Texto Áureo: I Jo. 2.15,16 – Leitura Bíblica: Ap.
2.12-17
Prof. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
Na
aula de hoje estudaremos a respeito da Carta de Jesus à Igreja de Pérgamo. O
principal problema dessa igreja era a substituição da verdade pelo erro.
Inicialmente, contextualizaremos a igreja na cidade, mostraremos que se tratava
de uma igreja que negociava a verdade, fazendo conchavos com o mundo, e, ao
final, concluiremos ressaltando que a verdade triunfará sobre o erro.
1. A IGREJA DE PÉRGAMO
A
palavra “pérgamo” significa “casado”, mas, pelo que depreendemos desta carta,
aquela igreja estava casada com o mundo, não com Cristo. Do ponto de vista
histórico, Pérgamo era uma das cidades mais importantes da Ásia. Tratava-se de
um centro cultural, famoso por sua biblioteca com mais de 200.000 pergaminhos,
a segunda maior do mundo, menor apenas que a de Alexandria. O nome pergaminho
vem justamente dessa cidade, isso porque no Século III a. C., o rei de Pérgamo,
Eumenes, decidiu transformar a biblioteca de Pérgamo na maior do mundo. Para
tanto, convenceu Aristófanes de Bizâncio, bibliotecário de Alexandria, a vir
para Pérgamo. Ptolomeu, que era o rei do Egito, se revoltou, e em resposta,
embargou o envio de papiro para Pérgamo. A saída foi a criação do pergaminho,
material de couro alisado, que veio a superar o papiro. Mas aquela cidade não
era apenas um grande polo cultural, havia também naquele lugar uma
religiosidade efervescente. No topo da Acrópole se encontrava o templo a Zeus,
considerada uma das sete maravilhas do mundo antigo. O deus Esculápio era
também cultuado naquela cidade, famoso pelos sacerdotes-médicos, onde estava
edificada uma escola de medicina. Havia uma mistura entre os conhecimentos
médicos e a religiosidade pagã. As curas, na maioria das vezes, eram atribuídas
a Esculápio – o deus serpente. O imperador também era adorado em Pérgamo, no ano
29 d. C., foi construído o primeiro templo a um imperador vivo, na época
Augusto.
2.
UMA IGREJA QUE NEGOCIA A VERDADE
A
situação da igreja de Pérgamo era bastante parecida com a que testemunhamos
hoje em muitos contextos. A igreja, a fim de tirar proveito do império, e de se
enquadrar diante das demandas culturais, acabou por fazer concessões, abrindo
mão da verdade, em favor do erro. Como Balaão, que fora contratado por Balaque
para amaldiçoar Israel (Nm. 25; 31.16), não são poucas as igrejas que se deixam
seduzir pelo deus Mamon (Mt. 6.24). Como o anjo da igreja de Pérgamo, muitos
pastores se desviam facilmente da verdade quando recebem alguma proposta
política, por meio da qual tirarão algum proveito financeiro. Tais pastores, à
moda de Balaão, incitam o povo a pecar, fazem aberturas que consideram
“politicamente corretas”, dominados pela ganância (II Pe. 2.15; Jd. 11). Por
esse motivo, a igreja de Pérgamo estava atrelada à doutrina dos nicolaítas,
isto é, a um anomismo, ou negação de qualquer princípio. O liberalismo moral
tem conduzido muitas igrejas à ruina, distanciando-as da Palavra de Deus (Gl.
5.1; Rm. 6.1; Jd. 4). A fim de agradar aos ouvintes, que não mais querem ser
rotulados de pecadores, alguns pregadores estão deixando de pregar todo o conselho
de Deus (I Tm. 4.1-4). O pecado precisa ser admitido para que se chegue ao
pleno arrependimento. A própria fonte do pecado deve ser identificada, pois é o
próprio Diabo. O mundo jaz no Maligno, Satanás está no controle dos valores que
são defendidos diariamente nos meios de comunicação de massa (Jo. 12.31; Ef.
2.2; 6.12). O consumismo, a pornografia, entre outros são postos como verdades
aceitas, mas não passam de engano, repassados desde a antiga serpente (Gn.
3.1-4; Ap. 12.9; II Co. 4.4), lugar de trevas e escuridão (Lc. 22.53; Ef. 6.12;
Jo. 3.20).
3.
O TRIUNFO DA VERDADE SOBRE O ERRO
Mas
Jesus conclama a igreja ao arrependimento, a tolerância ao pecado deveria ser
revista. A igreja de Pérgamo deveria abandonar o erro e se voltar para a
doutrina verdadeira. A falta de arrependimento resultaria em juízo, ainda que
essa seja uma mensagem impopular nos dias modernos, a igreja não pode se furtar
a declarar que Cristo é o Senhor e Juiz (At. 10.42). Ele é quem tem a espada
aguda de dois fios, que é viva e eficaz (Hb. 4.12; Ef. 6.17). Contra o erro,
que solapa a firmeza da igreja, não há outra saída, a voltar para a Palavra de
Deus. Muitas igrejas ditas evangélicas estão se distanciado do padrão cristão
porque não têm compromisso com o ensinamento bíblico. A liderança, vendida ao
mundo, interessada somente nas barganhas de Satanás, não pregam mais a palavra.
Quando o fazem mutilam totalmente as Escrituras, escolhem passagens isoladas,
ao seu bel prazer, a fim de fundamentarem seus posicionamentos. Mas nem tudo
está perdido, existe, na igreja, como naqueles tempos, aqueles que não negam a
fé em Cristo, os quais, como Antipas, são fiéis testemunhas. De acordo com a
tradição, Antipas, cujo nome significa “contra todos”, era o pastor da igreja
de Pérgamo, que se recusava a aceitar o status político daqueles dias. Ele foi
morto pelo império Romano, talvez incriminado como subversivo, mas Cristo o
declara: “minha fiel testemunha”. Assim acontece com aqueles que não se dobram
diante das ameaças de Satanás. Em vários lugares o poder estatal é usado para
martirizar aqueles que com coragem declaram sua fidelidade a Jesus.
CONCLUSÃO
Jesus,
o Senhor, tem uma promessa para aqueles que forem fiéis. Eles receberão o maná
escondido, que é o próprio Cristo, o pão vivo que desceu do céu (Jo. 6.35; Hb.
9.4). Trata-se de uma comunhão profunda com Cristo que o mundo não conhece.
Eles também receberão uma pedra branca, com um novo nome escrito, o qual
ninguém conhece senão aqueles que a recebem. Essa pedra, com base nos costumes
antigos, pode ser a absolvição que vem do Justo Juiz. O mundo, com seus valores
e atitudes, será condenado, mas aqueles que permanecem fiéis à verdade, serão
absolvidos (Rm. 8.1). Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas.
BIBLIOGRAFIA
MAYHUE,
R. O que Jesus diria de sua igreja? São Paulo: Editora Vida, 2005.
STOTT,
J. O que Cristo pensa da igreja. Campinas: United Press, 1999.
0 comentários:
Postar um comentário