Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das
Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton
José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 –
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2º TRIMESTRE 2015
(Lc 23.44-50)
INTRODUÇÃO
O nascimento de Jesus Cristo foi um
marco na história da humanidade e, de igual modo, a sua morte na cruz. A causa
primária do sacrifício vicário de Cristo, foi os pecados da humanidade. Jesus
morreu, a fim de nos livrar da condenação eterna (Rm 6.23). Veremos nesta
lição, que a morte de Cristo não foi uma fatalidade, “um acidente de percurso”,
pois ela estava predita nas Escrituras. Descreveremos ainda o seu julgamento, o
método utilizado, e por fim, o real significado da sua morte na Cruz.
I
– O PRENÚNCIO DA MORTE DE JESUS CRISTO
Na ocasião em que Deus fez referência da vinda do Messias, como a
propiciação dos nossos pecados (Rm 3.25), a sua morte também estava vinculada “...
e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15).
1.1. A morte de Cristo predita nas Escrituras. Ao
lermos o Antigo Testamento, em especial o Salmo 22 e Isaías 53, notamos a
descrição minuciosa da morte do Messias. Este ato se deu como o cumprimento das
Escrituras, ou seja, o cumprimento da Lei, dos Profetas e dos Salmos (Lc
24.26,27,44-46). O próprio Jesus estava consciente deste cumprimento profético,
pois, vez por outra, Ele conscientizava os seus discípulos de que “convinha
ir a Jerusalém, e padecer muito dos anciãos, e dos principais dos sacerdotes, e
dos escribas, e ser morto...” (Lc 9.22; Mt 16.21; Mc 8.31). Na tabela
abaixo, destacaremos algumas profecias que diz respeito aos últimos momentos da
vida de Cristo, vinculando-os a sua morte. O ocorrido não foi uma fatalidade e,
sim, o plano da Salvação.
Nº
|
DESCRIÇÃO PROFÉTICA
|
PROFECIA
|
CUMPRIMENTO
|
1
|
Entrada triunfal em Jerusalém
|
Zc 9.9; Sl 118.26
|
Lc 19.35-38; Mt 21.7-11; Mc 11 7-11; Jo 12.12-16
|
2
|
A purificação do Templo
|
Is 56.7; Jr 7.11
|
Lc 19.46; Mt 21.13; Mc 11.17
|
3
|
Sua rejeição
|
Sl 118.22,23
|
Lc 20.17; Mt 21.42; Mc 12.10
|
4
|
Sua dores
|
Is 53.4
|
Mt 8.17
|
5
|
Abandono dos discípulos
|
Zc 13.7
|
Mt 26.31; Jo 16.32
|
6
|
Repartição das suas vestes
|
Sl 22.18
|
Lc 23.34; Mt 27.35; Mc 15.24
|
7
|
Seu brado
|
Sl 22.1
|
Mt 27.46; Mc 15.34
|
8
|
Sofrimento vicário
|
Is 52.12; 53.4,5
|
Lc 23.33; Mt 27.35; Mc 15.24
|
9
|
Bebida repugnante
|
Sl 69.21
|
Lc 23.36; Mt 27.34, 48; Mc 15.23,36
|
10
|
Lado traspassado
|
Zc 12.10
|
Jo 19.34
|
11
|
Crucificado com criminosos
|
Is 53.12
|
Lc 23.33; Mt 27.38; Mc 15.27,28; Jo
19.18
|
12
|
Seus ossos não seriam quebrados
|
Sl 34.20
|
Jo 19.33
|
II – A IMPECABILIDADE DE
JESUS REVELADA NO SEU JULGAMENTO
O julgamento de Jesus, constitui-se também, numa prova de
sua impecabilidade. O próprio Pôncio Pilatos, um dos representantes de Roma,
disse: “... não acho culpa alguma neste homem” (Lc 23.4). A Sua
morte se deu, porque assim convinha ao Filho do Homem (Lc 9.22); Jesus nasceu
para morrer por toda a humanidade, a fim de nos conceder salvação eterna (Mt
1.21), e a sua hora já havia chegado (Mc 14.41).
2.1.
O julgamento judaico e sua real intenção. O propósito
declarado pelos líderes religiosos era a qualquer custo eliminar Jesus (Mt
26.4). Por esta razão, eles toleraram tantas e tão graves irregularidades, que
por si só, teriam anulado o seu julgamento. O Doutor R. Norman Champlin (2004,
p. 646) destaca algumas dessas irregularidades, vejamos:
2.1.1.
O exame preliminar. Enquanto os membros
do Sinédrio se iam reunindo, Jesus ficou detido na casa de Anás, que era apenas
um ex-sumo sacerdote, embora compartilhasse da dignidade do ofício com seu
genro, Caifás. Como procedimento inteiramente à parte do julgamento regular,
Jesus foi interrogado a respeito de seus discípulos e de sua doutrina (Jo
18.19). O propósito desse interrogatório era reunir evidências contra ele. Como
se vê, antes mesmo do julgamento começar, os juízes já estavam resolvidos à
condenar o inocente. Bastaria isso para desqualificar os juízes, diante de
qualquer tribunal sério.
2.1.2.
O Julgamento noturno. Julgar Jesus as pressas era importante para os líderes religiosos. Era preciso condenar
e executá-lo, antes que houvesse qualquer reação da parte dos seus discípulos.
Segundo uma estipulação da própria lei judaica, não se podiam fazer julgamentos
à noite. Mas, ou as autoridades religiosas judaicas passavam por cima dessa
proibição, ou correriam o risco de não conseguir condenar a Jesus.
2.1.3. Testemunhas falsas. Enquanto o Sinédrio
se reunia, os principais sacerdotes trabalhavam freneticamente, na tentativa de
encontrar testemunhas contra Jesus, dispostas a mentir. Mas, embora
cuidadosamente instruídas sobre o que deveriam dizer, e embora obrigados sob
juramentos solenes, as testemunhas arranjadas não concordavam umas com as
outras (Mc 14.56; Dt 19.15).
2.1.4. Juízes desesperados. Em atitude de
desespero, o sumo sacerdote pôs Jesus sob juramento (Mt 26.63,64). E o Senhor
Jesus admitiu francamente a sua reivindicação de ser o Cristo, o Filho de Deus
(Mt 26.65,66), embora soubesse que isso lhe custaria a vida. De acordo com o
ponto de vista do tribunal judaico, a condenação de Jesus dependia única e
exclusivamente dessa questão. Mediante sua astúcia, Caifás fez de cada membro
do Sinédrio, incluindo ele mesmo, uma testemunha credenciada. De acordo com a
doutrina judaica, sendo Jesus um homem, ao declarar-se ele Filho de Deus,
tornou-se blasfemo, digno de morte.
2.3. O julgamento romano. Os judeus tiraram proveito do momento de fraqueza política de Pilatos,
que não vinha fazendo um bom governo, razão pela qual ele não podia arriscar-se
a não os atender. Sendo assim,
Jesus foi acusado falsamente pelos judeus de: (1) Perverter a nação,
levando-a, a não pagar os impostos a Roma (Lc 23.2); (2) sua auto declaração
de ser o rei dos judeus (Lc 23.2); e (3) Sedição. Os romanos
desconheciam pior crime do que o de sedição, isto é, a traição política. Foi
por esse motivo que Pilatos resolveu examinar pessoalmente a Jesus, o que para
aplacar os judeus o sentenciou a morte por crucificação.
III
– A CRUCIFICAÇÃO
A crucificação constituía-se na penalidade
máxima destinada aos infratores que não usufruíam dos privilégios da cidadania
romana. Introduzida, ao que parece, pelos persas, a crucificação era a mais
indigna e dolorosa forma de execução (ANDRADE, 1995, p. 125).
3.1. A cruz.
Do grego “stauros” (ANDRADE, 1995, p. 125). Nos dias de Jesus,
três tipos de cruzes eram usadas: Uma que se assemelhava à nossa letra “X”;
outra parecida com a nossa letra “T” e a cruz latina, de desenho bem conhecido ┼. A maioria dos estudiosos acreditam que tenha sido a de último tipo
(CHAMPLIN, 2004, p. 1020).
3.2. Algumas
informações sobre a crucificação. Segundo o
Doutor R. Norman Champlin (2004, p. 1020). (1) A crucificação sempre tinha lugar fora dos muros da cidade e a vítima
carregava a sua cruz até o local da execução (Lc 23.33; Jo 19.17). As mãos
(provavelmente no pulso ou no metacarpo) eram cravadas, primeiramente a
direita, e então a esquerda, enquanto o
condenado jazia sobre a terra. (2) Os pés da vítima ficavam apenas cerca
de um palmo da terra. (3) A morte usualmente demorava muito, raramente
exigindo menos de trinta e seis horas, e ocasionalmente se prolongava por nada
menos de nove dias (Mc 15.44). (4) As dores eram intensas, e as artérias
da cabeça e do estômago ficavam grossas de sangue. As vezes declarava-se febre
reumática e tétano. (5) Quando era desejável apressar a morte da vítima,
as pernas eram despedaçadas com golpes aplicados com um pesado martelo (Jo
19.32,33).
IV - O SIGNIFICADO DA
MORTE DE JESUS
Por meio da sua morte vicária ou
substitutiva, voluntária, de Cristo, na cruz do calvário, o homem alcançou a remissão dos pecados. Na
cruz, Cristo foi a nossa propiciação e expiação.
4.1.
Propiciação ou Expiação. A palavra
“propiciação” do latim, “pro” (antes) e “petere”
(procurar), E a palavra “expiação”, também de origem latina, “ex”
(completamente) e “piare” (aplacar); Em sentido amplo, elas são
sinônimos e significam a nossa reconciliação para com Deus (Rm 3.25; Ef
2.13-16) (CHAMPLIN, 2004 p. 652 – acréscimo nosso).
4.2. Verdades da cruz de
Cristo. Ao contemplarmos a cruz de Cristo podemos nos alegrar
com cinco verdades. (a) Na cruz Jesus cumpriu as profecias (Is 53.1-12;
Gn 3.15; 2.7,8); (b) Na cruz Jesus venceu o pecado (2 Co 5.21; Cl
2.13; Pv 14.34); (c) Na
cruz Jesus venceu Satanás (Cl 2.15; Hb 2.14); (d) Na cruz Jesus
destronou a nossa natureza adâmica (Rm 6.6. Ef 4.17; Gl 5.24; Cl
3.5); e, (e) Na cruz Jesus nos
deu filiação divina (Jo 1.12; 1 Co 1.18-31).
CONCLUSÃO
A morte de Jesus foi o plano da Salvação.
Jesus, o Cordeiro de Deus, por meio do seu sacrifício vicário na cruz do
Calvário venceu o pecado, oferecendo-nos salvação. A cruz de Cristo é o tema
central do Evangelho. Ela é o único lugar, onde a morte gera a vida. A solução
para o pecador está na cruz de Cristo.
REFERÊNCIAS
·
ANDRADE,
Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. CPAD.
·
CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de
Bíblias, Teologia e Filosofia, vol. 1. HAGNOS.
·
________________ Enciclopédia
de Bíblias, Teologia e Filosofia, vol. 2. HAGNOS.
·
________________ Enciclopédia
de Bíblias, Teologia e Filosofia, vol. 3. HAGNOS.
- GONÇALVES, José. Lucas o Evangelho de jesus, o Homem Perfeito. CPAD
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