Igreja
Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco
Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz
Cabugá, 29 – Santo Amaro – Recife-PE / CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524
4º
TRIMESTRE DE 2015
(Gn 6.1-8)
INTRODUÇÃO
Nesta lição, veremos uma breve biografia de Lameque descendente de
Caim, considerado por alguns como um dos personagens mais depravado da Bíblia
Sagrada. Faremos uma rápida comparação entre a geração ímpia de Lameque e a
geração piedosa de Sete. Estudaremos os maus exemplos deixados pela semente
lamequiana, e por fim, concluiremos pontuando que não devemos seguir os maus
hábitos da linhagem impura de Lameque.
I
– BREVE BIOGRAFIA DE LAMEQUE
Lameque filho de Metusael, um
descendente de Caim, foi o primeiro polígamo manchando a instituição divina do
casamento tendo-se unido com Ada do hebraico “beleza” e Zilá significa “sombra”
(Gn 4.18-24). Seus filhos foram Jabal (pai dos que habitam em tendas e têm gado),
Jubal (pai de todos que tocam harpa e órgão), e Tubalcaim (mestre de toda a
obra de cobre e de ferro). Sua impiedade chegou ao auge quando se vangloriou de
sua violência no cântico da espada (Gn 4.23,24), assim, em conexão com Lameque,
temos o primeiro exemplo de poesia na Bíblia (Gn 4.23,24), e exibe o
paralelismo que caracterizava a poesia dos hebreus. Essa vanglória é geralmente
entendida como sendo a confiança nas armas de metal de seu filho, em oposição à
confiança em Deus. Estes filhos parecem torná-lo o pai dos nômades, músicos e
artífices em metal (WYCLIFFE, 2006, p. 1130). Donald Stamps (1995, p. 39), diz
que Lameque foi o primeiro a rejeitar o princípio do casamento monogâmico
ordenado por Deus (Ml 2.15; Mt 19.5), que um homem cruel e bárbaro, e foi o
primeiro a cometer um duplo homicídio, e ainda fez um poema em sua própria
homenagem (Gn 4.23,24).
II
– LAMEQUE E A SEMELHANÇA DA DESCENDÊNCIA
DE CAIM E SETE
Quanto aos três filhos de Lameque
descendente de Caim, Jabal o primeiro, foi um famoso pastor de ovelhas e
construtor de tendas (Gn 4.20); Jubal, o segundo, foi um músico e harpista (Gn
4.21); e o terceiro filho Tubalcaim foi artífice de metais (Gn 4.22). É
interessante observar um ponto de comparação entre a linhagem de Caim
e a linhagem de Sete. O sétimo depois de Caim foi Lameque, que
era o epítome (exemplo) da hostilidade furiosa, embora seus três filhos fossem
gênios criativos. O sétimo na linhagem de Sete foi o piedoso Enoque, que Deus
para si o tomou e seus três filhos começaram uma nova população depois do
dilúvio (HENRY, 2010, p. 41). Ao comparar a árvore genealógica de Caim
com a de Sete é impossível não observar a semelhança entre os nomes.
Vejamos:
2.1
Apenas uma aparente semelhança genealógica. Há um Enoque e um Lameque descendentes de Caim (Gn 4.18) e um Enoque
e um Lameque descendentes de Sete (Gn 5.18, 25). O Enoque descendente de Caim
não andou com Deus como o de Sete, e nem o Lameque descendente de Caim foi
obediente como o de Sete (Gn 4.26; 5.21-32). O mais triste, porém, é que
essas duas linhagens, a descendência perversa de Caim e a piedosa de Sete,
convergiram e uniram-se (Gn 6.1,2), criando assim, uma sociedade
depravada cujos pecados trouxeram o juízo do dilúvio. A árvore genealógica de
Caim termina com a família de Lameque (Gn 4.19-24), um homicida arrogante cujos
três filhos produziam coisas para este mundo. A linhagem de Sete termina com
Noé, cujos três filhos deram ao mundo um recomeço depois do dilúvio (HENRY,
2010, p. 46 – acréscimo nosso). Assim, na linhagem de Caim temos o
começo da vida urbana; na linhagem de Sete, o começo de uma vida de
santificação; e o cainita Lameque, regozijando-se nas armas inventadas por seu
filho, mostrou ser o oposto mesmo do Lameque descendente de Sete (CHAMPLIN,
2001, p. 48).
III
– A GERAÇÃO ÍMPIA DE LAMEQUE E SEUS MAUS EXEMPLOS
A geração atual em nada se difere
dos tempos antediluvianos a não ser em questão de espaço temporal. Notemos pois
o que diz o texto: “E viu Deus a
terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne havia corrompido o seu
caminho sobre a terra... O fim de toda a carne é vindo perante a minha face;
porque a terra está cheia de violência... (Gn 6.12,13). O mundo de
Lameque era ingrato e cruel e voltando-se contra o Senhor, seus descendentes
cometeram os pecados mais hediondos e abomináveis. Vejamos:
3.1 Corromperam a terra com
prostituições (Gn 4.19). Os pecados sexuais, agora, eram
cometidos como se nada fosse proibido; não havia limites à fornicação nem ao
adultério. A maldade aumentava a todo instante e os descendentes de Caim
e Lameque ficaram excessivamente ímpios e pagãos. Com o transcorrer do tempo, a separação entre os
descendentes de Sete e os de Caim cessou por causa do casamento das duas
linhagens (Gn 6.2). A união dos piedosos com mulheres incrédulas foi motivada
pela “atração física de tais mulheres”. Sem mães
piedosas, a descendência de Sete degenerou-se espiritualmente.
3.2
Corromperam a terra com imoralidades (Gn 6.5). Chegou o momento quando a família de Noé foi a única
que cumpria as normas morais e espirituais de Deus. Parece que Satanás, ao ver
que não pôde destruir a linha messiânica pela força bruta no caso de Abel,
agora procura extingui-la mediante casamentos mistos; e por pouco não teve
êxito. Outra característica daquela geração era a
corrupção (Gn 6.11). O homem deixou de
fazer o bem e, aquela geração vivia mergulhada em práticas pecaminosas e
imorais.
3.3
Corromperam a terra com violência (Gn 4.23; 6.11). Os descendentes de Caim deixaram um legado de
iniquidade e maldade. Tornaram-se auto-suficientes e a violência cada vez mais
se multiplicava gerando uma sociedade hostil e competitiva. Os excessos daquela
gente redundaram numa geração truculenta e implacável. O primeiro poema da
Bíblia (Gn 4.23,24) serve de ilustração da amargura feroz que envenenou o
espírito destes homens. Há quem diga que o significado do versículo 23 é: “Matei
um homem [meramente] por me machucar e um jovem [só] por me pisar o pé”. A maldade e a corrupção daquela geração abriram as portas para a
violência. Os homens viviam agredindo-se mutuamente, pois as Escrituras afirmam
que “... encheu-se a
terra de violência” (Gn 6.11 b).
3.4
Corromperam a terra com resistência à graça divina (Gn 6.3). Como se não bastasse a maldade, a
corrupção e a violência, aquela geração também era caracterizada pela
incredulidade. Por muito tempo, o
Espírito de Deus instou junto àquela geração para que se convertesse e deixasse
seus maus caminhos. Chegou, porém, o dia em que Deus deu um basta em tudo
aquilo. Declarou o Senhor: "Não contenderá o meu Espírito para
sempre com o homem, porque ele também é carne; porém os seus dias serão cento e
vinte anos". A graça de Deus, ainda que perfeita e infalível, pode
ser resistida, haja vista a geração que saíra do Egito rumo a Canaã. Não obstante
os milagres que presenciara, endureceu o seu coração de tal forma, que veio a
ser rejeitada pelo Senhor (Hb 3.8; 15).
3.5 Corromperam a terra com desprezo
pela moral (Gn 6.5). A geração lamequiana
e antediluviana foi marcada pela violência, corrupção, maldade e satisfação
carnal. Os homens daquela época viviam circunscritos a benefícios próprios. “...
Pois nos dias anteriores ao Dilúvio, o povo vivia comendo e bebendo, casando-se
e dando-se em casamento (...) e eles nada perceberam, até que veio o Dilúvio e
os levou a todos. Assim acontecerá na vinda do Filho do homem” (Mt
24.37-39). As marcas da violência são vistas por todos os lados; abusos contra
crianças e adolescentes, abusos contra a mulher e racismo de toda natureza.
3.6 Corromperam a terra com o hedonismo (Gn 4.24). A palavra hedonismo vem do filósofo grego Epicuro e significa o “prazer
pelo prazer”. Os antediluvianos pensavam somente em “comer e
beber; casar-se e se dar em casamentos”. Todas estas expressões revelam
a maneira que aquela sociedade encarava a vida; pois para eles tudo girava em
torno do prazer, ou seja da satisfação pessoal. Esta geração precisa
urgentemente ouvir a voz de Deus ou será submersa pelo dilúvio do juízo divino.
Observe o que diz a Bíblia: “E eles nada perceberam, até que veio o
Dilúvio e os levou a todos”. Crendo os homens ou não Jesus virá para
arrebatar os salvos e punir os ímpios.
IV
- LAMEQUE – UM EXEMPLO A NÃO SER SEGUIDO
Lameque é um exemplo a não ser
seguido por algumas razões. Vejamos:
4.1
Lameque se vangloria de ser um homem violento. Lameque tem prazer em alardear sua violência e
apresenta-se como o segundo homicida da história. Ele não conhecia que a violência não é força,
mas fraqueza, nem nunca poderá ser criadora de coisa alguma, apenas destruidora.
“E disse Lameque a suas mulheres
Ada e Zilá: Ouvi a minha voz; vós, mulheres de Lameque, escutai as minhas
palavras (...) ” (Gn 4.23-a).
4.2
Lameque banaliza a vida humana. Para
Lameque as pessoas não valiam nada. A violência é a demonstração mais vil de
que a vida humana não tem valor. Matar um jovem por causa de uma pisada no pé é
não ter nenhum respeito á vida humana. “E disse Lameque (…) eu matei um
homem por me ferir (...)” (Gn 4.23-b).
4.3
Lameque não demonstrou o mínimo de amor.
Lameque não gostou de ser pisado, mas pisou as pessoas. Lameque tipifica
aquelas pessoas que não gostam de ser machucadas, mas têm prazer em machucar os
outros. “... eu matei (...)” (Gn
4.23-c). Além de amar nossos familiares e
irmãos, a Palavra de Deus nos ensina a amar a todas as pessoas, inclusive, os
nosso inimigos (Mt 5.44; Lc 6.35). Jesus
disse que se amarmos a quem nos ama, não teremos nenhuma recompensa, pois os
pecadores amam aos que os amam (Lc 6.32). É bem verdade que não é fácil amar a
quem nos persegue, mas a Bíblia nos diz que o amor de Deus está derramado em
nossos corações, pelo Espírito Santo que nos foi dado (Rm 5.5).
4.4
Lameque é avesso ao perdão. Lameque
não conhecia a palavra perdão. Perdão é uma palavra desconhecida no vocabulário
de algumas pessoas. Infelizmente, muitos à semelhança de Lameque preferem
retribuir a ofensa na mesma intensidade ou em grau superior do que liberar
perdão. Seguimos o exemplo de Lameque quando não perdoamos, antes odiamos ao
nosso irmão. “... eu matei um
homem por me ferir, e um jovem por me pisar” (Gn 4.23-d; Sl 130.4; Mt
5.43,44; Lc 6.27;35; Rm 12.14, 20).
CONCLUSÃO
Concluímos esta lição, aprendendo
que apesar de sempre existir as gerações ímpias e impuras, Deus sempre contou
com as gerações puras e obedientes como a de Sete e Noé.
REFERÊNCIAS
·
CHAMPLIN, R. N. Dicionário de Bíblia, Teologia e
Filosofia. HAGNOS.
·
STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.
- HOWARD, R.E et al. Comentário Bíblico. CPAD.
0 comentários:
Postar um comentário