Igreja Evangélica
Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência
das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor
Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo
Amaro – CEP. 50040 – 000 Fone: 3084
1524
3º TRIMESTRE 2015
(1
Tm 5.17-22; 6.9-10)
INTRODUÇÃO
Nesta lição, estudaremos acerca de alguns conselhos gerais que o
apóstolo Paulo passou ao seu filho na fé, Timóteo, o jovem ministro da igreja
que estava em Éfeso. Os capítulos de número cinco e seis são riquíssimos em
orientações. Nesta lição veremos admoestações quanto ao trato com os irmãos;
quanto aos falsos mestres; no que diz respeito a ilusão das riquezas e o que
realmente devemos como cristãos priorizar, pois, onde estiver o nosso tesouro,
ai estará o nosso coração (Mt 6.20,21).
I – DEFINIÇÃO DE CONSELHO
O Aurélio define
conselho como “advertência que se emite; aviso; admoestação; censurar ou
repreender com brandura” (FERREIRA, 2004, p.
528). Já o Houaiss define a palavra conselho como “opinião”,
“parecer”, “sabedoria”, “bom senso”.
O dicionário Vine diz que do grego “gnome” relacionado a “gnosko”,
quer dizer: “opinião sobre algo que deve ser feito”, “saber,
conhecer, perceber”, “julgamento”, “conselho”
(VINE, 2002, p. 495).
II – CONSELHOS QUANTO AO
TRATO COM OS IRMÃOS
No capítulo cinco de
sua primeira carta, o apóstolo Paulo orienta ao jovem pastor Timóteo que a
igreja, como uma grande família de Deus (Ef. 2.19), possui membros de diversas
faixas etárias, e que na relação interpessoal essa diferença deveria ser
considerada com relação ao trato, porém, sempre alicerçada no amor, respeito e
consideração (Lv 19.17,18; Mt 22.39; Mc 12.31; Gl 5.14; Fp 2.3).
2.1 Tratamento com pessoas
idosas (I Tm 5.1,2-a). “Não repreendas asperamente os anciãos (idosos), mas admoesta-os
como a pais,(...) mulheres idosas com a mães”. O apóstolo ensina que devemos tratar as pessoas
idosas com amor e ternura. A palavra admoesta-os no grego “parakalei”
significa: “chame-o a parte”, “console-o”, “exorte-o”.
O AT orientava o respeito aos idosos: “Fiquem
de pé na presença de pessoas idosas e os tratem com todo respeito” (Lv 19.32 – Nova Tradução na Linguagem
de Hoje). A honra, consideração e amor
aos idosos sempre foi um ensino no AT (Lv 19.32; Sl 71; Pv 16.31; 23.22),
ratificado por Jesus (Mt 15.3-9; Jo 19.26,27), e propagado por Paulo (I Tm
5.1,2).
2.2 Tratamento com os mais
jovens (I Tm 5.1-b). “(...)
a jovens, como a irmãos;” - aos de menos idade, Paulo orienta que o
relacionamento com esses irmãos deveria ser com amor, respeito e consideração
(Jo 13.34; 15.17; 1 Co 14.1; 16.14; Fp 2.3; 1 Pe 1.22).
2.3 Tratamento com os de
sexo oposto (I Tm 5.2). “(...) às
moças, como a irmãs, com toda pureza (…)”. O apóstolo ressalta que no que tange ao
relacionamento com sexo oposto, além do amor, respeito e consideração, abordado
no tópico acima, o cristão deve enxergá-las como filhas de Deus, noiva do
Cordeiro, tendo zelo por elas com “(...) zelo de Deus (...)” (II
Co 11.2), com a finalidade de prepará-las, ajudá-las, incentivá-las na Igreja,
a constituírem família, a amarem os maridos, terem filhos, serem sensatas,
honestas e boas donas de casa (Tt 2.4,5).
2.4.Trato com as viúvas (I
Tm 5.3-16). “Honra as viúvas que verdadeiramente são viúvas...” Nestes versículos, o apóstolo aborda sobre dois
tipos de viúvas: as idosas e as jovens. Às viúvas idosas obedeceriam a um
critério de inscrição na lista dos necessitados da igreja (vs. 4,5,9,10). Se
ela, mesmo tendo sessenta anos, tivesse filhos, netos, ou até mesmo algum
parente crente, tal viúva deveria ser sustentada por sua família (v. 4,16),
para não ser pesada à igreja (v. 16). Já para às viúvas novas, o apóstolo
recomenda que “(...) Se casem, criem filhos, sejam boas donas de casa e
não deem ao adversário ocasião favorável de maledicência” (v. 14). A
Igreja em Pernambuco, por meio do PROAT – Programa de Apoio a Terceira
Idade, tem procurado identificar e ajudar as necessidades dos viúvas idosas.
2.5 Trato com os obreiros (I Tm 5.17-25). “Os presbíteros que governam
bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que
trabalham na palavra e na doutrina... Não aceites acusação contra o presbítero”.
Com relação aos obreiros, Paulo orienta a Timóteo a não aceitar qualquer
acusação contra ele; deveria se observar um critério (v.19), pois não há quem
seja mais exposto a calúnia e a ultraje do que os líderes da igreja. Isto
porque no exercício de seu ofício, sempre haverá pessoas insatisfeitas com a
doutrina, inimigos do Evangelho que procurarão “se vingar” dos obreiros da
Igreja (Dt 13.13; At 15.24; II Co 11.13; Gl 2.4; Fp 3.2,18,19; 1 Jo 2.9). Uma
vez cometido uma falta, o obreiro é disciplinado como qualquer outro membro,
pois ele só é obreiro, porque é membro da Igreja. Sua disciplina é realizada
pela igreja, como ensina o apóstolo Paulo: “(...) já determinei (...) que
o que tal ato praticou, em nome do Senhor Jesus Cristo, junto vós e o meu
espírito (...) seja entregue a Satanás (...)” (1 Co 5.3-5).
A
Igreja é quem disciplina, reconcilia, aclama e exclui qualquer membro da igreja
(II Co 2.5-11; Hb 12.11).
2.6 Trato com os senhores (I Tm 6.1-2). “Todos os servos que estão
debaixo do jugo estimem a seus senhores por dignos de toda a honra, para que o
nome de Deus e a doutrina não sejam blasfemados” Nas relações de
trabalho, as recomendações paulinas é que os servos “empregados”, obedeçam aos
empregadores, respeitando-o, cumprindo com os compromissos de seu trabalho (Fp
4.8), para que o nome de Deus e a doutrina não sejam blasfemados. Pois a
rebeldia, preguiça, ineficiência no trabalho são atitudes que vão de encontro
ao princípio estabelecido por Deus para a vida humana, que criou o trabalho (Gn
2.15; Dt 8.11-18), e que o mesmo deveria ser utilizado para a glória de Deus
(Rm 11.36; I Co 10.31; Cl 1.15,16; Hb 2.10,13,20,21).
III – CONSELHOS GERAIS
QUANTO A FALSOS MESTRES
Paulo orienta a Timóteo a tomar cuidado com os
falsos mestres, e elenca algumas características desses falsos obreiros.
Vejamos:
3.1 Traz outra doutrina (I
Tm 6.3). “Se alguém ensina alguma outra doutrina (...)”. Uma
das grandes características do falso mestre é a difusão de outra doutrina.
Algumas pessoas tem se desviado da fé por não observarem os conselhos paulinos
com relação a preservação doutrinária (Gl 1.7,8,9; 1 Tm 1.5-7, 18-20;
4.1,6,7,14-16; 6.11-16, 20; 2 Tm 1.13; 2.14; 3.14-17).
3.2 Não concorda com a
doutrina (I Tm 6.3). “(...) e não
concorda com as sãs palavras” (Almeida Revista Atualizada). No NT,
temos homens como Himeneu e Alexandre (1 Tm 1.20; 2 Tm 4.14,15); Fileto (1 Tm
6.21; 2 Tm 2.17); Demas (2 Tm 4.10); Diótrefes (3 Jo 9-11), que são exemplos de
maus obreiros que procuravam desestabilizar a unidade da igreja.
3.3 Seu ensino busca apenas sua autopromoção (I
Tm 6.4). “(...) É soberbo, nada sabe (...)”. O estrelismo sempre
será o objetivo do falso mestre. Para ele, os que estão ao seu redor, sabem
menos que ele, são ignorantes, desinformados, e por isso, caem na armadilha da
soberba que foi o pecado de Satanás (Is 14.13-15; Ez. 28.13-18). Entretanto,
toda soberba sempre precederá uma ruína (Pv 16.18; 29.23; Sl 101.5; Jr. 13.9;
48.29-47).
3.4 Gosta de discussões e
debates da doutrina (I Tm 6.4). “(...)
mas tem mania por questões e contendas de palavras (...)”. Esses falsos
mestres gostam promover discussões infrutíferas (1 Tm 1.6,7); “(...)que
produzem de invejas, provocações, difamações, suspeitas malignas. Altercações
sem fim, por homens cuja mente são privados da verdade (...)” (1 Tm
6.4,5 – Almeida Revista Atualizada). Acerca destes, Paulo recomenda a Timóteo: “Tu,
ó homem de Deus, foge destas coisas(...)” (v. 11). O cristão deve ler a
Bíblia para sua edificação, e não para promover debates que não promovem
edificação alguma.
IV – CONSELHOS GERAIS
QUANTO A BUSCA DESENFREADA DAS RIQUEZAS
Paulo passa, agora, a orientar Timóteo quanto ao
perigo de se adquirir riquezas, e adquiri-las a qualquer custo. Ele mostra que
o cristão que assim procede está ignorando que a vida não consiste em riquezas:
“Nada trouxemos para este mundo, é
manifesto que nada podemos levar dele.” (1 Tm 6.7), que Deus é o dono de tudo (Dt. 8.11-18; Sl 24.1; Rm
11.36) e que o contentamento deve estar presente em nossa vida: “Tendo, porém, com o que nos cobrirmos,
estejamos com isso contentes” (1 Tm 6.8). (As consequências para os que buscam
as riquezas de forma desenfreada” (I Tm 6.9,10). Porém, os que
desprezam tais verdades diz Paulo: (a) Caem em tentação; (b) Em
laços; e, (c) Em muitas concupiscências loucas e nocivas, levando a
perdição e ruína (1 Tm 6.9). Mas Timóteo deveria seguir: a justiça, a piedade,
a fé, o amor, a paciência, e a mansidão (1 Tm 6.11).
CONCLUSÃO
Nestes dois últimos
capítulos de primeira carta a Timóteo, pudemos perceber, o cuidado pastoral de
Paulo ao orientar, não só o pastor Timóteo, mas a Igreja em Éfeso, sobre os
mais diversos assuntos relacionados à vida cristã e ao bom desenvolvimento do
relacionamento interpessoal dos membros na Igreja, demonstrando assim, como
pastor e apascentador, o seu amor pelo rebanho.
REFERÊNCIAS
·
BARCLAY, William. Comentário Biblico do Novo
Testamento: 1 Timóteo.
·
CHAMPLIN, R. N. Dicionário
de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
·
FERREIRA, Aurélio Buarque
de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Editora Positivo.
·
KELLY, J.N.D. I, II Timóteo e Tito:
Introdução e comentário. CULTURA BÍBLICA.
·
PFEIFFER, Charles F. Comentário Bíblico
Moody: Daniel. Editora Batista Regular.
- STAMPS, Donald C. Bíblia
de Estudo Pentecostal. CPAD.
·
VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
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