Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco Superintendência das Escolas
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2º TRIMESTRE DE
2016 (Rm 15.20-29)
INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos a definição
da palavra cosmovisão, estudaremos como o apóstolo Paulo encarava a obra
missionária, pontuaremos o pioneirismo missionário do apóstolo na igreja primitiva,
falaremos sobre a estratégia missionária de paulo e suas motivações
missionárias.
I – DEFINIÇÃO DE COSMOVISÃO
MISSIONÁRIA
A
palavra “cosmovisão” vem da junção de duas palavras, uma do grego
“kosmos” que significa “mundo” e a outra do latim “visio”
que é significa “visão”. Cosmovisão é aquilo que cada pessoa é, o
que defende, o que vive, é resultado da cosmovisão que permeia sua vida, ou
seja, é o modo pelo qual a pessoa vê ou interpreta a realidade em sua volta
(ANDRADE, 2006, p. 118). Em nosso caso, quando evangelizamos, cumprimos com a
cosmovisão cristã missionária.
II - PAULO E A OBRA MISSIONÁRIA
2.1 O apóstolo Paulo
e a missão (Rm 15.16). Paulo expõe o
que estava em seu coração que era o desejo de levar o evangelho da graça
de Deus a terras ainda não alcançadas (Rm 15.14-22). O apóstolo usa termos
técnicos para apresentar seu “ministério sacerdotal”. Ele se autodenomina de um
liturgo do grego “leitourgos” (aquele que exerce a função de sacerdote).
“Paulo considera sua obra missionária como sendo um ministério sacerdotal
quando oferece os seus convertidos gentios como um sacrifício
vivo a Deus” (STOTT apud LOPES, 2010, pp. 471,472). “Cada alma que ganhamos
para Cristo é uma oferta de sacrifício que oferecemos a Deus para a sua glória”
(WIERSBE apud LOPES, 2010, pp. 471,472).
2.2 O apóstolo Paulo e o agente capacitador da missão (1Co
2.1-4). O ministério missionário de
Paulo foi marcado pela atuação do Espírito Santo. A obra não é feita
pela capacidade humana, pois, não há movimento missionário que se sustente sem
a participação efetiva do Espírito do Senhor. A obra é de Cristo, o poder vem
de Cristo; Paulo foi apenas o instrumento, e não o agente. As credenciais de um
ministério autêntico são dadas pelo Espírito Santo.
2.3 O apóstolo Paulo e o território da missão (Rm
15.20-22). O apóstolo dos gentios começou
a epístola aos romanos falando de missões (Rm 1.14-17), e concluiu
falando da mesma forma (Rm 15.20-29). Nestes versículos Paulo sente que suas
atividades missionárias nas regiões da Grécia, Macedônia e Ásia Menor, já foram
completadas quando informa aos romanos que pregou o evangelho desde Jerusalém
até ao Ilírico. Um mapa da época nos permite ver que esses eram os pontos
extremos do mundo alcançado por Paulo. Agora, ele precisava ampliar a esfera do
seu projeto missionário, pois não queria pregar onde outros já tivessem pregado
(Rm 15.20,21) (CABRAL, 2005, p.146).
2.4 O apóstolo Paulo e a cobertura espiritual da missão
(Rm 15.30-32). Paulo contava com o
apoio da Trindade no seu projeto missionário. Ele via com muita
seriedade a obra missionária e por isso rogou que os crentes que “lutassem
em oração com ele”. A palavra “combatais” significa:
“lutar junto com alguém” trazendo um sentido de uma luta espiritual na
oração. Missões envolvem conflito espiritual e muitas
vezes lágrimas. Todavia, missões são marcadas também por satisfação espiritual
e alegria (Sl 126.5,6).
III - PAULO E O PIONEIRISMO
MISSIONÁRIO DA IGREJA PRIMITIVA
Paulo foi, sem sombra de dúvidas,
o maior missionário da igreja de todos os tempos. Ele plantou igrejas nas
províncias da Galácia, Macedônia, Acaia e Ásia Menor. Em toda a parte, seu
objetivo era pregar o evangelho (Rm 15.20). Destacaremos a seguir aqui alguns
pontos importantes de seu pioneirismo. Vejamos:
3.1 Paulo e os limites de sua ação missionária (Rm
15.19-b). Paulo vai desde o extremo
Oriente, em Jerusalém, até ao Ocidente, ao Ilírico. Seguindo a rota do
sol, seu caminho o conduziu do leste para o oeste, até a costa do mar
Adriático. A indicação deve sugerir a marcha triunfal do evangelho do Oriente
ao Ocidente e o sentimento de que tudo o que jaz a leste de Roma já havia sido
atingido. Essa região da Ilíria se situava na costa ocidental do mar Adriático,
na Macedônia, e corresponde aproximadamente à Albânia e à parte sul do que era
a antiga Iugoslávia (LOPES, 2010, pp. 477,478).
3.2 Paulo e a filosofia de sua ação missionária (Rm
15.20,21). Paulo se considerava
um desbravador de trilhas para o evangelho, um missionário pioneiro, um
plantador de igrejas e seu chamado era para lançar os fundamentos (1Co 3.10),
sua vocação era semear (1Co 3.6). Paulo como um plantador de igrejas, sua
prioridade era não passar onde outros haviam já trabalhado, entendendo assim, a
necessidade de levar a mensagem aos não alcançados.
3.3 Paulo e a abrangência do seu ministério (Rm 15.16). O ministério de Paulo era voltado aos gentios. O
próprio Deus o capacitou e o conduziu nessa direção (2Tm 4.17). O
ministério de Paulo de conduzir os gentios à obediência realizou-se por
palavras e obras, pois ele pregava e fazia (Rm 15.18). Foi assim o próprio
ministério de Cristo: ele fazia e ensinava (At 1.1).
4.1 Paulo mantinha bases de apoio (At 14.26 28; 18.22,
23). Paulo entendia que o missionário deveria ter uma base
forte e ao fim de cada viagem ele sempre voltava a Antioquia para
prestar seus relatórios. Para ele a conexão entre as orações da igreja e o
sucesso das missões era necessidade vital. Paulo gastava tempo significativo
nestas visitas de volta, pois sabia da importância disto. Quando ele estava
planejando prosseguir até a Espanha para anunciar o evangelho, escreveu uma
carta e enviou aos crentes da cidade de Roma para pedir-lhes o apoio, ou seja,
para serem sua nova base (Rm 15.15-24).
4.2 Paulo pregava em lugares específicos (Rm 15.18,19). Quando examinamos estes textos podemos notar dois
elementos que resumem o trabalho missionário de Paulo. Primeiro, ele
direcionou seu esforço particularmente ao mundo não judaico (v 18). Segundo,
ele limitou seu trabalho principalmente à área geográfica do mundo Romano onde
outros ainda não haviam atuado (v 19), sua missão se concentra nas quatro
províncias mais populosas e próspera da sal época, a saber: Galácia, Ásia,
Macedônia e Acaia. Em sua ótica Paulo não se via pregando em todos os lugares,
o que seria humanamente impossível, mas estabelecendo Igrejas em lugares
estratégicos, de modo que o evangelho se espalharia pelas principais cidades e
vilarejos.
4.3
Paulo e sua
pregação nas sinagogas (At 13.5,14; 14.1; 17.1 2, 10; 18.4, 19). Paulo seguia o princípio de “primeiro ao judeu...”
(Rm. 1.16), assim sua estratégia era frequentar as sinagogas nas
cidades por onde passava. Havia um costume de se convidar um
rabino que estivesse de visita para dar uma “palavra de exortação”
(At 13.15). Assim, Paulo aproveitava
essa cortesia e a platéia presente de Judeus,
prosélitos e gentios para pregar o evangelho de Cristo.
4.4 Paulo mantinha intercâmbio entre as igrejas (Rm
15.26). Para que a obra missionária seja realizada com excelência é necessário
que haja planejamento. Paulo já havia estabelecido parcerias entre as igrejas.
Aqui o intercâmbio é feito entre as igrejas da Macedônia, Acaia e a igreja de
Jerusalém. Paulo enfatiza que as igrejas gentílicas são devedoras para com a
igreja em Jerusalém a “igreja mãe”, visto que a bênção do
evangelho de Cristo partiu de Jerusalém (Rm 15.27) (CABRAL, 2005, p.146).
4.5 Paulo trabalhava
sempre em equipe (At 12.25; 13.13; 15.40). Paulo em todas as suas viagens missionárias teve companheiros.
Barnabé e João Marcos na primeira viagem, e Silas, depois Lucas e Timóteo na
segunda. Para ele a pregação do evangelho exigia um esforço conjugado (1Ts
1.1). Paulo sempre se associou ao maior número de pessoas possíveis, basta
observarmos quantos nomes aparecem em suas epístolas (2Co 1.19; 8.23; Cl. 4.14;
At 19.22; Cl 4.7,10; At 20.4; Fl 2.20 22,25; Cl 2.7; At 18.2,3; Rm 16). Como
vimos, Paulo deseja se associar aos crentes em Roma para poder alcançar a
Espanha (Rm. 1.11,12) ele sabia que sozinho não conseguiria fazer quase nada.
V - PAULO E SUAS MOTIVAÇÕES
MISSIONÁRIAS
5.1 Paulo e os “últimos dias” (1Co 10.11). A primeira dessas convicções é que para Paulo, ele
estava vivendo nos últimos dias de cumprimento em que os fins dos
séculos haviam chegado. Ele estava persuadido de que a era escatológica,
prometida pelos profetas havia raiado e que a plenitude do tempo havia se
consumado (Gl 4.4; Ef 1.10), que o reino de Deus havia irrompido na pessoa de
Cristo (2Co 6.2-b) e a nova criação tinha início (2Co 5.17). Paulo compreendia
sua época como o início de um tempo em que Deus estava convergindo em Cristo
todas as coisas (Ef 1.9,10).
5.2 Paulo e a Igreja como “comunidade escatológica” (Ef
1.23). A segunda convicção do apóstolo
Paulo era que as antigas promessas de Deus encontravam concretização
histórica na Igreja de Cristo. Era na Igreja que a restauração de Israel,
profetizada nas Escrituras do AT se consumava, era na Igreja que a plenitude
dos gentios estava entrando. É por isso que ele fala da Igreja como sendo uma
nova criação, feita de judeus e gentios (Ef 2.15; 4.24; Cl 3.10). Esse
entendimento de Paulo sobre a Igreja como comunidade escatológica o levava a
sair plantando igrejas locais no mundo de sua época.
5.3 Paulo e a
consciência do chamado divino para “edificar a igreja” (1Tm 3.15). A terceira
convicção de Paulo era que Deus o havia chamado para edificar essa
Igreja (1Co 3.9; Ef 2.21; 1Co 3.16; Ef 2.21). Paulo vê a Igreja como uma
edificação cujo fundamento é o próprio Cristo (1Co 3.11), conceito que tem
origem nas palavras do próprio Senhor Jesus (Mt 16.18). Paulo tinha consciência
de que Cristo o havia chamado para ser um instrumento pelo qual essa edificação
ocorreria.
CONCLUSÃO
Nessa
lição, vimos uma das razões que levou o apóstolo a visitar a igreja de Roma.
Não era apenas uma visita fortuita, mas algo planejado. O seu alvo era o
estabelecimento de um ponto de apoio para seu empreendimento missionário. Para
isso, Paulo usa esse espaço de sua Epístola para informar aos crentes em Roma
das diretrizes tomadas para essa viagem. A igreja de Roma, que não tinha Paulo
como seu fundador, teria a oportunidade de ver como trabalhava e apoiar aquele
que foi, sem dúvida, o maior missionário da história.
REFERÊNCIAS
CABRAL, Elienai. Romanos:
O Evangelho da Justiça de Deus. CPAD.
PETERS, G. W. Teologia
Bíblica de Missões. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia
de Estudo Pentecostal. CPAD.
LOPES,
Hernandes Dias. Comentário Exegético de Romanos. HAGNOS. ANDRADE,
Claudionor C. de. Dicionário Teológico. CPAD.
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