terça-feira, 15 de janeiro de 2013

LIÇÃO 03 – A LONGA SECA SOBRE ISRAEL



Dando prosseguimento ao ministério de Elias,no estudo das lições da EBD,chegamos ao momento da seca que assola Israel no período do rei Acabe.A seca já havia sido anunciada pelo profeta Elias e cumpriu-se completamente (1Rs.17.1,2; 18.1,2).E,no Novo Testamento, tal seca,é descrita como o resultado da atividade profética de Elias(Tg.5.17).

I-O Porquê da seca

A seca que assolou Israel por 3 anos e 6 meses tinha um propósito duplo: disciplinar a nação de Israel,uma vez dividida pela idolatria(1Rs.18.21) e revelar a divindade verdadeira, mostrando que baal nada era (1Rs18.1,2,21,39).

1-Disciplinar a nação:

O culto a baal,havia afastado o povo da adoração verdadeira e,com o pensamento dividido, a nação não mantinha mais a fidelidade a Deus (1Rs.18.21).A Lai já determinava e era muito clara quanto os pecados por desobediência,ao contrário de outros pecados, tinham uma sentença muito forte sobre o povo e,também,um caráter corretivo muito claro.Observe,por exemplo,Levítico 26,onde claramente é identificado o caráter corretivo das assolações (ou maldições ) sobre o povo e a terra de Israel,até que este se volte a Deus disposto a servi-lo voluntariamente.
Uma vez que o povo havia se voltado para baal,deixando pra trás todos os benefícios e milagres operados por Deus,a sentença era inevitável.A situação de Israel,no período de Elias,se encaixa perfeitamente naquilo que diz os vers. 31 a 33 de Lv.26. O povo havia se voltado para a idolatria,se apartado de Deus e além de uma sentença divina que dizia que suas cidades seriam reduzidas a desertos, também havia uma promessa de assolação da terra por mãos de povos pagãos(vv.38,39).A sentença já havia sido predita e o povo pereceria,como pereceu, tudo para que entendesse que só o Senhor é Deus(1Rs.18.37) e a promessa de redenção se cumpriria no momento que o povo se convertesse (Lv.26.42).

2-Revelar a divindade verdadeira:

Jezabel,ao ir para Israel,levou consigo seus deuses,não levou somente baal,mas,também, outros,sendo que os principais eram Baal [1] e Aserá [2].Baal era a divindade suprema dos cananeus,deus do sol,responsável pela germinação e crescimento da lavoura,o aumento dos rebanhos e a  fecundidade das famílias.E,no momento que Elias determina,profeticamente, que não cairia chuva nem orvalho na terra (1Rs.17.1),ele assim o faz, não por acaso, para confrontar a baal naquilo que o povo acreditava que ele era senhor.Ora, se o Deus de Israel, tendo como representante o profeta Elias, pudesse atuar numa área de outro deus qualquer, logo,Ele era superior e soberano a todos.
Como no caso de Faraó e Moisés,onde cada praga representava o agir de Deus sobre uma divindade egípcia,também,no caso de Elias,vemos que a intervenção divina sobre os tempos, estações e clima,  evidenciava sus soberania (Cl.1.16;Dn.4.35).

II-Os efeitos da seca

A seca vinda sobre a nação, produziu alguns efeitos,tanto os naturais como a fome, escasses, e espirituais como o arrependimento e até endurecimento no coração do povo.

1-Escasses e fome:

A escritura afirma que a fome em Samaria era extrema (1Rs.18.2).A seca,no objetivo de provar que baal era um deus impotente diante da operação do Deus de Jacó,já demonstrou que baal nada podia fazer em favor daqueles que lhe eram fiéis.Naquela situação,até mesmo faltavam suprimentos para os cavalos e animais,o que fez com que Acabe enviasse Obadias a procurar ervas para alimentá-los (1Rs.18.5).A terra,então,já não produzia em favor da nação israelita.[3]

2-Endurecimento ou arrependimento:

O julgamento de Deus operou de forma diferente no povo e sobre a casa real.Os resultados foram de endurecimento no coração,por parte dos nobres de Israel e de arrependimento na vida do povo.Eis os resultados da seca:
Nos que se fecham e se endurecem:
  •  Cairá no mal (Provérbios 28.14): Mantendo-se fechado à voz do Espírito Santo, a pessoa chama para si mesmo um estado de prisão espiritual no qual outras coisas malignas passam a fazer parte da vida da pessoa,como diz,um abismo chama outro (Sl. 42.7);
  •  Impede o agir de Deus (Mateus 13.15): Uma vez que o indivíduo não dá valor à voz de Deus, cria-se a barreira que impede o agir de Deus.Em outro momento, o quebrantamento e arrependimento são o motivo pelo qual todas as sentenças são quebradas (2Cr.7.13-14);
  • Anula bênçãos (Hebreus 3.7-11): O exemplo de Israel é retomado no NT,na questão do deserto,quando o povo se insurgiu contra a liderança de Moisés, duvida do agir de Deus e,também,murmura da situação,naquela hora,a promessa de entrada em Canaã foi anulada na vida de vários daqueles israelitas (Hb.3.7-11) e,também,de Moisés, que apenas olhou a terra;
  • O pecado é o agente do endurecimento (Hebreus 3.13): É o pecado que faz com que o indivíduo não se curve diante da Palavra ministrada,como no caso de Acabe.

Na contramão da casa real de Israel,que endureceu o coração diante dos sinais e da palavra de Elias,colocando-o como perturbador da nação,o maior criador de problemas daquele lugar (1Rs.18.17) ,o povo curva-se diante daquilo que ouve e vê,arrependendo-se e reconhecendo ao Senhor Deus como soberano de Israel (1Rs. 18.39).

Quem era baal?

 [1]Baal,hb. Senhor: O supremo deus dos cananeus, correspondente a Bel, senhor dos babilônios. O título por extenso do baal cananeu era Baal-Semaim, isto é, Senhor do céu.Baalins (Jz.2.11) é a forma plural;cada lugar tinha seu próprio baal,senhor divino.(..) Baal era o deus do sol,responsável pela germinação da lavoura,pela germinação e crescimento da lavoura, o aumento dos rebanhos  e a fecundidade das famílias.Em tempos de seca e de peste,sacrificavam-se vítimas humanas para apaziguar sua ira, 2 Rs.16.3; 21.6; Jr.19.5. Nesses holocaustos,a família geralmente oferecia o primogênito,a vítima sendo queimada viva. Baal era a divindade masculina e Astarote a feminina entre os cananeus. 

[Fonte: Pequena Enciclopédia Bíblica,pág.79. Boyer,Orlando-CPAD.]

Aserá

 [2]Aserá(ou Astarte): Uma deusa da Síria e de Canaã,companheira de baal,que representava a fertilidade.Mencionam-se suas imagens em 1Rs. 15.13; seus profetas em 1Rs 18.19; os utensílios usados em seu culto em 2Rs 23.4.Deusa semítica também da vegetação, assim como da fertilidade,cultuada em toda Ásia Menor,especialmente na Fenícia 1Rs. 11. 5,33; 2Rs. 23.13. 

Fonte(s): Pequena Enciclopédia Bíblica,p.69. Boyer,Orlando. CPAD. 
Dicionário Bíblico,p.11. Brevi,Ítalo Fernando. 



Agricultura e Pecuária:

Como o povo de Israel vivia,em grande parte, do que colhia da terra,muitos dos seus conceitos teológicos estavam relacionados com a agricultura. Eles se consideravam como que uma espécie de sócios de Deus.Cada plantador fazia o melhor que podia para cuidar de sua lavoura,mas reconhecia que o resultado final, fosse o sucesso ou fracasso dela,estava nas mãos de Deus.Viam a chuva e o sol como dádivas vindas diretamente de Deus.Se havia secas ou tempestades,eles as interpretavam como sinal de que haviam desagradado ao Senhor em alguma coisa.Muitos dos importantes festejos que os israelitas observavam giravam em torno de temáticas relacionadas com a agricultura.E eles ofereciam a Deus 20% da colheita.Observavam as leis divinas com o objetivo de proteger a terra e vê-la renovar-se. 
Os ensinos de Jesus refletiam claramente essa proximidade do povo com a terra.As figuras e ilustrações que empregava passavam aos seus ouvintes ensinamentos bem claros ,como foi no caso do semeador ,com seu embornal do lado,caminhando por um campo arado,e atirando a semente sobre ele.Inúmeras vezes ele empregou metáforas falando de uvas maduras e videiras frutíferas.
Os judeus que viviam na Palestina levavam uma vida muito ligada à terra que Deus lhes dera.Não seria errado supor que os mais espirituais lidavam nela conscientes da proximidade de Deus.

Fonte: Coleman,Willian L. Manual dos tempos e costumes bíblicos, p.174-175. Ed. Betânia.

0 comentários:

Postar um comentário