Texto Áureo: II Pe. 3.13 – Leitura Bíblica: Ap. 21.9-18
Prof. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
É
chegado o final de mais um trimestre com uma lição que direciona nosso olhar
para a eternidade, à formosa Jerusalém, cidade celestial que vem de Deus. Na
primeira parte da lição trataremos a respeito dessa cidade, em seguida,
destacaremos suas características, e, ao final, apontaremos sua procedência,
que nos motiva a continuarmos firmes na fé, na esperança que há em Jesus.
Logo
no início do Ap. 21, João declara ter visto “novo céu e nova terra, pois o
primeiro céu e a primeira terra passaram” (v. 1.). É digno de destaque que o
enfoque bíblico é sempre na terra, e menos no céu, diferentemente da cosmovisão
helenista. O “mar também já não existe”, pois a terra será redimida, a mesma
que, como parte da criação, geme (Rm. 8.22). Ele também viu “a cidade santa, a
nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, ataviada como noiva
adornada para o seu esposo”, que é Cristo (Ap. 21.2). Essa é a pátria
verdadeira dos santos, a morada dos santos (Hb. 12.23; Fp. 3.20), que descerá
do céu para a terra no início do milênio e ficará acima da Jerusalém terrestre.
Ela é o “tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão
povos de Deus e Deus mesmo estará com eles” (Ap. 21.3). Esse será o cumprimento
da profecia de Ez. 37.27: “o meu tabernáculo estará com eles, e eu serei o seu
Deus e eles serão o meu povo”. O antigo tabernáculo tinha a shekinah – a glória
-de Deus, a Sua glória, manifesta na encarnação, através de Cristo, quando o
Verbo se fez carne (Jo. 1.14). No futuro, todas as promessas, tanto para Israel
quanto para a Igreja, se concretizarão, haverá um só povo de Deus. Então, “Ele
lhes enxugará dos olhos toda lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem
clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas” (Ap. 21.4). Toda a
tristeza humana terá o seu final, não haverá mais tragédias, a morte morrerá,
as pessoais não mais prantearão os seus mortos.
2.
FORMOSA JERUSALÉM
Então,
João ouviu a voz dAquele que estava assentado no trono: “Eis que faço novas
todas as coisas” (Ap. 21.5). Esse processo de renovação já começou em Cristo,
através do estabelecimento do Seu reino, na dimensão do “já”. Pois, “se alguém
está em Cristo, é nova criatura: as coisas antigas já passaram; eis que se
fizeram novas” (II Co. 5.17). É bem verdade que tudo isso se dará na dimensão
do “ainda não”, mesmo assim, quando, por fim, “a própria criação será redimida
do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus”
(Rm.21). Por esse motivo, os cristãos têm a responsabilidade, enquanto cidadãos
do Reino, de se envolverem na tarefa de renovação da terra. Isso diz respeito
ao compromisso ambiental, da preservação da criação de Deus. Adiante, disse
mais: “está cumprido. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem quer
que tiver sede, de graça lhe darei da água da vida” (Ap. 21.6). Ele é o
Primeiro e o Último, o cumprimento de todas as promessas, o próprio Cristo (Ap.
22.13). Ele é a água da vida, disponibilizada à mulher samaritana (Jo.
4.4,10,14), e oferecida a todos aqueles que têm sede (Jo. 7.37). Por isso,
podem bebê-la, hoje, os que se aproximam dessa Água, ainda que essa será dada
plenamente, a “quem vencer”, os quais herdarão “todas as coisas” e serão
chamados filhos de Deus (Ap. 21.7). Não podemos esquecer que, por adoção, fomos
feitos de Deus (Jo. 1.12), com o direito de chamá-Lo de Aba, paizinho (Gl.
4.1), herdeiros de Deus com Cristo (Rm. 8.18).
3.
DE DEUS
Mas
alguns ficarão de fora da cidade de Deus: “aos tímidos, e aos incrédulos, e aos
abomináveis, e aos homicidas, e aos fornicários, e aos mentirosos, a sua parte
será no lago que arde com fogo e enxofre; o que é a segunda morte” (Ap. 21.8).
Esses são: os covardes, que não tiveram coragem de sofrer por Cristo (Mt.
13.21); os incrédulos, aqueles que se recusaram a crer no evangelho (Sl. 14.1;
53.1); os que praticam a idolatria (I Co. 6.10); os assassinos, que não
valorizam a vida e propagam a cultura da morte (Gl. 5.21); os que se envolvem
em atos sexuais ilícitos (Ef. 5.5); os que se relacionam com o mundo das trevas
em práticas ocultistas (Ex. 22.18); os que adoram o anticristo, que se prostram
perante falsos deuses (II Ts. 2.4; Gl. 5.20); e os que seguem ao pai da mentira
(Jo. 8.44), que negam a Jesus, o Filho de Deus (I Jo. 2.22). Cada cristão deve fiar-se
na fé em Cristo para entrar na cidade de Deus. A beleza desta deve nos motivar
à constância, as palavras de João são insuficientes para descrevê-la. Ele ousa
apenas assemelhá-la: “E tinha a glória de Deus; e a sua luz era semelhante a
uma pedra preciosíssima, como a pedra de jaspe, como o cristal resplandecente”
(Ap. 21.11). A presença de Deus será intensa, não apenas ocasional, como
acontecia no Antigo Pacto (Ez. 40.34; 48.35). Ela terá “um grande e alto muro
com doze portas, e nas portas doze anjos, e nomes escritos sobre elas, que são
os nomes das doze tribos de Israel” (Ap. 21.12). Essa é uma alusão direta a Ez.
48.31, onde o número 12 tem significado especial, considerando as doze tribos
de Israel e os doze discípulos de Jesus. As três portas e os doze fundamentos
de Ap. 21.13, 14 têm a ver com os profetas e apóstolos, com a unificação das
duas alianças. O anjo que falava com João mediu a cidade e identificou sua
simetria 2.200
quilômetros de cada lado, a largura do muro é de 64 metros, sua perfeição.
CONCLUSÃO
Essa
é uma cidade especial, feita de jaspe, e nós, nos tempo presente, mesmo em meio
às adversidades, a esperamos, e nada no presente século deve nos distanciar
desse foco. Os templos suntuosos das igrejas não se comparam a sua formosura, pois
a “praça da cidade é de ouro puro, como vidro transparente” (Ap. 21.21). João
não viu ali santuário, já que “o seu santuário é o Senhor, o Deus Todo-poderoso
e o Cordeiro” (Ap. 21.22). A celestial está alicerçada em Deus e em Cristo, por
isso, não haverá necessidade de “sol, nem de lua, para lhe darem claridade,
porque a glória de Deus a tem alumiado, e o Cordeiro é a sua lâmpada” (Ap.
21.23). Como diz o hino sacro, “quão glorioso, cristão, é pensares, na cidade
que não tem igual, onde os muros são de puro jaspe, e as ruas de ouro e
cristal” (HC. 26).
BIBLIOGRAFIA
LADD,
G. Apocalipse: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1980.
SILVA,
S. P. Apocalipse versículo por versículo. Rio de Janeiro: CPAD, 1985.
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