Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das
Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton
José Alves
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4º
TRIMESTRE DE 2015
(Rm 5.12-19)
INTRODUÇÃO
A queda
do homem resultou na sua separação com Deus (Is 59.2); na destituição da glória
de Deus (Rm 3.23), e consequentemente trouxe morte ao invés de vida (Rm 6.23).
Na narrativa mais trágica e infeliz da raça humana é necessário ainda dizer que
esta Queda não foi só local, pessoal e destinada aquele tempo, mas, que o
pecado cometido por Adão teve abrangência total e universal (Rm 5.12).
I –
DEFINIÇÃO DA PALAVRA PECADO
Pecado é a falta de conformidade com
a Lei moral de Deus, quer seja em ato, disposição ou estado; é a rebelião
contra a vontade de Deus (1Jo 3.4). O termo “hamartiologia”
deriva de dois vocábulos da língua grega: “hamartia” e “logos”,
os quais significam “estudo acerca do pecado”. O termo “hamartia”
sugere a ideia de “fracassar”, “errar o alvo” ou “desviar-se do rumo”. Porém, o
termo também sugere alguém que erra o alvo propositadamente; ou seja, que
atinge outro alvo intencionalmente. Em síntese, o homem não foi criado
para o pecado; se pecou, foi por seu livre-arbítrio, sua livre escolha
(Gn 3.1-6; Lv 16.21; SI I.I; 51.4; 103.10; Is 1. 18; Is 48.8; Dn 9.16; Os 12.8;
Rm 1.18-32; Rm 3.10) (CABRAL, 2008, p. 302).
II – DEUS NÃO É O AUTOR DO PECADO
A
Bíblia apresenta o homem como transgressor por natureza. Mas, como adquiriu o
homem essa natureza pecaminosa? O que a Bíblia nos diz acerca disso? Podemos
afirmar categoricamente que Deus não é o autor do pecado. Evidentemente Deus, na sua
presciência e onisciência, já vira a entrada do pecado no mundo, bem antes da
criação do homem. Porém, deve-se ter o cuidado para que ao se utilizar esta
interpretação, não venha fazer de Deus a causa ou o autor do pecado (Jó 34.10;
confira ainda Dt 32.4; Sl 92.16; Tg 1.13). Deus odeia o pecado (Dt 25.16; Sl
5.4, 11.5; Zc 8.17; Lc 16.15). Assim sendo, as Escrituras rechaçam todas
aquelas ideias deterministas, segundo as quais, Deus é autor e responsável pela
entrada do pecado no mundo. O pecado é o resultado de uma escolha livre porém
má, do homem (Ec 7.29; Lm 3.39).
III - O
HOMEM, A QUEDA E A IMAGEM DE DEUS
A Bíblia é a única fonte segura
concernente a criação do homem e seu estado original. De forma simples e
objetiva o Gênesis declara que, depois de tudo feito especialmente, o homem, “viu
Deus que era muito bom” (Gn 1.31). Contudo, a Bíblia não só revela o
primeiro estado do homem, como relata a história da perda do seu primeiro
estado de santidade, pela Queda, e também a possibilidade de sua restauração
(Cl 3.10; Ef 4.24). O primeiro homem possuía um corpo, alma e um espírito
perfeitamente adequados um ao outro. Não havia conflito entre os impulsos
pessoais e os espirituais no homem, pois isso era um tipo de perfeição física e
espiritual (Gn 3.22). Vejamos as consequências da Queda:
3.1
Criado à imagem e semelhança de Deus (Gn 1.26,27). Em que
consiste esta imagem de Deus? Ao longo da história, os teólogos vêm discutindo
sobre as diferenças entre “imagem e semelhança”. Porém, a distinção entre as
duas características quase se confunde com a diferença entre personalidade (ou
pessoalidade) e espiritualidade. No hebraico, as palavras imagem “tselem”
e semelhança “demut” exprimem a ideia de algo similar, mas não
idêntico à coisa que representa ou de que é uma “imagem”. A imagem de Deus no
homem com a presença do pecado está deturpada, afetada, mas, não totalmente
como afirmam alguns que terminam com isso atribuindo a falta de livre escolha
no homem por essa total depravação.
3.2 Há
uma distância infinita entre Deus o homem. Só
Cristo é a imagem expressa da Pessoa de Deus, como o Filho de Deus, que possui
a mesma natureza. Na verdade, a imagem divina no homem é como a “sombra
no espelho”. O homem, como imagem de Deus, foi dotado de atributo
moral, isto é, de justiça original. Porém, essa justiça não era imutável; havia
a possibilidade de pecado, pois ele foi dotado de livre-arbítrio (Dt 30.15-19).
O homem foi criado com uma natureza santa, voltada naturalmente para Deus e sua
vontade. Essa imagem divina no homem revela seu caráter e sua natureza
religiosa, haja vista ter sido dotado de “espírito”, para manter comunhão com o
seu Criador.
IV – O
PECADOA DISTORCEU A IMAGEM DE DEUS NO HOMEM
Na teologia cristã, a doutrina do
pecado ocupa grande espaço porque o cristianismo é a religião da redenção da
raça humana. De todas as doutrinas bíblicas, três delas são de vasta amplitude
porque tratam de Deus, do pecado e da redenção. Existe uma inter-relação entre
essas três doutrinas. É impossível tratar do pecado sem mencionar a redenção do
pecador e, naturalmente, a sua relação com a sua fonte: Deus (CABRAL, 2008, p.
302). A Bíblia nos revela que no Jardim do Éden o homem manifestou algumas
atitudes que contribuíram para a sua Queda. Por isso, analisemos:
4.1 A
Queda distorceu e avariou a imagem divina no homem. O destaque
maior no relato da criação está na palavra “imagem”: “E criou Deus o
homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou” (Gn 1.27). Existem alguns
ensinamentos de que o ser humano na Queda perdeu totalmente a imagem de Deus
inclusive o livre-arbítrio, estando assim totalmente depravado.
Essa teoria é incoerente e anti-biblica, pois a imagem e a
semelhança, de fato, se referem aos aspectos moral e espiritual de Deus que foi
colocado no homem, os quais ainda persistem mesmo depois do pecado no ser
humano, apesar de desfigurados e transtornados pela Queda e os efeitos
subsequente. Quanto à imagem moral, o homem é constituído de intelecto, vontade
e sentimento; isto. Quanto à imagem espiritual, ele possui espírito e alma.
V - AS
CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA DO HOMEM
Indiscutivelmente, o pecado trouxe graves
consequências ao Universo, especialmente á vida na Terra. A Bíblia faz várias
declarações a respeito da universalidade do pecado (I Rs 8.46; Rm 1.18; Rm
3.10-12, 23; 6.23). Portanto, vejamos algumas consequências que o pecado trouxe
ao homem depois da Queda.
CONSEQUÊNCIAS DO PECADO NA CRIAÇÃO
|
REFERÊNCIAS
|
O pecado fez com que a terra
fosse amaldiçoada
|
(Gn 3.17.18)
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O pecado trouxe ao homem a
punição da morte física e espiritual
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(Gn 3.19; Rm 5.12; 6.23; Tg
2.26)
|
O pecado acarretou punições
naturais e físicas na vida do homem
|
(Gn 3.16; Rm 8.20-23)
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O pecado deu origem a lei da morte atuante sobre a totalidade da
raça humana
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(1Co 15.21,22; Ef 2.1,2)
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O pecado trouxe inquietação e aflige o pecador
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(Jr 2.19)
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O pecado escravizou o homem e interrompeu a comunhão com Deus
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(Jo 8.34; Rm 3.23)
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O pecado exclui o homem do céu
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(Ap 22.15)
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VI – O PECADO FEZ O HOMEM REBELAR-SE CONTRA DEUS
As
Escrituras afirmam que o pecado trouxe rebelião e separação do homem em relação
a Deus. Vejamos:
6.1 A Queda trouxe rebelião contra Deus. Satanás, que já havia se rebelado contra
Deus e caído, veio tentar o homem para que este também desobedecesse e se rebelasse contra Deus. Então, por
intermédio de uma serpente, ele esperou uma oportunidade em que a mulher
estivesse a sós, lançou em dúvidas a bondade e a fidelidade de Deus e enganou a
mulher para que ela comesse do fruto que Deus havia dito que não comessem (Gn
2.16,17; 3.1-5). A mulher, então, comeu do fruto e deu também a seu marido (Gn
3.6). Dessa maneira, então, o pecado entrou no mundo (Rm 5.12) e o homem
rebelou-se contra o criador.
6.2 A Queda trouxe
separação contra Deus. Desde a queda do homem que Satanás tem promovido meios
de separar ainda mais o homem de Deus. Seu maior desejo é que toda criatura
venha se rebelar contra o criador. Por isso, ele tem se utilizado da educação,
da filosofia, dos meios de comunicação, de movimentos filosóficos, humanistas e
ateístas, com o intuito de separar o homem de Deus e conduzi-lo ao ateísmo (2Co
4.4).
VII - A HEREDITARIEDADE E
UNIVERSALIDADE DO PECADO
Todos
os atos pecaminosos das pessoas são frutos de sua natureza pecaminosa (Rm 5.12;
19). A morte, como punição do pecado, tem um caráter universal. Por causa do
pecado de Adão, todos os seus descendentes tomaram-se pecadores e culpados (Rm
5.8). Portanto, o pecado é hereditário e a sua universalidade deve-se à
corrupção da natureza humana. A tendência má que se revela numa criança por
exemplo, se percebe na semente dessa tendência má. A criança até certa idade é
despida de consciência moral, mas congenitamente possui a
natureza pecaminosa herdada. Nesse sentido, toda criança até alcançar a idade
da consciência do bem o do mal é pecadora por natureza, conquanto não tenha a
culpa pessoal (SI 51.5). No Juízo Final, as pessoas serão julgadas mediante o
teste da conduta pessoal, enquanto estas crianças, nesta faixa etária, mesmo
tendo uma natureza para mal, são incapazes de transgressão pessoal; por isso,
cremos que elas estarão entre os salvos (Mt 19.14; 21.16; 25.45,46; Lc 10.21).
VIII
– A SALVAÇÃO EM RELAÇÃO
AO PECADO
A
palavra salvação significa, em primeiro lugar, “ser tirado de um perigo,
livrar-se, escapar” (At 26.18; Cl 1.13). A tradução da palavra grega “soterion”,
tem o sentido de “tornar ao estado perfeito”, ou “restaurar o que a queda
causou”. Vejamos as bênçãos que acompanham a salvação:
·
O homem é salvo dos seus pecados (Mt 1.21; Lc
7.50), que lhe são perdoados (Lc 7.48; Tg 5.20). A salvação também o livra da
culpa (Ef 1.7; Cl 1.14) e do poder do pecado (Rm 7.17, 20, 23, 25). O homem é
salvo do juízo (I Tm 5.24; Rm 8.1), da ira de Deus (Rm 5.9) e da morte eterna
(Tg 5.20; Ap 20.6);
·
O homem entra em comunhão com Deus (Ef 2.13,18; Lc
1.74,75), recebe entrada na sua graça (Rm 5.2) e torna-se cidadão do céu (Ef
2.19). O homem é salvo desta geração perversa (At 2.40), isto é, recebeu uma
nova posição em relação ao mundo (Fp 2.15); ele é salvo do poder de Satanás (At
26.18; Cl 1.13-15; Hb 2.14);
·
O homem torna-se templo e morada do Espírito Santo
(Jo 14.17; I Co 6.19), que passa a agir em sua vida (Ef 1.13; 2.16-18). A
salvação lhe dá viva esperança (I Pe 1.3) e direito à glória eterna (II Tm
2.10; 4.18), e assim, é salvo da ira de Deus (I Ts 1.10; 5.9; II Pe 2.9).
Conclusão
O pecado causou a separação entre Deus e o homem (Rm 5.12; 6.23), mas,
Cristo trouxe de volta a possibilidade da comunhão com Deus.
REFERÊNCIAS
·
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e
Filosofia. HAGNOS.
·
KELLY, J.N.D. Introdução e Comentário. MUNDO
CRISTÃO.
- STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
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