quarta-feira, 7 de março de 2012

LIÇÃO 11 – SEJA PRUDENTE

Objetivo
Professor (a) ministre sua aula de forma que possa conduzir o aluno a:
ØConscientizar-se da importância da prudência, bem como das conseqüências de não tê-la.
Para refletir
“O homem sensato sempre pensa antes de agir, mas o tolo anuncia a sua ignorância.”(Pv. 13:16 – NTHL).
Classicamente, prudência é considerada uma virtude, e de fato, uma das quatro Virtudes Cardinais (as outras três sendo a temperança, a justiça e a fortaleza). A palavra vem de prudência (expressão francesa do final do século 13), do latim prudentia (significando "previsão, sagacidade".
Freqüentemente é associada com a Sabedoria, Introspecção, e Conhecimento. Neste caso, a virtude é a capacidade de julgar entre ações maliciosas e virtuosas, não só num sentido geral, mas com referência a ações apropriadas num tempo dado e lugar. Embora a prudência não execute qualquer ação, e está preocupada unicamente com o conhecimento, todas virtudes têm que estar reguladas por ela.
Distinguir quando atos são corajosos, ao contrário de descuidado ou covardemente, por exemplo, é um ato de prudência. Ela é classificada como um "cardinal", quer dizer que uma virtude "principal”. Por outras palavras, prudência "dispõe a razão para discernir em todas as circunstâncias o verdadeiro bem e a escolher os justos meios para atingi-lo. Ela conduz a outras virtudes, indicando-lhes a regra e a medida" (CCIC, n. 380).
Texto Bíblico em estudo: Pv. 12:23; 14:15-18.

Introdução
A prudência sabe escolher meios, ajeitá-los de forma que promova o melhor.aproveita a hora propicia, o  lugar certo – não dá passos errados.
O que significa prudência
Segundo o Dicionário Houaiss
1  virtude que faz prever e procura evitar as inconveniências e os perigos; cautela, precaução
calma, ponderação, sensatez, paciência ao tratar de assunto delicado ou difícil
Etimologia
Latim  prudentìa,ae – previdência, previsão, sabedoria, tino, inteligência, sagacidade, ciência;
A prudência equilibra a audácia. A prudência é aquela capacidade de escolher o caminho que melhor soluciona os problemas. Ela diz respeito à arte de decidir corretamente, não em virtude de qualquer tipo de sentimento, mas com base na realidade mesma. “Prudência é ver a realidade e, com base nela, tomar a decisão certa”.
A imprudência e suas conseqüências
A imprudência consiste numa precipitação no agir, assim, onde se precipita. Pode ser confundida com a negligência, mas estas se diferenciam justamente por ser a negligência uma a falta de atenção com seus próprios atos, e a imprudência uma ação precipitada diante de certa situação concreta.
Imprudência: falta de cautela, de cuidado, é mais que falta de atenção, é a imprevidência a cerca do mal, que se deveria prever, porém, não previu.
A prudência
A polidez é a origem das virtudes; a fidelidade, seu princípio; a prudência, sua condição.
Será ela mesma uma virtude?
A tradição responde que sim, e é o que cumpre explicar em primeiro lugar.
É que a palavra prudência é demasiado carregada de história para não estar sujeita a equívocos; e, de resto, ela quase desapareceu do vocabulário moral contemporâneo. O que não significa que não precisemos mais da coisa.
Examinemos com maior cuidado o problema. Sabemos que os latinos traduziram por prudentia a phronésis dos gregos e, especialmente, de Aristóteles ou dos estóicos.
A prudência é uma virtude intelectual, explicava Aristóteles, pelo fato de haver-se com o verdadeiro, com o conhecimento, com a razão: a prudência é a disposição que permite deliberar corretamente sobre o que é bom ou mau para o homem (não em si, mas no mundo tal como é, não em geral, mas em determinada situação) e agir em conseqüência, como convier.
É o que poderíamos chamar de bom senso, mas que estaria a serviço de uma boa vontade. Ou de inteligência, mas que seria virtuosa. É nisso que a prudência condiciona todas as outras virtudes; nenhuma, sem ela, saberia o que se deve fazer, nem como chegar ao fim (o bem) que ela visa. Tomás de Aquino, bem mostrou que, das quatro virtudes cardeais, a prudência é a que deve reger as outras três: a temperança, a coragem e a justiça, sem ela, não saberiam o que se deve fazer, nem como; seriam virtudes cegas ou indeterminadas (o justo amaria a justiça sem saber como, na prática, realizá-la, o corajoso não saberia o que fazer de sua coragem, etc.), assim como a prudência, sem elas, seria vazia ou não seria mais que habilidade.
A prudência tem algo de modesto ou de instrumental; ela se põe a serviço de fins que não são os seus e só se ocupa com a escolha dos meios. Mas é isso que a torna insubstituível: nenhuma ação, nenhuma virtude – em todo caso, nenhuma virtude em ato – poderia prescindir dela. A prudência não reina (mais vale a justiça, mais vale o amor), mas governa.
Não basta amar a justiça para ser justo, nem amar a paz para ser pacífico; é preciso, além disso, a boa deliberação, a boa decisão, a boa ação. A prudência decide e a coragem provê.
Os estóicos consideravam a prudência uma ciência (“a ciência das coisas a fazer e a não fazer”, diziam eles). A prudência supõe a incerteza, o risco, o acaso, o desconhecido. Um deus não a necessitaria; mas como um homem poderia prescindir dela?
A prudência não é uma ciência; ela é o que faz as suas vezes quando a ciência falta. Só se delibera quando se tem escolha, em outras palavras, quando nenhuma demonstração é possível ou suficiente. É então que é necessário querer não apenas o bom fim, mas os bons meios que conduzem a ele! Não basta amar os filhos para ser bom pai, nem querer o bem deles para fazê-lo. Amar, diria o humorista, não dispensa ninguém de ser inteligente.
Os gregos o sabiam, e talvez melhor do que nós. A prudencia é como que uma sabedoria prática, sabedoria da ação, para a ação, na ação. No entanto, ela não faz as vezes de sabedoria (da verdadeira sabedoria), porque tampouco basta agir bem para viver bem, ou ser virtuoso para ser feliz.
Aristóteles tem razão, aqui, contra quase todos os antigos: a virtude não basta mais à felicidade do que a felicidade à virtude. A prudência é, porém, necessária a uma e à outra, e a própria sabedoria não poderia prescindir dela. Sabedoria sem prudência seria sabedoria louca, e não seria sabedoria.
É que a prudência leva em conta o futuro, na medida em que depende de nós encará-lo (nisso ela pertence não à esperança, mas à vontade). Virtude presente, pois, como toda virtude, mas previsora ou antecipadora. O homem prudente é atento, não apenas ao que acontece, mas ao que pode acontecer; é atento, e presta atenção.
Prudentia, observava Cícero, vem de providere, que significa tanto prever como prover. Virtude da duração, do futuro incerto, do momento favorável (o kairós dos gregos), virtude de paciência e de antecipação. Não se pode viver no instante. Não se pode chegar sempre ao prazer pelo caminho mais curto. O real impõe sua lei, seus obstáculos, seus desvios. A prudência é a arte de levar isso tudo em conta, é o desejo lúcido e razoável. Os românticos, por preferirem os sonhos, torcerão o nariz. Os homens de ação sabem, ao contrário, que não há outro caminho, mesmo para realizar o improvável ou o excepcional. A prudência é o que separa a ação do impulso, o herói do desmiolado.
A prudência dos antigos (phronésis, prudentia) vai, portanto, bem além da simples evitação dos perigos, a que a nossa praticamente se reduz. A prudência determina o que é necessário escolher e o que é necessário evitar. Ora, o perigo pertence, na maioria dos casos, a esta última categoria; daí a prudência, no sentido moderno do termo (a prudência como precaução). Todavia, há riscos que é necessário correr, perigos que é preciso enfrentar; daí a prudência, no sentido antigo (a prudência como “virtude do risco e da decisão”). A primeira, longe de abolir a segunda, depende dela. A prudência não é nem o medo nem a covardia. Sem a coragem, ela seria apenas pusilânime, assim como a coragem, sem ela, seria apenas temeridade ou loucura.
A prudência aconselha, notava Kant, a moral comanda. Portanto, precisamos de uma e de outra, solidariamente. A prudência só é uma virtude quando a serviço de um fim estimável (de outro modo, não seria mais que habilidade), assim como esse fim só é completamente virtuoso quando servido por meios adequados (de outro modo, não seria mais que bons sentimentos).
Por isso, dizia Aristóteles, “não é possível ser homem de bem sem prudência, nem prudente sem virtude moral”. A prudência não basta à virtude (pois ela só delibera sobre os meios, quando a virtude também se prende à consideração dos fins), mas nenhuma virtude poderia prescindir da prudência.
Conclusão
“A prudência”, dizia santo Agostinho, “é um amor que escolhe com sagacidade.” O amor nos guia; a prudência nos ilumina.
Que ela possa iluminar também a própria humanidade! Vimos que a prudência levava em conta o futuro: é que seria perigoso e imoral esquecê-lo.
“Cuidado.” É a máxima da prudência.
Colaboração para o Portal Escola Dominical – Profª. Jaciara da Silva.

Fonte: PortalEBD

0 comentários:

Postar um comentário