quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

LIÇÃO 7 – OS DEZ MANDAMENTOS DO SENHOR

(Êx 20.1-5, 7-10, 12-17)
INTRODUÇÃO
Um dos aspectos mais importantes da experiência dos israelitas no monte Sinai foi o recebimento da Lei de Deus, através do seu líder, Moisés. Nesta lição relataremos o pacto de Deus com o seu povo, Israel; veremos a necessidade e o objetivo da Lei; falaremos sobre a importância do Decálogo quanto a todo conteúdo das Escrituras, e, por fim, destacaremos que Cristo é o objetivo da Lei para justiça de todo aquele que crê.


I – O PACTO DE DEUS COM O POVO DE ISRAEL NO SINAI
1.1 Lembrando o grande livramento. Deixando Elim, os israelitas chegaram ao deserto de Sim, e dali foram a Refidim, onde montaram acampamento (Êx 16.1; 17.1). No terceiro mês após o êxodo, alcançaram o deserto do Sinai (Êx 19.1). Ali Moisés recebeu uma comunicação de Deus para transmitir ao povo o grande livramento que Ele havia feito tirando-os do Egito: “Vós tendes visto o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre as asas de águias, e vos trouxe a mim” (Êx 19.4). Com esta metáfora, Deus descreveu o êxodo e a jornada para o Sinai. As águias, comumente, tiram seus filhos dos ninhos e leva-os sobre as asas para ensiná-los a voar. No seu cântico final, Moisés empregou essa figura de linguagem para retratar o cuidado de Deus por Israel e que só o Senhor podia fazer tal coisa (Dt 32.11,12).
1.2 O pacto no monte Sinai. Foi ao pé do monte Sinai que Deus fez uma aliança com Israel exigindo obediência irrestrita aos seus mandamentos e fazendo-lhes preciosas promessas (Êx 19.5,6). O termo pacto ou aliança em hebraico é de berit, e berit karat que significa “fazer (lit. „cortar‟ou „lapidar‟) uma aliança”. Uma aliança é um acordo feito entre duas ou mais pessoas. Por isso, após ouvir os detalhes do pacto bilateral, o povo de Israel respondeu com entusiasmo positivo (Êx 19.7,8).
1.3 Aratificação da aliança. Em (Êx 19.9-25) para gravar na mente dos hebreus a importância do pacto da Lei, Deus se apresentou na nuvem e pronunciou os Dez Mandamentos em voz forte (Êx 19.9,19). A santidade de Deus foi destacada pelos preparativos que Israel fôra orientado a fazer. Eles deveriam se santificar e lavar as suas vestes (Êx 19.10-15). Moisés foi instruído a marcar um limite em torno do monte Sinai para que os israelitas não o tocassem. Dessa forma, eles aprenderam a grandeza inacessível e sua sublime majestade (Êx 19.12-25). No capítulo 24 do livro do Êxodo, Deus ratificou o pacto entregando a Moisés os mandamentos escritos em pedra por suas próprias mãos (Êx 31.18; Dt 9.10).
II – A NECESSIDADE E O OBJETIVO DA LEI
Todo o povo precisa ter leis, e até as tribos mais primitivas contam com sua legislação, formal ou informal. Com o povo de Israel não podia ser diferente. Deus revelou sua Lei para os israelitas no Sinai (Êx 20.1,2). A Lei era necessária por pelos menos três motivos:
2.1 Proporcionar uma norma moral para os redimidos. A Lei revelava a vontade de Deus quanto a conduta do seu povo (Êx 19.4-6; 20.1-17) e prescrevia os sacrifícios de sangue para a expiação pelos seus pecados (Lv 1.5; 16.33). A Lei não foi dada como um meio de salvação para os perdidos. Ela foi destinada aos que já tinham um relacionamento de salvação com Deus (Êx 19.4; 20.2) a fim de instruí-lo na vontade do Senhor, para que pudesse realizar o propósito de Deus (Êx 19.6). Logo, a revelação foi dada “não para dar, mas para orientar a vida” (Lv 20.22,23).
2.2 Demonstrar a natureza e o caráter de Deus. A Lei expressava a natureza e o caráter de Deus, isto é, seu amor, bondade, justiça e repúdio ao mal, e sobretudo que o Deus de Israel é Santo (Lv 11.44,45; 19.2; 20.7,26; 21.8). A Bíblia denomina Deus de “santo” (Sl 99.3). Ele é chamado de o “Santo de Israel” no (Sl 89.18); e, no livro do profeta Isaías, aproximadamente trinta vezes (Is 1.4; 57.15). A santidade é uma característica da própria natureza de Deus, e não somente expressão de um procedimento santo. Ele mesmo diz: “Eu sou santo” (Lv 19.2; Sl 99.6,9; I Pe 1.16).
2.3 Mostrar à humanidade seu estado pecaminoso e revelar que só pela graça podemos ser salvos. O apóstolo Paulo disse que “nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei, porque pela lei vem o conhecimento do pecado” (Rm 3.20). Ela não fôra dada como um meio de se alcançar a salvação, mas “nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados” (Gl 3.24). A palavra grega traduzida por “aio” é “paidagõgos” que significa “instrutor”, “professor” e indica um escravo, cuja tarefa era cuidar de uma criança até que ela chegasse a idade adulta. A Lei serviu de aio para mostrar os nossos pecados e nos conduzir a Cristo (Gl 3.25).
III – OS DEZ MANDAMENTOS
Os Dez Mandamentos também chamado de Decálogo (Em grego decá, dez + logos, palavras), são a legislação essencial que o Senhor entregou ao povo de Israel no Sinai (Êx 20 e Dt 5). Didaticamente, estes mandamentos podem ser divididos em duas partes distintas: (1) os primeiros cinco mandamentos dizem respeito aos nossos deveres para com Deus; (2) os cinco últimos mandamentos dizem respeito aos nossos deveres para com o próximo. Constituindo-se na essência do Pentateuco, o Decálogo é a mais perfeita das leis escritas. Vejamos na tabela abaixo quais os princípios morais dos Dez Mandamentos ensinados no AT e reafirmados no NT:
MANDAMENTOS PRINCÍPIO AFIRMAÇÃO NO AT REAFIRMAÇÃ NO NT

I “Não terás outros deuses diante de mim”. A unicidade de Deus Êx 20.3 At.14.15



II “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra”. A espiritualidade de Deus Êx 20.4 I Jo 5.21
III “Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão”. A santidade de Deus Êx 20.7 Tg 5.12
IV “Lembra-te do dia do sábado, para o santificar”. A soberania de Deus Êx 20.8 Não reafirmado
(At 15.28,29)


V “Honra a teu pai e a tua mãe...”. Respeito aos representantes de Deus Êx 20.12 Ef 6.1
VI “Não matarás”. A vida humana é sagrada Êx 20.13 I Jo 3.15
VII “Não adulterarás”. A família é sagrada Êx 20.14 I Co 6.-9-10
VIII “Não furtarás”. Respeito a propriedade alheia Êx 20.15 Ef 4.28
IX “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo”. A justiça Êx 20.16 Cl 3.9-10
X “Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo”. O controle dos desejos Êx 20.17 Ef 5.3


IV – CRISTO O FIM DA LEI
Os Dez Mandamentos não foram anulados por Cristo, mas, rigorosamente cumpridos por Ele durante o seu ministério (Mt 5.17; Gl 4.4). Se a cerimônia levítica perdeu a razão de ser com o advento do Messias, o mesmo não se deu com os mandamentos. No sermão do Monte, o Senhor Jesus reafirmou os artigos do Decálogo (Mt 5-7). Quanto à controvérsia sobre o sábado, é interessante observar que o sábado judaico não é obrigatório para os crentes, pois já não estamos sob o jugo da Lei (Rm 6.14; 7.14; 8.1-5). Não dependemos da Lei para sermos salvos e aceitos diante de Deus (Gl 3.23-25; 4.4-5), pois fomos transferidos da Antiga Aliança e unidos a Cristo para a salvação (Rm 7.1-4).
4.1 “O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado” (Mc 2.27). O sábado, instituído por Deus, traz implícita a ideia de descanso para o ser humano (Êx 20.8). O propósito é que todos se abstenham um dia da semana no trabalho diário, a fim de adorar a Deus e buscar comunhão com Ele, para permanecerem fisicamente saudáveis e espiritualmente fortes (Is 58.13,14). Com o advento do Cristianismo, o Dia do Senhor (Domingo), passou a preencher este objetivo (1Co 16.1,2; At 20.7).
4.2 “Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê” (Rm 10.4). Com estas palavras o apóstolo Paulo deixou claro que crer em Cristo como Senhor e Salvador põe um fim à busca inútil do pecador pela justiça por meio de suas tentativas imperfeitas de salvar a si mesmo pelos esforços em obedecer a Lei (Is 64.6; Rm 3.20-22; Cl 2.13-14).
CONCLUSÃO
Tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, a total confiança em Deus e na Sua Palavra (Gn 15.6), e o amor sincero a Ele (Dt 6.5), formaram o fundamento para a guarda dos seus mandamentos.
REFERÊNCIAS
 STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
 ANDRADE, Claudionor de. Dicionário Teológico. CPAD.
 HOFF, Paul. O Pentateuco. VIDA.
Fonte: http://www.rbc1.com.br/licoes-biblicas/index/cod/308 

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