Igreja
Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas
Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 –
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(Tg 5.7-20)
INTRODUÇÃO
Nesta última lição deste
trimestre, analisaremos diversos conselhos práticos para a vida cristã
ensinados por Tiago, tais como: a importância de se esperar em Deus com
paciência, tendo como exemplo a figura agricultor e do patriarca Jó; o apóstolo
exorta que utilizemos o eficaz recurso da oração nas aflições, enfermidades e
confissão de pecados. E, por fim, exorta-nos a resgatarmos os irmãos que se
desviaram fazendo-os regressarem a comunhão perdida.
I – O AGRICULTOR: UM EXEMPLO DE ESPERANÇA,
PACIÊNCIA E PERSEVERANÇA
“Tiago
agora passa a aconselhar o pobre oprimido. Suas instruções são no sentido do
pobre suportar com paciência sua situação econômica e social à vista da
iminente volta, do Senhor. Como exemplo de alguém que deve exercitar a
paciência, Tiago cita o caso do lavrador que espera “o precioso fruto da
terra”. Na Palestina, as primeiras chuvas (outubro/novembro)
vinha depois da semeadura e as últimas chuvas (abril/maio) quando os
campos já estavam amadurecendo. Ambas eram de suma importância para o sucesso
da colheita. Do mesmo modo o cristão, diz Tiago, não deve perder a paciência
diante das adversidades, mas deve estabelecer firmemente o seu coração à vista
do fato de que “a vinda do Senhor está próxima” (MOODY, sd, p. 24
– acréscimo nosso).
CARACTERÍSTICAS DO AGRICULTOR
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DEFINIÇÃO E REFERÊNCIAS
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a) Esperança.
“Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra” (Tg 5.7-a).
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No grego “elpis” que quer dizer “expectativa
favorável e confiante”. Tem a ver com o que não se vê e o futuro (Rm
8.24,25).
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b) Paciência.
“aguardando-o com paciência” (Tg 5.7-b).
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No grego “hupomone”, que significa
literalmente “permanência em baixo de”. A paciência que só se
desenvolve nas provas (Tg 1.3).
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c) Perseverança.
“até que receba a chuva temporã e serôdia” (Tg 5.7-c).
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No grego “proskarteresis” que
significa “constância”, “paciência”. A forma
verbal desta palavra significa “aderir”, “persistir”,
“ocupar-se em”, “passar muito tempo em” (Ef 6.18).
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II – TIAGO EXORTA QUANTO A
PACIÊNCIA, PRUDÊNCIA E A ORAÇÃO
2.1 Exortação a paciência
tendo como modelo o patriarca Jó (Tg 5.10,11). “Além
dos lavradores, também, os profetas são citados como exemplos de “sofrimento
e paciência”. Jó era tradicionalmente considerado um profeta, e aqui
foi explicitamente citado como um exemplo de perseverança. Este é o único lugar
do NT, onde Jó foi mencionado. O ponto principal da ilustração de Jó é que a
paciente perseverança mantém-se sobre a convicção de que as dificuldades não
são sem significado, mas que Deus tem alguma finalidade e propósito nelas, o
que Ele há de realizar” (MOODY, sd, p. 24). A Bíblia ensina que a tribulação
produz paciência (Rm 5.3; Tg 1.3).
2.2 Exortação quanto aos
juramentos tendo como base o ensinamento de Cristo (Tg 5.12). “Uma vez mais, Tiago menciona as palavras de Jesus em seu
ensino doutrinário (Mt 5.33-37). O irmão de Jesus e pastor da Igreja em
Jerusalém não está condenando os juramentos solenes, pois eram uma antiga
prática judaica, legalmente válida, quando se precisava atestar uma palavra
empenhada (Êx 22.11). Assim como foi instado a fazer Jesus perante Caifás (Mt
26.63,64), e Paulo, ao expressar seu zelo para com a Igreja (Rm 1.9; 9.1).
Tiago está condenando o uso leviano do santo nome de Deus ou de qualquer pessoa
ou objeto sagrado para garantir a verdade do que se diz. Os cristãos devem ser
conhecidos como pessoas cujas palavras são absolutamente dignas de crédito, sem
nem mesmo a necessidade de juramentos” (JAMES, 2007, p. 09).
2.3 Exortação quanto a
prática da oração tendo como exemplo o profeta Elias (Tg 5.13-18). Para exemplificar o poder da oração, Tiago cita o
profeta Elias, que sendo um homem com as mesmas limitações que temos, orou ao
Senhor para que não chovesse e não choveu; em seguida orou para que chovesse e
assim foi (I Rs 17.1; 18.1). Segundo Tiago, a oração de um justo realiza muitas
coisas (Tg 5.16-b), entre as quais podemos citar: (1) leva-o mais perto
de Deus (Hb 7.25); (2)
abre caminho para uma vida cheia do Espírito Santo (Lc 11.13; At 1.14); (3)
dá-lhe poder para servir e para a devoção cristã (At 1.8; 4.31,33; Ef 3.14-21);
(4) edifica-o espiritualmente (Jd 20); (5) dá-lhe compreensão da
provisão de Cristo por nós (Ef 1.18,19); (6) ajuda-o a vencer a Satanás
(Dn 10.12,13; Ef 6.12,18); (7) esclarece a vontade de Deus para ele (Sl
32.6-8; Pv 3.5,6 Mc 1.35-39); (8) capacita-o a receber dons espirituais
(I Co 14.1); (9) leva-o a comunhão com Deus (Mt 6.9; Jo 7.37;
14.16,18,21) e, (10) outorga-lhe graça, misericórdia e paz (Fp 4.6,7; Hb
4.16).
III – CONSELHOS DE TIAGO
PARA QUEM SOFRE, PARA QUEM ESTÁ ENFERMO E EM PECADO
Em sua epístola, Tiago deu o devido valor a prática da
oração mencionando-a várias vezes (Tg 1.5,6; 4.2,3; 5.13-18). A Bíblia ensina o cristão a orar em todo tempo (I Ts 5.17). Todavia, o
apóstolo elenca alguns momentos e circunstâncias na vida onde devemos buscar o
socorro de Deus em oração:
3.1 Oração na aflição (Tg
5.13). Essa palavra do apóstolo visa descrever aqueles que
sofrem por qualquer tribulação, aperto, necessidade, privação ou enfermidade.
Diante de qualquer circunstância difícil diz Tiago “ore”. Temos
diversos exemplos de pessoas que recorreram a Deus em momentos de aflição e
foram por Ele aliviados (2 Cr 32.12,13; Sl 18.6; Lc 22.44; 2 Co 12.7-10). Mas,
por quais razões devemos orar na aflição? (1ª) Porque a oração é um ato
de fé que pode solucionar problemas e trazer alegria (Gn 25.21; I Sm 1.10-18); (2ª)
porque a oração pode ajudar o crente a mostra-se capaz de suportar suas
tribulações (II Co 12.8,9; Ef 6.18); (3ª) porque a oração pode distrair
a mente do salvo em suas tribulações (Fp 4.6,7; I Pe 5.7); e, (4ª)
porque a oração é um exercício espiritual que melhora a qualidade espiritual da
alma, ainda que o homem mortal continue a padecer sob circunstâncias adversas
(Lc 22.44; At 7.60).
3.2 Oração quando se está
enfermo (Tg 5.14,15). Certamente o texto em foco refere-se aos
doentes no corpo físico. A recomendação do apóstolo para aqueles que
encontram-se nessa condição é de recorrerem ao presbítero a fim de pedir
oração, crendo que sua saúde pode ser restaurada. Isto não é uma sugestão de que Deus sempre atende a
oração do crente com um sim. Toda oração, inclusive a oração pela cura, fica
sujeita à vontade de Deus (II Co 12.8,9; I Jo 5.14). Deve-se
destacar também que a prática de ungir a cabeça do enfermo, não indica que o
óleo possui poder curador. Embora na cultura judaica o azeite de oliveira era
considerado com propriedades medicinais (Lc 10.34). A ideia original é que esse
óleo fosse usado como um sinal visível e tangível do poder de
Deus representando a unção do Espírito Santo. Biblicamente, o que pode
proporcionar cura é o nome do Senhor conforme o próprio Jesus e os seus santos
apóstolos ensinaram (Mc 16.17,18; At 3.6,7; Tg 5.14,15).
3.3 Confissão de pecados
contra Deus e contra o próximo (Tg 5.15-16). A origem das
enfermidades está no pecado original, nem sempre num pecado pessoal (Gn
3.17-19; Jo 9.1-3). Todavia, existem casos também onde a pessoa encontra-se
enferma por causa de uma transgressão cometida (Sl 32.3,4; II Cr 26.19; Jo
5.14). Por isso, Tiago diz: “e, se houver cometido pecados” lançando
luz sobre esta verdade. Em caso de pecado que fira a santidade da igreja, o
transgressor confessa a Deus e pede orientação ao pastor e/ou presbítero para
que se necessário for, seja aplicada a disciplina pela igreja, dependendo da
gravidade do pecado (Tg 5.15; I Co 5;6). No segundo caso, se o pecado está no
campo dos relacionamentos interpessoais, o apóstolo recomenda “confessar
as suas culpas uns aos outros”. Isso visa o encorajamento mútuo, como
também a busca da reconciliação e perdão dos irmãos entre si.
IV – A PERSPECTIVA DE
TIAGO EM RELAÇÃO AOS IRMÃOS DESVIADOS
4.1 A possibilidade do
abandono da fé (Tg 5.19). A expressão “se
algum dentre vós se tem desviado”
indica claramente a possibilidade do
crente se afastar da verdade que abraçou. “A
palavra “se desviar” usada por Tiago
no grego é “planao”,
que quer dizer “desviar-se” ou “fazer desviar-se”; em seu uso moral significa
o desvio da fé para o pecado, da verdade para o erro” (CHAMPLIN, 2005, p. 84).
O apóstolo possivelmente está fazendo alusão aos judeus cristãos que sofriam
perseguições por parte dos judeus patrícios por haverem deixado o judaísmo e
aceitado Jesus como Messias
(I Ts 2.14; At 8.1,3; 12-1-3; 17.1-8; Hb 10.33,34). Nas Escrituras
encontramos alguns exemplos dessa triste realidade. Os cristãos da Galácia
estavam à beira de se desviar de que a justificação diante de Deus é pela fé, sem
as obras da lei (Gl 3.1;
4.8-10; 5.7). Há casos individuais como Himeneu e Alexandre (I Tm 2.20; II Tm
4.14) e Demas (II Tm 4.10). A exortação a perseverar na fé indica claramente
que a ideia de uma vez salvo, salvo para sempre é enganosa e extremamente nociva (Jo 8.31; 15.1-6; At 11.23; 13.43; 14.22; I Ts 3.2-5; Ap
2.25).
4.2 A possibilidade do
regresso a fé (Tg 5.19,20). Assim como existe a
possibilidade do crente desviar-se da verdade, Tiago diz que ele também pode
ser reconduzido (Tg 5.19). A expressão “converter” literalmente
é “fazer que a pessoa se volte completamente”. Trata-se de uma reviravolta completa que
as Escrituras usualmente retratam como “arrependimento” (Is 6.10; Ez 33.11; At
3.19; 9.35; 2 Co 3.16). “O
cristão, que se desvia do Caminho, mas que é reintegrado, tem todos os seus pecados absolvidos pelo poder do sangue remidor de
Cristo, além de produzir grande júbilo espiritual em seus irmãos na Igreja, e a
manutenção do bom testemunho dos cristãos perante o mundo (Hb 6.4-8; 2 Pe 2.20-21; 1Co 11.30; 1Jo
5.16)” (JAMES, 2007, p. 10).
CONCLUSÃO
Os conselhos do apóstolo Tiago
são extremamente necessários para a saúde espiritual da igreja em todo tempo.
Paciência, oração, confissão de pecados e amor ao próximo são atitudes que
revelam o verdadeiro cristianismo.
REFERÊNCIAS
·
STAMPS, Donald C.
Bíblia de Estudo Pentecostal.
CPAD.
·
MOODY, D. L. Comentário Biblico de Tiago. PDF.
·
CHAMPLIN, Russell Norman, O Novo
Testamento Interpretado versículo por versículo. HAGNOS.
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