Texto Áureo: Gn. 2.24
– Leitura Bíblica: Gn. 1.27-31; 2.18-24
Prof. José Roberto A.
Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
INTRODUÇÃO
Diferentes modelos de casamentos
são apresentados à sociedade, principalmente na mídia, como alternativos. Mas,
de acordo com a Bíblia, a Palavra de Deus, existe apenas um padrão bíblico para
o casamento. Na lição de hoje, mostraremos, a princípio, que a Bíblia, a
Palavra de Deus, determina como deve ser o casamento, ainda que as culturas
modernas, e pós-modernas, queiram impor seus modelos antibíblicos.
1. BÍBLIA, PALAVRA DE DEUS
Um dos objetivos principais
daqueles que se opõem ao padrão bíblico para o casamento, é descredenciar a
autoridade da Bíblia. Para tanto, afirmam que a Bíblia não passa de um livro
humano, e que, por isso, é produto da cultura e de uma época. Por conseguinte,
tentam inculcar na sociedade que os valores exarados nas Escrituras não mais se
aplicam aos dias atuais. É muito comum ouvir expressões tais como “papel cabe
tudo”, ou “a Bíblia é a palavra de homens”. No entanto, uma análise criteriosa
da Bíblia mostrará que ela apresenta consistência interna e externa que
comprava que se trata de Palavra de Deus, não apenas de homens. A Bíblia não é
apenas um livro, mas uma biblioteca – bíblia, plural de livros em grego,
composta de 66 livros, sendo 39 do Antigo e 27 do Novo Testamento. Os textos
foram escritos por homens, ao longo de 1.500 anos, a divisão em capítulos e versículos
foi feita no século XV d. C. A Bíblia, ainda que tenha sido escrita por
humanos, não é exclusivamente humano, pois, conforme aponta Pedro, ela foi
inspirada por Deus (II Pe. 1.20,21). Paulo assegura que toda a Bíblia, de
Gênesis a Apocalipse, é divinamente inspirada, theopneustos em grego, isto é,
soprada por Deus (II Tm. 3.16,17). Por conseguinte, ela é proveitosa, é útil
para revelar os desígnios de Deus, e principalmente, para sua santificação em Jesus Cristo. Tudo
o que foi escrito nas Escrituras tem um propósito, Deus, Aquele que inspirou os
autores humanos, assim o fez para a edificação do Seu povo (Rm. 15.4; I Co.
10.11). Por isso a Bíblia deve ser amada e estudada por todos aqueles que
professam a fé cristã (I Pe. 3.15; II Tm. 2.15; Is. 34.16; Sl. 119.130). A
principal razão para considerar a Bíblia é que o Senhor Jesus lhe conferiu
autoridade (Jo. 7.17), tendo em vista que as Escrituras testificam a respeito
dEle (Lc. 24.44). Mas é preciso que a Bíblia seja interpretada apropriadamente,
atentando para o texto e o contexto, com discernimento espiritual (I Co. 2.14),
reconhecendo também nossas limitações (I Co. 13.12).
2. A COSMOVISÃO HUMANA SOBRE O
CASAMENTO
O pressuposto daqueles que
defendem modelos diferentes de casamento, conforme já apontamos anteriormente,
é o de que a Bíblia é um livro meramente cultural, por conseguinte, pode ser
questionado. A cultura, de fato, é uma produção humana, e, em sua vertente
antropológica, não existem culturas superiores ou inferiores, todas elas são
diferentes. A Bíblia também está repleta de aspectos culturais, costumes que
variaram de geração para geração. No entanto, há princípios da Bíblia que são
supraculturais, isto é, estão para além das culturas locais, e transculturais,
podem ser aplicados em todas as culturas, pois a Palavra de Deus é eterna, viva
e eficaz (Ml. 3.6; Hb. 4.12). As propostas de casamento, ou contratos que
tramitam nas legislações humanas, estão fundamentadas na cosmovisão humanista.
O fundamento não é a Bíblia, mas a filosofia pós-moderna, que se sustenta no
princípio relativista – não existe verdade, apenas vontade de verdade. Os
defensores do casamento poligâmico, homossexual e dissolúvel não têm
compromisso com a verdade bíblica, justamente porque não acreditam que ela seja
a verdade. Os países que adotaram modelos alternativos, diferenciados da
Bíblia, para o casamento, são aqueles que podem ser categorizados como
pós-cristãos. O Brasil ainda é considerado um dos principais países cristãos do
mundo, mesmo que muitos dos que são contabilizados como cristãos não passam de
nominais. Por isso, mesmo aqueles que se dizem cristãos, por desconhecerem a
Bíblia, apoiam projetos e propostas legislativas para o casamento que nada têm
de bíblicas. Aqueles que professam a fé em Cristo, e que são verdadeiramente
cristãos, por conhecerem as Escrituras, que não podem se afastar dos padrões
bíblicos para o casamento.
3. O CASAMENTO BÍBLICO
O princípio fundamental do
casamento bíblico é o de que Deus, e não os homens, o ordenou, portanto o
casamento não é uma opção, mas uma orientação divina. A primeira cerimônia de
casamento foi realizada pelo próprio Deus no Jardim do Éden (Gn. 1.28), tornado
homem e mulher, uma só carne (Gn. 2.24). A união do primeiro homem e mulher no
Éden reafirma o modelo bíblico para o casamento: monogâmico, heterossexual e
indissolúvel. A natureza pecaminosa, carnal, impulsionou os primeiros homens à
bigamia e poligamia (Gn. 4.18; 5.25), que resultou em invejas e intrigas (I Sm.
1.4-8). Os patriarcas, que optaram pela poligamia, pagaram um custo alto pela
decisão (Gn. 29.21-23; 28-31; 30.1-10), bem como os reis de Israel (I Rs.
11.4.7-9). No Novo Testamento, tanto Jesus quanto Paulo foram
contundentes quanto à proibição da poligamia (Mt. 19.3-6; I Co. 7.1,2),
não permitindo que essa fosse uma prática comuns entre os cristãos,
especialmente entre aqueles que atuam no ministério pastoral (I Tm. 3.2,12). A
heterossexualidade é outro aspecto do casamento cristão, já que Deus criou
“macho e fêmea” (Gn. 1.26; 2.24). Na religião judaica, o homossexualismo
deveria ser punido com a morte, sendo este considerado uma abominação aos olhos
de Deus (Lv. 18.22). Não há brecha para a prática homossexual no contexto
cristão, sendo essa reprovada pelo apóstolo Paulo (Rm. 1.26). Mas isso não deve
ser motivo para homofobia, não podemos esquecer que Jesus ama a todos,
inclusive aos homossexuais, por isso, devemos orar por eles, e conduzi-los à
verdade, que é Cristo. Não podemos esquecer que todos pecaram (Rm. 3.23), não
apenas os homossexuais, e que o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito
de Deus é a vida eterna (Rm. 6.23). O casamento cristão deve ser indissolúvel,
portanto, não separe o homem o que Deus ajuntou (Mt. 19.6). Leis e mais leis
estão sendo criadas pelas autoridade a fim de favorecer o divórcio, mas os
cristãos seguem o princípio bíblico para o casamento, por isso,
independentemente das leis humanos, optam por obedecer antes a Deus do que aos
homens (At. 5.29).
CONCLUSÃO
Vivemos em uma cultura
pós-moderna, e pós-cristã, que nega o Absoluto, e defende o relativismo. Diante
desse contexto, nós, os cristãos, precisamos nos fundamentar na doutrina
bíblica. No que tange ao casamento, o modelo bíblico é o monogâmico,
heterossexual e indissolúvel. Não podemos, enquanto cristãos comprometidos com
a Palavra, fazer concessões. Os modelos humanistas, que estão sendo admitidos
na sociedade contemporânea, têm fundamentação na filosofia, não na Bíblia
Sagrada, a Palavra de Deus.
BIBLIOGRAFIA
ADAMS, J. E. A vida cristã no lar.
São Paulo: Fiel, 2011.
KOSTENBERGER, A. J. JONES, D. J. Deus,
Casamento e Família: reconstruindo o fundamento bíblico. São Paulo: Vida Nova,
2011.
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