sábado, 18 de abril de 2015

LIÇÃO 03 – A INFÂNCIA DE JESUS

  Igreja Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 – Santo Amaro – CEP. 50040 – 000       Fone: 3084 1524

2º TRIMESTRE 2015
(Lc 2.46-49; 3.21,22)

INTRODUÇÃO
            Nesta lição, estudaremos um dos períodos da vida de Jesus - a sua infância. São poucos os registros bíblicos a respeito desta fase da vida de Cristo, por esta razão, devemos extrair o máximo da mais bela história da humanidade. Veremos na perspectiva Lucana, os relatos da infância de Jesus, as dimensões da humanidade de Cristo, bem como, o exemplo que Jesus nos deixou enquanto infante.

I – O REGISTRO DA INFÂNCIA DE JESUS CRISTO
            Os quatro Evangelhos, são fontes fidedignas de informação a respeito de toda a vida de Jesus aqui na terra. O Evangelho conforme Lucas, em especial, narra os acontecimentos dos dias da infância de Cristo, ainda que de forma sucinta. O Aurélio define a palavra infância como: “um período de crescimento, no ser humano, que vai do nascimento até a puberdade” (FERREIRA, 2004, pp. 54, 1101, 1656), ou seja, a passagem progressiva da infância à adolescência, isto é, de 0 a 12 anos. É justamente até essa idade que o evangelista relata a infância de Jesus (Lc 2.42).

1.1. Fontes dos registros da infância de Jesus.Algumas pessoas motivadas pelo fato dos breves registros canônicos (registros dos livros divinamente inspirados e autoritários para a fé e a prática dos cristãos, a saber, os registros bíblicos da Nossa Bíblia), acerca desta faixa etária de Cristo, tem feito deste tema, o objeto dos seus estudos. Contudo, tais estudiosos se atêm a registros não canônicos, alegando a insuficiência dos registros bíblicos. Mas, nós, amantes da Palavra e convictos da sua inspiração, inerrância, infalibilidade, soberania e completude; jamais iremos além daquilo que a Bíblia nos diz acerca do 'Filho do homem', como também, não daremos voz ao que a Bíblia silencia” (GONÇALVES, 2015, p. 36 – acréscimo nosso).

II – RELATOS DA INFÂNCIA CRISTO
            Como estudamos na primeira lição, o evangelista Lucas é um escritor muito minucioso e detalhista. E como um dos seus propósitos era discorrer ordenadamente a história de Jesus, pontuando início, meio e fim, podemos notar esta mesma ordem no traçar da síntese que narra a infância de Jesus Cristo.

2.1. Um dia de nascido (Lc 2.6-20). Lucas descreve o Cristo com apenas “um dia” de nascido, enrolado com um cobertor, deitado em uma manjedoura, recebendo a visita de alguns simples pastores da Comarca de Belém, cujos mesmos, haviam sidos avisados por um anjo do Senhor, acerca do seu nascimento como Salvador, como Cristo, o Senhor.

2.2. Oito dias de nascido (Lc 2.21). Lucas narra à sequência dos dias do menino Deus, descrevendo por sua vez o seu oitavo dia de nascido, quando fez a observação da cerimônia de circuncisão do bebê, pois todo menino era circuncidado no oitavo dia após o seu nascimento (Lv 12.1-3; Fp 3.5). E naquela ocasião, como era de costume, o ritual reunia a família e amigos e, o infante recebia o seu nome. José e Maria deram-lhe o nome de Jesus que significa “o Senhor salva”, conforme o anjo do Senhor lhes havia dito antes mesmo que Ele nascesse (Mt 1.21; Lc 2.21).

2.3. Quarenta e um dias de nascido (Lc 2.22-23). Os registros do médico Lucas que se seguem, narram o quadragésimo primeiro dia do nascimento de Jesus, quando descreve o episódio dos dias seguintes da purificação de Maria, pois uma mulher judia que dera a luz a um filho ficava cerimonialmente impura por quarenta dias ou duas vezes esse tempo, se tivesse uma filha (Lv 12.2-5). Maria fizera o que prescrevia a Lei, levando ao Templo a oferta da purificação (Lv 12.6,8). E neste mesmo dia, José e Maria levaram consigo Jesus para também consagrá-lo ao Senhor, cumprindo de igual modo, o rito que está escrito na referida Lei de Moisés, de que o filho primogênito deveria ser dedicado ao Senhor (Lc 2.22; Lv 12.2-4, 6; Êx 13.2; 12-15, 22.29; 34.19; Nm 3.13; 8.17; 18.15).

2.4. Os últimos dias da infância de Cristo e o início da sua adolescência (Lc 2.39,40). Os demais dias de Jesus foram iguais aos de um menino comum em sua idade, no seio de sua família em Nazaré, um vilarejo da Galileia. Segundo a tradição talmúdica, os períodos distintos da infância segundo os judeus eram da seguinte forma: (1) Três anos. Aos três anos ocorria o desmame, e pela primeira vez era permitido o uso de vestes com borlas, segundo é estipulado em                  Nm 15.38-41. Era então que começava a educação da criança. (2) Cinco anos. Aos cinco anos, a criança começava a aprender a lei mediante ensino catequético, na escola. (3) Dez anos. Aos dez anos, o menino podia começar a estudar a Mishná (a primeira parte ou texto do Talmude, que consiste em tradições orais e comentários sobre o Pentateuco).                    (4) Doze anos. Aos doze anos, o menino tornava-se diretamente responsável pela obediência à Lei, incluindo suas ordenanças e festividades prescritas. O registro Lucano mostra exatamente Jesus aos doze anos de idade participando da mais importante festa religiosa em Israel, a saber, à Páscoa (CHAMPLIN, 2014, Vol. 2, p. 48 – acréscimo nosso).
2.5. Informação Adicional (Lc 2.39). Nada existe capaz de indicar que Lucas estivesse familiarizado com os acontecimentos  a cerca de Cristo registrados no segundo capítulo do Evangelho de Mateus, Lucas nada nos informa sobre a visita dos magos (Mt 2.1-12), tampouco a fuga para o Egito (Mt 2.13-23), mas encerra todas as suas anotações sobre os primeiros dias da infância de Jesus, mencionando a volta da família à Nazaré. Essas distintas informações se suplementam entre si nessas narrativas sobre o início da existência terrena de Jesus, provando que ambos utilizaram o Evangelho conforme Marcos como fonte comum e outra fonte “tal” que estaria informando acerca das declarações de Jesus (CHAMPLIN, 2014, Vol. 2, p. 46 – acréscimo nosso).

III – AS DIMENSÕES DA HUMANIDADE DE JESUS
            Os teólogos e educadores Eulálio Figueira e Sérgio Junqueira ao descreverem a educação no antigo Israel no tempo de Jesus, fizeram uma excelente exposição sobre essa dimensão de Cristo. Eles observam que Jesus era semelhante a nós em tudo, menos no pecado (Hb 4.15), e que viveu o mesmo processo de crescimento comum a todos os homens. Como todos os homens ele cresceu nas dimensões biopsicossociais (FIGUEIRA, JUNQUEIRA, 2012, apud, GONÇALVES, 2015, pp. 38, 39). 

3.1. O tríplice crescimento de Jesus (Lc 2.52). Lucas distingue o crescimento humano de Jesus em sabedoria, estatura (tamanho) e graça, diante de Deus e dos homens e, isso não nos deve surpreender, porquanto ele era homem autêntico. Enquanto viveu em Nazaré, Jesus “crescia e ficava forte, cheio de sabedoria, e a graça de Deus estava com ele”                (Lc 2.40). “Cada ser humano que nasce neste mundo, destacam esses expositores bíblicos; pertence a um determinado lugar, a uma determinada família e a um determinado povo. Nasce, portanto, sujeito a vários condicionamentos. Com Jesus também foi assim” (FIGUEIRA, JUNQUEIRA, 2012, apud, GONÇALVES, 2015, pp. 38, 39 – acréscimo nosso).

3.1.2. Crescimento em sabedoria (intelectual). Crescer em sabedoria é assimilar os conhecimentos da experiência humana diária, acumulada ao longo dos séculos nas tradições e costumes do povo. Isso se aprende convivendo na comunidade natural do povoado (FIGUEIRA, JUNQUEIRA, 2012, apud, GONÇALVES, 2015, p. 39).

3.1.3. Crescimento em estatura (físico). Crescer em tamanho é nascer pequeno, crescer aos poucos e tornar-se adulto. É o processo de todo ser humano; com suas alegrias e tristezas, amores e raivas, descobertas e frustrações. Isto se aprende convivendo na família com os pais, os avós, os irmãos e as irmãs, com os tios e tias, sobrinhos e sobrinhas (FIGUEIRA, JUNQUEIRA, 2012, apud, GONÇALVES, 2015, p. 39).

3.1.4. Crescimento na graça (espiritual). Crescer em graça é descobrir a presença de Deus na vida, a sua ação em tudo que acontece, o seu chamado ao longo dos anos da vida, a vocação, a semente de Deus na raiz do próprio ser. Isto se aprende na comunidade de fé, nas celebrações, na família, na meditação, na oração, na luta de cada dia, nas contradições da vida e, em tantas outras oportunidades (FIGUEIRA, JUNQUEIRA, 2012, apud, GONÇALVES, 2015, p. 39).

3.2. Os condicionamentos do crescimento de Jesus. “Ele aprendeu a falar e a escrever (nos dias de Jesus falava-se o hebraico nas escolas e o aramaico nas conversas diárias), a comunicar-se com Deus; Jesus estava sendo 'aperfeiçoado' como também lemos no texto de Hb. 2.10” (CHAMPLIN, 2014, Vol. 2, p. 46 – acréscimo nosso). Não há como negar que fatores culturais, tais como o ambiente familiar, a língua e o lugar onde nascemos marcam a vida de cada uma de nós de forma profunda. Esses fatores são independentes da nossa vontade. No entanto, fazem parte da nossa existência, sendo, portanto, o ponto de partida para tudo aquilo que queremos realizar. Destacam ainda estes autores que Jesus “assumiu este condicionamento lá onde pesam mais, isto é, no meio dos pobres, pois Lucas descreve no ritual da purificação de Maria que sua família era uma família com poucos recursos (Lv 12.8; Lc 2. 22-24; 2 Co 8.9; Mt 13.55; Fp 2.6,7; Hb 4.15; 5.8). (FIGUEIRA, JUNQUEIRA, 2012, apud, GONÇALVES, 2015, pp. 38, 39 – acréscimo nosso).

IV – O EXEMPLO DO INFANTE JESUS
            José e Maria estavam conscientes da divindade de Jesus e de sua missão redentora (Lc 1.30-38; 2.8-19, 25-35). Jesus também demonstrou estar consciente da sua divindade ainda na adolescência (Lc 2.49). Contudo, Jesus demonstrou submissão aos seus pais judeus, diz o texto que Ele “era-lhes sujeito” (Lc 2.51). Ele foi obediente em tudo (Hb 5.8). Da infância até a cruz, Ele foi submisso ao Pai eterno e aos seus pais judeus, deixando-nos este memorável exemplo (Jo 13.15; Fp 2.5-11; I Pe 2.21). 

CONCLUSÃO
            Os poucos relatos bíblicos que temos acerca desta fase de Cristo, sua infância, é completamente o bastante para compreendermos a sua vida aqui na terra. Como cristão, o nosso compromisso é com o que está escrito na Palavra e jamais com as especulações.

REFERÊNCIAS
·        CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia. HAGNOS.
·        GONÇALVES, José. Lucas, O Evangelho de Jesus, O Homem Perfeito. CPAD.

·        MACARTHUR. Bíblia de Estudo MacArthur. SBB.

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