Objetivo
Professor (a) ministre sua aula de forma que possa conduzir o aluno a:
ØConscientizar-se da importância da prudência, bem como das conseqüências de não tê-la.
Para refletir
“O homem sensato sempre pensa antes de agir, mas o tolo anuncia a sua ignorância.”(Pv. 13:16 – NTHL).
Classicamente, prudência é considerada uma virtude, e de fato, uma das
quatro Virtudes Cardinais (as outras três sendo a temperança, a justiça e
a fortaleza). A palavra vem de prudência (expressão francesa do final
do século 13), do latim prudentia (significando "previsão, sagacidade".
Freqüentemente é associada com a Sabedoria, Introspecção, e
Conhecimento. Neste caso, a virtude é a capacidade de julgar entre ações
maliciosas e virtuosas, não só num sentido geral, mas com referência a
ações apropriadas num tempo dado e lugar. Embora a prudência não execute
qualquer ação, e está preocupada unicamente com o conhecimento, todas
virtudes têm que estar reguladas por ela.
Distinguir quando atos são corajosos, ao contrário de descuidado ou
covardemente, por exemplo, é um ato de prudência. Ela é classificada
como um "cardinal", quer dizer que uma virtude "principal”.
Por outras palavras, prudência "dispõe a razão para discernir em todas
as circunstâncias o verdadeiro bem e a escolher os justos meios para
atingi-lo. Ela conduz a outras virtudes, indicando-lhes a regra e a
medida" (CCIC, n. 380).
Texto Bíblico em estudo: Pv. 12:23; 14:15-18.
Introdução
A prudência sabe escolher meios, ajeitá-los de forma que promova o
melhor.aproveita a hora propicia, o lugar certo – não dá passos
errados.
O que significa prudência
Segundo o Dicionário Houaiss
1 virtude que faz prever e procura evitar as inconveniências e os perigos; cautela, precaução
2 calma, ponderação, sensatez, paciência ao tratar de assunto delicado ou difícil
Etimologia
Latim prudentìa,ae – previdência, previsão, sabedoria, tino, inteligência, sagacidade, ciência;
A prudência equilibra a audácia. A prudência é aquela capacidade de
escolher o caminho que melhor soluciona os problemas. Ela diz respeito à
arte de decidir corretamente, não em virtude de qualquer tipo de
sentimento, mas com base na realidade mesma. “Prudência é ver a
realidade e, com base nela, tomar a decisão certa”.
A imprudência e suas conseqüências
A imprudência consiste numa precipitação no agir, assim, onde se
precipita. Pode ser confundida com a negligência, mas estas se
diferenciam justamente por ser a negligência uma a falta de atenção com
seus próprios atos, e a imprudência uma ação precipitada diante de certa
situação concreta.
Imprudência: falta de cautela, de cuidado, é mais que falta de atenção,
é a imprevidência a cerca do mal, que se deveria prever, porém, não
previu.
A prudência
A polidez é a origem das virtudes; a fidelidade, seu princípio; a prudência, sua condição.
Será ela mesma uma virtude?
A tradição responde que sim, e é o que cumpre explicar em primeiro lugar.
É que a palavra prudência é demasiado carregada de história para não
estar sujeita a equívocos; e, de resto, ela quase desapareceu do
vocabulário moral contemporâneo. O que não significa que não precisemos
mais da coisa.
Examinemos com maior cuidado o problema. Sabemos que os latinos traduziram por prudentia a phronésis dos gregos e, especialmente, de Aristóteles ou dos estóicos.
A prudência é uma virtude intelectual, explicava Aristóteles,
pelo fato de haver-se com o verdadeiro, com o conhecimento, com a razão:
a prudência é a disposição que permite deliberar corretamente sobre o
que é bom ou mau para o homem (não em si, mas no mundo tal como é, não
em geral, mas em determinada situação) e agir em conseqüência, como
convier.
É o que poderíamos chamar de bom senso, mas que estaria a serviço de
uma boa vontade. Ou de inteligência, mas que seria virtuosa. É nisso que
a prudência condiciona todas as outras virtudes; nenhuma, sem ela,
saberia o que se deve fazer, nem como chegar ao fim (o bem) que ela
visa. Tomás de Aquino, bem mostrou que, das quatro virtudes cardeais, a
prudência é a que deve reger as outras três: a temperança, a coragem e a
justiça, sem ela, não saberiam o que se deve fazer, nem como; seriam
virtudes cegas ou indeterminadas (o justo amaria a justiça sem saber
como, na prática, realizá-la, o corajoso não saberia o que fazer de sua
coragem, etc.), assim como a prudência, sem elas, seria vazia ou não
seria mais que habilidade.
A prudência tem algo de modesto ou de instrumental; ela se põe a
serviço de fins que não são os seus e só se ocupa com a escolha dos
meios. Mas é isso que a torna insubstituível: nenhuma ação, nenhuma
virtude – em todo caso, nenhuma virtude em ato – poderia prescindir dela. A prudência não reina (mais vale a justiça, mais vale o amor), mas governa.
Não basta amar a justiça para ser justo, nem amar a paz para ser
pacífico; é preciso, além disso, a boa deliberação, a boa decisão, a boa
ação. A prudência decide e a coragem provê.
Os estóicos consideravam a prudência uma ciência (“a ciência das coisas
a fazer e a não fazer”, diziam eles). A prudência supõe a incerteza, o
risco, o acaso, o desconhecido. Um deus não a necessitaria; mas como um
homem poderia prescindir dela?
A prudência não é uma ciência; ela é o que faz as suas vezes quando a
ciência falta. Só se delibera quando se tem escolha, em outras palavras,
quando nenhuma demonstração é possível ou suficiente. É então que é
necessário querer não apenas o bom fim, mas os bons meios que conduzem a
ele! Não basta amar os filhos para ser bom pai, nem querer o bem deles
para fazê-lo. Amar, diria o humorista, não dispensa ninguém de ser
inteligente.
Os gregos o sabiam, e talvez melhor do que nós. A prudencia é como que
uma sabedoria prática, sabedoria da ação, para a ação, na ação. No
entanto, ela não faz as vezes de sabedoria (da verdadeira sabedoria),
porque tampouco basta agir bem para viver bem, ou ser virtuoso para ser
feliz.
Aristóteles tem razão, aqui, contra quase todos os antigos: a virtude
não basta mais à felicidade do que a felicidade à virtude. A prudência
é, porém, necessária a uma e à outra, e a própria sabedoria não poderia
prescindir dela. Sabedoria sem prudência seria sabedoria louca, e não
seria sabedoria.
É que a prudência leva em conta o futuro, na medida em que depende de
nós encará-lo (nisso ela pertence não à esperança, mas à vontade).
Virtude presente, pois, como toda virtude, mas previsora ou
antecipadora. O homem prudente é atento, não apenas ao que acontece, mas
ao que pode acontecer; é atento, e presta atenção.
Prudentia, observava Cícero, vem de providere, que significa tanto prever como prover. Virtude da duração, do futuro incerto, do momento favorável (o kairós
dos gregos), virtude de paciência e de antecipação. Não se pode viver
no instante. Não se pode chegar sempre ao prazer pelo caminho mais
curto. O real impõe sua lei, seus obstáculos, seus desvios. A prudência é
a arte de levar isso tudo em conta, é o desejo lúcido e razoável. Os
românticos, por preferirem os sonhos, torcerão o nariz. Os homens de
ação sabem, ao contrário, que não há outro caminho, mesmo para realizar o
improvável ou o excepcional. A prudência é o que separa a ação do
impulso, o herói do desmiolado.
A prudência dos antigos (phronésis, prudentia)
vai, portanto, bem além da simples evitação dos perigos, a que a nossa
praticamente se reduz. A prudência determina o que é necessário escolher
e o que é necessário evitar. Ora, o perigo pertence, na maioria dos
casos, a esta última categoria; daí a prudência, no sentido moderno do
termo (a prudência como precaução). Todavia, há riscos que é necessário
correr, perigos que é preciso enfrentar; daí a prudência, no sentido
antigo (a prudência como “virtude do risco e da decisão”). A primeira,
longe de abolir a segunda, depende dela. A prudência não é nem o medo
nem a covardia. Sem a coragem, ela seria apenas pusilânime, assim como a
coragem, sem ela, seria apenas temeridade ou loucura.
A prudência aconselha, notava Kant, a moral comanda. Portanto,
precisamos de uma e de outra, solidariamente. A prudência só é uma
virtude quando a serviço de um fim estimável (de outro modo, não seria
mais que habilidade), assim como esse fim só é completamente virtuoso
quando servido por meios adequados (de outro modo, não seria mais que
bons sentimentos).
Por isso, dizia Aristóteles, “não é possível ser homem de bem sem
prudência, nem prudente sem virtude moral”. A prudência não basta à
virtude (pois ela só delibera sobre os meios, quando a virtude também se
prende à consideração dos fins), mas nenhuma virtude poderia prescindir
da prudência.
Conclusão
“A prudência”, dizia santo Agostinho, “é um amor que escolhe com sagacidade.” O amor nos guia; a prudência nos ilumina.
Que ela possa iluminar também a própria humanidade! Vimos que a
prudência levava em conta o futuro: é que seria perigoso e imoral
esquecê-lo.
“Cuidado.” É a máxima da prudência.
Colaboração para o Portal Escola Dominical – Profª. Jaciara da Silva.
Fonte: PortalEBD
0 comentários:
Postar um comentário