terça-feira, 22 de novembro de 2011

LIÇÃO 09 – A FILOSOFIA BUDISTA

O QUE HÁ DE ERRADO COM O BUDISMO

“Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo” (Cl 2.8).

Muitas pessoas, hoje em dia, buscam a chamada “transcendência”, almejando transpor a esfera natural para obter respostas para a vida. As filosofias orientais atraem inúmeros simpatizantes pelo fato de criarem em suas mentes a ilusão de que podem viver numa dimensão superior, sem preocupações, em harmonia com a natureza. Essas filosofias estão contidas nas religiões e seitas orientais.

As principais religiões orientais são o Hinduísmo, o Budismo e o Taoísmo. E, em geral, se contrapõem às importantes religiões ocidentais. A obra secular O Livro das Religiões apresenta uma interessante comparação entre as religiões ocidental e oriental:

Visão da história

OCIDENTAL: Visão linear da história, isto é, a História tem um começo e um fim; o mundo foi criado num certo ponto e um dia irá terminar.

ORIENTAL: Visão cíclica da história, isto é, história se repete num ciclo eterno e o mundo dura de eternidade em eternidade.

Conceito de deus

OCIDENTAL: Deus é o criador; Ele é todo-poderoso e é único. O monoteísmo é tipicamente ocidental.

ORIENTAL: O divino está presente em tudo. Ele se manifesta em muitas divindades (politeísmo), ou como uma força impessoal que permeia tudo e a todos (panteísmo).

Noção de Humanidade

OCIDENTAL: Há um abismo entre Deus e o ser humano, entre o criador e a criatura. O grande pecado é o homem desejar se transformar em Deus em vez de se sujeitar à vontade de Deus.

ORIENTAL: O homem pode alcançar a união com o divino mediante a iluminação súbita e o conhecimento.

Salvação

OCIDENTAL: Deus redime o ser humano do pecado, julga e dá a punição.

ORIENTAL: Existe a noção de vida após a morte, no céu ou no inferno. A salvação é se liberar do eterno ciclo da reencarnação da alma e do curso da ação. A graça vem do conhecimento místico.

Ética

OCIDENTAL: O fiel é um instrumento da ação divina e deve obedecer à vontade de Deus, abandonando o pecado e a passividade diante do mal.

ORIENTAL: Os ideais são a passividade e a fuga do mundo.

Culto

OCIDENTAL: Orar, pregar, louvar.

ORIENTAL: Meditação, sacrifício.

(O Livro das Religiões, vários, Cia. Das Letras, p.38).

O FUNDADOR DO BUDISMO

O fundador do budismo, Sidarta Gautama (c. 560-480 a.C.), viveu no Nordeste da Índia, e há várias historias ou lendas acerca de sua vida. Filho de um rajá, cresceu no seio da fortuna e do luxo. Seu pai ouvira uma profecia de que Gautama ou se tornaria um poderoso governador ou renunciaria a tudo para viver isolado, aperfeiçoando o espírito. Para evitar que esta última profecia se cumprisse, o rajá protegeu o filho contra o mundo além das muralhas palacianas, cercando-o de delicias e diversões. Ainda jovem o príncipe casou-se com sua prima e mantinha também um harém de lindas dançarinas.

Aos 29 anos, apesar da proibição do pai, arriscou-se a sair do palácio e viu, pela primeira vez, um velho, um homem doente e um cadáver. Entretanto, depois dessas impressões desanimadoras, avistou um asceta com a expressão radiante de alegria. Percebeu então que uma vida de riqueza e prazer é vazia e sem sentido. E se perguntou: Haverá alguma coisa que transcenda a velhice, a doença e a morte?

Gautama se sentiu tomado por uma grande compaixão pela humanidade e um chamado para livrá-la do sofrimento. Imerso em pensamentos, voltou ao palácio e renunciou à sua agradável vida de príncipe, sem se despedir. Abandonou esposa, filhos, tudo, para se tornar um andarilho...

GAUTAMA SE TORNA BUDA

De príncipe a andarilho, obrigou-se a comer cada vez menos, até que, finalmente, segundo a lenda, conseguia sobreviver com um único grão de arroz por dia! Dessa maneira, esperava dominar o sofrimento, mas, como os exercícios de ascetismo e a ioga não lhe deram o que buscava, aplicou-se à meditação transcendental.

Aos 35 anos, após seis anos de vida ascética, alcançou a iluminação, sentado sob uma figueira, à margem de um afluente do rio Ganges. Gautama agora era um Buda, um iluminado (literalmente, “aquele que acordou”), pois alcançara a percepção de que tudo o sofrimento do mundo é causado pelo desejo e sabia que, suprimindo-o, escaparia de outras encarnações.

Durante sete ininterruptos dias, Buda ficou sentado debaixo da árvore da iluminação, ganhando uma compreensão da realidade não transitória, mas absoluta, acima do tempo e do espaço. No Budismo, isso é chamado de nirvana. Ao dominar os seus desejos, parou de produzir o karma e, por conseguinte, ficou livre da reencarnação. Conseguira alcançar a salvação para si mesmo, e caminho estava aberto para abandonar o mundo e entrar no nirvana final.

O deus Brahma (espírito universal, paradoxalmente impessoal, mas ao mesmo tempo capaz de se comportar como se tivesse personalidade!) instou com Buda para que difundisse seus ensinamentos. E então, mais uma vez cheio de compaixão por todos os seres vivos, decidiu “abrir o portão da eternidade” para os que o quisessem ouvir e se tornou um avatar.

Perguntas Intrigantes que os Jovens Costumam Fazer. Ciro Sanches Zibordi – CPAD. p.84-87. 
 

0 comentários:

Postar um comentário