriado para a vida e a conduta diárias” (CHAMPLIN, 2006, vol 4, p. 634 – acréscimo nosso). A expressão justo no grego “dikaios” por sua vez, significa “costume, rega, direito”. Este é o padrão de santidade que deve permear a vida de todo aquele que serve a Deus (I Jo 2.29; 3.7,10). Ainda podemos entender que:
·        A obediência dos filhos a seus pais é algo moralmente justo, porque segue a ordenança divina.
·        Tal obediência também é socialmente correta, por refletir um arranjo conveniente e correto na sociedade.
·        Também é beneficentemente correta, devido aos seus bons resultados.
·        Também é biblicamente correta, pois concorda tanto com o Antigo como com o Novo Testamentos, em suas respectivas revelações.
·        Também é legalmente correta, pois foi ordenada nas Escrituras Sagradas, escritas por inspiração divina.
·        Também é naturalmente correta, pois segue as leis naturais.
·        Essa obediência dos filhos a seus pais é justa de acordo com os ditames do bom senso, porquanto e óbvio que uma pessoa mais velha, de forma geral, sabe o que deve ser feito nesta ou naquela oportunidade, do que os jovens inexperientes.
·        Portanto, tal obediência também é racionalmente correta, isto é, apropriada para as relações entre pais e filhos, pois seria uma monstruosidade se os filhos ditassem as ordens e seus pais as obedecessem.
·        Finalmente, a obediência dos filhos a seus pais é humanamente correta, pois todas as culturas humanas reconhecem quão prudente e que assim seja.

2.2.2 “Vós, filhos, obedecei em tudo a vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor” (Cl 3.20). “Naturalmente, fica entendido que os pais não devem ordenar a seus filhos coisas que são contrarias a moralidade cristã, porque nada disso poderia ser sancionado como incluso na obediência exigida. Paulo aludia aqui as circunstancias normais, quando os pais fazem algum esforço por instruir seus filhos quanto a moralidade correta. Ele escrevia para lares cristãos, onde se espera que os pais treinem seus filhos quanto as boas maneiras. Nessas situações, espera-se dos filhos que agradem ao Senhor, que façam aquilo que é reto, obedecendo a seus pais” (CHAMPLIN, 2006, vol 4, p. 634 – acréscimo nosso).

III – REBELDIA CONTRA OS PAIS UMA CARACTERÍSTICA DOS ÚLTIMOS DIAS
            “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos” (II Tm 3.1-a). O presente texto nos mostra Paulo profetizando que os últimos dias da Igreja na terra seriam marcados uma onda esmagadora de dificuldades, conforme a expressão “tempos trabalhosos” no grego chapelos” que quer dizer: “duro; difícil; custoso”. O apóstolo elenca as características maldosas dos homens com a proliferação do pecado e entre elas destaca que eles serão “desobediente a pais e mães” (II Tm 3.2). Temos aqui um pecado tão moderno e comum em nossos dias, que nem choca mais os nossos ouvidos. No entanto, tal pecado era extremamente chocante para os antigos judeus, com seu código moral muito estrito em certos particulares, o que fazia com que esse pecado fosse considerado por eles como uma falta gravíssima. Literalmente traduzida, essa palavra grega significa “incapazes de serem persuadidos pelos pais”. Esse pecado é uma maldição para o desenvolvimento harmonioso da família, estendendo-se a comunidade inteira dos homens, servindo de verdadeira praga da sociedade” (CHAMPLIN, 2006, vol 4, p. 585 – acréscimo nosso).

IV – ATITUDES QUE OS FILHOS DEVEM TER PARA COM OS PAIS
            A Bíblia Sagrada, nossa única regra de fé e prática nos orienta quanto ao procedimento que devemos ter para os nossos pais, tais como: (a) honrá-los (Êx 20.12; Ef 6.2); (b) obedecê-los (Ef 6.1; Cl 3.20); (c) amá-los (Mt 10.37; Mt 22.39); e (d) assisti-los em suas necessidades (Mt 15.3-6; Mc 7.10-13).

CONCLUSÃO          
            Vivemos dias difíceis onde o maligno tem tentado destruir a honra que os filhos devem dar aos pais, desconstruindo o princípio de autoridade estabelecido pelo próprio Deus. Todavia, devemos entender que honrar pai e mãe é uma obrigação moral que deve ser cumprida com amor, alegria e voluntariedade.

REFERÊNCIAS


·         ADEYEMO, Tokunboh. Comentário Bíblico Africano. Mundo Cristão.
·         CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo Testamento Interpretado versículo por versículo. HAGNOS.
·         PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico Moody: Daniel. Editora Batista Regular.
·         STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.  CPAD.

  • VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
Fonte: http://portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas/baixar-licao/cod/362

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