Texto Áureo: Ne. 8.2,3 – Leitura Bíblica: Ne. 6.1-9
Pb. José Roberto A. Barbosa
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Twitter: @subsidioEBD
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Objetivo: Mostrar aos alunos que o genuíno ensino da Palavra de Deus é capaz de produzir um verdadeiro avivamento.
INTRODUÇÃO
O
templo havia sido reconstruído, os muros reerguidos, mas faltava o
principal, um genuíno avivamento. Na aula de hoje estudaremos a respeito
do avivamento verdadeiro que aconteceu nos tempos de Esdras e Neemias. A
princípio definiremos avivamento no contexto geral da Bíblia, a Palavra
de Deus. Em seguida, comentaremos o texto de Neemias 8, no qual está
registrado esse grandioso avivamento. Ao final, convocaremos a igreja do
Senhor para experimentar um avivamento genuíno, respaldado e conduzido
pela Palavra de Deus.
1. AVIVAMENTO, DEFINIÇÕES BÍBLICO-TEOLÓGICAS
Nos
dicionários de Língua Portuguesa, o termo avivamento vem do verbo
“avivar”, que significa: “tornar mais vivo, estimular, tornar mais
nítido, ativo e intenso” (Aurélio). O avivamento deva ser uma condição
perene na igreja cristã, talvez, por isso, não exista essa palavra nem
no Antigo quanto no Novo Testamento, apenas termos correlacionados.
Encontramos na Bíblia apenas o verbo “avivar”, usado com muita
freqüência. Em I Rs. 17.22 a palavra hebraica é shub,
que se refere ao ato de fazer voltar à vida algo que se encontrava
morto ou simplesmente, renovar ou restaurar. Na célebre oração de pedido
de avivamento de Hc. 3.2, a palavra hebraica é chaiah, cujo
significado é viver, ter vida, permanecer vivo, sustentar a vida, viver
prosperamente, viver para sempre, reviver, estar vivo, ter a vida ou a
saúde recuperada. Existem dois outros textos clássicos em hebraico que
se referem a esse ato, ambos com a palavra chaiah, são Sl. 85.6
(avivamento corporativo) e Is. 57.15 (avivamento pessoal). As
características de um avivamento genuinamente bíblico são as seguintes:
1) percepção da presença de Deus – isso é claramente revelado em At. 2 e
em Hc. 3.2 onde o profeta reconhece “Deus veio”, é uma experiência
marcante; 2) disposição incomum para ouvir a Deus – devemos lembrar que o
avivamento é uma resposta de fé, e essa, vem pelo ouvir a Palavra de
Deus (Rm. 10.17); 3) convicção profunda do próprio pecado – vejamos o
que aconteceu com o profeta Isaias, diante da manifestação do poder de
Deus (Is. 6.3-5); e 4) quebrantamento que leva à obediência em alegria
(Nm. 8.17,18).
2. NEEMIAS E AS MARCAS DO VERDADEIRO AVIVAMENTO
Sem
a consideração à Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus, não há genuíno
avivamento. Ao longo da história da igreja, especialmente no período da
Reforma Protestante, o avivamento ocorreu em decorrência da atenção
devotada às Escrituras. Nos tempos de Neemias, a Torah havia sido
abandonado, o povo se distanciou da revelação do Senhor. Nos dias atuais
enfrentamos os mesmos desafios, face ao liberalismo teológico, que nega
a revelação sobrenatural de Deus, e das tradições humanas, que se
colocam acima da Palavra, é preciso retorna à Palavra. Em Neemias,
capítulo 8, compreendemos a natureza de um avivamento genuíno, que se
sustenta pela exposição da Bíblia. Deus moveu o povo para reunir-se e
ouvir a Palavra (Ne. 8.1), todos: homens, mulheres e crianças, buscaram
as Escrituras (Ne. 8.2), com o propósito exclusivo de crescerem por meio
da exposição bíblica. Esdras, o expositor, demonstrou-se completamente
comprometido com as Escrituras (Ne. 8.4,5; Ed. 7.10). O povo, ao
contrário do acontece em muitos arraiais evangélicos atualmente, estava
de ouvidos atentos, mente aguçada, reverente, e em adoração diante da
Palavra (Ne. 8.3-8). O tipo de pregação priorizado por Esdras foi a
expositiva, também seguida pelos Reformadores. Primeiramente o texto foi
lido (Ne. 8.3-5), em seguida ele foi explicado (Ne. 8.7,8), e depois
aplicado (Ne. 8.9-12). Essa é uma grande lição para os pregadores
modernos, que utilizam o texto bíblico ao seu bel prazer, não para
dizerem o que o texto diz, mas para usarem o texto para dizerem o que
querem. A pregação expositiva da Palavra de Deus atinge a mente (Ne.
8.8), a emoção (Ne. 8.9-12) e demanda decisão, vontade de obedecer (Ne.
8.11,12). O avivamento genuíno começa pela liderança, é ela que precisa
tomar a iniciativa de buscar a Palavra de Deus (Ne. 8.13-15), os
liderados, a partir da motivação da liderança, é orientada a se voltar
para a Bíblia (Ne. 8.16-18).
3. A IGREJA DEVE BUSCAR UM GENUÍNO AVIVAMENTO
A
igreja evangélica brasileira tem crescido bastante nessas últimas
décadas, mas esse avanço não representa um genuíno avivamento. Isso
porque ao invés de buscar a Palavra de Deus, muitos evangélicos estão
fundamentados no emocionalismo, em interesses pessoais, não há
compromisso com as Escrituras. A pregação está desaparecendo dos
púlpitos, os shows estão predominando durante as horas separadas para a
união entre os crentes. Os evangélicos, moldados em uma cultura da
superficialidade, não conseguem permanecer atentos por meia hora para
ouvir a exposição da Palavra de Deus. Para não perderem os seus fiéis, a
liderança tem feito uma série de concessões. Os cultos mais parecem
espetáculos de circo, cheio de iluminações e marabalismos. Essa
espetacularização do culto reflete uma ausência de espiritualidade
genuína. Os pregadores, a fim de agradarem a platéia, dizem tão somente o
que as pessoas querem ouvir. Aqueles que têm compromisso com a Palavra
de Deus são descartados em favor dos marqueteiros da fé, que usam e
abusam da mídia para se projetarem. Esses não têm conhecimento
bíblico-teológico, ouvi-los, na maioria das vezes, é um exercício de
paciência. Precisamos aprender a valorizar as coisas simples, o
ensinamento da Palavra de Deus, com o foco na mensagem, não no currículo
dos mensageiros. Teremos um avivamento genuíno no Brasil quando a
igreja evangélica ouvir a voz de Deus e decidir obedecer a Sua palavra.
Precisamos voltar a chorar pelos nossos pecados, sentir a miséria
daqueles padecem necessidade, valorizar as pessoas pelo que são, não
pelo que têm, imitar o exemplo daqueles que servem ao Senhor com
sinceridade.
CONCLUSÃO
O
texto de Neemias 8 nos direciona para buscar um avivamento genuíno: 1)
Esdras reuniu a todos, não apenas alguns, contanto que fossem capazes de
entender aquilo que haveria de ser exposto (v. 2), mas antes, ele
direcionou o povo à oração, quando todo povo disse “amém” (v. 6). Ele
leu com distinção, isto é, de modo que todos pudessem ouvir com nitidez.
Em seguida, após essa leitura com clareza, ela expunha o sentido para
que as pessoas compreendessem (v. 8); 2) como resultado da leitura e
exposição da Palavra, o povo entristeceu-se e sentiu vergonha dos seus
pecados diante de Deus, o clamor foi tal que Esdras e Neemias precisaram
instruir o povo a que se regozijassem perante o Senhor; e 3) O povo,
então, tomou a decisão de obedecer a Palavra de Deus (v. 17), e, após
ouvir os ensinamentos do Senhor, “houve muita alegria” (v. 18). Esse é o
percurso bíblico do verdadeiro avivamento, parte da leitura e exposição
da Bíblia, sob a oração, debaixo da unção do Espírito Santo. Que Deus
avive sua obra nos meio do Seu povo!
BIBLIOGRAFIA
BROWN, R. The message of Nehemiah. Downer Grove: IVP, 1998.
KIDNER, D. Esdras e Neemias: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1985.
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