Texto Áureo: I. Co. 4.2 – Leitura Bíblica: Ne. 13.1-8
Pb. José Roberto A. Barbosa
Twitter: @subsidioEBD
Objetivo:
Mostrar aos alunos que o verdadeiro líder age com sabedoria e prudência, porque
sabe que a sua autoridade procede do soberano e único Deus.
INTRODUÇÃO
Em dias difíceis, e de crise, o
exercício ministerial exerce papel fundamental. Sem um ministério firme e
comprometido com a Palavra, o povo é conduzido à ruína. Na aula de hoje
atentaremos para esse importante tema. Definiremos bíblico-teologicamente o
significado de ministério, destacaremos a relevância de um ministério em
conformidade com os padrões bíblicos, e ao final, o papel que o ministério
exerce na condução da obra de Deus.
1.
MINISTÉRIO, DEFINIÇÃO BÍBLICO-TEOLÓGICA
Ministério, em hebraico, vem do
verbo sarat, que denota “ministro, servo, oficial” e se refere à pessoa que
exerce trabalho na casa real (II Sm. 13.17) ou em uma corte de oficiais e
servos públicos (II Cr. 27.1; 28.1; Et. 1.10). Este verbo deva ser distinguido
de abad, que diz respeito ao serviço em geral. Essa
palavra está associada ao serviço dado a um indivíduo de status, como no caso
de José que serviu a Potifar (Gn. 39.4). O uso mais importante de sarat é no
contexto da adoração ao Deus de Israel (Nm. 16.9; Dt. 10.8; Ez. 44.15,16). As
referências apontam o papel especial de ministração diante de Deus ou do Seu
povo. Os indivíduos que exerciam o ministério geralmente eram os sacerdotes
levitas, tal como Arão (Ex. 28.35). Sarat também diz respeito à pessoa
envolvida no serviço, comumente o termo é traduzido por “ministro” ou “servo”,
o caso de Josué que servia a Moisés (Ex. 24.13; 33.11; Nm. 11.28; Js. 1.1) e
dos anjos que servem a Deus (Sl. 103.21; 104;4). No Novo Testamento, destacamos
duas palavras gregas para ministro: diakonos, frequentemente traduzida por
servo, e o substantivo hyperetes que designa alguém em subordinação,
desempenhando um papel, como um guardião (Mt. 5.25; 25.58; Mc. 14.54,46). O
ministro, consoante ao exposto, é alguém que tem a responsabilidade de servir
ao Senhor, como um guardião da doutrina, compromissado com a Palavra de Deus,
para o bem do povo.
2. A IMPORTÂNCIA DO MINISTÉRIO SEGUNDO A VONTADE DE DEUS
Muitos
querem ser ministros, mas poucos, de fato, estão dispostos servirem à Palavra
de Deus. Nas horas de crise, o ministro que serve ao Senhor faz a diferença,
basta atentarmos para o exemplo de Neemias que durante doze anos esteve firme,
enfrentando oposição de dentro e de fora, mas sem fazer concessões em relação à
vontade de Deus. Não há outro modo de conhecermos a Palavra de Deus, senão
através da Palavra de Deus. A maior necessidade da igreja evangélica brasileira
é o retorno à Bíblia, não apenas lê-la, mas, sobretudo, colocá-la em prática. Os
ministros precisam dar o exemplo, devam ser leitores inveterados da Palavra,
não podem trocar a Manual de Deus, pelos livros de autoajuda, os compêndios de
psicologia moderna, ou mesmo pelas instruções dos gurus da administração
eclesiástica. Conforme está escrito no capítulo 13 de Neemias, o povo começou a
querer entrar pelo caminho do sincretismo religioso. O Senhor proibiu
terminantemente que esse ecumenismo se realizasse (Ne. 13.1,2). A tolerância é
necessária a todo cristão, mas não podemos fazer concessões em relação à
Palavra. Os sacerdotes, para tirarem alguma vantagem, certamente econômica,
abriram às portas a interesses contrários à vontade de Deus. Por esse motivo,
Malaquias, como profeta do Senhor, denunciou a corrupção (Ml. 2.1-9). Há
líderes eclesiásticos que vendem o povo com facilidade, principalmente aos
interesses políticos, se obtiverem algum benefício próprio. A ordem do Senhor é
contundente: “retirai-vos do meio deles” (II co. 6.17). A igreja do Senhor não
precisa fazer conchavos com o mundo para adquirir visibilidade. Na maioria das
vezes é sofrendo perseguição que a igreja mostra que é igreja.
3.
O MINISTÉRIO E A RESTAURAÇÃO DA OBRA DE DEUS
Neemias
conduziu o povo à restauração, não apenas dos muros, mas, principalmente, da
espiritualidade. Mas esse mesmo povo se distanciou de Deus depois que Neemias
retornou a Susã. A casa do Senhor passou a ter necessidades, isso porque os
judeus se voltaram aos seus negócios. A prosperidade financeira não é garantia
de verdadeira espiritualidade. Na verdade, há cristãos que justamente quando
começam adquirir bens, mais se afastam de Deus. Se por um lado o povo fechava a
mão, sendo inclusive denunciado pelo profeta Malaquias (Ml. 3.10), os
sacerdotes, por outro, metiam a mão no que não lhes pertenciam, como fazia
Eliasibe, ao beneficiar Tobias, o inimigo da obra do Senhor, alongando nas
dependências do Templo (Ne. 13.4,5). Em virtude dos seus pecados sacerdotais,
este também passou a ser conivente com o pecado (Ne. 13.2). Neemias, ao
constatar aquela situação, a reconheceu como uma “mal” (Ne. 13.7). Observamos a
falta de transparência e zelo na condução dos serviços do Senhor, especialmente
no que tange aos recursos. Nos dias atuais, muitos pseudo-pastores utilizam os
púlpitos, e também os meios de comunicação, para extorquir os irmãos mais
fracos. Eles se vestem regaladamente, abusam dos bens da igreja, enquanto muitos,
na própria igreja, padecem necessidade. Neemias percebeu a necessidade de agir
imediatamente diante daqueles desmandos. Ele lançou todos os móveis da casa de
Tobias fora da câmara do Senhor (Ne. 13.8-9). Jesus também agiu com firmeza
diante daqueles que queriam transformar a Casa do Senhor em comércio (Mt.
21.13). O ministro do Senhor, ciente da sua responsabilidade perante Deus, não
pode tolerar práticas indevidas que comprometam a seriedade da obra.
CONCLUSÃO
Em alguns contextos evangélicos,
os inimigos da obra de Deus estão sendo levados para cima do altar. Tais
práticas acontecem porque alguns supostos ministros estão querendo tirar
proveito próprio das influências. A corrupção se instalou em determinados
arraiais evangélicos e já se naturalizou, as pessoas admitem como se tudo fosse
normal. Os líderes, com a consciência cauterizada, não sentem mais o pecado,
justificam seus atos profanos até citando versículos descontextualizados. A
indignação santa, pautada na Palavra, é indispensável para que tenhamos
mudanças reais na obra de Deus. Como fez Neemias, e o Senhor Jesus, precisamos
lançar fora todas as práticas abomináveis, que não condizem com o Reino de
Deus.
BIBLIOGRAFIA
BROWN, R. The
message of Nehemiah. Downer Grove: IVP, 1998.
PACKER,
J. I. Neemias: paixão pela fidelidade. Rio de Janeiro:
CPAD, 2010.
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