sexta-feira, 5 de junho de 2015

LIÇÃO 10 – JESUS E O DINHEIRO

Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
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 2º TRIMESTRE 2015
(Lc 18.18-24)

INTRODUÇÃO
            Não são poucas as pessoas que interpretando mal o ensinamento das Escrituras sobre o dinheiro entram por dois extremos, a saber: veem a riqueza como evidência de verdadeira espiritualidade, ou a pobreza como sinal de comunhão com Deus. Nesta lição veremos o que o AT e NT nos dizem sobre as riquezas e as posses. Destacaremos que por causa da má compreensão dos judeus dos tempos de Jesus acerca das riquezas, o Mestre fez duros sermões corrigindo essa visão judaica distorcida. E, por fim, pontuaremos que, a Bíblia não condena a riqueza, mas nos adverte quanto ao comportamento que não devemos ter em relação a ela.

I – O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE O DINHEIRO, RIQUEZAS E POSSES

1.1 Antigo Testamento. O AT nos mostra que a prosperidade material acontece como um resultado de um favor divino (Pv 10.22; Ec 5.19). Até mesmo os incrédulos enriquecem em decorrência desse favor (Sl 73.3-12). “Essa ideia de prosperidade vai muito além daquela que é a do simples acúmulo de bens materiais e bem-estar físico (Pv 22.1). Na verdade a compreensão que se tem no Antigo Pacto é que a prosperidade é, em primeiro lugar, espiritual e em segundo lugar, material (Pv 13.7). Isso nos faz constatar que há outros valores que o Antigo Testamento revela que, embora não sendo materiais, são tidos como grandes riquezas, verdadeiros tesouros. Dentre as várias coisas que a Antiga Aliança mostra como sendo de maior valor do que bens materiais estão, por exemplo, o conhecimento (Pv 3.13; 20.15), a integridade (SI 7.8; 78.72), a justiça (Sl 15.2; Pv 8.18; 14.34), o entendimento (Pv 15.32; 19.8), a humildade e a paz (Pv 15.33; 18.12; 12.20)” (GONÇALVES, 2011, pp. 19,22 – acréscimo nosso).

1.2 Novo Testamento. O Novo Testamento tem muita coisa a dizer sobre a riqueza, mas em nenhum lugar ela é apresentada como algo que deva ser buscado. Em vez disso, quase sempre é apresentada como uma armadilha ou um perigo” (PIERATT, 1993, p. 148). Possuir bens e ter dinheiro é bom, e a riqueza em si não é má. O que fazemos com ela pode sim transformar-se em algo danoso. De fato, a Bíblia condena o amor ao dinheiro (I Tm 6.10) e não a aquisição dele (Ef 4.28; I Ts 4.11). Os ensinamentos de Jesus e dos apóstolos deixam claro que os bens materiais senão forem administrados com sabedoria, para benefício próprio, da obra de Deus e do próximo se constituem num tropeço que poderá impedir o possuidor de entrar no Reino do Céus (Mc 10.23; Lc 6.24; I Jo 2.15; Tg 5.1).

II – A VISÃO JUDAICA E A VISÃO DE JESUS SOBRE O DINHEIRO

2.1 Visão judaica. A cultura judaica dos dias de Jesus acreditava que riqueza era um sinal de um favor especial de Deus, e que aqueles que a possuíam deveriam ser tratados com deferência. Esse fato levou os discípulos a verem com assombro a declaração de Jesus falando da dificuldade de um rico entrar no Reino de Deus (Lc 18.24). Diante disso eles indagaram: “Sendo assim, quem pode ser salvo?” A crença era que os muitos bens que alguém possuía já era um sinal da salvação” (GONÇALVES, 2011, p. 76).

2.2 Visão de Jesus Cristo. Jesus explicou que é difícil entrar um rico no Reino dos céus (não impossível, mas difícil). “Usando um provérbio judeu comum de um camelo ser incapaz de passar pelo fundo de uma agulha para descrever a dificuldade da entrada dos ricos no reino de Deus. A riqueza pode ser um obstáculo. Os ricos, que têm a maioria das suas necessidades físicas satisfeitas, frequentemente se tornam autossuficientes. Quando se sentem vazios, eles podem comprar alguma coisa nova para aliviar a dor que deveria levá-los em direção a Deus. A sua abundância e autossuficiência se tornam a sua deficiência. As pessoas que têm tudo na terra ainda podem sentir falta do que é mais importante - a vida eterna” (APLICAÇÃO PESSOAL, 2010, vol. 01, p. 119). Abaixo destacaremos alguns ensinamentos de Cristo sobre as riquezas:
·        Não devemos buscar as riquezas como prioridade, mas o reino dos céus (Mt 6.33);
·        Não devemos colocar o coração nas coisas materiais, mas nas espirituais (Mt 6.19-21; Lc 12.34);
·        Não devemos ganhar o mundo às custas da alma (Mt 16.26; Mc 8.36);
·        Devemos manter uma perspectiva eterna e juntar tesouros no céu “onde traça nem ferrugem corrói, e onde ladrões não escavam, nem roubam” (Mt 6.19-21);
·        Devemos ser ricos para com Deus e não apenas financeiramente (Lc 12.21);
·        Devemos ter cuidado com a sedução das riquezas, pois elas podem sufocar a palavra semeada no coração                   (Mt 13.22; Mc 4.19; Lc 8.14);
·        Devemos ter a nossa vida centrada em Deus e não nas coisas (Mt 6.25-34).
III – O JOVEM RICO E ZAQUEU
            O mesmo Jesus que disse ser muito difícil um rico entrar no reino do céu (Lc 18.24,25), acrescentou que “[...] as coisas que são impossíveis aos homens são possíveis a Deus” (Lc 18.27). De forma interessante, Lucas registra em                Lc 18.18-24, um rico que aproximou-se de Jesus, mas rejeitou segui-lo quando exortado a vender tudo o que tinha. Em contra partida, em Lc 19-1-10, encontramos a narração do encontro de Jesus com Zaqueu, que também era muito rico, porém diferente do primeiro, abraçou a fé em Cristo e recebeu a salvação. Logo, entendemos que riqueza não é sinal de condenação. Pois, independente da condição social, o homem é pecador e carente da graça de Deus para que possa entrar no céu (Rm 3.23; Ef 2.8,9; Tt 2.11). Abaixo destacaremos ambos os personagens, suas características e suas atitudes ante o Mestre: 

O JOVEM RICO
ZAQUEU O PUBLICANO
Era um príncipe (Lc 18.18)
Era um chefe dos publicanos (Lc 19.2-a)
Era muito rico (Lc 18.23-b)
Era muito rico (Lc 19.2-b)
Foi ao encontro de Jesus (Mc 10.17)
Queria ver quem era Jesus (Lc 19.3)
Disse obedecer a Lei desde a sua infância (Lc 18.20,21)
Era tido como um pecador e assim se achava (Lc 19.7,8)
Jesus pediu que repartisse seus bens com os pobres, porém ele negou-se, mostrando ser avarento e sem compaixão pelos necessitados (Lc 18.22)
Repartiu metade dos seus bens com os pobres e prometeu restituir quadruplicado aos que tinha defraudado, agindo com compaixão pelos pobres e com honestidade (Lc 19.8)
Saiu triste e sem salvação (Lc 18.23)
Alegrou-se e recebeu a salvação (Lc 19.6,9)

IV – CONTRASTES ENTRE A RIQUEZA MATERIAL E A ESPIRITUAL
            Porque devemos buscar prioritariamente as riquezas espirituais e não as materiais? A Bíblia nos responde, como veremos a seguir:

RIQUEZA MATERIAL
RIQUEZA ESPIRITUAL
Material (Pv 11.7)
Espiritual (Ef 2.7; Fp 4.19)
É terrena (Mt 6.19)
É celeste (Lc 12.33)
É passageira (Ec 5.10)
É eterna (Jo 6.27; I Pe 1.7)
É perecível (Pv 11.7; Tg 1.11)
Não é perecível (Mt 6.20)

V – QUAIS OS MALES QUE A BÍBLIA COMBATE QUANTO A RIQUEZA
            A Bíblia não condena a riqueza, mas adverte veementemente quanto a práticas nocivas em relação a ela. Abaixo destacaremos algumas:

MALES
SIGNIFICADO
REFERÊNCIAS
Avareza
Excessivo e sórdido apego ao dinheiro
Pv 15.27; Lc 12.15; Rm 1.29; Ef 5.3;  Cl 3.5; Hb 13.5
Orgulho
Conceito elevado ou exagerado de si próprio; amor próprio demasiado; soberba
Dt 32.15; Pv 21.4;  Jr 9.23; Dn 4.29,30
Desonestidade
Falta de honestidade; torpeza; indignidade
Lv 19.13; Dt 24.15; Pv 16.8;
Pv 28.20; Hc 2.9; I Co 5.10; 6.10
Egoísmo
Amor excessivo ao bem próprio, sem consideração aos interesses alheios
I Sm 25.1-11; Lc 12.16-21;
II Tm 3.4

CONCLUSÃO          
            A ideia de prosperidade e riqueza tanto no AT quanto no NT é ensinada como secundária em relação a aquisição de bens espirituais que são infinitamente superiores. Portanto, não devemos nos sobrecarregar com o dinheiro que pode nos fazer naufragar, na avareza e no materialismo, mas devemos prioritariamente buscar e acumular os valores incomensuráveis do Reino de Deus, como nos recomenda o Senhor Jesus Cristo (Mt 6.33).

REFERÊNCIAS


·         APLICAÇÃO PESSOAL. Comentário do Novo Testamento.CPAD.
·         GONÇALVES, José. A prosperidade à luz da Bíblia. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.  CPAD.

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