Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das
Escolas Bíblicas Dominicais
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José Alves
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1º
TRIMESTRE DE 2016
(Jo 3.18-19; Ap 20.11-15)
INTRODUÇÃO
Também conhecido como o Grande Trono
Branco, o Juízo Final será o último dos julgamentos escatológicos, onde anjos e
homens serão julgados pelo próprio Senhor Jesus e também por Sua Igreja. Nessa
ocasião, os ímpios falecidos de todas as
épocas ressuscitarão (Mt 10.28; Ap 20.11-15), os livros do céu serão abertos, e
os mortos serão julgados pelo que está escrito nos livros (Ap 20.11,12). Nesta lição, veremos como se dará os três julgamentos
futuros; definiremos o que será o Juízo Final; explicaremos quem será o juiz,
quem será julgado e quais são as bases desse julgamento; e, finalmente, veremos
o que o livro do Apocalipse revela sobre este evento.
I – OS TRÊS JULGAMENTOS FUTUROS
De acordo com as profecias bíblicas, três
julgamentos ocorrerão no futuro, sendo que, em ocasiões diferentes, para propósitos distintos e para pessoas
específicas. Notemos a tabela abaixo e vejamos as diferenças:
JULGAMENTO
|
TRIBUNAL
DE CRISTO
|
JULGAMENTO
DAS NAÇÕES
|
JUÍZO
FINAL
“TRONO
BRANCO”
|
Quando será
|
Após o Arrebatamento
(Ap 22.12).
|
Após a Grande
Tribulação (Mt 25.31-33).
|
Após a última revolta
do Diabo (Ap 20.11-15).
|
Para quem será
|
Para os salvos que
serão ressuscitados e arrebatados (Rm 14.10).
|
Para os que
sobreviverem na Grande Tribulação (Mt 25.32).
|
Para todos os vivos e
mortos ímpios e os anjos caídos (Jd 6; Ap 20.12).
|
Os propósitos
|
Galardoar os salvos
(II Co 5.10).
|
Decidir quem entrará
no Reino Milenial (Mt 25.34-46).
|
Salvação ou condenação
eterna (Ap 20.14,15).
|
II - O QUE É O JUÍZO FINAL
Será
o último de todos os julgamentos. O
Pr. Claudionor de Andrade define como sendo o “Julgamento Final e universal que
terá lugar, segundo o programa divino, na consumação de todas as coisas (I Co
15.24; Ap 20.10,11). O Juízo Final também é conhecido como o Grande Trono
Branco” (ANDRADE, 2006, p. 152). Vejamos algumas informações importantes acerca
desse evento escatológico:
2.1 Quem será o juiz? Em Apocalipse, “aquele que se assenta sobre o trono”
frequentemente se refere a Deus (Ap 4.2,4,9,10). Porém, em João 5.22, lemos
que: “o Pai a ninguém julga, mas deu ao filho todo o juízo”. E,
em Rm 2.16, Paulo escreve sobre o “dia em que Deus há de julgar os
segredos dos homens, por Jesus Cristo”. Portanto, o próprio
Jesus será o juiz nesse julgamento (At 17.31; Fp 2.10,11; II Tm 4.1). De acordo
com a Palavra de Deus, o Senhor Jesus será o juiz em todos os julgamentos
escatológicos. Comparemos:
- No Tribunal de Cristo. Após o Arrebatamento, Ele galardoará a Igreja
(II Tm 4.8; Ap 22.12);
- No julgamento das nações. Ele julgará os que sobreviverem a Grande
Tribulação (Mt 25.31,32);
- No Trono Branco. Jesus condenará os ímpios e os ajnos caídos (Mt
8.29; Ap 20.13). A ressurreição dos ímpios ocorrerá por ocasião do Juízo
do Grande Trono Branco, após o reino milenar de Cristo (Ap 20.7,11-15).
2.2 Quem será julgado? “O Juízo Final será o julgamento dos ímpios vivos e mortos, termo que
aparece quatro vezes em Ap 20.11-15” (ZIBORDI, 2008, p. 547). “Os
mortos, grandes e pequenos, diz respeito a todas as pessoas que viveram ao
longo da história e, a despeito de sua posição social, que morreram sem aceitar
o sacrifício de Jesus Cristo por seus pecados” (LAHAYE, 2008, p. 252). Nessa
ocasião, serão julgados:
- Todos da segunda ressurreição que é a dos ímpios (Dn
7.9,10; 12.2; Mt.25.46; Jo 5.28,29; Ap 20.5,6);
- Os ímpios de todos as eras que rejeitaram a
Cristo e a sua Palavra (Ap 20.11-15);
- Os anjos caídos (II Pe 2.4; Jd 6). Satanás não
será julgado nesta ocasião, pois, já terá sido lançado no lago de fogo,
juntamente com o Anticristo e o Falso Profeta (Ap 19.20; 20.10).
2.3 As Bases do Julgamento. Cada um será julgado por suas obras (Jo 3.18,19; Hb 2.2; Ap 20.11-15).
Por isso, as obras dos homens, boas ou más, estão sendo registradas em
“livros”. A expressão ‘livros’ é metafórica, pois Deus não precisa de elementos
materiais para se lembrar dos atos dos seres humanos (RENOVATO, 2016, p.132).
2.4 Como o julgamento será de acordo com as suas obras
de cada um, haverá diferentes graus de castigo (Mt 11.21-24; Lc 12.47,48; Ap
20.12). Nessa ocasião, os ímpios falecidos
de todas as épocas ressuscitarão com seus corpos literais e imortais, porém
carregados de pecados (Mt. 10.28; Ap. 20.15). O registro de todos os atos e
pensamentos, inclusive aqueles feitos em segredo serão revelados (Ec 12.14).
Sete livros serão abertos no juízo final e a palavra "livros",
está no plural; indicando a variedade de livros que serão abertos no julgamento
dos mortos quando tudo vai ser revelado neste dia.
- 1º - LIVRO DOS ATOS DOS HOMENS (Ap. 20.12);
- 2º - LIVRO DA CONSCIÊNCIA (Rm. 2.15; 9.1);
- 3º - LIVRO DA MEMÓRIA (Lc. 16.25);
- 4º - LIVRO DO EVANGELHO (Jo. 12.48; Rm. 2.16);
- 5º - LIVRO DA LEI (Jo 12.48; Rm. 2.12; 3.20);
- 6º - LIVRO DA NATUREZA (SI. 19. 1-4);
- 7º - LIVRO DA VIDA (Ap. 20.12).
III – COMO SERÁ O JUÍZO FINAL
Em Ap 20.11-15 o apóstolo João descreve detalhes de
como se dará o Juízo Final. Vejamos:
3.1 “E vi um grande trono branco” (Ap 20.11a). “A palavra ‘trono’ ou ‘tronos’, no grego, é ‘thonos’.
É usada no Novo Testamento com o sentido de ‘trono real’ (Lc 1.32,52), ou com o
sentido de ‘tribunal judicial’ (Mt 19.28; Lc 22.30). “Em Apocalipse 20.11-15
João descreve o cenário de um severo julgamento: um grande trono branco. Ele
classifica-o como ‘grande’ por causa da grandeza de quem o ocupa e da
importância do julgamento proferido ali; e ‘branco’ por causa da pureza de quem
nele se assenta e da justiça que nele ocorrerá” (LAHAYE, 2008, p. 252).
3.2 “... e o que estava assentado sobre ele, de
cuja presença fugiu a terra e o céu, e não se achou lugar para eles” (Ap
20.11b). Assim como o sol, ao nascer, ofusca
a luz da lua e das estrelas, que não podem ser vistas devido a claridade do
sol, o mesmo ocorrerá com a terra e o céu, quando o Filho de Deus se manifestar
na sua excelsa glória, para julgar os ímpios (Ap 20.11,12) e os anjos caídos
(II Pe 2.4; Jd 6). A glória e o esplendor desse trono é tão imensa, que até
mesmo o céu e a terra serão ofuscados diante da imensidão do Trono Branco.
3.3 “E vi os mortos, grandes e
pequenos, que estavam diante do trono” (Ap 20.12). No julgamento do Trono Branco, os ímpios de todas as
classes sociais hão de ressuscitar para serem julgados (At 17.31; Rm 2.16; I Pe
4.5). A expressão “grandes” e “pequenos” refere-se
a posição social que a pessoa ocupou quando viveu na terra. Os “grandes” são os
reis, os imperadores, os presidentes, os governadores, os ministros; enquanto
que os “pequenos” são os servos, os pobres, as pessoas simples, os mendigos,
etc. Isto nos ensina que no julgamento do Trono Branco não haverá acepção
de pessoas (At 10.34; I Pe 1.17).
3.4 “E deu o mar os mortos que nele havia; e a
morte e o inferno deram os mortos que neles havia” (Ap 20.13). Estes mortos saídos do mar são aqueles que morreram
afogados, ou foram lançados ao mar, depois de mortos, e que nunca foram
encontrados e por isso não foram sepultados. “Quanto ao vocábulo ‘morte’ tem um
sentido figurado. Trata-se de uma metonímia (figura de linguagem expressa
pelo emprego da causa pelo efeito ou do símbolo pela realidade), numa
alusão a todos os corpos de ímpios, oriundos de todas as partes da Terra, seja
qual for a condição deles. Todos ressuscitarão para comparecer perante o Justo
Juiz” (Fp 2.10,11; II Tm 4.1) (ZIBORDI, 2008, p. 547).
3.5 “E a morte e o inferno foram lançados no lago
de fogo” (Ap 20.14). “É provável
que este versículo seja o cumprimento real, daquilo que profetizou Is 25.8, e
citado por Paulo em seu argumento sobre a ressurreição, em 1Co 15.26, onde é
descrito que o ‘...último inimigo que há de ser aniquilado é a morte’.
Isso significa um triunfo total de Cristo e dos santos. A morte, como aliada do
pecado, será destruída juntamente com o pecado; o Hades não envolverá mais
terrores, para os santos nos céus, pois a morte não mais existirá (Hb 2.15; Ap
21.4)” (SILVA, 2010, p. 183).
3.6 “E aquele que não foi achado escrito no livro
da vida foi lançado no lago de fogo” (Ap 20.15). “A palavra hebraica que descreve o lago de fogo no AT é ‘tofete’
(Is 30.33; Jr 7.31-32) e, no NT é ‘geena’ (Mt 5.22,29,30; 10.26;
23.14,15,33). Jesus empregou o termo ‘geena’ 11 vezes (Mt 5.22,
29, 30; 23.15, 33; Mc 9.43, 45, 47; Lc 12.5). Em cada caso, Jesus advertiu
sobre as consequências do pecado. Ele descreve este lugar como o local ‘...onde
o seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga’ (Mc 9.46)” (SILVA,
2010, p. 184).
CONCLUSÃO
Depois
do Reino Milenial, após a última revolta de Satanás, o Senhor Jesus, mais uma
vez, sentará no Trono, desta feita para julgar os ímpios e os anjos caídos,
juntamente com a Sua Igreja. E, aqueles cujos nomes não estão escritos no Livro
da Vida, serão lançados no Lago de Fogo e sofrerão eternamente.
REFERÊNCIAS
- GILBERTO, Antônio. O Calendário da Profecia.
CPAD.
- LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de profecia
Bíblica. CPAD.
- RENOVATO, Elinaldo. O Final de Todas as
Coisas. CPAD.
- SILVA, Severino Pedro da. Apocalipse Versículo
por Versículo. CPAD.
- ZIBORDI, Siro Sanches. Teologia Sistemática
Pentecostal. CPAD.
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