Igreja Evangélica
Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência
das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor
Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP.
50040 – 000 Fone: 3084 1524
3º
TRIMESTRE DE 2015
(I
Tm 1.3-10)
INTRODUÇÃO
Veremos nesta lição, a definição do termo graça; a
diferença entre graça comum e graça especial ou salvadora. Também analisaremos quais as advertências quanto aos inimigos da fé que o apóstolo Paulo trás ao jovem
Ministro Timóteo; e, por fim, estudaremos quais as características dos falsos
mestres e as consequências de seus falsos ensinos.
I
– DEFINIÇÃO DO TERMO GRAÇA
A graça de Deus é a qualidade pela
qual Ele dá favor aos que não o merecem. A palavra graça vem do grego “charis”
e tem vários significados: (a)
aquilo que dá deleite; (b)
disposição da qual procede de um ato benevolente especialmente com referência
ao favor divino (VINE, 2002, pp. 679,680). A graça de Deus é o dom da salvação
em Cristo, como dádiva de Deus ao pecador, indigno e merecedor do justo juízo
de Deus (Tt 2.11). A graça do Senhor é a dádiva das bênçãos diárias que
recebemos dEle, sem merecê-las (Jo 1.16). E, ainda, a dádiva da capacitação
divina no crente, para este realizar a obra de Deus (I Co 15.10; Hb 12.28; 1Co
3.10) (GILBERTO, et al, 2008, p. 352).
II
- A GRAÇA COMUM E A GRAÇA ESPECIAL OU SALVADORA
2.1
A graça comum ou universal (alcança todos indiscriminadamente) (Sl 104.10-30). É extensiva a todos os homens: “Abres a mão e
satisfazes os desejos de todos os viventes” (Sl 145.16). Diz respeito
ao favor de Deus dispensado bondosamente aos seres humanos, no sentido de
prover os meios de subsistência a todos, sem distinção “Porque faz que o
seu sol se levante sobre maus e bons, e a chuva desça sobre justos e
injustos" (Mt 5.45)
(GILBERTO, et al, 2008, p. 351 – acréscimo nosso). A graça comum de Deus e sua
longanimidade são evidentes no fato dEle dá ampla oportunidade para todos os
homens buscá-lo, dando-lhes as bênçãos da vida, apesar de serem rebeldes contra
Ele (At 14.16-17; Rm 9.22) (FERREIRA, 2002, p. 86).
2.2
A graça salvadora ou especial (alcança alguns através do seu livre arbítrio)
(Tt 2.11, 3.4,5). Esta graça
está diretamente relacionada com a salvação (Ef 2.8,9). É a atitude (ou
provisão) graciosa do Senhor para com o indigno transgressor da sua lei (Rm
3.9-26). Ela resulta da parte de Deus para com o pecador em: misericórdia
(1Tm 1.2; 2Tm 1.2; Tt 1.4; 2 Jo v.3; Jd v.2I); benevolência (Lc
2.14b); paz (resultado da misericórdia de Deus no coração do
homem); gozo (que é mais interior), bem como alegria, beleza e adorno
espirituais que são mais externos (Rm 12.6). A provisão divina para com o
indigno transgressor da lei existia desde o AT (Êx 33.13; Jr 3.12; 31.2). A
passagem de Atos 15.10,11 não deixa dúvidas quanto a isso. No NT, a graça de
Deus para salvar o pecador é mencionada de maneira mais direta (Ef 2.7,8; I Tm 1.13,16; Rm 5.20;
Jo 1.16,17) (GILBERTO, et al, 2008, pp. 351-352).
III - CARACTERÍSTICAS
DOS HEREGES
Paulo lembra Timóteo do propósito do
seu trabalho como evangelista em Éfeso: a correção do erro. “Certas pessoas”
estavam deixando de ensinar a doutrina de Cristo em favor de “outra doutrina” e
“fábulas e genealogias sem fim”. Por causa destas coisas, alguns não estavam
crescendo no “serviço de Deus”, mas estavam se perdendo em discussões inúteis
(1Tm 1.3-4). Timóteo precisava exortar a igreja acerca de “amor... de
coração puro, e de consciência boa, e de fé sem hipocrisia” (1Tm 1.5).
Onde não há amor pela verdade de Deus e pelas pessoas que precisam da salvação,
a consciência se engana, e ao seguir e ensinar com fervor as doutrinas de
homens, a fé e as obras se tornam vãs e hipócritas (1Tm 1.6-7; veja 2Ts 2.9-12;
1Tm 4.1-2; 2Tm 4.1-4; Mt 15.7-20). Vejamos algumas advertências:
3.1
Falsos mestres contradizem a sã doutrina (1Tm 6.3). Um falso mestre é qualquer
um de dentro da igreja que se oponha ao que a Bíblia ensina (2 Jo 9). “Guardai-vos dos cães” (Fp 3.2-a).
Os cães eram considerados animais imundos
na sociedade oriental. Eles não eram domesticados como hoje, pois eram
selvagens e viviam soltos como os lobos. Paulo faz uso dessa comparação, para
dizer que a igreja deveria ter cuidado com os judaizantes afin de que suas
doutrinas e práticas não viessem macular
a pureza da igreja. Semelhantemente, a Igreja necessita estar vigilante quanto
às heresias, ou seja, falsos ensinos e doutrinas, que podem surgir, inclusive,
no meio do povo de Deus (Gl 5.20; I Tm 4.1; II Pe 2.1-3).
3.2
Falsos mestres promovem imoralidade (2 Tm 3.5,6). Paulo se referiu aos falsos obreiros, como em (II Co
11.13) onde ele chama de obreiros fraudulentos. Pedro diz que tais mestres negam o Senhor Jesus ao perseguirem “suas práticas libertinas” (II Pe
2.2). Com certeza, estes eram homens que não tinham o chamado divino
para o ministério e nem as qualidades, tais como: fidelidade e zelo pela
doutrina, como Timóteo e Epafrodito (Fp 2.19, 25). Tal qual nos dias de Paulo,
muitos falsos mestres têm se levantado no meio do povo de Deus, principalmente
na mídia televisiva, pregando um evangelho distorcido, sem cruz e sem renúncia
(Mc 8.34; Lc 9.23), conduzindo as massas a uma falsa espiritualidade, onde os
valores monetários são mais importantes do que as virtudes da vida cristã (II Pe 2.3; I Co 13.13).
3.3
Falsos mestres diminuem a gravidade do pecado e do juízo (2Tm 4.3-4). Os falsos mestres se desviaram daquilo que Paulo
chama de “a fé” (1Tm 1.2,19; 3.9; 4.1,6,21); “a verdade” (1Tm 2.4,7;
3.15; 4.3; 6.3,5); “a sã doutrina” (1Tm 1.10; 6.3) e “o que te foi confiado” (1Tm
6.20). A preocupação de Paulo era
manter a sã doutrina livre das contaminações de doutrinas falsas, deixando
claro que existe uma doutrina que é a correta, enquanto as demais são falsas. A
palavra “heterodidaskaleô” (I Tm 1.3; 6.3) enfatiza o caráter objetivo
da fé cristã, que não pode ser misturado ou igualado a outras doutrinas
religiosas ou filosóficas de nosso tempo e que dela os falsos mestres haviam se
desviado.
3.4 Falsos mestres são motivados por
ganância e ganho egoísta (1Tm 6.5). Paulo
diz que os falsos mestres supõem “que a piedade é fonte de lucro”
(1Tm 6.5). São mercenários, não seguindo o chamado de Deus. Transformam o
ministério em fonte de lucro, motivados por ganância. Da mesma forma Pedro diz
que, em sua “avareza”, falsos mestres se aproveitam do povo de Deus com “palavras
fictícias” (2Pd 2.3). De fato, o coração deles é “exercitado na avareza”
(2 Pd 2.14).
3.5 Falsos mestres causam divisão (1Tm
1.18-19). Timóteo precisava ficar
firme na luta contra falsa doutrina. Falsos mestres irão tentar convencer o
rebanho que a sã doutrina causa divisão. Mas isso é uma mentira (Jd 3,4;
18-21). Esse é, na verdade, o falso ensinamento que busca dividir e conquistar
o povo de Deus. Hoje há muitos que têm “rejeitado
a boa consciência” e ensinam como doutrina coisas que não fazem parte
do evangelho do Senhor (1Tm 1.19; 4.1-3; 2 Jo 8-9). Devemos manter a fé assim
como Timóteo, pregando fielmente a Palavra do Senhor para corrigir os que “blasfemam”
com doutrinas falsas (1Tm 1.20).
3.6 Falsos mestres enganam o rebanho (2 Tm 3.5).
O falso mestre nunca aparece com uma placa pendurada no pescoço onde se lê “sou
um falso mestre”. O pseudo mestre aparece disfarçado de cristã. Ele possui a
forma da piedade, mas nega seu poder (Mt 7.15,16). Paulo sabia que Timóteo
precisava da Palavra de Deus para fazer o trabalho. Ele não ordenava que
Timóteo se apoiasse na sua “experiência”. Em vez disso Paulo mandou: "tem
cuidado de ti mesmo e da doutrina... porque,
fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes"
(1Tm 4.16).
IV – ADVERTÊNCIAS PAULINAS QUANTO
AOS INIMIGOS DA FÉ
Uma das marcas de identificação de um falso mestre é
que eles se recusam a aderir ao ensino religioso bíblico (1Tm 6.3). A
tarefa de Timóteo na cidade de Éfeso não era pequena. Paulo o havia deixado com
o cargo de corrigir “certas pessoas”
que estavam promovendo erro doutrinário (1Tm 1.3). Na primeira carta, para
ajudá-lo a combater estes falsos mestres, Paulo ensina a Timóteo “como se deve proceder na casa de Deus”
(1Tm 3.15). Embora que Timóteo fosse ainda jovem (1Tm 4.12), ele teria que
ensinar e ordenar estes mandamentos de Deus aos irmãos de Éfeso (1 Tm
4.6,11,16).Vejamos:
4.1
Paulo iniciou esta carta a Timóteo com alertas sobre falsos mestres (1Tm 1.3). Ele também refutou alguns
dos ensinamentos perigosos (1Tm 4.1; Fp 3.18-a). Segundo Paulo, eram muitos
aqueles que procuravam perverter o evangelho. Deve-se ressaltar também que
esses “inimigos da cruz” eram crentes professos que viviam no
seio da igreja. A Bíblia na versão ARA (Almeida Revista e Atualizada) traduz
(Fp 3.18-a) da seguinte forma: “Pois muitos andam entre nós”.
Pelas palavras do apóstolo, percebemos que ele já havia advertido os crentes a
respeito desses homens que propagavam heresias “dos quais muitas vezes
vos disse” (Fp 3.18-b).
4.2
“Que são inimigos da cruz de Cristo” (Fp 3.18). Dois grupos de pessoas se destacam aqui como os “inimigos
da cruz de Cristo”: os gnósticos e os judaizantes. Paulo encorajou Timóteo a
continuar pregando a palavra, corrigindo e repreendendo “com toda a longanimidade e
doutrina” (2Tm 4.2), mesmo no meio de muitas perseguições pelas mãos
dos infiéis (2 Tm 1.8; 2.3; 3.12-13; 4.5). A ênfase de Paulo nestas duas cartas
está sempre voltada à Palavra de Deus. Tudo o que Timóteo precisava, tanto para
corrigir erros doutrinários como para ficar firme no meio de tribulação, ele
poderia achar na Palavra do Senhor (1Tm 4.13; 2Tm 2.15).
CONCLUSÃO
Ao término desta lição, podemos
concluir que Deus, o autor da nossa salvação, nos providenciou sua maravilhosa
graça, tanto a comum como a salvadora, a fim de nos garantir a vida eterna. No
entanto, devemos ter muito cuidado, pois, o inimigo de nossa fé, tem levantado
muitos falsos mestres, para nos desviar do plano redentor e nos conduzir a
perdição eterna.
REFERÊNCIAS
- ARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger. Comentário
Bíblico Pentecostal. CPAD.
- BOYER, Orlando. Espada
Cortante. CPAD.
- CHAMPLIN,
R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
·
HENDRIKSEN, William. Comentário
do Novo Testamento. CULTURA CRISTÃ.
- STAMPS, Donald C. Bíblia de
Estudo Pentecostal. CPAD.
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