Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
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Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton
José Alves
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4º
TRIMESTRE DE 2015
(Gn 2.7,18-24)
INTRODUÇÃO
O
homem não é somente a coroa da criação, mas também é objeto de um especial
cuidado de Deus. E a revelação de Deus na Escritura é uma revelação dada ao
homem, e na qual o homem é de seu interesse vital. Nesta lição, destacaremos
importantes informações acerca da criação do homem segundo o relato do livro de
Gênesis e que Deus após fazer o homem, fez-lhe também uma adjutora, instituindo
em seguida o casamento.
I
– A ORIGEM DO HOMEM SEGUNDO O LIVRO DO GÊNESIS
Deus havia formado os céus e
os preenchido com os luminares celestes e as aves que voam (Gn 1.1,14). Havia
formado os mares e enchido as águas com várias criaturas aquáticas (Gn
1.9,20-22). A criação chegou a seu ápice quando, no sexto dia, o Senhor criou o
primeiro homem, o qual, juntamente com sua esposa, teria domínio sobre a Terra
e suas criaturas (Gn 1.26,27). Abaixo destacaremos algumas verdades bastante
interessantes sobre o relato bíblico:
1.1
A criação do homem foi precedida por um solene conselho divino. Antes de registrar a criação do homem, o escritor inspirado
nos leva de volta, por assim dizer, ao conselho de Deus, pondo-nos em
conhecimento do decreto divino com as palavras: “Façamos o homem [...]”
(Gn 1.26). “Enquanto os outros seres foram criados sob o impacto do “faça-se”
de Deus, o homem teve criação de modo bem diferente. Deus concretizou o seu
projeto para criar um ser especial, de forma especial, nos atos da criação.
Assim, Ele, em conjunto com os outros componentes de sua Unidade, que se
consubstanciam na Trindade (Pai, Filho e Espirito Santo)” (RENOVATO, 2008, p.
251 – acréscimo nosso).
1.2
A criação do homem foi um ato imediato de Deus. A criação do homem segundo as Escrituras adveio de um
ato imediato de Deus. Segundo Renovato (2008, p. 540), enquanto “a Antropologia
Humana exalta a teoria da evolução das espécies, por meio do acaso e da
chamada “seleção natural”. A Antropologia Bíblica fundamenta-se na
Palavra de Deus, que afirma categoricamente: “No principio, criou Deus os
céus e a terra...”. E disse Deus: “Façamos o homem a nossa
imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn 1.26-a). Esse é o ponto de
partida, diante do qual o cristão, que crê na revelação divina, jamais
tergiversará diante dos argumentos humanos, materialistas, contrários a fé em
Deus”.
1.3
A criação do homem foi distinta das outras criaturas. Quanto aos animais o relato bíblico nos informa que
Deus os fez conforme a sua espécie, já quanto ao homem, o Criador o fez
distinto das demais criaturas, o fez a “sua imagem e semelhança”
(Gn 1.26,27). “O homem devia ser conforme a semelhança divina, tendo
similitude geral com Deus, mas não sendo uma duplicata exata. Não era para ele
ser um pequeno Deus, mas definitivamente tinha de estar relacionado com Deus e
ser o portador das características distintivas espirituais que o marcam
exclusivamente como ser superior aos animais” (BEACON, 2006, p. 33 – acréscimo
nosso). Segundo Stamps (1995, p. 979) a semelhança de Deus com o homem se dá da
seguinte forma:
O SIGNIFICADO DA IMAGEM E SEMELHANÇA
DE DEUS NO HOMEM
|
|
Semelhança natural
|
Adão e Eva tinham semelhança natural com Deus. Foram
criados como seres pessoais, tendo
mente, emoções, autoconsciência e livre-arbítrio (Gn 2.16,19-20,23; Dt
30.19; Is 56.4).
|
Semelhança moral
|
Eles
tinham semelhança moral com Deus, pois não tinham pecado, eram santos,
tinham sabedoria, um coração amoroso e
o poder de decisão para fazer o que era certo (Rm 2.15). Viviam em comunhão
pessoal com Deus, que abrangia obediência moral e plena comunhão.
|
1.4
A dupla natureza do homem. O relato
do livro do Gênesis nos mostra que Deus fez e criou o homem (Gn 1.26,27).
Embora as expressões “fazer” e “criar” pareçam ser
termos correlatos, eles trazem consigo um sentido mais abrangente, traduzindo a
dupla natureza do homem. “Quando a Bíblia fala da criação do homem, usa a
palavra hebraica “asah” que significa: “fazer de coisas que
já existem” neste caso o corpo do homem foi feito de um material
físico, palpável, o pó da terra e a mulher da costela de Adão (Gn 2.7,22).
Confira ainda:
(Gn 3.19; Sl 103.14; Jó 10.9; I Co
15.47). Porém, a Bíblia também usa a palavra “bara” quer significa “fazer algo do nada”,
porque ele também criou no homem espírito e alma (Gn 2.7-b)” (BERGSTÉN, 1981,
p. 70 – acréscimo nosso). A Bíblia deixa claro que o homem é um ser tricótomo.
Tricotomia do grego “trikha”, três;
“tomé”, corte. Doutrina segundo a qual o ser humano é constituído
por três partes distintas: corpo, alma e espírito. Segundo Renovato (2008, p.
270) “esse
ensino honra as Escrituras e se harmoniza com elas, pois, de acordo com a
Bíblia, o homem tem uma constituição tríplice, sendo formado de espírito, alma
e corpo (I Ts 5.23; Hb 4.12)”
1.5
A elevada posição do homem na criação. Ao
criar o homem, o Senhor lhe deu uma elevada posição diante de toda a criação
(Gn 1.28; Sl 8.6). Segundo Berkof (2000, p. 174) “O homem é descrito como alguém que está no ápice de todas as
ordens criadas. Foi coroado como rei da criação inferior e recebeu domínio
sobre todas as criaturas inferiores. Como tal, foi seu dever e privilégio
tornar toda natureza e todos os seres criados, que foram colocados sob seu
governo, subservientes à sua vontade a o seu propósito, para que ele e todos os
seus gloriosos domínios magnificassem o onipotente Criador e Senhor do
universo”.
II
– CASAMENTO UMA INSTITUIÇÃO DIVINA
A história do primeiro casal, Adão e Eva, é
apresentada no AT como a gênese do casamento (Gn 2.18-25). O texto bíblico
deixa claro que Deus “formou uma mulher, e trouxe-a a Adão” (Gn
2.22-b). O casamento é pois uma instituição divina divina
(Mt 19.5,6). O padrão bíblico para o casamento é:
2.1 União
heterossexual (entre
pessoas de sexos diferentes). O relacionamento conjugal só é possível entre um
homem e uma mulher, ou seja, entre um macho e uma fêmea (Gn 1.27). Qualquer
união sexual fora desse padrão, como o homossexualismo, por exemplo, se
constitui violência ao plano original divino (Lv 18.22; Dt 23.17).
2.2 União monossomática
(mono = um) + (soma = corpo). Deus, de um ser humano,
fez dois (Gn 2.21,22), e de dois “macho e fêmea” tinha em mente, com o
casamento fazer um “e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne.”
(Gn 2.24-c).
2.3 União
indissolúvel. A Sagrada Escritura nos revela que no projeto de Deus, o
casamento é indissolúvel “e apegar-se-á à sua mulher” (Gn
2.24-b). A expressão “apegar-se” no hebraico dãbaq significa:
“apegar-se, grudar-se, esconder-se”. O uso no texto de (Gn 2.24) reflete o
significado de um objeto (pessoa) ser único a outro (VINE, 2002, p. 42).
Confira ainda (Mt
19.6; Rm 7.2).
2.4
União monogâmica (mono = um) + (gamós = casamento).
Monogamia, é o sistema de constituição familiar pelo qual o homem tem uma só
mulher e a mulher um só marido. A monogamia é o padrão divino para o casamento
(Gn 2.18). O apóstolo Paulo foi enfático quanto ao casamento monógamo “cada
um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido” (I Co 7.2).
III
– OS PROPÓSITOS DIVINOS PARA O CASAMENTO
3.1
Companhia. O relato bíblico nos
mostra que o homem estava só, pois faltava-lhe uma companheira (Gn 2.20). Deus
viu a necessidade de Adão e providenciou-lhe a mulher para suprir sua carência
(Gn 2.18). A mulher foi criada para ser a amável companheira do homem e sua
ajudadora. Daí, ela ser participante da responsabilidade de Adão e com ele
cooperar no plano de Deus para a vida dele e da família por meio do casamento.
3.2
Identificação. No casamento Deus
criou uma pessoa para Adão com quem ele se identificasse. Por isso, fazendo-o
dormir, tirou-lhe uma parte do corpo, para dela fazer uma mulher “E da
costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher,
e trouxe-a a Adão” (Gn 2.22). Deus estava criando não
apenas um outro indivíduo, mas um indivíduo novo, totalmente diferente, com
outro sexo. Adão identificou-se de tal
maneira com a mulher que se expressou a respeito dela da seguinte maneira: “Esta
é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será
chamada mulher, porquanto do homem foi tomada” (Gn 2.23).
2.3
Relacionamento. Outro propósito pelo
qual Deus instituiu o casamento foi para que o homem tivesse com quem se
relacionar plenamente. O texto Sagrado nos mostra que através do matrimônio
Deus tinha em mente proporcionar ao homem e a mulher um relacionamento de
forma: (1) Física: “e apegar-se-á à sua
mulher”; (2) Sexual: “e
serão ambos uma carne”; e (3) Emocional: o homem que “estava só” (Gn 2.1) agora tinha alguém para dirigir seu afeto (Gn
2.23).
CONCLUSÃO
A narrativa do livro do Gênesis nos
mostra claramente que o homem não é produto da evolução, mas fruto de um ato
criativo de Deus. Diferente dos animais, Deus o fez conforme a sua imagem e
semelhança, colocando-o como coroa da criação.
REFERÊNCIAS
·
ANDRADE, Claudionor de.
Dicionário Teológico. CPAD.
·
BERGSTÉN, Eurico. Teologia Sistemática. CPAD.
·
BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. CULTURA
CRISTÃ.
·
CHAFER, Lewis Sperry. Teologia Sistemática.
CPAD.
·
GILBERTO, Antonio, et al. Teologia Sistemática Pentecostal. CPAD.
·
LOPES, Hernandes Dias. Casamento, divórcio e novo casamento.
HAGNOS
- STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
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