Igreja Evangélica Assembleia de Deus em
Pernambuco
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José Alves
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4º
TRIMESTRE DE 2015
(Gn 7.1-12)
INTRODUÇÃO
Nos capítulos seis e sete do Livro do Gênesis encontramos o registro do
dilúvio – uma intervenção divina sobre a humanidade como castigo por sua
rebeldia e afastamento de Deus. Nesta lição, destacaremos que o Senhor
preservou a família de um homem chamado Noé. Por causa da sua justiça, retidão
e comunhão com Deus, no meio de uma geração corrompida e perversa, Noé, se
tornou um modelo de fé e obediência a ser seguido (Hb 11.7).
I
– A CORRUPÇÃO DO GÊNERO HUMANO
O termo “corrupção”
provém do latim, “corruptione”, e o Aurélio o define como “ato
ou efeito de corromper; decomposição, putrefação”. Figuradamente a
expressão significa: “devassidão, depravação, perversão”
(FERREIRA, 2004, p. 560 – acréscimo nosso). A luz de Gênesis 6 destacaremos
como estava a humanidade no período antediluviano:
1.1
Corrupção externa (Gn 6.5-a). Após a
Queda do homem no Éden, a corrupção do gênero humano foi tomando proporções
diferenciadas e maiores. A Bíblia mostra, por exemplo: o primeiro homicídio (Gn
4.8); o primeiro caso de bigamia (Gn 4.19); um duplo homicídio (Gn 4.23); e, o
casamento misto da linhagem de Sete com linhagem de Caim (Gn 6.1). A maldade chegou a um ponto
culminante segundo o relato bíblico “[...] a maldade do homem se
multiplicara sobre a terra [...]” (Gn 6.5). No NT, Jesus acrescentou
que os homens daquela época só pensavam em coisas materiais em detrimento das
coisas espirituais. Semelhante cenário moral e espiritual antecederá a Sua
vinda (Mt 24.38; Lc 17.27).
1.2
Corrupção interna (Gn 6.5-b). O
relato bíblico é claro em afirmar a situação em que se encontrava a geração que
antecedeu o dilúvio: “[...] toda a imaginação dos pensamentos de seu
coração era só má [...]”. Suas atitudes evidenciavam quão decadente
estava seu âmago. Segundo Jesus, todos os atos de maldade revelam a
condição interior do homem (Mt 15.19; Mc 7.21). Do ponto de vista bíblico,
pensar em fazer o mal é tão nocivo e pecaminoso quanto fazê-lo (Pv 6.18; 15.26;
16.30; 24.9; Mq 2.1; Mt 5.28). O NT ensina que Deus tanto julgará as ações como
também os pensamentos dos homens (Rm
2.16; I Co 4.5).
1.3
Corrupção habitual (Gn 6.5-c). Os
moradores da terra nessa época não só faziam maldades e maquinavam o mal como
também perseveram em fazê-lo “E viu o SENHOR que a maldade do homem se
multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu
coração era só má continuamente”. A iniquidade havia se tornado
moda, ou seja, um estilo de vida que todos, com raras exceções, aderiram (Gn
6.8). Por que não se arrependiam de suas más obras, Deus lhes tirou o Seu
Espírito (Gn 6.3-a) e decretou-lhes a brevidade da vida, tanto encurtando a
longevidade que tinham, como tirando a vida física com a punição pelo dilúvio
(Gn 6.3-b). O período que antecede o retorno de Cristo será de semelhante
degradação moral como previu Jesus e os apóstolos (Mt 24.12; Lc 18.8; II Tm
3.1-4; II Pe 3.1-7).
II
– A ATITUDE DIVINA ANTE A CORRUPÇÃO
2.1
Deus vê (Gn 6.5,11-12). Enquanto na
terra o pecado proliferava sem limites, o Deus do céu contemplava tudo o que
acontecia, pois nada escapa aos seus olhos: “E viu o SENHOR que a maldade
do homem se multiplicara sobre a terra”. É um grande engano pensar que
se pode esconder algo do Senhor, pois a Bíblia nos diz que Ele tudo vê, tanto o
que está patente e quanto o que está oculto (Sl 139.1-6; Hb 4.13).
2.2
Deus se entristece (Gn 6.6). Contemplando
a multiplicação da iniquidade no mundo, a Escritura diz: “Então
arrependeu-se o SENHOR de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu
coração”. “Diferente do homem, o arrependimento divino não
brota da tristeza por más ações feitas. As mudanças na relação do homem com
Deus resultam em mudanças nos procedimentos de Deus com o homem. Quando o homem
se afasta de Deus para o pecado, Deus muda a relação de comunhão para uma
relação de repreensão julgadora. Quando o homem se afasta do pecado para Deus,
este estabelece uma nova relação de comunhão. Este é o arrependimento divino.
Em Gênesis 6.6, Deus muda de comunhão para julgamento, embora com muito pesar”
(BEACON, sd, p. 47 – acréscimo nosso).
2.3
Deus intervém (Gn 6.7,13,17). Os
presentes versículos nos mostram que Deus resolveu intervir na história da raça
humana caída em pecado, trazendo sobre eles um grande julgamento. Nesta
ocasião, o Senhor puniria os pecadores com um grande dilúvio sobre a terra,
fazendo-os perecerem e purificando a terra da maldade e extrema violência. “O termo
técnico para “dilúvio” usado nos capítulos de Gênesis 6-11 e no Salmo 29.10 é “mabbul”,
que é traduzido como “kataklysmos” na Septuaginta
(Tradução do AT hebraico para o grego), é a mesma palavra grega é usada em
varias referências do NT ao Dilúvio (Mt 24.38,39; Lc 17.27; 2 Pe 2.5)”
(WYCLIFFE, 2007, p. 22 – acréscimo nosso). A palavra cataclisma segundo
Ferreira (2004, p. 422) significa: “grande
inundação; dilúvio”.
III
– NOÉ: UM EXEMPLO DE PIEDADE NUM MUNDO CORRUPTO
Apesar de o mundo
ter se afundado em pecado, houve alguém que se comportou de forma diferente.
Esse indivíduo é chamado Noé. “A palavra
Noé do hebraico “Noach” “repouso” vem de um verbo que significa descansar, e
está associado a alivio.” (RADMACHER, et al, 2010, p. 25).
A
Bíblia destaca algumas características deste nobre servo de Deus, a saber: (a)
JUSTIÇA (Gn 6.9-a; 7.1). A palavra justo, do hebraico tsaddiq, descreve o caráter
de Noé conforme se manifestava em relação aos outros seres humanos: “honestidade”
ou “honra” era evidente em seu comportamento, sua
conduta revelava esta justiça moral e ética (Ez 14.14,20); (b) RETIDÃO (Gn 6.9-b).
A palavra hebraica “tâmim”, íntegro, descreve o
produto perfeito de um construtor sábio; é inteiro, completo e perfeito. Visto
objetivamente, a palavra imaculado descreve o caráter. A Bíblia mostra que Deus
é reto (Dt 32.4; Sl 25.8; 92.15; 119.37); e, (c) COMUNHÃO COM DEUS (Gn 6.9-c). Tal qual Enoque, Noé também é
descrito como um homem que andou com
Deus (Gn 5.24; 6.9). A expressão “andar com Deus” aponta para a
sua conduta, caracterizada pela vida de comunhão e obediência a Deus. A mesma
postura se requer do cristão ante este mundo tenebroso (Sl 84.11; Pv 2.21; 16.17; Gl 5.16-26; I
Jo 2.29).
IV
– A LONGANIMIDADE, O JUÍZO E O LIVRAMENTO DE DEUS
4.1
A longanimidade de Deus (Gn 6.3). Segundo
o dicionário Vine (2002, p. 759) longanimidade é a “qualidade
de autodomínio em face da provocação que não retalia impetuosamente ou castiga
prontamente”. Apesar da maldade, Deus decretou que daria um tempo a geração de Noé de
120 anos até que viesse o dilúvio e consumisse a todos. Como podemos
ver, antes dEle enviar o juízo sobre a terra, concede tempo ao pecador
para que se arrependa, isto porque Ele é tardio em irar-se (Êx 34.6; Jl 2.13). Deus
é cheio de compaixão, graça e sua longanimidade visa o benefício do homem
tentando conduzi-lo ao arrependimento (I Pe 3.20; II Pe 3.9).
4.2
O juízo de Deus (Gn 6.13,17). Durante
o tempo que Deus deu aos homens para se arrepender mediante a pregação de Noé,
seus contemporâneos não lhe deram ouvidos (II Pe 2.5). Com a arca já construída
e os animais dentro, Deus ordena que Noé e sua família entrem para que ele
cumpra a Sua palavra enviando sobre a terra o seu juízo (Gn 7.1-24). “Embora o
pecado e a violência possam ficar sem punição por algum tempo dentro da longanimidade
divina, todavia não serão esquecidos. Apesar de ele ser “tardio em
irar-se” e estar sempre interessado em mostrar-se misericordioso, não é
absolutamente imune a ira quando sua lei é impugnada e sua graça desprezada”
(ELISSEN, 1993, p. 318).
INFORMAÇÕES IMPORTANTES SOBRE O
DILÚVIO
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Fato histórico
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“Os registros de Gênesis (Gn 7.1-24) como também de Cristo (Mt
24.37-39; Lc 17.26-27), dos profetas (Is 54.9) e dos apóstolos (I Pe 3.20; II
Pe 2.5; 3.6), comprovam que realmente houve o dilúvio. Muitos arqueólogos
comprovam que muitas civilizações primitivas tinham tradições relacionadas ao
dilúvio, cujos detalhes são paralelos ao relato de Gênesis” (WIERSBE, 2008,
p. 33).
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Alcance mundial
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“A linguagem dos capítulos sexto a nono de Gênesis refere-se a
um dilúvio de dimensões universais (Gn 6.13,17;
7.6,10,18,19). Todos os picos dos montes
foram cobertos pelas águas, tendo havido a destruição absoluta de todos os
seres vivos terrestres, excetuando-se os que estavam na arca (e,
naturalmente, excetuando-se a vida marinha em geral” (CHAMPLIN, 2001, p. 66 –
acréscimo nosso).
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Duração
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As águas vieram do abismo e do céu (Gn 7.11); a
chuva durou quarenta dias e quarenta noites (Gn 7.4); as águas subiram quinze
côvados acima dos montes (aproximadamente a distância de cerca de 6,75
metros) (Gn 7.19,20); as águas prevaleceram cento e cinquenta dias (Gn
7.24); e, após um ano, a terra ficou seca (Gn 7.6; 8.13,14).
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Resultado
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O registro bíblico nos mostra que quando as águas se
avolumaram ao ponto de cobrir os montes, tudo o que havia na terra: homens e
animais pereceu (Gn 7.17-23). Somente Noé, sua família (oito pessoas) e os
animais que estavam na arca sobreviveram (I Pe 3.20).
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Promessa
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Deus fez um pacto com Noé e com toda a humanidade
prometendo não mais destruir o mundo por um dilúvio. Para dar-lhe segurança
de que a raça continuaria e o homem teria um futuro garantido, Deus fez
aliança com ele. Deixou o arco-íris como sinal de sua fidelidade (Gn 8.21,22;
9.11-17).
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4.3
O livramento de Deus (Gn 6.14-16). Noé
achou graça aos olhos de Deus (Gn 6.8). O Senhor o livrou junto com a sua
família do grande dilúvio, porque este tinha um caráter santo distinguindo-se
dos seus contemporâneos (Gn 6.9). Somando-se a isto a atitude do patriarca
depois que recebeu a orientação divina quanto a construção da arca, não
titubeou, mas agiu com fé (Hb 11.7-a), obedecendo de forma imparcial a Palavra
de Deus (Gn 6.22; 7.5).
CONCLUSÃO
O registro bíblico do dilúvio serve de
advertência de que Deus é o justo Juiz de todo o mundo e castigará, sem dúvida
alguma o pecado e livrará da prova os piedosos (II Pe 2.5-9). No tempo de Noé,
Deus destruiu o mundo com água, mas no futuro vai fazê-lo com fogo (II Pe
3.4-14).
REFERÊNCIAS
·
CHAMPLIN, R. N. O
Antigo Testamento Interpretado – Gênesis a Números. HAGNOS.
·
ELISSEN,
Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. VIDA.
·
HOWARD, R.E
et al. Comentário Bíblico: Beacon. CPAD.
·
PFEIFFER,
Charles F. et al. Dicionário Bíblico
Wyclliffe. CPAD.
·
STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal.
CPAD.
·
VINE, W.E, et al. Dicionário Vine. CPAD.
Fonte: portal.rbc1.com.br/licoes-biblicas
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