sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

LIÇÃO 05 - A PAGANIZAÇÃO DO CRISTIANISMO

TEXTO BÍBLICO  2 Tm 3.1-5

 ENFOQUE BÍBLICO

“Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra.” (2Tm 2.4)
OBJETIVOS

Destacar  as conquistas do cristianismo após o fim da perseguição e os males decorrentes da mistura entre Igreja e Estado que ocorreu em seguida, ainda durante o Império Romano.
Ressaltar que a Igreja Católica Romana foi criada com a oficialização do cristianismo como religião do Império Romano.
Enfatizar que a Igreja deve influenciar o mundo e não o contrario

INTRODUÇÃO

Com o Edito de Milão termina a perseguição oficial do cristianismo no império, Constantino passou a ser o Patrono da religião cristã. Com o passar dos tempos a frieza e a falta de fé avançou no cristianismo. É visto que a fé vem pelo ouvir da Palavra de Deus, mas os homens que passaram a assumir os púlpitos das igrejas eram sem qualificação teológica. Isto levou a uma desmoralização sem freios ao ponto de pecados graves serem perdoados por orações do Pai Nosso; alguns jejuns como penitencia e tudo estavam certos. Foram necessários anos de lutas para que houvesse uma reforma a contento e a igreja pudesse voltar aos padrões bíblicos de antes. O que veremos nas lições seguintes.

CONSTANTINO E O CRISTIANISMO
Perseguições e mortes não intimidaram os cristãos, Satanás não satisfeito com o resultado, pois quanto mais se perseguia os cristãos, quanto mais matavam mais a igreja crescia. Foi então que o adversário da igreja propôs aos que não levavam a coisa a sério à conturbação da doutrina. Muitos se desviaram e perdeu os céus, a pergunta fundamental que Jesus havia feito aos discípulos: “Quem dizem os homens ser o filho do homem?”, que já nos dias de Cristo havia discrepâncias. Com o decorrer dos anos os ensinos deturpados quanto à pessoa de Cristo provocaram diversos concílios.

As reações eram das mais diversas como ainda é nos dias hodiernos, Satanás se dispôs de uma arma secreta e terrível que se não fosse à misericórdia de Deus para com a igreja ela teria se destruído logo nos primeiros séculos. Assim como Deus falou a Elias que havia sete mil que não se dobrava a Baal e nem o beijou (1Rs 19.18), também na igreja, assim que começaram a surgir as heresias em torno da pessoa de Jesus, de onde não se esperavam ouviu-se “Tu és o Cristo o Filho do Deus vivo” (Mt 16.16). Deus levantou homens com veemente saber para o enfrentamento e com poder e unção do Espírito Santo souberam responder e aclarar a igreja a verdadeira Doutrina a seguir. E prepará-la para enfrentar tais heresias com firmeza e fé (1Pe 3.15). 
Com muito amor e dedicação o cristianismo conseguiu conquistar o Império Romano. Nesta época Constantino I, também conhecido como Constantino Magno ou Constantino, o Grande, estava no poder. Seu verdadeiro nome era; Flavio Valério Aurélio Constantino. Nascido em Naissus, na Mésia, onde hoje é a Servia, viveu no Oriente Grego, filho de uma mulher de língua grega, que o tornou bilíngüe, o que lhe facilitou o acesso a elite romana.

Constantino sempre precisou ser um político circunstancial, por ser um imperador de legitimidade duvidosa. Em uma de suas guerras mandou pintar uma cruz nos escudos dos soldados e conseguiu uma vitoria esmagadora sobre o inimigo.[1] Até então o Império é: um só povo, uma só bandeira, uma só moeda e porque não uma só religião? Quanto aos imperadores embora eles gostassem de serem adorados, mantinha o estado laico.

Constantino resolveu ser cristão. Não podemos ao certo dizer que ele tenha se convertido, há muitas controvérsias quanto a isso. Sem duvida a igreja sob sua proteção cresceu com rapidez.
Agora, não há duvida que Satanás esta por trás de toda esta armação enigmática. Constantino transforma o cristianismo em religião oficial do Império e se constitui Patrono do cristianismo. Os historiadores registraram o fato como algo que estava no deserto ou em prisões que sai para ganhar o mundo, assim aconteceu com o cristianismo na época deste imperador, a religião cristã tomou posse do mundo.

Era possível ver sinais do cristianismo nas moedas, nos mosaicos,  o culto em nome de Jesus demonstrando total exaltação aos deuses do paganismo, a cruz estava espalhada por toda a parte. Com o imperador como o principal da igreja, não havia barreiras humanas que poderia detê-la. Aos poucos sem nenhuma resistência a administração do estado e dos negócios civis do governo se aliava as autoridades administrativas da igreja. Parecia bonito, esplendoroso um imperador romano dirigindo a uma reunião da igreja, podendo até participar dos debates. 

Qual era o sinal de que Satanás era o armador de tudo isto? A resposta é simples e está nos anais da história. A igreja sofre degradação, efeito da união igreja-estado, com a religião pagã sufocada, é importante dizer que para não ficar mal visto pelo estado, então qualquer pagão dizia: “Sou cristão”. O estado se tornou semi-cristão, era muito comum um servidor do estado, mesmo sem entendimento qualquer das doutrinas do cristianismo, pois, não sabiam ao certo se sua conversão teria sido verdadeira ou circunstancial, tornar se bispo de uma determinada igreja.

Dizem que pelos idos do ano 400 dC, o culto pagão havia sido banido, muitos templos pagãos com seus ídolos haviam sido destruídos. Porem a igreja cristã está com um grande problema em seu seio, uma boa parte de seus membros nada sabiam de Cristo e da doutrina, não sabiam o que era nascer de novo. Milhares de pessoas sem conversão estavam na igreja, levando-a a uma violenta queda moral. 

Não demorou muito para que a disciplina por pequenos pecados passasse a ser: confissões em publico, jejus e orações. E para as faltas mais graves podiam até chegar à excomunhão. É lamentável dizer, mas a igreja do estado romano não era mais a igreja de Jesus Cristo e dos Apóstolos. Ela se tornara pagã.

Com a morte de Constantino e a entrada na Idade Média, as forças políticas se intensificavam e um papa é nomeado para ser o maioral na igreja. A igreja tornara-se negócios dos homens. O bispado passou a ser propriedade particular, era abertamente vendido a quem oferecesse mais.

Quanto ao sacerdócio,  este era dado a homens muitas vezes sem caráter como a escravos foragidos, criminosos, ímpios sem qualificação teológica e o que era pior sem conversão, homens adúlteros e dado a embriaguez, esses eram considerados pecados menores. Até mesmo os papas eram acusados de crimes vergonhosos.
Não demorou muito e a Palavra de Deus, tornou-se uma coisa diferente dando lugar aos sacramentos[2]: Batismo, Confirmação, Eucaristia, Penitencia, Extrema-unção, Ordem e Matrimônio. O simples cumprimento de um desses era o suficiente para a Salvação. No entanto a missa era maior que qualquer dos mandamentos, era o elemento central do culto. O culto passa a ser um movimento de coisas altamente luxuosas ia das vestes aos belíssimos templos. Coisas apenas para ser vistas e ouvidas procurava impressionar o espírito através dos sentidos.

O culto aos santos foi uma questão de tempo, os templos pagãos eram abarrotados de imagens dos deuses do paganismo. Com a forte influencia pagã ao cristianismo, está forma de adoração aos poucos foi adentrando ás igrejas. O próprio Constantino havia erigido um templo em honra a Pedro, aqueles que haviam sido mortos pela fé que professavam em Cristo Jesus, de heróis passaram a intercessores junto a Deus. Rapidamente a idolatria se expande entre o povo, era normal ver caravanas em peregrinação rumo ao tumulo de alguém considerado santo, surgindo assim à canonização de falecidos, que segundo pessoas eram responsáveis por alguns milagres recebidos.

A PAGANIZAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA ROMANA
CRONOGRAMA:
(Texto encontrado no livro Heresiologia do pastor Raimundo Ferreira Pgs 06, 07 e 08)
Veja o gráfico
SÉCULO
ANO
DOGMA OU CERIMÔNIA

I – II
33 - 196
A igreja não aceita nenhuma doutrina anti-biblica.

II
197
Zefirino, bispo de Roma, começa im movimento herético contra a divindade de Cristo.

III
217
Calixto se torna bispo de Roma, e propaga heresias que leva a igreja para longe de Cristo.

III
270
Origem da vida monástica no Egito, por santo Antonio.

IV
370
Culto dos santos professado por Basílio de Cesaréia e Gregório Naziozeno, primeiros altares nas igrejas, algo pagão de volta a igreja.

IV
400
Oração pelos mortos e sinal da cruz feito no ar

V
431
Maria é proclamada mãe de Deus

VI
593
A doutrina do purgatório começa a ser ensinada

VI
600
O latim passa a ser usado como língua oficial nas celebrações litúrgicas

VII
608
Começo do papado

VIII
609
O culto a virgem Maria e a invocação de mortos são definitivamente estabelecidos por lei na igreja.

VIII
758
A confissão auricular é introduzida na Igreja por religiosos do Oriente

VIII
787
Inicio do culto das imagens e das relíquias

IX
819
A festa da Assunção da Maria é observada pela primeira vez.

IX
880
Canonização dos santos

X
998
Estabelecido o Dia de Finados

X
998
Inicio da Observação da quaresma

X
1000
Estabelecido o cânon da missa.

XI
1074
Proíbe-se o casamento dos sacerdotes

XI
1075
Os sacerdotes casados devem divorciar-se compulsoriamente de suas respectivas esposas.

XI
1095
Indulgencias plenárias

XI
1100
Introduz-se na igreja o pagamento da missa e o culto aos anjos.

XII
1115
A confissão é transformada em artigo de fé.

XII
1125
Entre os cônegos de Lião aparecem as primeiras idéias da Imaculada Conceição de Maria.

XII
1160
Estabelecidos os 7 sacramentos

XII
1186
O Concilio de Verona estabelece a “Santa” Inquisição.

XII
1190
Venda de indulgências

XII
1200
Uso do rosário, por São Domingos, chefe da Inquisição.

XIII
1215
A transubstanciação[3] é transformada em artigo de fé.

XIII
1220
Adoração da hóstia

XIII
1226
Introduz-se a elevação da hóstia

XIII
1229
Proíbe-se aos leigos a leitura da Bíblia

XIII
1264
Festa do Sagrado Coração

XIV
1303
A Igreja Católica Apostólica Romana é proclamada como sendo a única verdadeira, e somente nela o homem pode encontrar a salvação

XIV
1311
Procissão do Santíssimo Sacramento e a oração da Ave-Maria.

XV
1414
Definição da comunhão só com um elemento, a hóstia. O uso d o cálice fica restrito ao sacerdote

XV
1415
Declaração de que somente os sacerdotes podem celebrar missas.

XV
1439
Os 7 sacramentos e a doutrina do purgatório são transformados em artigos de fé

XVI
1546
Conferida à tradição da Igreja, autoridade igual à Bíblia.

XVI
1562
Declara-se que a missa é oferta propiciatória e confirma-se o culto aos santos.

XVI
1573
É estabelecida a canonicidade dos livros apócrifos.

XIX
1854
Definição  do dogma da imaculada Conceição de Maria 

XIX
1870
Declaração da infalibilidade papal

XX
1950
A assunção de Maria é transformada em artigo de fé.

(Obs. Feitas pelo autor do livro: algumas datas são aproximadas, pois as doutrinas eram discutidas e poderia levara anos, para se tornar em artigo de fé.)
A igreja que fora chamada para influenciar o mundo foi por ele influenciada. A igreja chamada, convocada para ser santa, com o passar dos tempos entrou num descrédito moral. O líder estava morto e o restante estava apenas esperando a confirmação da morte, o nome era de igreja, porém os atos nada tinham a ver com o nome (Ap 3.1-3)

RESUMO
Gostaríamos de contar apenas a História de uma igreja triunfante e imponente. É verdade que ela sempre foi, mas sofreu uma derrota moral ao se aliar com o estado. O pastor Antonio Evangelista em seu livro Atos 29, na pp 31 e 32, afirma: “Com a junção: Igreja e Estado, o paganismo entrou de forma arrasadora no meio da igreja de Cristo levando-a a perder as suas verdadeiras características cristãs.” Essas características só foram vistas de volta com as reformas, que veremos a seguir.

OBRAS CONSULTADAS

OLIVEIRA, Raimundo Ferreira de – Historia da Igreja – 2ª Ed. EETAD, Campinas SP
OLIVEIRA, Raimundo Ferreira de -  Heresiologia – 3ª Ed. EETAD, Campinas SP
HURLBUT, Jesse Lyman – Historia da Igreja Cristã – 5ª Ed. Editora Vida – SP
EVANGELISTA, Antonio – Atos 29, - 1ª Ed, Perfeita Palavra – SP


Colaboração para Portal Escola Dominical – Pr. Jair Rodrigues
Fonte: PortalEBD

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