sexta-feira, 26 de junho de 2015

LIÇÃO 13 – A RESSURREIÇÃO DE JESUS

  Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 – 000       Fone: 3084 1524

2º TRIMESTRE 2015
(Lc 24.1-8)

INTRODUÇÃO
            Em Lucas 24 encontramos o registro da ressurreição de Jesus, ocorrida após o terceiro dia da sua morte. Nesta lição traremos a definição da palavra ressurreição; veremos que esta doutrina não é uma invenção humana, pois é ensinada tanto no AT quanto no NT; pontuaremos qual a importância deste acontecimento e suas implicações; destacaremos algumas perspectivas dos críticos do cristianismo, que tentam com argumentos falaciosos e descabidos invalidar o fato do Cristo ter ressurgido dentre os mortos; e, por fim, veremos que a ressurreição é um fato inegável que torna Cristo e sua mensagem inigualáveis.

I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA RESSURREIÇÃO
            No sentido bíblico indica o milagre divino de trazer uma pessoa morta de volta à vida no mesmo corpo, seja para a existência temporal, como aconteceu com Lázaro (Jo 11.38), seja para a vida eterna e glorificada, para a qual Jesus ressurgiu e todos os seus ressurgirão no dia da sua volta” (TENNEY, 2008, vol. 05, p. 168 – acréscimo nosso). Mas, o que a Bíblia nos ensina a respeito da Doutrina da Ressurreição? Vejamos o que nos diz o AT e o NT:

1.1 Antigo Testamento. É verdade que não encontramos declarações muito claras a respeito da ressurreição dos mortos antes do tempo dos profetas, embora Jesus deu o parecer de que já estava implícita em (Êx 3.6; Mt 22.29-32), e o escritor aos Hebreus dá a entender que até mesmo os patriarcas anelavam à ressurreição dos mortos (Hb 11.10, 13-16,19). Essa crença está implícita nas passagens que falam numa libertação do “sheol” (Sl 49.15; 73.24,25; Pv 23.14). Ela encontra expressão na declaração de Jó 19.25-27. Sobretudo a vemos ensinada claramente em Is 26.19 e em Dn 12.2, e provavelmente está implícita igualmente em Ez 37.1-14” (BERKHOF, 2000, p. 725 – grifo e acréscimo nosso).  

1.2 Novo Testamento. No NT, o termo gregoanastasis” refere-se a ressurreição do corpo morto a vida. Como se podia esperar, o Novo Testamento tem mais que dizer sobre a ressurreição dos mortos do que o Velho Testamento, porque coloca o clímax da revelação de Deus sobre este ponto na ressurreição de Jesus Cristo. Contra a negação dos saduceus, Jesus argumenta em favor da ressurreição dos mortos com base no Velho Testamento (Mt 22.23-33 e paralelas (Êx 3.6). Além disso, Ele ensina essa grande verdade com muita clareza em (Jo 5.25-29; 6.39, 30, 44, 54; 11.24, 25; 14.3; 17.24). A passagem clássica do Novo testamento para a doutrina da ressurreição é 1 Co 15. Outras passagens importantes são: (1 Ts 4.13-16; 2 Co 5.1-10; Ap 20.4-6, e 20.13)” (BERKHOF, 2000, p. 725,726 – acréscimo nosso).

II – A IMPORTÂNCIA DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO
            A ressurreição de Cristo tem significação tríplice: (1) constituiu uma declaração do Pai de que o último inimigo tinha sido vencido, a pena tinha sido cumprida, e tinha sido satisfeita a condição em que a vida fora prometida (I Co 15.26; Ef 1.17-23; Fp 2.9-11); (2) foi um símbolo daquilo que iria suceder aos membros do corpo místico de Cristo em em seu nascimento espiritual (Rm 6.4-5, 9; 8.11; Ef 2.1,5; Cl 2.12,12; ); e, (3) relaciona-se também  com a ressurreição final dos crentes por ocasião do arrebatamento (I Co 6.14; 15.20-22,52; II Co 4.14; I Ts 4.16).    

2.1 É uma Doutrina embasada nas profecias do AT. No AT encontramos o registro de profecias acerca da ressurreição do Messias. Este fato foi profetizado por Davi (Sl 16.9-11; At 2.25-32; 13.35-37); anunciado tipologicamente na experiência de Jonas (Jn 1.17; Mt 12.39,40); e, por fim, anunciada por Isaías (Is 25.8; 53.10; I Co 15.3,4, 55-57).

2.2 É uma Doutrina fundamental do Cristianismo. O apóstolo Paulo nos diz em (1 Co 15) que, se Cristo não ressuscitou: a nossa pregação é vã (v. 14); a nossa fé é vã (v. 14); os apóstolos são falsas testemunhas (v. 15); nós permanecemos em nossos pecados (v.17); os que dormiram em Cristo estão perdidos (v.18); e os cristãos são os mais miseráveis de todos os homens (v.19). Por isso, a ressurreição de Cristo é uma doutrina fundamental do Cristianismo             (I Co15.4; II Tm 2.8).

2.3 É uma Doutrina fundamental  para a aplicação da nossa salvação. Era necessário Cristo ressuscitar, para enviar o Espírito Santo (Jo 16.7; At 2.32,33); para dar dons aos homens (Ef 4.8-11); para dar arrependimento e remissão de pecados à Israel (At 5.31) e para estar à destra do Pai nos céus, e ser o cabeça da igreja (Ef 1.19-23). Paulo afirma ainda que a morte de Cristo reconciliou-nos com Deus, e Sua vida presente é que aperfeiçoa a nossa salvação (Rm 5.8-10).

2.4 É uma Doutrina que garante a nossa própria ressurreição. Escrevendo aos tessalonicenses, o apóstolo Paulo deixa bem claro que a ressurreição de Cristo nos garante que, os que morreram em Cristo, hão de ressuscitar (I Ts 4.13-17). Por isso, ele lhes diz que não queria que eles fossem ignorantes acerca dos que dormem, para que não se entristecessem, como os demais, que não tem esperança (I Ts 4.13).
III - NEGAÇÕES DA RESSURREIÇÃO
                Muitas heresias tem surgido no decorrer dos séculos acerca da pessoa de Cristo. Umas lançando dúvidas sobre a Sua humanidade; outras sobre Sua divindade; e outras, disseminando dúvidas sobre a Sua morte e ressurreição. Os céticos e incrédulos têm criado falsas teorias, tentando negar a realidade da ressurreição de Cristo. Citemos apenas algumas:

FALSAS TEORIAS
O QUE PENSAM E AS REFUTAÇÕES
A Teoria do Desmaio
Cristo estava apenas desmaiado e seus discípulos o raptaram da sepultura e o reanimaram. Enganadores não arriscariam a vida mais tarde por causas justas como fizeram os discípulos (At 5.41; 15.26; 21.13). Esta teoria falha em fazer justiça ao exame e pronunciamento dos soldados romanos de que Jesus estava morto (Mt 27.54; Jo 19.32,33).
Os discípulos roubaram o corpo de Jesus
Seus discípulos roubaram o seu corpo da sepultura e o esconderam em algum lugar. Esta opinião falha em explicar que, para os discípulos irem roubar o corpo de Jesus, eles teriam que enfrentar a guarda romana (Mt 27.64-66), o que eles não estavam dispostos a fazer, pois após a morte de Cristo, ficaram trancafiados com medo de terem a mesma sorte que o seu líder                 (Jo 16.32; 20.19,26).
A Teoria da Alucinação
Os discípulos apenas pensaram ter visto Jesus. Uma variação disto é a teoria da razão histórica de Richard Niebuhr, de que os discípulos tinham uma lembrança histórica tao vivida de Cristo, que pensavam e falavam dEle como se Ele estivesse vivo. Esta teoria falha em levar em conta o fato de que eles sentiram suas mãos e seus pés, falaram com ele, e comeram com ele  (Lc 24.42,43).

IV – TRÊS VERDADES ACERCA DA RESSURREIÇÃO DE JESUS

4.1. Sua ressurreição foi real. Os soldados designados para guardarem o seu corpo atestaram a ressurreição de Cristo (Mt 28.11); as mulheres que foram visitar o seu corpo (Mt 28.9,10); foi visto por Cefas (I Co 15.5), pelos apóstolos (I Co 15.5), por mais de quinhentos irmãos (I Co 15.6); por Tiago (I Co 15.7); e, também por Paulo (I Co 15.8; At 9.4,5).

4.2. Sua ressurreição foi corporal. A Bíblia demonstra que a ressurreição de Jesus foi corporal, pois depois da mesma, Ele afirmou que tinha carne e ossos (Lc 24.39); aos discípulos ele mostrou os sinais dos cravos em seu corpo e também da lança que furou o seu lado (Jo 20.27); e as mulheres ao encontrá-lo na manhã da ressurreição, abraçaram-lhe os pés (Mt 28.9); e ainda comeu na presença dos seus discípulos (Lc 24.41,42).

4.3. Sua ressurreição foi singular. As ressurreições que ocorreram tanto no AT quanto no NT foram temporárias (1 Rs 17.17,24; 2 Rs 4.17-27; Mc 5.22-43; Jo 11; At 9.36-43; 20.7,12), indiscutivelmente estas pessoas morreram novamente. Porém, quanto a Cristo Jesus, ele ressuscitou e está vivo agora e para todo o sempre (Rm 6.9,10; 2 Tm 1.10; Ap 1.18).

V – A IMPORTÂNCIA DA RESSURREIÇÃO DE CRISTO PARA A NOSSA PREGAÇÃO

5.1 A ressurreição de Jesus faz dele um homem incomparável. Um líder de um certo segmento fazer discípulos e depois morrer como um mártir não é nenhuma novidade. Mas Cristo Jesus — além de não ter morrido como mártir, pois entregou o seu espírito voluntariamente a Deus, ressuscitou dentre os mortos, demonstrando o seu supremo poder pessoal” (SILVA, 2008, p. 161 – acréscimo nosso).

5.2 A ressurreição de Jesus faz do cristianismo uma religião incomparável. Diferente de outras religiões cujos fundadores encontram-se sepultados, o cristianismo tem o seu fundador ressurreto ao lado do Pai nas alturas (At 7.56;            Ef 1.20; Hb 1.3; 8.1).

5.3 A ressurreição de Jesus nos dá uma mensagem incomparável. Nenhuma boa nova os cristãos teriam para contar as nações se o seu guia espiritual permanecesse morto. Todavia, a ressurreição de Jesus outorga aos seus seguidores ousadia  para anunciar a sua mensagem, contando com a sua cooperação por meio de sinais que se seguem (Mc 16.17-20).  

CONCLUSÃO          
            A ressurreição de Cristo causou um impacto na vida dos apóstolos, dos discípulos, de todo o mundo do primeiro século até os dias atuais. Este fato, apesar de sofrer várias críticas pelos céticos do passado e do presente, permaneceu como uma verdade inabalável que consiste na base do cristianismo, pois é a garantia da nossa salvação e da ressurreição dos que em Cristo dormem.

REFERÊNCIAS


·         BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática.CULTURA CRISTÃ.
·         STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.  CPAD.
·         TENNEY, Merril C. Enciclopédia de Cultura Bíblica. CULTURA CRISTÃ.

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