Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das
Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton
José Alves
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(Êx 20.12; Ef 6.1-3; Mc
7.10-13)
INTRODUÇÃO
Nesta lição estaremos estudando o quinto mandamento do Decálogo:
“Honra teu pai e tua mãe” (Êx
20.12). Este mandamento visa preservar a família, que é uma instituição divina
onde toda a estrutura da sociedade está baseada. Nesta lição destacaremos que
honrar os pais se constitui num princípio moral tanto para o AT quanto para o
NT. Que obedecê-lo resulta em muitos benefícios e infringi-lo resulta em
grandes prejuízos. Destacaremos que nos últimos dias será característica da
sociedade corrupta o desprezo a autoridade e o respeito aos pais; e, por fim,
pontuaremos ainda como a Bíblia nos orienta quanto ao tratamento dos filhos
para com os pais.
I – O QUINTO MANDAMENTO DO DECÁLOGO
Enquanto os mandamentos
anteriores tratam da relação entre Deus e os seres humanos (Êx 20.3-11), este e
os seguintes dizem respeito aos relacionamentos interpessoais (Êx 20.12-17). A
ordem “Honra teu pai e tua mãe” diz respeito ao relacionamento
entre pais e filhos (Êx 20.12-a). Assim, este versículo marca uma
transição entre o relacionamento com Deus e os relacionamentos com o próximo.
Mostra que os pais fazem parte da estrutura de autoridade estabelecida por
Deus, tendo recebido de Deus a tarefa de gerar filhos e criá-los no caminho do
Senhor e, portanto, assim como Deus, merecendo o respeito devido.
1.1 Honrar os pais é um
mandamento (Êx 20.12-a). A expressão mandamento no hebraico é “mitswãh”. Este
substantivo ocorre 181 vezes no AT. Sua primeira ocorrência é em Gn 26.5, onde “mitswãh”
é sinônimo de “hõq” “estatuto, ordenança, prescrição, regra, lei,
regulamento”. Honrar
os pais é um imperativo, ou seja, uma
ordem, pois se constitui numa obrigação moral imposta por Deus (Êx 20.12; Dt
5.16). O verbo honrar segundo o Aurélio significa: “conferir honras a; dar
crédito ou merecimento a; dignificar, enobrecer, estimar” (FERREIRA, 2004, p. 1055). Logo,
honrar implica em mais que submeter-se e obedecer as orientações dos pais, é
também tê-los em grande estima pelo que
são e pelo investimento que fazem na vida dos filhos.
1.2 Contém uma rica
promessa (Êx 20.12-b). Todo mandamento tem um benefício implícito (Lv
18.5; Dt 28; Is 1.19). Todavia, a ordem de honrar pai e mãe tem um benefício
explícito “para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu
Deus te dá”. Este expressão pode ser entendida como referindo-se tanto
à estada de Israel na terra prometida, quanto à vida do indivíduo. Portanto, os indivíduos infiéis a Deus que desrespeitavam seus pais
não teriam vida longa na Terra Prometida” (MOODY, sd, p. 48,49).
II – O PRINCÍPIO DO
RESPEITO AOS REPRESENTANTES DE DEUS NO LAR
“Honrar aos progenitores não
somente é uma forma de piedade elevada, como também é uma regra social de
suprema importância, pois os conflitos domésticos naturalmente têm reflexos
sobre a sociedade como um todo. Visto que os pais atuam como representantes de
Deus no seio da família, este quinto mandamento, na realidade, é uma aplicação
dos dois primeiros mandamentos. Assim, honrar a Deus implica em honrar aos
pais. A solidariedade familiar jamais poderá tornar-se um fato nos lugares onde
houver filhos desobedientes, que tentem escusar sua voluntariedade às custas
dos pais” (CHAMPLIN, 2006, vol 1, p. 392 - acréscimo nosso).
2.1 Antigo Testamento. Dentro do contexto hebreu,
honrar os próprios pais era uma parte vital da existência. O cuidado com os pais era um
elemento básico da responsabilidade em sociedade e da
divina misericórdia para com Israel. Um filho que ousasse ferir seus pais
sofria a pena de morte (Êx 21.15). Idêntico castigo cabia a quem amaldiçoasse
qualquer de seus pais (Êx 21.17; Lv 20.9). A
infâmia desse pecado foi claramente estabelecida na lei registrada em
Deuteronômio 21.18-21.Os provérbios de Israel ampliaram
devidamente a magnitude desse crime (Pv 19.26; 20.20; 30.11,17). Abaixo
destacaremos alguns exemplos bíblicos de filhos que desonraram seus pais e se
prejudicaram por isso:
·
Rúben, o primogênito de Jacó, desonrou seu pai ao possuir sua
concubina antes de sua morte; isto lhe custou a perda da herança (Gn 49.3,4).
·
Sansão, enamorou-se uma mulher pagã casou-se com ela, contrariando
a vontade dos seus pais (Jz 14.1-3); seu casamento foi um fracasso (Jz
14.18-20).
·
Os filhos de Eli, que eram sacerdotes, foram mortos
porque recusaram-se dar ouvidos as advertência de seu pai (I Sm 2.22-25).
·
Amnom, filho de Davi, fingiu-se doente para enganar seu pai, a
fim de possuir a sua meia irmã Tamar (II Sm 13.6,7). Seu fim foi desastroso,
pois morreu pela mão de seu próprio irmão Absalão (II Sm 13.23-32).
2.2 Novo Testamento. O
Senhor Jesus enfatizou o quinto mandamento,
exortando a honrar pai e mãe (Mt 15.3-6; Mc 7.10-13). Desde muito
pequeno mostrou sujeição completa aos seus pais terrenos (Lc 2.50,51). Como
honrar os pais é um mandamento moral, o Novo Testamento o
preserva e incentiva
o relacionamento respeitoso entre filhos e os pais (Ef 6.2). Abaixo veremos as
duas recomendações do apóstolo Paulo quanto a observação deste mandamento:
2.2.1 “Vós, filhos, sede obedientes
a vossos pais no Senhor, porque isto é justo”
(Ef 6.1). A palavra “obedecei” no original grego, e “upakouo”,
que quer dizer “obedecer”, “seguir”, “estar sujeito a”. Fica
subentendido que aos filhos é ordenado, seja justo, moral, correto, visando o
desenvolvimento espiritual da criança, ou simplesmente apropriado para a vida e
a conduta diárias” (CHAMPLIN, 2006, vol 4, p. 634 – acréscimo nosso). A
expressão justo no grego “dikaios” por sua vez, significa “costume,
rega, direito”. Este é o padrão de santidade que deve permear a vida de
todo aquele que serve a Deus (I Jo 2.29; 3.7,10). Ainda podemos entender que:
·
A obediência dos filhos a seus pais é algo moralmente
justo, porque segue a ordenança divina.
·
Tal obediência também é socialmente correta,
por refletir um arranjo conveniente e correto na sociedade.
·
Também é beneficentemente correta,
devido aos seus bons resultados.
·
Também é biblicamente correta, pois
concorda tanto com o Antigo como com o Novo Testamentos, em suas respectivas
revelações.
·
Também é legalmente correta, pois foi
ordenada nas Escrituras Sagradas, escritas por inspiração divina.
·
Também é naturalmente correta, pois
segue as leis naturais.
·
Essa obediência dos filhos a seus pais é justa
de acordo com os ditames do bom senso, porquanto e óbvio que uma pessoa mais
velha, de forma geral, sabe o que deve ser feito nesta ou naquela oportunidade,
do que os jovens inexperientes.
·
Portanto, tal obediência também é racionalmente
correta, isto é, apropriada para as relações entre pais e filhos, pois
seria uma monstruosidade se os filhos ditassem as ordens e seus pais as
obedecessem.
·
Finalmente, a obediência dos filhos a seus pais é humanamente
correta, pois todas as culturas humanas reconhecem quão prudente e que
assim seja.
2.2.2 “Vós, filhos, obedecei em tudo
a vossos pais, porque isto é agradável ao Senhor” (Cl 3.20). “Naturalmente,
fica entendido que os pais não devem ordenar a seus filhos coisas que são
contrarias a moralidade cristã, porque nada disso poderia ser sancionado como
incluso na obediência exigida. Paulo aludia aqui as circunstancias normais,
quando os pais fazem algum esforço por instruir seus filhos quanto a moralidade
correta. Ele escrevia para lares cristãos, onde se espera que os pais treinem
seus filhos quanto as boas maneiras. Nessas situações, espera-se dos filhos que
agradem ao Senhor, que façam aquilo que é reto, obedecendo a seus pais” (CHAMPLIN, 2006, vol 4, p. 634
– acréscimo nosso).
III – REBELDIA CONTRA OS
PAIS UMA CARACTERÍSTICA DOS ÚLTIMOS DIAS
“Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão
tempos trabalhosos” (II Tm 3.1-a). O presente texto nos mostra Paulo profetizando que os últimos dias da Igreja na
terra seriam marcados uma onda esmagadora de dificuldades, conforme a expressão
“tempos trabalhosos” no grego “chapelos” que quer dizer: “duro; difícil; custoso”.
O apóstolo elenca as características maldosas dos homens com a proliferação do
pecado e entre elas destaca que eles serão “desobediente a
pais e mães” (II Tm 3.2). “Temos
aqui um pecado tão moderno e comum em nossos dias, que nem choca mais os nossos
ouvidos. No entanto, tal pecado era extremamente chocante para os antigos
judeus, com seu código moral muito estrito em certos particulares, o que fazia
com que esse pecado fosse considerado por eles como uma falta gravíssima.
Literalmente traduzida, essa palavra grega significa “incapazes de serem
persuadidos pelos pais”. Esse pecado é uma maldição para o
desenvolvimento harmonioso da família, estendendo-se a comunidade inteira dos
homens, servindo de verdadeira praga da sociedade” (CHAMPLIN, 2006, vol 4, p. 585
– acréscimo nosso).
IV – ATITUDES QUE OS
FILHOS DEVEM TER PARA COM OS PAIS
A Bíblia Sagrada, nossa única regra de fé e
prática nos orienta quanto ao procedimento que devemos ter para os nossos pais,
tais como: (a) honrá-los (Êx 20.12; Ef 6.2); (b) obedecê-los (Ef
6.1; Cl 3.20); (c) amá-los (Mt 10.37; Mt 22.39); e (d)
assisti-los em suas necessidades (Mt 15.3-6;
Mc 7.10-13).
CONCLUSÃO
Vivemos dias difíceis onde o maligno
tem tentado destruir a honra que os filhos devem dar aos pais, desconstruindo o
princípio de autoridade estabelecido pelo próprio Deus. Todavia, devemos
entender que honrar pai e mãe é uma obrigação moral que deve ser cumprida com
amor, alegria e voluntariedade.
REFERÊNCIAS
·
ADEYEMO,
Tokunboh. Comentário Bíblico Africano. Mundo Cristão.
·
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo
Testamento Interpretado versículo por versículo. HAGNOS.
·
PFEIFFER,
Charles F. Comentário Bíblico Moody: Daniel. Editora Batista Regular.
·
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
CPAD.
- VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
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