CONFLITOS
NA FAMÍLIA
Texto
Áureo: Mq. 7.7 – Leitura Bíblica: Ef. 5.22-30
Prof. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
A família é constituída por pessoas pecadoras,
algumas delas mais espiritual, outras carnais. Por esse motivo, esse é também
um ambiente de conflito, mas que precisa ser trabalhado. Na lição de hoje
estudaremos a respeito dos conflitos familiares, inicialmente, os conflitos
conjugais, e em seguida, entre pais e filhos. Ao final, apresentaremos
encaminhamentos cristãos para a resolução dos conflitos familiares.
1. FAMÍLIA,
LUGAR DE CONFLITO
Um conflito, de acordo com a definição
dicionarizada, é uma “oposição, discórdia, disputa e confronto”. A família é
composta de pessoas caídas, portanto, pecadoras, por isso, em maior ou menor
grau, é um espaço de conflito. Quanto mais carnal for a família, maiores são as
incidências de conflitos (I Co. 3.1-4). Uma família espiritual, por sua vez,
tende a conviver com menos conflitos, quanto mais se anda no Espírito, menos
oportunidade terá a natureza pecaminosa (Gl. 5.16,25). É preciso reconhecer, no
entanto, que existem interesses distintos dentro da família. Por esse motivo,
as desavenças, cedo ou tarde, virão. Uma família não deve se achar menos cristã
pela existência dos conflitos. A diferença de uma família cristã, em comparação
com as outras, está justamente na capacidade para solucionar as discórdias. A
falta de comunicação, o que geralmente acontece em situações de conflito, pode
justamente ser o problema. Na hora do conflito os membros da família costumam
dar vasão à carne, perdem o controle da situação, e se exasperam. A comunicação
tranquila, através de palavras mansas, e a disposição para ouvir (Pv. 18.13), é
substituída pela gritaria (Ef. 4.29). Na maioria das vezes os conflitos que
acontecem dentro dos lares são resultantes de influencias externas. O estresse
do cotidiano, advindo de sobrecarga de trabalho, as pressões do emprego, dentre
outros fatores, pode resultar em conflitos. As exigências escolares pelas quais
as crianças passam no dia-a-dia também favorecem a disputa na família. A
solução de um conflito familiar somente será possível se os membros
identificarem o desencadeador e forem capazes de contornar a situação. A identificação da raiz do problema é o
primeiro passo para a solução. O problema é que, como no princípio, nem sempre
as partes envolvidas querem reconhecer sua participação na disputa (Gn. 3.10-14).
2. CONFLITOS
ENTRE MARIDO E ESPOSA
Os conflitos entre marido e esposa surgem por
razões diversas, e dependem de cada caso, fatores contextuais devem ser
considerados. Uma família que tem uma condição financeira favorável
dificilmente entrará em conflito por causa das dívidas. Por outro lado, essa
mesma família, pode ter disputa por causa das vaidades profissionais. A
formação educacional pode, por exemplo, diminuir a grosseria entre o marido e a
esposa, mas resultar em competitividade no trabalho. Há também o caso de
cônjuges demasiadamente possessivos, que não confiam no marido ou na esposa. Um
casamento sólido está fundamentado na confiança, e esta, por sua vez, no amor
(I Co. 13.4). Mas é preciso que os cônjuges não deem oportunidade para que um
desconfie do outro. Existem ciúmes que são doentios, pessoas que se apegam
tanto ao cônjuge que, por insegurança, não permite que esse tenha amizades. Por
outro lado, há marido e esposa que não levam o relacionamento a sério. Nesses
tempos de relacionamentos virtuais, o cuidado deve ser redobrado. O marido
cristão não pode deixar de assumir publicamente seu estado civil. A esposa, por
sua vez, deve evitar que o marido seja exposto, e evitar más aparências (Lc.
12.2). As dívidas podem levar um casamento à ruina, por isso, marido e mulher
devem ter cuidado para não comprarem além do que podem pagar. Não esqueçamos
que vivemos em uma sociedade de consumo, que vive das aparências. Em nome da
aparência, alguém pode sacrificar seu relacionamento conjugal, comprando além
do que pode pagar (Rm. 13.8). O excesso de trabalho pode ser um fator de
conflito entre o marido e a mulher. As pressões que sofrem no emprego pode
comprometer o bom relacionamento entre os cônjuges. Às vezes, a fim de comprar
o que não precisam, casais estão se assoberbando de atribuições. Em alguns
contextos, os filhos são as principais vítimas, pois são abandonados pelos
pais, que deixam de lhes dar a atenção devida.
3. CONFLITOS
ENTRE PAIS E FILHOS
Quando os filhos são abandonados pelos pais, esses
tendem a encontrar alguma compensação. Nos dias atuais, quem mais tem tomado
conta dos filhos são as “babás eletrônicas”, com sua programação secularista.
Na busca desenfreada por audiência, os canais de televisão estão baixando cada
vez mais o nível dos programas. As crianças, desde cedo, são expostas aos
conflitos que assistem na televisão. Tais conflitos respingam dentro de casa,
filhos respondem agressivamente aos pais, não lhes dão a devida honra,
inspirados em personagens que não condizem com a realidade, principalmente a
cristã. Pais e mães que servem a Deus devem ensinar seus filhos a viverem a
partir dos princípios bíblicos. Eles precisam compreender que aquele é um
mundo, no sentido teológico do termo, distante dos valores divinos. A
orientação do sábio, em Pv. 22.6, é válida, ensinamos os filhos no caminho em
que devem andar. Se assim fizermos, as chances deles tomarem uma decisão
distante do Cristo serão menores. No trato com os filhos, os pais devem ser
firmes na disciplina, cientes de que essa é um ato de amor (Hb. 12.6). Admoestarem-nos
na Palavra de Deus, sem causarem irritação (Ef. 6.4). O relacionamento entre
pais e filhos não é fácil porque existem percepções diferenciadas em relação à
vida. Crianças e jovens, principalmente os adolescentes, não entendem que as
instruções paternas são para o bem. É próprio dessa idade os filhos pensarem
que sabem de tudo, e que os pais são antiquados e chatos. Por isso, os pais
precisam desenvolver um ambiente amigável, serem capazes de respeitas os
espaços dos filhos, sem fugir da responsabilidade. Nesses tempos de redes
sociais, há filhos que interagem com várias pessoas ao mesmo tempo, menos com
os pais. E esses correm tanto que se aproximam dos filhos apenas para
criticá-los ou repreendê-los. Muitos conflitos poderão ser evitados se pais e
filhos investirem em relacionamentos saudáveis.
CONCLUSÃO
Os conflitos acontecem porque marido, mulher,
filhos e filhas são pessoas caídas, portanto, pecadoras. Mas esses conflitos
podem ser atenuados na medida em que a família se distancia dos interesses
carnais, favorecidos por Satanás e o mundo, e se volta para Deus. Atentemos
para algumas orientações cristãs na resolução dos conflitos familiares: ore
(Ef. 2.16), aprenda a ser flexível quando necessário (Fp. 2.2,4), externe o
sentimento, isso pode ser terapêutico (I Pe. 3.8), se for o caso, peça perdão
(Mt. 6.12), e esteja disposto a colocar-se no lugar do outro, evitando avaliar
tudo do seu ponto de vista (Mt. 7.5; Gl. 5.14). Esses encaminhamentos são
fundamentais para a reconciliação no ambiente familiar (Cl. 3.12-14),
BIBLIOGRAFIA
ADAMS, J. E. A
vida cristã no lar. São Paulo: Fiel, 2011.
KOSTENBERGER, A. J. JONES, D. J. Deus, Casamento e Família:
reconstruindo o fundamento bíblico. São Paulo: Vida Nova, 2011.
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