INTRODUÇÃO
Nesta lição veremos qual a definição da palavra casamento. Veremos
também que ele é uma instituição divina e como tal é um dom de Deus e um estado
honroso para o homem. Destacaremos ainda quais os propósitos de Deus quanto ao
matrimônio e, por fim, elencaremos qual o plano original do casamento segundo a
Bíblia Sagrada.
I –
DEFINIÇÃO DE CASAMENTO
1.1
Dicionário Aurélio. “Ato solene de união entre duas
pessoas de sexos diferentes, capazes e habilitadas, com legitimação religiosa
e/ou civil”. O artigo 226, parágrafo 3º da Constituição Federal diz que para
efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união
estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei
facilitar sua conversão em
casamento. Como podemos ver, tanto o dicionário como a
Constituição Federal, conceitua o casamento como “união entre duas
pessoas de sexos diferentes”, o que deixa claro que a união
homossexual não pode ser caracterizada como casamento.
1.2
Dicionário Teológico. Instituição que tem por objetivo
legalizar a união entre um homem e uma mulher (CLAUDIONOR, 2006, p. 91). Ainda
pode-se dizer que o casamento é uma instituição social de origem divina,
fundada no princípio da raça humana, para dar origem e sustentação à família
(Gn 2.22-24; Mt 19.4-6). Quanto ao ato, o casamento é um concerto, ou aliança,
feito entre pessoas de sexos opostos – diante de Deus, da família, da igreja –
de serem marido e mulher enquanto viverem (Ml 2.14).
II – CASAMENTO, UMA
INSTITUIÇÃO DIVINA
O casamento não foi
estabelecido por uma lei humana, nem inventado por alguma civilização. Ele
antecede toda a cultura, tradição, povo ou nação. A história do primeiro casal,
Adão e Eva, é apresentada no Antigo Testamento como a gênese do casamento (Gn 2.18-25).
O texto bíblico deixa claro que Deus “formou uma mulher, e trouxe-a a
Adão” (Gn 2.22-b).
Logo, o casamento é uma instituição divina (Mt 19.5,6). O Aurélio define a
palavra “instituição” como: “ato de instituir; criação,
estabelecimento”. Por isso, biblicamente podemos afirmar que estar casado é:
2.1 Um dom de Deus. “mas
cada um tem de Deus o seu próprio dom, um de uma maneira e outro de outra”
(I Co 7.7). Neste texto, o apóstolo Paulo não coloca o
celibato como regra, mas como exceção, pois, esta abstinência deve ser
voluntária (I Co 7.8,9). Logo, quem casa não é menos santo que o que não deseja
casar (I Tm 4.2,3). Afinal de contas, tanto é dom de Deus desejar permanecer
solteiro tanto quanto estar casado. A palavra “dom” no grego “charisma”
significa: “presente” dando a entender que o homem é presenteado por Deus com o
matrimônio (Pv 18.22; 19.14).
2.2 Um estado honroso. O
escritor aos hebreus nos diz: “Venerado seja entre todos o matrimônio e o
leito sem mácula” (Hb 13.4-a). O Aurélio define a palavra veneração
como: “reverência, respeito, admiração, consideração”. Está explícito que o
casamento é uma condição de honra, pois nele o sexo é desfrutado de forma
legal.
III
- O PROPÓSITO DE DEUS PARA O CASAMENTO
3.1
Companhia. O relato bíblico nos
mostra que o homem estava só, pois faltava-lhe uma companheira (Gn 2.20). Deus
viu a necessidade de Adão e providenciou-lhe a mulher para suprir sua carência
“Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma adjutora que esteja como
diante dele” (Gn 2.18). A mulher foi criada para ser a amável
companheira do homem e sua ajudadora. Daí, ela ser participante da
responsabilidade de Adão e com ele cooperar no plano de Deus para a vida dele e
da família por meio do casamento.
3.2
Identificação. No casamento Deus
criou uma pessoa para Adão com quem ele se identificasse. Por isso, fazendo-o
dormir, tirou-lhe uma parte do corpo, para dela fazer uma mulher “E da
costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher,
e trouxe-a a Adão” (Gn 2.22). Deus estava criando não
apenas um outro indivíduo, mas um indivíduo novo, totalmente diferente, com
outro sexo. Adão identificou-se de tal
maneira com a mulher que expressou a respeito dela da seguinte maneira: “Esta
é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será
chamada mulher, porquanto do homem foi tomada” (Gn 2.23).
3.3
Relacionamento. Outro propósito pelo
qual Deus instituiu o casamento foi para que o homem tivesse com quem se
relacionar plenamente. O texto sagrado nos mostra que através do matrimônio
Deus tinha em mente proporcionar ao homem e a mulher um relacionamento de
forma: (1) Física: “e apegar-se-á à sua
mulher”; (2) Sexual: “e
serão ambos uma carne”; e (3) Emocional: o homem que “estava só” (Gn 2.1) agora tinha alguém para dirigir seu afeto (Gn
2.23).
IV - O PLANO ORIGINAL DO CASAMENTO SEGUNDO A
BÍBLIA
A Bíblia declara ser um
livro dotado de autoridade divina, resultante de um processo pelo qual homens
movidos pelo Espírito Santo escreveram textos inspirados por Deus (II Tm 3.16,17;
II Pe 1.19-21). Para nós, crentes em Jesus, o conceito de certo e do errado
deve ter como base a Bíblia Sagrada, a nossa “regra de fé e prática”.
A Bíblia nos mostra que, ao criar Adão e Eva, Deus estabeleceu seu plano para o
casamento. Vejamos abaixo:
4.1 União
heterossexual (Heteros = diferente) +
(sexual = sexo). O relacionamento conjugal só é possível entre
um homem e uma mulher, ou seja, entre um macho e uma fêmea “E criou Deus
o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou”
(Gn 1.27). Qualquer união sexual fora desse padrão, como o
homossexualismo, por exemplo, se constitui violência ao plano original divino
(Lv 18.22; Dt 23.17). Visto que, o objetivo principal do casamento é a
procriação e, biologicamente, a prática homossexual não pode cumprir esse
propósito. Por isso, em
(Rm 8.26-28), Paulo diz que tal comportamento é: (1) “contrário à
natureza”; (2) “sentimento perverso” e (3) “coisas
que não convêm”.
4.2 União Monossomática
(mono = um) + (soma = corpo). Deus, de um ser humano,
fez dois (Gn 2.21,22), e de dois “macho e fêmea” tinha em mente, com o
casamento fazer um “e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.”
(Gn 2.24-c). Logo, Adão e Eva poderiam ser considerados não apenas um corpo,
mas como duas almas e espíritos unidos pelos laços conjugais. Este é mais um
mistério do casamento “serão ambos uma carne” (Gn 2.24). A
expressão em destaque diz respeito a um nível de relacionamento tão íntimo entre um casal, ao ponto de
fazerem com que o marido e a esposa tornem-se uma só pessoa, de tal forma
que beneficiando ou afetando um logo se
atingirá o outro. De modo que amar a esposa, na perspectiva paulina é amar o
seu próprio corpo (Ef 5.28-b).
4.3 União indissolúvel. A
Sagrada Escritura nos revela que no projeto de Deus, o casamento é indissolúvel
“e apegar-se-á à sua mulher” (Gn 2.24-b). A expressão “apegar-se”
no hebraico dãbaq significa: “apegar-se, grudar-se, esconder-se”.
Usado no hebraico moderno no sentido de “colar, aderir”, dabaq traduz
a forma substancial de “cola” e também as ideias mais abstratas de “lealdade e
devoção”. O uso no texto de (Gn 2.24) reflete o significado de um objeto
(pessoa) ser único a outro (VINE, 2002, p. 42). Três termos na Bíblia nos
atestam a indissolubilidade do casamento. Vejamos:
·
Deus diz: “e apegar-se-á à sua mulher” (Gn 2.24-b);
·
Jesus diz: “Deus ajuntou” (Mt 19.6)
·
Paulo diz: “Porque a mulher... enquanto ele viver, está-lhe ligada
pela lei” (Rm 7.2).
Está
claro em toda a Escritura que o casamento deve ser para toda a vida. No Antigo
Testamento, por exemplo o profeta Malaquias repreende os judeus por tratarem de forma
leviana o matrimônio. O Senhor deixa claro que
DETESTA o divórcio (Ml 2.16), pois do marido e da mulher fez um
só (Ml 2.15). No Novo Testamento, o Senhor Jesus, falou explicitamente contra o
divórcio (Mt 19.6). A perspectiva paulina segue o mesmo padrão (Rm 7.2,3; I Co
7.10,11,39). Portanto,
a vontade de Deus para o casamento é que cada cônjuge seja único até que a
morte os separe (Mc 10.7-9). A única exceção se dá em caso de traição (Mt
19.9).
4.4 União monogâmica (mono = um) + (gamós =
casamento). Monogamia, é o sistema de constituição familiar pelo
qual o homem tem uma só mulher e a mulher um só marido. A monogamia é o padrão
divino para o casamento (Gn 2.18). O apóstolo Paulo foi enfático quanto ao
casamento monógamo “cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma
tenha o seu próprio marido”
(I Co 7.2). Há muitos argumentos contra a poligamia, eis alguns deles:
(1) A monogamia foi ensinada por precedência: Deus deu a Adão apenas uma mulher
e a Eva apenas um homem (Gn 2.18); (2) A monogamia foi ensinada por mandamento
(Dt 17.17); (3) A monogamia foi ensinada como um preceito moral contra o
adultério “Não cobiçarás... a mulher do teu próximo (singular)”.
Isso traz implícito que o próximo só poderia ter uma esposa legítima; e (4) A
monogamia é ensinada através das severas consequências decorrentes da
poligamia: Gênesis 26 nos mostra que: ela torna a vida amarga
(v.35); Gênesis 29 afirma que ela causa rivalidade (v.30);
e ódio (v.31). Gênesis 30 mostra que ela leva à
inveja (v.1), à ira (v.2) e a
desavença e brigas (v.8).
CONCLUSÃO
Como
pudemos ver, o casamento é uma instituição de origem divina, seu padrão
encontra-se revelado nas Escrituras Sagradas e o mesmo possui propósitos
específicos, como oferecer companhia ao homem, dando-lhe alguém com quem ele
possa identificar-se e relacionar-se plenamente.
REFERÊNCIAS
·
Bíblia de
Estudo Aplicação Pessoal. CPAD.
·
CHAMPLIN, R. N. Dicionário
de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
·
LOPES, Hernandes
Dias. Casamento, divórcio e novo casamento. HAGNOS
·
ANDRADE, Claudionor de. Dicionário
Teológico. CPAD.
·
VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
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