sábado, 25 de janeiro de 2014

LIÇÃO 04 – A CELEBRAÇÃO DA PRIMEIRA PÁSCOA

(Êx 12.1-11)
INTRODUÇÃO
A resistência de Faraó antes as pragas enviadas por Deus através de Moisés, culminaram na praga mais terrível: a morte dos primogênitos. Esta ocasião deveria ser marcada por uma festa, denominada de Páscoa, que deveria ficar como estatuto perpétuo para as gerações. Nesta lição destacaremos importantes informações sobre a Páscoa e veremos o que essa celebração religiosa significa para os judeus e para a Igreja.


I – PÁSCOA, A PRIMEIRA FESTA RELIGIOSA DOS JUDEUS
1.1 Nome da festa. A palavra portuguesa “Páscoa” é usada para designar a festa dos judeus que, no hebraico, é chamada Pesach, que significa: “saltar por cima”, ou “passar por sobre”. Esse nome surgiu em face do registro bíblico de que o anjo da morte, ou anjo destruidor , passou por sobre as casas marcadas com o sangue do cordeiro pascal, quando ele matou os primogênitos do Egito “E aquele sangue vos será por sinal nas casas em que estiverdes; vendo eu sangue, passarei por cima de vós, e não haverá entre vós praga de mortandade, quando eu ferir a terra do Egito” (Êx 12.23).
1.2 Adata em que foi celebrada. O nome hebraico do mês que aconteceu a primeira Páscoa foi em Abibe, que significa “espigas verdes”. Corresponde a Março-Abril em nosso calendário. Durante o Exílio babilônico foi substituído pelo nome Nisã que significa “começo, abertura” (Ne 2.1). O ano civil começa, ainda hoje, no outono, com a Festa das Trombetas (Lv. 23:24; Nm. 29:1), hoje chamado Rosh Hashanah, que significa “Ponta do Ano” ou “Ano Novo”.
1.3 Uma festa em família. Oregistro bíblico nos mostra que a Páscoa era uma cerimônia familiar “Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família” (Êx 12.3). Quando a família fosse pequena demais deveria unir-se a outra. De acordo com a tradição judaica, a expressão “pequena demais” significava com menos de dez pessoas. Eles deviam calcular quanto cada um poderia comer e assim determinar se deviam se reunir com alguma outra família (Êx 12.4).
1.4 Elementos da festa. Conforme o registro bíblico, a festa da Páscoa deveria ser preparada com os seguintes elementos: um cordeiro ou cabrito, pães asmos, ervas amargas e o sangue do cordeiro que deveria ser aplicado nas vergas e nos umbrais da porta. Cada um dos componentes desta celebração tinha um sentido literal e espiritual, que Deus tinha em mente transmitir não somente aos filhos de Israel, como a seus descendentes (Êx 12.24-27).

ELEMENTO
EXIGÊNCIAS PARA A FESTA DA PÁSCOA

SIGNIFICADO ESPIRITUAL


Cordeiro
Sangue
Este animal deveria ser: macho, de um ano, e sem mancha (Êx 12.5). Os hebreus deveriam avaliar o cordeiro durante quatro dias, e assim verificar se ele estava apto para ser sacrificado como cordeiro pascal (Êx 12.3,6).
Os hebreus deveriam sacrificar o cordeiro no décimo quarto dia no período da tarde (Êx 12.6). O sangue do animal deveria ser colocado nas vergas e no umbral da porta (Êx 12.7)
Este cordeiro iria substituir o primogênito de cada família dos hebreus, morrendo em seu lugar (Êx 12.12,13). A partir daquela comemoração cada primogênito deveria ser consagrado ao Senhor tanto dos homens quanto dos animais (Êx 13.1,2,12-15).
O sangue no umbral e nas vergas das portas dos hebreus serviria como sinal para livramento, pois o Senhor “passaria por cima” destas casas poupando da morte o primogênito (Êx 12.12,13).


Pães asmos
Os pães asmos ou ázimo, do hebraico“matzá” (Êx 12.8), é um tipo de pão assado sem fermento. O pão asmo é feito somente de farinha de trigo e água.
A farinha amassada sem ter recebido o fermentosimboliza pureza. A proibição baseava-se em que o fermento servia de símbolo da corrupção moral (Mt 16.11; Mc 8.15).

Ervas amargas
Os hebreus deveriam comer a páscoa com ervas amargas (Êx 12.8). A tradição judaica menciona alface, escarola, chicória, hortelã e dente-de-leão como essas ervas.
As ervas amargas ou alface agreste deveriam ser comidos para recordar a opressão do Egito e a amargura do cativeiro que os hebreus sofreram por tanto tempo (Êx 1.14;

II – O QUE A PÁSCOA SIGNIFICA PARA ISRAEL
2.1 O começo do calendário judaico. O começo de Israel como povo de Jeová devia ser assim anotado no seu calendário, conforme a orientação divina “Este mesmo mês vos será o princípio dos meses; este vos será o primeiro dos meses do ano” (Êx 12.2). O ano religioso ou espiritual começa com o mês da Páscoa, o primeiro mês da nova vida de Israel na qualidade de povo redimido (Êx 12.14).
2.2 Alibertação do jugo egípcio. Após 430 anos em terra estranha (Êx 12.40), sendo este últimos de extrema escravidão (Êx 1.8-1). Na noite em que celebraram a Páscoa, os hebreus receberam a total libertação do jugo egípcio (Êx 12.31-42).
2.3 Avingança de Deus contra o Egito. Através das primeiras pragas Deus despiu o Egito de toda a riqueza que os egípcios usufruíram arrecadadas no período em que José foi governador, porque tratara o seu povo como escravo (Gn 41.54; 47.20; Êx 1.10-14). Com a décima praga, a morte dos primogênitos, Deus haveria de vingar o sangue derramado dos filhos dos hebreus (Êx 11.5).
III – A PÁSCOA E O SEU SIGNIFICADO PARA A IGREJA
Embora celebração da festa da Páscoa seja uma ordenança divina estritamente aos judeus (Êx 12; Nm 9.2,4; Dt 16), ela tem profundo significado para o cristão por representar a obra de Cristo para a nossa redenção, pois as festas de Israel eram “sombras das coisas futuras” (Cl 2.17). Elas tipificavam aquilo que, um dia tornar-se-ia realidade na encarnação do Senhor. E a Páscoa era exatamente uma antecipação figurativa da obra de Jesus no Calvário. Por isso, Paulo diz: “Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós” (I Co 5.7) . Observemos algumas similaridades entre a Páscoa e Cristo:

A PÁSCOA JUDAICA
JESUS CRISTO


Cordeiro
O Messias é comparado a um cordeiro pelo profeta Isaías (Is 53.4). Filipe interpreta essa profecia aplicando-a a Jesus (At 8.32-35). João Batista por sua vez declara profeticamente que Jesus é o Cordeiro de Deus (Jo 1.29).
Os pré-requisitos do cordeiro:
(a) macho; (b) sem defeito
(Êx 12.5)
O Messias nasceu como homem (Mt 1.21; Lc 1.31; Gl 4.4; I Tm 2.5).
Viveu uma vida imaculada, santa e irrepreensível (I Pe 1.19; 2.22; Hb 7.26).
O cordeiro deveria ser observado durante quatro dias a fim de verificar se não tinha defeito
(Êx 12.3,6).
(1) Examinado pelos grupos religiosos. No relato de Mateus 22 do verso 15 ao 46, encontramos Jesus, sendo examinado pelos herodianos, saduceus, escribas e fariseus e nenhum deles conseguiu achar nele nenhum defeito que o incriminasse e eles mesmo ficaram sem condições de responder-lhe nenhuma palavra (Mt 22.46).
(2) Examinado pelo sumo sacerdote. Caifás queria evidências para o entregar a Pilatos, mas não as encontrou; por isso, ao invés de apresentar ofensa, disse apenas que se Ele não fosse ofensor não seria entregue (Jo 18.29).
(3) Examinado por Herodes e Pilatos. Herodes ao entrevistá-lo não viu nada de errado (Lc 23.7-11). Pilatos por sua vez, após ter examinado Jesus, “...não achou nele crime algum...” (Jo 19.4). Pelo menos três vezes Pilatos declarou que Jesus era inocente (Jo 18.28; 19.4, 6). Sua esposa também viu isso num sonho (Mt 27.19), bem como o soldado que estava ao pé da cruz (Lc 23.47).
O cordeiro foi morto pelos hebreus e sua morte deveria ser vicária; seu sangue trouxe livramento e sua carne tornou-se alimento (Êx 12.6,23; 12.8) .
Jesus foi morto pelos judeus (Mc 15.11-14; At 2.23,36); o seu sangue foi derramado para nos livrar da ira divina (Rm 3.25; 5.1; I Ts 1.10); e a sua carne simbolizada no pão da ceia instituída pelo Senhor é alimento (Mt 26.26; Jo 6.51,55).

CONCLUSÃO
A festa da Páscoa se constitui para Israel como um memorial de como Deus de forma tão terrível e amorosa feriu Faraó e o Egito, trazendo um livramento físico ao povo de Israel. Para nós cristãos, Cristo a nossa Páscoa, nos proporcionou uma salvação ainda maior, concedendo-nos um livramento espiritual.
COMENTÁRIOS - SUPERINTENDÊNCIA DAS EBD'S DAS ASSEMBLEIAS DE DEUS EM RECIFE/PE
REFERÊNCIAS
 ELISSEN, Stanley. Conheça melhor o Antigo Testamento. VIDA.
 SOARES, Esequias. Visão Panorâmica do Antigo Testamento. CPAD.
 STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPAD.

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