(Pv 5.1-5; Mt 5.27,28)
INTRODUÇÃO
Nesta lição destacaremos que o casamento é um pacto feito entre um
homem e uma mulher e, como tal, deve ser visto com seriedade e
compromisso. Veremos também a definição de “adultério” do ponto de vista
do Antigo e do Novo Testamento. Elencaremos os três principais inimigos
da família e como podemos vencê-los. Trataremos também sobre quais as
consequências do adultério na família, e, por fim, como evitar que esse
mal venha atingir o nosso lar.
I – CASAMENTO, UM PACTO DIANTE DE DEUS
O casamento não é apenas uma união entre um homem e uma mulher,
envolvendo direitos conjugais, mas uma união que nasce de um pacto de
mútuas promessas.
1.1 Aseriedade do pacto (entre os cônjuges). O termo pacto ou aliança em hebraico é de berit, e berit karat que significa “fazer (lit. ‘cortar’ ou ‘lapidar’) uma aliança”. Em grego o termo é diatheke (que pode significar tanto um “pacto” como “último desejo e testamento”), e o verbo diatithemi (At 3.25; Hb 8.10; 9.16; 10.16). Uma aliança é um
acordo feito entre duas ou mais pessoas. No caso do casamento, a
aliança é bilateral, ou seja, ela está totalmente condicionada à
aceitação e ao cumprimento de ambas as partes, marido e mulher. Logo, no
matrimônio, o concerto é primeiro realizado de forma horizontal, entre
duas pessoas motivadas pelo amor e por consentimento mútuo. Nesta
aliança pelo menos quatro elementos estão presentes:
Partes: “um macho e uma fêmea” (Gn 1.27);
Condições: “Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher” (Gn 2.24-a);
Resultados: “e serão ambos uma carne” (Gn 2.24-b);
Garantia: “Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem” (Mc 10.9).
1.2 O compromisso do pacto (diante de Deus). A aliança
do matrimônio também é feita no sentido vertical, ou seja, diante de
Deus, que se torna a testemunha desse pacto, como ele mesmo afirma: “E
dizeis: Por quê? Porque o Senhor foi testemunha entre ti e a mulher da
tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira, e
a mulher da tua aliança” (Ml 2.14). O livro de Provérbios
ensina que o casamento é um compromisso entre um homem e uma mulher e
condena o adultério como uma quebra dessa aliança conjugal (Pv 2.16,17).
Nessa perspectiva o casamento
é um juramento de lealdade feito por um homem e uma mulher diante de
Deus de se amarem e viverem fielmente um para outro até que a morte os
separe. Por isso, esse compromisso assumido diante de Deus deve ser
indissolúvel (Mt 19.6).
II – A INFIDELIDADE CONJUGAL
Como pudemos ver, o casamento é uma aliança feita entre pessoas de
sexos diferentes, motivados pelo amor e que juram fidelidade um ao outro
de viverem juntos até que a morte os separe (Rm 7.2; I Co 7.39).
Infelizmente, esse juramento pode ser quebrado, quando um dos cônjuges
se torna infiel ao outro (Mt 19.9; Mc 10.11). Esta açao é chamada de
adultério, e este por sua vez, é a “relação sexual entre uma pessoa casada e outra que não é o seu cônjuge” (WYCLIFFE, 2012, p. 35). Vejamos como o adultério é visto pela Bíblia Sagrada:
2.1 No Antigo Testamento. O adultério é estritamente proibido no AT, “Não adulterarás” é
o sétimo mandamento do Decálogo (Êx 20.14; Dt 5.18). Esta prática era
punível sob a Lei com morte por apedrejamento (Lv 20.10; Dt 22.22).
Tecnicamente, o adultério se distingue da fornicação que é a relação
sexual entre pessoas não casadas. Ao contrário do que algumas pessoas
pensam, embora fosse condenada a morte aquele que praticasse o
adultério, a cobiça da mulher do próximo também era proibida (Êx 20.17;
Dt 5.21).
2.2 No Novo Testamento. Os ensinamentos
neotestamentários seguem o mesmo padrão veterotestamentário quanto a
reprovação da prática do adultério (Rm 13.9; Gl 5.19; Tg 2.11). O Senhor
Jesus estendeu a culpa pelo adultério da mesma
forma como fez para outros mandamentos, incluindo até o desejo de
cometê-lo ao próprio ato em si (Mt 5.28). Por isso, na ocasião citada
pelo apóstolo João em (Jo 8.1), Jesus não desfez da Lei mosaica quanto
ao apedrejamento da mulher adúltera, mas exortou os homens que vieram
apedrejá-la, alegando que sob a ótica divina, eles estavam em semelhante
situação, pelo adultério pré-concebido em seus corações (Jo 8.7). O
apóstolo Paulo, por sua vez, disse que o adultério é uma obra da carne e
os que praticam são passíveis de morte e não herdarão o Reino dos céus
(Rm 1.29-32; Gl 5.21).
III – OS TRÊS INIMIGOS DA FAMÍLIA
Um dos maiores desafios enfrentados pela família é vencer a tentação.
Isto porque, diariamente somos tentados a pecar contra Deus; quer seja
através de pensamentos, palavras, obras ou omissão. Podemos observar na
Palavra de Deus, pelo menos três principais inimigos da família:
3.1 O Diabo: É o principal agente da tentação. No
capítulo 3 do livro de Gênesis, lemos acerca dele, tentando os nossos
primeiros pais (Gn 3); em (Mt 4.3) vemos ele tentando o próprio Filho de
Deus. O apóstolo Paulo, escrevendo aos Tessalonicenses diz: “temendo que o tentador vos tentasse” (I
Ts 3.5). Aos Coríntios ele escreve dizendo que temia que eles fossem
enganados pela serpente (II Co 11.3); E, o apóstolo Pedro diz que ele “anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (I
Pe 5.8). Sem dúvida alguma, as muitas famílias que hoje se encontram
destruídas, sofreram ataques de Satanás, que desde o princípio quer
destruir os lares. Diante de suas investidas só nos resta seguir o
conselho do apóstolo Tiago que diz: “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós”
(Tg 4.7).
3.2 ACarne. Refere-se a natureza
caída, isto é, as paixões, os desejos e apetites desordenados que
residem em nossa natureza, conforme podemos ver em (I Co 10.13; Tg
1.14,15; Gl 5.16-21). Podemos dizer que a carne é o mais perigoso de
todos os inimigos; pois, enquanto os demais são externos, este inimigo é
interno. A Bíblia nos mostra alguns exemplos de pessoas que foram
derrotadas por este inimigo, porém destacamos o personagem bíblico Davi.
Sua ociosidade (II Sm 11.1); cobiça (II Sm 11.2) e concupiscência
levaram-no a fazer o que não agradou a Deus (II Sm 11.3-5,27). Sejamos
vigilantes a fim de não cairmos no mesmo engodo (Mt 26.41).
3.3 O Mundo. O apóstolo Paulo diz que a graça de Deus
nos ensina a renunciar as paixões mundanas (Tt 2.13). Sendo assim,
podemos dizer que o mundo também é um agente da tentação. As paixões
mundanas, das quais Paulo se refere, são as coisas que estão sob o
domínio de Satanás, e que servem para atrair e enganar os homens (Tg
4.4; Rm 12.1,2; I Jo 2.15-17). Através da mídia a pornografia tem sido
amplamente divulgada no mundo, por meio de revistas imorais e, novelas
que de forma explícita incitam a prática do adultério ao ponto de as
pessoas desacreditarem de que atualmente
seja possível ser fiel ao cônjuge, passando a ser motivo de chacota os
que assim procedem (I Pe 4.4). No entanto, a Palavra de Deus nos diz que
podemos vencer o mundo, através da fé (I Jo 5.4).
IV – AS CONSEQUÊNCIAS DO ADULTÉRIO NA FAMÍLIA
Sem dúvida alguma, a infidelidade conjugal tem sido a causa de muitas
tragédias na família. Muitos lares têm sido destruídos por esta arma
diabólica. Isto porque o adultério destrói a confiança, sufoca o amor,
mata o respeito, acaba com a transparência, suscita o ciúme e empurra a
família para uma crise de consequências imprevisíveis. Eis algumas: (1) rompimento do casamento (Dt 22.15-21); (2) trauma nos filhos; (3) escândalo na igreja (I Co 5.1); (4) mau testemunho para sociedade (I Co 10.32); (5) marcas profundas de ambos os lados (II Sm 12.15-20); (6) Os maus exemplos poderão
ser seguidos pelos filhos (II Sm 13) e (7) Depressão e perda da comunhão com Deus (Sl 51.8-12).
V – COMO EVITAR O ADULTÉRIO
A Bíblia Sagrada a “lâmpada para os nossos pés e a luz para o nosso caminho” (Sl 119.105), ensina-nos como devemos proceder para que evitemos este terrível pecado. Vejamos algumas de suas recomendações:
Evitando maus pensamentos, ocupando a mente com o que é proveitoso (Pv 4.23; Fp 4.8; Mt 15.19);
Afastando dos olhos aquilo que pode levar a pessoa a alimentar seu interior com o pecado (Sl 101.3; Mt 6.22,23);
Mantendo-se longe de pessoas cujo comportamento está em desacordo com a Bíblia (Sl 1.1-3; I Co 5.11);
Mortificando a carne e andando em Espírito (Cl 3.5; Gl 5.16-18);
Só abstendo-se do ato sexual com o cônjuge por consentimento mútuo e por tempo determinado (I Co 7.5);
Sendo um cônjuge que mantém seu esposo(a) satisfeito(a) (Pv 5.15; I Co 7.3);
Observando a Palavra de Deus (Sl 119.11; Pv 4.20);
Orando e vigiando sempre (Mt 26.41).
CONCLUSÃO
Como pudemos ver, o casamento é um pacto feito entre duas pessoas,
tendo Deus como testemunha. Sendo assim deve ser mantido com fidelidade e
amor, evitando o adultério. Cada cônjuge deve resistir o diabo, a carne
e o mundo, a fim de manter sua aliança, pois muitas famílias tem
experimentado o sabor amargo da traição por falta de vigilância. Que
Deus nos livre de tamanho mal.
REFERÊNCIAS
LOPES, Hernandes Dias. Casamento, divórcio e novo casamento. HAGNOS.
VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
SILVA, Esequias Soares de. Analisando o divórcio à luz da Bíblia. CPAD.
PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wyclliffe. CPAD.
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD
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