O QUE HÁ DE ERRADO COM O BUDISMO
“Tende cuidado, para que ninguém
vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a
tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo
Cristo” (Cl 2.8).
Muitas pessoas, hoje em dia,
buscam a chamada “transcendência”, almejando transpor a esfera natural
para obter respostas para a vida. As filosofias orientais atraem
inúmeros simpatizantes pelo fato de criarem em suas mentes a ilusão de
que podem viver numa dimensão superior, sem preocupações, em harmonia
com a natureza. Essas filosofias estão contidas nas religiões e seitas
orientais.
As principais religiões
orientais são o Hinduísmo, o Budismo e o Taoísmo. E, em geral, se
contrapõem às importantes religiões ocidentais. A obra secular O Livro
das Religiões apresenta uma interessante comparação entre as religiões
ocidental e oriental:
Visão da história
OCIDENTAL: Visão linear da história, isto é, a História tem um começo e um fim; o mundo foi criado num certo ponto e um dia irá terminar.
ORIENTAL: Visão cíclica da história, isto é, história se repete num ciclo eterno e o mundo dura de eternidade em eternidade.
Conceito de deus
OCIDENTAL: Deus é o criador; Ele é todo-poderoso e é único. O monoteísmo é tipicamente ocidental.
ORIENTAL: O
divino está presente em tudo. Ele se manifesta em muitas divindades
(politeísmo), ou como uma força impessoal que permeia tudo e a todos
(panteísmo).
Noção de Humanidade
OCIDENTAL: Há
um abismo entre Deus e o ser humano, entre o criador e a criatura. O
grande pecado é o homem desejar se transformar em Deus em vez de se
sujeitar à vontade de Deus.
ORIENTAL: O homem pode alcançar a união com o divino mediante a iluminação súbita e o conhecimento.
Salvação
OCIDENTAL: Deus redime o ser humano do pecado, julga e dá a punição.
ORIENTAL:
Existe a noção de vida após a morte, no céu ou no inferno. A salvação é
se liberar do eterno ciclo da reencarnação da alma e do curso da ação. A
graça vem do conhecimento místico.
Ética
OCIDENTAL: O fiel é um instrumento da ação divina e deve obedecer à vontade de Deus, abandonando o pecado e a passividade diante do mal.
ORIENTAL: Os ideais são a passividade e a fuga do mundo.
Culto
OCIDENTAL: Orar, pregar, louvar.
ORIENTAL: Meditação, sacrifício.
(O Livro das Religiões, vários, Cia. Das Letras, p.38).
O FUNDADOR DO BUDISMO
O fundador do budismo, Sidarta
Gautama (c. 560-480 a.C.), viveu no Nordeste da Índia, e há várias
historias ou lendas acerca de sua vida. Filho de um rajá, cresceu no
seio da fortuna e do luxo. Seu pai ouvira uma profecia de que Gautama ou
se tornaria um poderoso governador ou renunciaria a tudo para viver
isolado, aperfeiçoando o espírito. Para evitar que esta última profecia
se cumprisse, o rajá protegeu o filho contra o mundo além das muralhas
palacianas, cercando-o de delicias e diversões. Ainda jovem o príncipe
casou-se com sua prima e mantinha também um harém de lindas dançarinas.
Aos 29 anos, apesar da proibição
do pai, arriscou-se a sair do palácio e viu, pela primeira vez, um
velho, um homem doente e um cadáver. Entretanto, depois dessas
impressões desanimadoras, avistou um asceta com a expressão radiante de
alegria. Percebeu então que uma vida de riqueza e prazer é vazia e sem
sentido. E se perguntou: Haverá alguma coisa que transcenda a velhice, a
doença e a morte?
Gautama se sentiu tomado por uma
grande compaixão pela humanidade e um chamado para livrá-la do
sofrimento. Imerso em pensamentos, voltou ao palácio e renunciou à sua
agradável vida de príncipe, sem se despedir. Abandonou esposa, filhos,
tudo, para se tornar um andarilho...
GAUTAMA SE TORNA BUDA
De príncipe a andarilho,
obrigou-se a comer cada vez menos, até que, finalmente, segundo a lenda,
conseguia sobreviver com um único grão de arroz por dia! Dessa maneira,
esperava dominar o sofrimento, mas, como os exercícios de ascetismo e a
ioga não lhe deram o que buscava, aplicou-se à meditação
transcendental.
Aos 35 anos, após seis anos de
vida ascética, alcançou a iluminação, sentado sob uma figueira, à margem
de um afluente do rio Ganges. Gautama agora era um Buda, um iluminado
(literalmente, “aquele que acordou”), pois alcançara a percepção de que
tudo o sofrimento do mundo é causado pelo desejo e sabia que,
suprimindo-o, escaparia de outras encarnações.
Durante sete ininterruptos dias,
Buda ficou sentado debaixo da árvore da iluminação, ganhando uma
compreensão da realidade não transitória, mas absoluta, acima do tempo e
do espaço. No Budismo, isso é chamado de nirvana. Ao dominar os seus
desejos, parou de produzir o karma e, por conseguinte, ficou livre da
reencarnação. Conseguira alcançar a salvação para si mesmo, e caminho
estava aberto para abandonar o mundo e entrar no nirvana final.
O deus Brahma (espírito
universal, paradoxalmente impessoal, mas ao mesmo tempo capaz de se
comportar como se tivesse personalidade!) instou com Buda para que
difundisse seus ensinamentos. E então, mais uma vez cheio de compaixão
por todos os seres vivos, decidiu “abrir o portão da eternidade” para os
que o quisessem ouvir e se tornou um avatar.
Perguntas Intrigantes que os Jovens Costumam Fazer. Ciro Sanches Zibordi – CPAD. p.84-87.
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