Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das
Escolas Bíblicas Dominicais
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José Alves
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3º TRIMESTRE DE 2015 (I Tm 2.1-5; 9-11)
INTRODUÇÃO
No capítulo de número dois, da primeira epístola a Timóteo, encontramos
duas, das muitíssimas exortações do apóstolo Paulo ao jovem ministro da igreja
de Éfeso, quanto ao comportamento esperado dos crentes quando eles interagem
como uma igreja. Nesta lição, estudaremos a oração como uma proposta
intercessora, nos conscientizando de que devemos interceder por todos os homens
para que eles alcancem o favor de Deus e, isto inclui os líderes governamentais
da nossa nação; e, por fim, veremos as recomendações do apóstolo aos crente de Éfeso, aplicando-as aos nossos
dias.
I
– ADMOESTAÇÕES PAULINAS QUANTO A ORAÇÃO INTERCESSORA
Embora Deus seja O Todo Poderoso e conheça tudo, Ele decidiu nos deixar
“ajudá-lo” a mudar o curso do mundo através das nossas orações, ou seja, por
meio da nossas intercessões. “O Verbo 'orar' do grego 'proseuchomai' sempre é usado acerca da
'oração' feita a Deus” (VINE, 2002, p. 835 – acréscimo nosso). Já o verbo interceder,
de acordo com o
Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, é "pedir, rogar, suplicar (por
outrem); intervir (a favor de alguém ou de algo)". No sentido bíblico do Novo
Testamento é orar em favor de outros, na direção e no poder do Espírito Santo.
Na intercessão, o intercessor põe-se diante de Deus no lugar da outra pessoa.
1.1. Priorizando a oração (1 Tm 2.1). Ao introduzir este capítulo, que trata da liturgia do
culto público da igreja de Éfeso, o apóstolo Paulo diz: “Admoesto-te, pois, antes de
tudo...” (1Tm 2.1); “antes de tudo” é uma linguagem figurada
do grego, “prõton”, que aponta
para dignidade ou importância, o primeiro de todos, principalmente,
especialmente (Mt 6.33; Rm 3.2; 1Tm 2.1; 2Pd 1.20; 3.3)” (ALMEIDA, 2009, p.
2382). Essa expressão frisa a importância de que dentre todas as práticas que
deveriam ser observadas pelos efésios no culto, esta que o apóstolo apresenta
na introdução como “antes de tudo”, deveria ser tomada como primazia.
1.2.
A igreja como sacerdócio real (1 Tm 2.1,2). “A igreja de Éfeso, quando se reunia para celebrar o seu culto ao
Senhor, já não dirigia orações (intercessões) a Deus em favor da salvação dos
perdidos. Alguns embriagados pelos falsos ensinos dos falsos mestres
judaizantes, que pregavam a salvação somente para os judeus e prosélitos do
judaísmo entre os gentios, e gnósticos, que pregavam que os homens poderiam ser
reabsorvidos no próprio ser de Deus, quando ele recolhesse a si mesmo todas as
suas emanações, haviam perdido o propósito intercessor encontrado na prática da
oração; Daí, Paulo, exorta a Timóteo, a resgatar, do seio da igreja, o seu
ofício sacerdotal, o amor e a misericórdia pelas almas perdidas, o sentimento
que deveria os fazer cair de joelhos e clamar em favor da Salvação do Senhor
aos estes perdidos” (MACARTHUR, 2010, p. 1657 – acréscimo nosso).
1.3.
A nobreza da intercessão. A Bíblia
nos ensina a importância da intercessão da igreja. Vejamos: (1) aplaca o juízo divino (Gn 18.23-32; Nm 14.13-19;
Jl 2.17); (2) restaura o povo (Ne 1; Dn 9); (3) livra as pessoas do
perigo (At 12.5,12; Rm 15.31); (4) atrai a benção de Deus para
povo (Nm 6.24-26; 1Rs 18.41-45; Sl 122.6-8); (5) invoca o poder do
Espírito Santo sobre os crentes (At 8.15-17; Ef 3.14-17); (6)
faz com que o enfermo seja curado (1Rs 17.20-23; At 28.8; Tg
5.14-16); (7) leva o pecador a receber o perdão dos pecados (Ed 9.5-15;
Dn 9; At 7.60); (8) beneficia pessoas investidas de autoridade
à governam bem (1Cr 29.19; 1Tm 1.1,2); (9) faz a vida
cristã ser crescente (Fp 1.9-11; Cl 1.10,11); (10) guarda os pastores (2Tm
1.3-7); (11) protege a obra missionária (Mt 9.38; Ef 6.19,20); e (12)
invoca salvação do próximo (Rm 10.1).
II – A ORAÇÃO E A VONTADE DE DEUS
O texto de 1Tm 2, apresenta o comportamento esperado
dos homens e das mulheres. Devemos levar em conta o pano de fundo histórico.
Lendo o versículo oitavo, “Quero, pois, que os homens orem em todo o
lugar, levantando mãos santas, sem ira nem contenda” (1Tm 2.8), a
princípio entendemos que as mulheres eram excluídas da celebrarão do culto
público, pois a expressão “homem” apresentada no texto, em grego é “aner”,
que significa “homem” em contraste com “mulher”. O significado primário do
texto, é que os varões eram os que deveriam fazer (ler) as orações (CHAMPLIN,
2014, p. 392 - acréscimo nosso); a eles competiam à participação verbal do
culto, esta era a herança das sinagogas (Lc 4.16-20). Já as mulheres deveriam
permanecer em silêncio, pois as recentemente
convertidas tinham a tendência de interromper o culto com perguntas,
observações impróprias e trajes desonrosos... Paulo não estava se recusando, de
maneira geral, a permitir que as mulheres participassem da oração pública” (RIBAS,
2009, p. 448). Quando o apóstolo se dirige as mulheres “Que do mesmo modo
as mulheres se ataviem em traje honesto...” (1Tm 2.9), Paulo dá a
entender como ponto pacífico que as mulheres também participavam da adoração
pública e das orações, desde que não comprometessem a santidade. Uma melhor
forma de entender este texto seria: “Também desejo que as mulheres que
fizerem parte das orações públicas se vestissem com modéstia...”
(CHAMPLIN, 2014, p. 303 - acréscimo nosso).
2.1. Por quem orar? (1Tm 2.1,2). “Acertadamente e diferentes dos judaizantes e
gnósticos, Paulo admoesta o ministro daquela igreja, dizendo, que todos os
homens necessitam das nossas intercessões, já que todos estão ao alcance do
poder da cruz. O versículo quatro frisa muito bem a comissão e missão
evangelizadora da igreja de buscar ativamente a Deus em oração pela salvação de
todos os homens” (CHAMPLIN, 2014, p. 383 - acréscimo nosso).
2.1.1 Orando pelos líderes
governamentais e autoridades constituídas. “As orações em favor dos governantes, isto é, presidência da república, senadores,
governadores, deputados federais, deputados estaduais, prefeitos e vereadores,
etc. Devem visar três coisas. (1) A salvação
deles (1Tm 2.4,5); (2) um “bom
governo”, pois devemos enquanto cidadãos obedecer autoridades civis, desde
que não infira o princípios da moral (Rm 13.1-7; At 5.29), e (3) que não se tornem perseguidores
da fé religiosa, conforme com frequência tem sucedido. Os judeus
reconhecendo a importância de um tranquilo relacionamento com os governantes
seculares, para o benefício da fé e da inquirição espiritual, oravam e
sacrificavam por seus governantes” (Ed 6.10; Jr 36.7) (CHAMPLIN, 2014, p. 383 -
acréscimo nosso).
2.2. A quem orar? (1Tm 2.5). “Os gnósticos traziam
em suas doutrinas, raízes deístas
(doutrina que, apesar de admitir a existência do Supremo Ser, ensina não estar
Ele interessado no curso que a história toma, ou venha a tomar), a respeito de Deus. Eles imaginavam que a
matéria (os homens) é má por si mesma, e, assim sendo, Deus nunca poderia
aproximar-se dela, pois, em tal caso, ficaria contaminado, bem como, a
necessidade de muitos mediadores na criação. A declaração monoteísta (do grego “monós,
“um”, “Theos” “Deus” - Crença na existência de um único Deus) de
Paulo “Porque há um só Deus um só mediador entre Deus e os homens, Jesus
Cristo, homem...” (1Tm 2.5), tinha por escopo contradizer tais noções,
além de asseverar a existência do Deus teísta, ou seja, o Deus
que está interessado pelo homem que criara, que mantém o contato com ele, e que
tanto o castiga quanto o recompensa, conforme o caso; Paulo também tinha a intensão de revelar Cristo como o único
mediador. Existe apenas um Deus, existe apenas um mediador, a este Deus
por meio de Cristo deve ser dirigidas as orações pela salvação de todos os
homens” (CHAMPLIN, 2014, p. 388- acréscimo nosso).
2.3. Os frutos da intercessão (1Tm 2.2).
“Quando Paulo escreveu esta carta, a
perseguição era uma ameaça crescente para os crentes. Mais tarde, quando Nero,
o imperador (aproximadamente 54-68 d.C), precisou atribuir a alguém a culpa
pelo grande incêndio que destruiu a maior parte de Roma em aproximadamente em
64 d.C. acusou os cristãos romanos para eliminar a suspeita em relação à sua
própria pessoa. Então houve grande perseguição aos cristãos por todo o Império
Romano. Aos cristãos, não somente eram negados certos privilégios na sociedade;
alguns chegaram até a ser publicamente assassinados, queimados, ou lançados
como alimento aos animais” (ALMEIDA, 2003, p. 1702). Paulo recomenda o jovem obreiro para que
orassem pelo bem de Nero, a fim de, terem “... uma vida quieta e sossegada,
em toda piedade e honestidade” (1Tm 2.2). Jesus já havida dito que devemos orar por nossos inimigos (Mt
5.43-48). intercedamos por nossa nação, por nossos governantes, para que
possamos desfrutar dos frutos da intercessão.
III – RECOMENDAÇÕES PAULINAS AS MULHERES
A vontade Deus para com as mulheres cristãs é que elas
fossem muito discretas quanto ao vestir. Ao que parece, o “espírito da Grécia”
influenciava algumas mulheres a serem sensuais aponto de despertarem a luxúria.
Ampliando as recomendações que Paulo deu a Timóteo, sob a “lupa do evangelho”,
concluímos que as exigências podem ser aplicadas tanto a homens quanto a
mulheres, pois quanto a salvação, todos precisam viver em santidade.
3.1. “... se ataviem”. “No grego, “kosmeo”, que significa “pôr em
ordem”, “adornar”, “decorar”, “tornar atrativo”. O termo “kosmos” vem do verbo “Kosmos”
de onde vem a palavra “cosmético”. É indiscutível que o ser humano procura
tornar-se atrativo, isto faz parte da natureza humana. Todavia, Paulo admoesta
que os valores cristãos devem ser diferentes dos do mundo” (CHAMPLIN, 2014, p.
393- acréscimo nosso).
3.3. O verdadeiro adorno. “Paulo enfatizou que o caráter interior
era muito mais importante do que a aparência exterior. O padrão de vestir, das
mulheres deveria ser caracterizado por: (1) traje honesto (probidade,
decoro, decência; castidade; pureza.); (2) com pudor (sentimento
de vergonha, gerado pelo que pode ferir a decência, a honestidade ou a
modéstia), (3) com modéstia (ausência de vaidade, simplicidade);
e (4) com boas obras (Gl 5.22). Ampliando estas
recomendações, concluímos que os crentes devem
“vestir” o seu comportamento de uma maneira que complemente o seu
caráter, em vez de discordar dele. Os crentes não devem ser dados à ostentação,
a enfeites caros, e a adornos excessivos. Tampouco é apropriado um modo de
vestir sedutor ou sexualmente sugestivo. Isso prejudica a santidade e adoração
no culto. Quando Paulo diz que as mulheres de Éfeso não usassem tranças, ou
ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos queria dizer que a sua ênfase deveria
estar não na sua aparência, mas sim em quem elas eram” (RIBAS, 2009, p. 489 -
acréscimo nosso).
CONCLUSÃO
No demais,
precisamos nos conscientizar de duas coisas: de que fomos chamados por Deus
para levar o seu evangelho a toda criatura. Portanto homens e mulheres devem
diuturnamente clamarem a Deus para as que vidas perdidas possam receber a
Salvação de Jesus Cristo, como também, devemos elevar a santidade em nossas
vidas.
REFERÊNCIAS
- ALMEIDA. Bíblia de Estudo MacArthur. CPAD.
- ALMEIDA. Bíblia de Estudo Palavras-Chaves Hebraico e Grego. CPAD.
- RIBAS, Degmar. Comentário do novo Testamento
Aplicação Pessoal. CPAD.
- CHAMPLIN, R. N. O Novo
Testamento Interpretado Versículo por Versículo, Vol 5. HAGNOS.
- ANDRADE, Claudionor Corrêa. Dicionário Teológico. CPAD.
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