Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 –
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1º TRIMESTRE DE 2016 (Lc 16.19-26)
INTRODUÇÃO
Ao contrário do que muita gente pensa, a vida não termina na sepultura.
Pelo contrário, após a morte, todos os seres
humanos vão para o Estado
Intermediário aguardar a ressurreição, para serem conduzidos ao seu destino
eterno. Nesta lição, veremos o sentido
do termo Estado Intermediário; explicaremos a condição dos justos e dos ímpios após a morte
física; destacaremos algumas
heresias sobre o Estado Intermediário; e, finalmente, estudaremos a doutrina da ressurreição dos mortos e o destino
final dos justos e dos ímpios.
I - O QUE É O ESTADO INTERMEDIÁRIO
O Estado Intermediário é a situação
em que se encontram todos os mortos, quer tenham morrido salvos, ou não. Dá-se
o nome de "intermediário" porque as almas nesse estado aguardam o dia em que ressuscitarão, para a vida eterna ou para
a perdição eterna (Dn 12.2; Jo 5.28,29).
Noutras palavras, é o estado das pessoas
entre a morte física e a ressurreição. “A história do rico e Lázaro dá-nos um panorama bastante
claro desse Estado (Lc 16.19-31). Para os que dormiram em Cristo, o período intermediário há de
terminar com o Arrebatamento da Igreja (1Ts 4.13-17). Já para os que morreram em seus pecados, há de perdurar até a última
ressurreição, quando eles serão submetidos ao Juízo Final (Ap 20.11-15)” (ANDRADE, 2006, p. 106).
Antes da morte de Cristo. De acordo com Lc 16.19-31, o Sheol (hebraico) ou Hades (grego) dividia-se em três partes distintas. A primeira parte é o lugar dos justos, chamada
“seio de Abraão”
ou “lugar de consolo” (Lc 16.22,25;
23.43). A segunda é a parte dos ímpios, denominada “lugar de tormento” (Lc
16.23). A terceira fica entre a dos justos e a
dos ímpios, e é identificada como “lugar de trevas” ou “abismo” (Lc 16.26; 2Pe
2.4; Jd v.6). Portanto, antes da morte de
Jesus, todos os mortos eram conduzidos ao Sheol, mas ficavam em lugares opostos
e em situações distintas.
Depois da morte de Cristo. “Jesus, antes de morrer por nós, prometeu aos seus que as
portas do inferno ( hades) não prevalecerão contra a Igreja (Mt 16.18).
Isto mostra que os fiéis de Deus, a partir dos dias de Jesus, não mais desceriam
ao hades. Esta mudança
ocorreu entre a morte e ressurreição do Senhor, pois Ele disse ao ladrão arrependido:
‘Hoje estarás comigo no paraíso’
(Lc 23.43). Paulo diz a respeito do assunto: ‘Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro, e concedeu dons aos homens’
(Ef 4.8,9). Entende-se, pois, que Jesus,
ao ressuscitar, levou para o Céu os crentes do Antigo Testamento que
estavam no "Seio de Abraão", conforme prometera em Mateus 16.18”.
(GILBERTO, 1985, p. 17). Mas, os ímpios continuam indo para o lugar de tormentos. De acordo com o texto de Lc 16.19-31, tanto justos como ímpios estão vivos, acordados, conscientes e tem lembrança da vida na terra. Porém,
existem algumas diferenças
entre ambos. Vejamos:
O
ESTADO INTERMEDIÁRIO DOS JUSTOS
|
O
ESTADO INTERMEDIÁRIO DOS ÍMPIOS
|
No AT, após
a morte, eram
levados pelos anjos
para o Seio de Abraão (Lc
16.22). No NT são levados ao paraíso
(Lc 23.42,43).
|
Tanto no AT como no NT continuam sendo
levados para o Sheol ou Hades,
após a morte (Lc 16.22).
|
O justo é consolado (Lc 16.25).
|
O ímpio é atormentado (Lc 16.24).
|
Hão de ressuscitar por ocasião do Arrebatamento (1Co 15.51-53; 1Ts 4.13-18).
|
Hão de ressuscitar após o Milênio, por ocasião do Juízo
Final, o Grande Trono Branco (Ap 20.11-14).
|
Aguardam a ressurreição para estar com Cristo
para
sempre (1Ts 4.17).
|
Aguardam a ressurreição para serem lançados
no Lago de fogo onde estrão na
eternidade (Ap 20.15).
|
II – HERESIAS ACERCA DO ESTADO INTERMEDIÁRIO DOS MORTOS
Purgatório. “A Igreja Católica Romana ensina que mesmo os mais fiéis
precisam dum processo de purificação antes
de se tornarem aptos para entrar na presença de Deus. Todavia, não existem nas
Escrituras evidências para tal doutrina, e
existem muitas evidências contrárias a ela. O Novo Testamento reconhece apenas
duas classes de pessoas: as salvas e as
não-salvas. O destino de cada classe determina-se na vida presente
(Mt 7.13,14; Hb 9.27)” (PEARLMAN, 2006, p. 295).
Sono da alma. “Certos grupos,
como os Adventistas do Sétimo Dia, crêem que a alma permanecerá num estado
inconsciente e/ou dormindo
até à ressurreição. Essa crença,
conhecida como “sono
da alma”, é também adotada
por indivíduos em outros grupos religiosos. É fato que a Bíblia denomina de maneira metafórica a morte física como um
sono (1Co 15.51; 1Ts 4.13). No entanto,
ela também nos ensina que, quem “dorme”
é o corpo, e não a alma e o espírito
(Lc 16.20-25; Ap 6.9-11). Logo, embora o corpo entre na sepultura, o espírito e
a alma que se separou do corpo entra no
Sheol, onde vive em estado completamente consciente (Is 14.9-11; Sl 16.10; Lc
16.23; 23.43; 2Co 5.8; Fp 1.23; Ap 6.9)”
(PEARLMAN, 2006, p. 297 – acréscimo nosso).
Reencarnação. “Os espíritas e os adeptos de diversas religiões orientais
(Hinduismo, Budismo, etc) pregam que
existem oito esferas pelas quais os espíritos
devem passar para se purificarem. Ensinam a reencarnação dos mortos, que recebem outra identidade, podendo
reencarnar como seres humanos, animais,
plantas ou como um deus. Mas, a Bíblia
condena essa crença herética (Jo 5.24; Hb 9.27). Ensinam também os espíritas,
que os mortos comunicam-se com os
vivos, através de ‘médiuns’. Mas, Deus proíbe
tal prática (Lv 19.31; 20.6,7;
Dt 18.9-12; Is 8.19-22). Na parábola do rico e Lázaro,
vemos que não é permitida a comunicação dos vivos com os mortos
(Lc 16.27-30)” (LIMA,
2016, p.156).
Aniquilacionismo. “Sustenta esta doutrina estarem
todas as almas sujeitas à extinção ou aniquilação após a morte física. As Escrituras são claras
sobre o fato de que tanto os ímpios como os justos viverão para sempre, e que
no caso dos ímpios sua existência será de sofrimento e castigo consciente (Ec 12,7; Mt 25.46; Rm 2.8-10; Ap 14.11; 20.10,12-15)” (PFEIFFER, 2007, p. 694 –
acréscimo nosso).
Universalismo. Doutrina divorciada das Escrituras, segundo a qual, no final dos tempos Deus, reconciliará todos os seres humanos
e até os anjos caídos a si mesmo, independentemente das obras e dos méritos de
cada um, ou seja, é a ideia de que ninquém será condenado, mas todos serão salvos, inclusive
o Diabo e seus anjos caídos (ANDRADE,
2006, pp. 353,354).
III – A DOUTRINA DA RESSURREIÇÃO
DOS MORTOS
A palavra ressuscitar significa “levantar”, “voltar
à vida”. Assim como a morte física
é a separação da alma e
espírito do corpo (Tg 2.26), a ressurreição é a reunião da alma e espírito ao
corpo (Lc 8.55). Todos que morrem, justos e
injustos, hão de ressuscitar, sendo que, em ocasiões distintas e para destinos diferentes.
A
Primeira Ressurreição. “É a ressurreição dos salvos. A Bíblia diz que é bem aventurado aquele que tem parte na primeira ressurreição (Ap 20.6).
Esta é a ressurreição ‘para a vida eterna’ (Dn 12.2) e dos que fizerem o bem para a
‘ressurreição da vida’ (Jo 5.29)” (LIMA, 2016, p. 151). Ela ocorre em três
fases distintas, a saber: (a) Primeira fase. Já ocorreu. Trata-se da ressurreição de Cristo (Mt 28.1-10;
Mc 16.1-8; Lc 24.1-12; Jo 20.1-18) e de um grupo de santos que ressuscitaram com Ele (Mt 27.52,53); (b)
Segunda fase. Ocorrerá
no futuro, por ocasião do arrebatamento da Igreja, onde os
santos do AT e NT hão de ressuscitar (1Co 15.23,24,51-53; 1Ts 4.16,17); e, (c) Terceira
fase. Diz respeito
a ressurreição as duas Testemunhas, durante a Grande Tribulação (Ap
11.11,12); aos mártires, no final da Grande tribulação (Ap 14.13-16; 15.2;
20.4) e também
aos justos que hão de morrer durante
o Milênio (Ap 20.12).
A Segunda Ressurreição. Abrangerá os ímpios, de todas as épocas. Ocorrerá após o Milênio, por ocasião do Juízo
Final (Ap 20.5,11-15). “No Apocalipse, fica claro que haverá uma segunda
ressurreição, que será para aqueles que
passarão pela ‘segunda morte’, ou seja, os ‘perdidos’ ou ‘ímpios’ (Ap 20.6). O salvo só morre uma vez. Mas, o ímpio morre duas vezes: a morte física e a
espiritual” (LIMA, 2016, p.151).
IV – O ESTADO FINAL DOS JUSTOS E ÍMPIOS
O Destino final dos justos. Por ocasião do Arrebatamento da Igreja, os justos que já morreram
hão de ressuscitar, e se
unirão aos vivos, que serão arrebatados (1Co 15.51-53; 1Ts 4.13-18). Eles serão
conduzidos ao céu, onde participarão
do Tribunal de Cristo (Rm 10.14; 2Co 5.10; Ap 22.12) e da celebração das Bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9). Depois, voltarão com Jesus à Terra, para
participarem do Milênio (Ap 19.11-14; 20.1-6). Após o Milênio, habitarão na Nova Jerusalém (Ap 21,22), onde estarão, por toda eternidade, na presença do Deus Trino (Jo 14.1-3;
2Co 5.8; Fp 1.23; Ap 21.3); e estarão livres de todo sofrimento, pois, ali não haverá mais morte, nem clamor, nem dor (Ap 21.4); nem coisa
alguma que contamine (Ap 21.8,27; 22.15).
O
destino final dos ímpios. “O destino
dos ímpios é estar eternamente separados de Deus e sofrer
eternamente o castigo que se chama a segunda
morte (Sl 9.17; Ap 2.11). Devido à sua natureza
terrível, é um assunto diante do qual se
costuma recuar; entretanto, é necessário tomar conhecimento dele, pois é uma
das grandes verdades da divina revelação.
O inferno é um lugar de: extremo sofrimento (Ap 20.10), onde é lembrado e
sentido o remorso (Lc 16.19-31), inquietação
(Lc 16.24), vergonha e desprezo
(Dn 12.2), vil companhia (Ap 21.8) e desespero (Pv 11.7; Mt 25.41) (PEARLMAN, 2006, p. 297). O sofrimento será terrível (Mt 13.42,50; Mc 9.47,48; 25.30) e também eterno (Dn 12.2; Mt 7.13; 25.46).
CONCLUSÃO
Após a morte física, as almas dos homens vão para o Estado Intermediário, que já é um lugar de gozo para os salvos,
e de tormentos para os pecadores. Os ímpios são conduzidos ao Hades, e, os justos ao Paraíso,
onde aguardam a ressurreição. Após a ressurreição e o
julgamento do Trono Branco, os ímpios serão lançados no lago de fogo. E os justos, depois de haverem ressuscitado,
desfrutarão de uma eternidade feliz com Cristo.
REFERÊNCIAS
·
GILBERTO, Antônio. O Calendário da Profecia. CPAD.
·
LAHAYE, Tim. Enciclopédia Popular de profecia Bíblica. CPAD.
·
PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. VIDA.
·
PFEIFFER, Charles F. et al. Dicionário Bíblico Wyclliffe. CPAD.
·
RENOVATO, Elinaldo. O Final de Todas as Coisas. CPAD.
·
STAMPS, Donald. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
·
ZIBORDI, Siro Sanches. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
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