INTRODUÇÃO
Deus levanta homens simples para fazer coisas extraordinárias, e Elias
foi um deles. Nesta lição, obteremos informações detalhadas a cerca
deste homem de Deus e qual a situação de Israel no período em que ele
profetizou.
Veremos ainda como ele desempenhou seu ministério junto a monarquia, e
por fim destacaremos que a missão de Elias de confrontar o pecado e
convocar o povo ao arrependimento é uma figura da missão da Igreja de
Cristo.
I – INFORMAÇÕES SOBRE O PROFETA ELIAS
De repente, Elias é apresentado aos leitores da Bíblia (I Rs 17.1).
Como podemos ver, o texto não faz referência de seus ascendentes,
contrariando os costumes dos hebreus. Em virtude disso alguns críticos
pensam que tais personagens (sem nenhum registro genealógico) eram
fictícias. No entanto, os apóstolos e o próprio Jesus Cristo fizeram
referência a Elias, dando provas de que ele realmente existiu (Rm 11.2;
Tg 5.17; Lc 4.26). Vejamos algumas informações a cerca deste profeta:
1.1 Nome. O nome desse profeta é composto por dois nomes divinos: El e Yah. O primeiro significa “Deus”, e o segundo é uma abreviação do nome de Yahweh. Portanto o nome de Elias no hebraico é “Elyahu” que significa: “Jeová é Deus”.
Como podemos ver, o próprio nome de Elias era uma espécie de proclamação de sua mensagem “...Vive o SENHOR Deus de Israel...” (I Rs 17.1). Foi denominado pela maioria dos estudiosos como o “profeta do fogo” (I Rs 18.24,38).
1.2 Lugar de origem. Quanto ao lugar de onde o profeta Elias advém, a Escritura nos diz:“Então Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade” (I Rs 17.1-a). O adjetivo “tisbita” indica
que ele era natural de Tisbe, que segundo alguns historiadores ficava
em Gileade, entre os rios Jarmuque e Jaboque na Transjordânia (MOODY,
sd, p. 58).
1.3 Características pessoais. Embora pelos registros
bíblicos poucas coisas se saibam sobre a história pessoal e da família
de Elias, várias características pessoais podem ser destacadas:
vestia-se de uma maneira diferenciada (II Rs 1.8);
era um homem dotado de grande autoridade espiritual, pois do contrário,
não teria tido acesso ao rei (I Rs 17.1; 18.15,16); era fisicamente
forte, visto que correu adiante do carro de Acabe, desde o monte Carmelo
até a entrada de Jezreel (I Rs 18.42-46); vivia na prática da oração (I
Rs 17.20; 18.36-38; 18.42-46); no entanto, seu lado humano ficou
evidente por seu desencorajamento diante das ameaças de morte por
Jezabel (I Rs 19.1-4).
1.4 Vocação e tarefa. Elias é considerado como homem
de Deus e profeta (I Rs 17.24; 19.10,14; II Rs 1.9). Seu ministério foi
marcado por operações miraculosas, tais como: cessação da chuva por três
anos e meio (I Re 17.1); multiplicação da farinha e azeite para seu
sustento, da viúva e do seu filho (I Rs 17.14-16); ressurreição do filho
da viúva
(I Rs 17.20-23); retorno da chuva (I Rs 18.1; 41-45); fez cair fogo do
céu (II Rs 1.10); e subiu ao céu num redemoinho (I Rs 2.11). Elias foi o
instrumento de Deus para tentar fazer com que o Reino do Norte
(Israel-Samaria) voltasse para o Senhor a fim de que evitasse o
cativeiro Assírio.
1.5 Período que profetizou. Como Elias profetiza
durante o reinado de Acabe e parte da administração de Acazias, podemos
concluir que ele exerceu seu ministério em (874 a 852 a.C.).
II – A SITUAÇÃO DO REINO DO NORTE NO PERÍODO DE ELIAS
2.1 Situação política. O Reino do Norte
(Israel-Samaria) estava passando por um horrível momento de crise
política, pois uma sequência de reis perversos haviam assumido o trono:
Baasa (I Rs 15.33,34); depois Elá seu filho reinou também (I Rs
16.8,13); em seguida Zinri (I Rs 16.15,18,19); ainda veio Onri que foi
constituído pelo povo como rei sobre Israel (I Rs 16.16,22,25); e, por
fim, reinou Acabe que, segundo o relato bíblico, ultrapassou a maldade
dos reis que lhe antecedera (I Rs 16.28-30).
2.2 Situação social. Acabe reinou no período de (874 a
853 a.C.), foi o mais destacado monarca da dinastia de Onri. Herdeiro
de um reino que tinha favoráveis relações políticas com as nações
circunvizinhas, Acabe expandiu com êxito os interesses políticos e
comerciais de Israel, durante os vinte e dois anos de seu reinado. Por
toda a nação de Israel, Acabe construiu e fortificou muitas cidades,
incluindo Jericó (I Rs 16.34; 22.39). Além disso, ele impôs tributo a
Moabe, na forma de gado (II Rs 3.4), o que lhe conferiu favorável
balança comercial com a Síria e a Fenícia. Assegurou uma política de
amizade com Judá, por meio do casamento de sua filha, Atalia, com
Jeorão, filho de Josafá. Mantendo a paz e desenvolvendo um comércio
lucrativo, Acabe pôde dar prosseguimento ao programa de construção de
Samaria (SCHULTZ, 2009, pp. 208,209).
2.3 Situação espiritual. Embora Onri, rei que
antecedera a Acabe, tenha introduzido em Israel a adoração a Baal (I Rs
16.25,26), foi Acabe quem promoveu a adoração a esse ídolo. A Bíblia diz
que na grande capital de Samaria ele erigiu um templo dedicado a Baal
(I Rs 16.30-33). Centenas de profetas falsos foram levados a Israel,
para que o baalismo se tornasse religião do povo governado por Acabe.
Diante disso Acabe adquiriu uma má reputação de ser o mais pecaminoso de
todos os monarcas que governaram em Israel, pois irritara ao Senhor com
a propagação da idolatria (I Rs 16.33).
III – A ATUAÇÃO DE ELIAS NO REINO DO NORTE
A Bíblia nos mostra que a monarquia foi instituída depois de alguns
séculos da morte de Moisés (I Sm 8.5-7). No entanto, ele havia
profetizado o surgimento do rei entre os hebreus (Dt 17.14) e
direcionado por Deus traçou o perfil do monarca quando estivesse no
governo: (1) ser escolhido pelo Senhor e não ser estrangeiro (Dt 17.15);
(2) não acumular riquezas e mulheres (Dt 17.16,17); e (3) ter uma cópia
da Lei sempre ao seu lado para lembrar-se das normas do Senhor ali
contidas (Dt 17.18,19). Apesar destas recomendações, muitos reis
principalmente do Reino do Norte, procederam impiamente, tanto na área
política, quanto social e principalmente religiosa.
3.1 Os profetas e a questão política. A relação entre
os profetas e reis foi sempre tensa. Às vezes, os profetas serviam como
conselheiros do rei, tais como: Natã, Gade e Isaías (II Sm 7.2,3;
24.18,19; Is 37.21-35). Por outro lado, o Antigo Testamento também
apresenta uma longa lista de profetas censurando pecados dos reis entre
eles Elias (I Rs 18.17,18).
Por não ser entendido pelo ímpio rei Acabe, o profeta Elias fora
acusado de ser um perturbador (I Rs 18.17), simplesmente porque o
profeta como porta-voz divino, colocava-se contra as práticas
idolátricas deste monarca. Na verdade, Elias responde ao rei quem
realmente era que estava causando perturbação a Israel: “Então disse ele: Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai...” (I Rs 18.18).
3.2 Os profetas e a questão social. Quanto a justiça
social, o assunto recebe um grande destaque na Lei. Ela legisla sobre a
necessidade de ser bondoso com o necessitado (Dt 24.14); estabeleceu que
o patrão deve cumprir suas obrigações com os assalariados (Dt 24.15);
ordenou a respeitar o direito do estrangeiro, do órfão e da viúva (Dt
24.17) entre outras coisas (Êx 22.22; Dt 23.24,25; Dt 15.1-18). No
entanto, o capítulo 21 de I Reis mostra-nos que Acabe junto com sua
esposa Jezabel, planejou de maneira criminosa possuir a vinha de Nabote.
Visto que Nabote possuía uma vinha junto ao palácio real, e que mesmo
sob a proposta de Acabe de adquiri-la por dinheiro ou troca, não a
vendeu (I Rs 21.2). O casal então tramou possuir a vinha de Acabe,
acusando-o de blasfemar a Deus e ao rei, por testemunhas falsas, o que o
levou a morte como punição (I Rs 21.10-14), e em seguida Acabe
apoderou-se da vinha (I Rs 21.14-16). Essa injustiça cometida pelo ímpio
casal não ficou impune, pois Deus ordenou que o profeta Elias lhes
dirigisse uma árdua mensagem (I Rs 21.17-23).
3.3 Os profetas e a questão religiosa. O rei Acabe
tomara como esposa a Jezabel, uma mulher pagã (I Rs 16.31). Ao rei
faltavam convicções religiosas, pelo que ela estabelecera a adoração
típica dos fenícios em larga escala, em território israelita. E Israel
ficou repleto de sacerdotes e profetas de Baal (I Rs 18.22). Os profetas
de Jeová eram perseguidos e muitos deles morreram por causa disso e
outros ocultaram-se em cavernas, a fim de escaparem da morte (I Rs
18.4). As ações de Acabe e sua mulher Jezabel influenciaram o povo de
Israel negativamente, de modo que o profeta ora a Deus dizendo: “...deixaram
a tua aliança, derrubaram os teus altares, e mataram os teus profetas à
espada, e só eu fiquei, e buscam a minha vida para ma tirarem” (I
Rs 19.10). Elias, na qualidade de profeta principal da época, tinha a
árdua missão de restaurar o altar do Senhor que estava em ruínas (I Rs
18.30).
IV – A MISSÃO DE ELIAS UMA FIGURA DA MISSÃO DA IGREJA
A missão profética da igreja é definida pela palavra grega Kerigma, que é traduzida por “pregação” (Rm 16.25; 1 Co 1.21; 2 Tm 2.17; Tt 1.3), e “proclamação” (Lc
4.18; 1 Ts 2.9 – Bíblia de Estudo Almeida Revista e Atualizada). É a
tarefa exercida pela Igreja de Cristo após sua ascensão, que tem como
objetivo dar continuidade ao ministério de Cristo Jesus (Mt 28.19-20; Mc
16.15; At 1.3-5) da seguinte forma: proclamando o reino de Deus (Mt
28.19-20; Mt 4.17; Mc 1.15; 16.15); denunciando o pecado e chamando os
homens ao arrependimento (At 2.38; 3.19), através da mensagem profética
de Deus que foi prefigurada nos profetas do A.T (Hb 11.13; Rm 16.25) que
vislumbravam a revelação de uma verdade mais plena (pois segundo Hb
10.1, viviam apenas na Sombra), mas agora, revelada na presente
dispensação à Igreja de Jesus (Rm 16.26; 1 Co 2.7; Ef 1.9; 3.3,4,9;
5.32; 6.19).
CONCLUSÃO
Como pudermos ver, Deus prepara maravilhosamente os homens para a obra a
que os chama. Os tempos de extrema apostasia durante o reinado de Acabe
eram adequados para um homem como Elias, ou seja, ele era apto para
esses tempos, pois o Espírito do Senhor sabe equipar pessoas para cada
ocasião. Como tem capacitado sua Igreja para a
sua principal tarefa: a evangelização.
REFERÊNCIAS
• SOARES, Esequias. O Ministério Profético na Bíblia. CPAD.
• CHAMPLIN, R.N. Enciclopedia de Bíblia Teologia e Filosofia. HAGNOS.
• STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
Fonte: http://www.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/ Acesso em 08 jan. 2013.
Fonte: PortalEBD
0 comentários:
Postar um comentário